“Explorando a Arte de Ouvir e Ver nas Artes Visuais do 8º Ano”
Neste plano de aula, propomos uma abordagem dinâmica acerca do tema “Arte de Ouvir e Ver” nas Artes Visuais, especialmente voltado para o 8º ano do Ensino Fundamental 2. O objetivo é fomentar a sensibilidade artística dos alunos, ampliando não apenas a apreciação estética, mas também a capacidade de ouvir e interpretar diferentes formas de expressão artística e cultural, estabelecendo uma conexão íntima entre o espectador e a obra.
A proposta envolve a análise de obras consagradas, interdisciplinares, que integram as artes visuais e a percepção sonora, além de atividades práticas que possibilitam a vivência e a criação artística. A ideia é que os alunos desenvolvam um olhar crítico e sensível às obras e manifestações culturais, aliando a visualidade à sonoridade, explorando suas potencialidades e relações.
Tema: Arte de Ouvir e Ver
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º Ano
Faixa Etária: 10 a 14 anos
Objetivo Geral:
Promover a sensibilização dos alunos quanto à relação entre as artes visuais e sonoras, estimulando o desenvolvimento da percepção crítica sobre diferentes manifestações artísticas e a capacidade de interpretação e apreciação de obras.
Objetivos Específicos:
– Desenvolver a habilidade de observar e escutar com atenção, refletindo criticamente sobre a obra e suas significações.
– Proporcionar a compreensão das relações entre diferentes formas de arte e seus contextos.
– Estimular a criatividade dos alunos na produção artística, integrando elementos visuais e sonoros.
– Fomentar a discussão em grupo sobre as experiências individuais e coletivas na apreciação das artes.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais.
– (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
– (EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais.
– (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais na apreciação de diferentes produções artísticas.
– (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos.
Materiais Necessários:
– Projetor multimídia e tela
– Computador com acesso à internet
– Fitas de áudio ou vídeos de obras audiovisuais conceituadas
– Materiais para desenho (papéis, lápis, canetinhas, tintas)
– Fichas de análise de obras de arte
– Quadro branco e marcadores
Situações Problema:
Como a escuta atenta pode enriquecer nossa compreensão sobre uma obra de arte?
De que forma as artes visuais dialogam com os sons ao nosso redor?
Contextualização:
Iniciaremos a aula apresentando a ideia de que as artes visuais não existem isoladas, mas sim em um contexto que envolve sentidos como a audição. Exemplos de artistas que utilizam sons em suas obras, como a linguagem dos ruídos e a combinação de música e artes plásticas, serão discutidos. Os alunos deverão compreender que a interação entre o visual e o auditivo cria novas percepções e sentidos.
Desenvolvimento:
1. Aquecimento Inicial (10 minutos):
O professor inicia a aula tocando uma breve seleção de músicas e sonoridades. Os alunos são solicitados a fechar os olhos e escutar atentamente, anotando as sensações que os sons despertam. Após, eles serão convidados a compartilhar suas impressões, discutindo como a música pode evocar imagens mentais e sentimentos diversos.
2. Análise de Obras (15 minutos):
O professor apresenta uma seleção de obras de arte contemporâneas que dialoguem com a sonoridade, como videoinstalações ou performances de artistas que incorporam som. Os alunos devem trabalhar em grupos para analisar as obras, considerando como as sonoridades influenciam suas percepções estéticas. Fichas de análise podem ser distribuídas para auxiliar nesta atividade.
3. Atividade Prática – Criação Artística (20 minutos):
– Os alunos serão desafiados a criar uma obra visual que dialogue com um som que escolherão previamente. Utilizando materiais diversos, devem expressar suas interpretações. O ambiente da sala de aula poderá ser preenchido com a sonoridade escolhida, permitindo que a música inspire o processo criativo.
– Após a atividade, os alunos apresentarão suas obras e compartilharão o som que escolheram, explicando como isso influenciou sua criação.
4. Reflexão Coletiva (5 minutos):
Finalizando a aula, o professor conduzirá uma discussão a respeito do que foi vivido. Os alunos deverão refletir sobre como a combinação de diferentes linguagens artísticas afetou sua maneira de ver e ouvir.
Atividades sugeridas:
– Segunda-feira: Ouvir uma trilha sonora inspiradora, com tempo para discussão em grupo sobre os sentimentos e imagens evocadas. Objetivo: Praticar a escuta crítica. Materiais: Fones de ouvido, computador.
– Terça-feira: Apresentação de vídeos curtos de performances que envolvem som e imagem. Objetivo: Analisar a forma como essas artes se complementam. Materiais: Projetor, tela.
– Quarta-feira: Dinâmica de grupos sobre a obra de um artista específico. Cada grupo pesquisará e apresentará suas descobertas, focando em como som e imagem interagem na obra do artista escolhido. Objetivo: Desenvolver habilidades de pesquisa e apresentação. Materiais: Acesso à internet, cartolinas ou slides para apresentação.
– Quinta-feira: Criação de um cartaz coletivo que demonstra a relação entre som e imagem. Os alunos poderão explorar técnicas mistas. Objetivo: Criar de forma colaborativa. Materiais: Materiais de arte variados.
– Sexta-feira: Montagem de um “circuito artístico”, onde cada grupo mostrará sua produção, finalizando com uma apreciação conjunta. Objetivo: Fomentar a apresentação e a escuta atenta. Materiais: Espaço para exposição dos trabalhos.
Discussão em Grupo:
– Como a música afetou a forma como você viu ou interpretou a obra criada?
– Que outros elementos auditivos você acredita que poderiam ser utilizados nas artes visuais?
Perguntas:
– O que você entende por “arte de ouvir e ver”?
– Você acredita que esses sentidos podem se complementar em outras áreas do conhecimento? Como?
– Que impacto a combinação de sons e imagens teve na sua percepção sobre as obras analisadas?
Avaliação:
Os alunos serão avaliados pela participação nas discussões, na qualidade das suas análises e no empenho e criatividade demonstrados nas atividades práticas. As observações feitas pelo professor durante a aula e as produções artísticas também servirão como critérios para a avaliação final.
Encerramento:
O professor deve encerrar a aula relembrando os conceitos discutidos e reforçar a importância de interagir com as diferentes linguagens artísticas. Estimular os alunos a continuar explorando a relação entre ver e ouvir fora da sala de aula será crucial para o enriquecimento de suas experiências culturais.
Dicas:
– Aposta em obras de artistas contemporâneos que interagem com a música para tornar a discussão mais atual.
– Incentive os alunos a trazerem suas músicas favoritas e relacioná-las com as artes visuais.
– Utilize espaços fora da sala de aula, se possível, para exposições, criando um ambiente mais inspirador.
Texto sobre o tema:
A arte de ouvir e ver é um conceito que vai além da simples interação entre duas dimensões estéticas. Essa dualidade se manifesta de variadas formas e propõe uma reflexão mais ampla sobre como percebemos o mundo. Ao contemplar uma obra de arte, não nos limitamos a uma visão unidimensional: ela provoca nossos sentidos, nos convida a uma experiência sensorial completa, que envolverá a audição como um componente-chave. Nesse contexto, obras que utilizam a música em diálogo com a visualidade nos ajudam a entender como diferentes meios podem se entrelaçar e criar significados únicos.
O cruzamento entre sons e imagens pode ser encontrado em diversas manifestações artísticas contemporâneas, como a videoinstalação, performances e até mesmo em exposições de artes visuais que utilizam trilhas sonoras cuidadosamente elaboradas para guiar a experiência do espectador. Nesse sentido, o ouvir e o ver tornam-se parceiros na construção de uma narrativa, onde o espectador ativa sua visão e audição para decifrar a mensagem e o sentimento da obra.
Por fim, desenvolver essa percepção crítica é fundamental, pois nos permite não apenas apreciar a arte, mas interagir com ela de forma ativa. As experiências artísticas que combinam visualidade e sonoridade nos convidam a um olhar mais profundo, instigando reflexões sobre o significado da obra dentro de um contexto cultural e social mais amplo. Por esse motivo, a arte de ouvir e ver se estabelece como uma chave para ampliar nosso repertório estético e afetivo.
Desdobramentos do plano:
A arte de ouvir e ver é um tema que pode ser explorado em diversas outras disciplinas, favorecendo assim uma abordagem interdisciplinar. Por exemplo, podemos levar a discussão para o campo da literatura, onde a interpretação de poemas pode ser fortalecida através de apresentações musicais, levando os alunos a entenderem como a sonoridade das palavras potencializa a emoção do texto. Além disso, quando abordamos a história da arte, podemos integrar dados sobre a perspectiva cultural de cada obra, discutindo como a música, as tradições e as influências sociais impactaram a criação artística de determinadas épocas.
Outro desdobramento interessante pode ser realizado através da tecnologia, onde os alunos podem produzir vídeos que combinem uma narrativa visual com trilhas sonoras originais, estimulando ainda mais a sua criatividade e capacidade de produzir arte de forma colaborativa. Esses projetos podem encontrar um espaço relevante meia plataformas como mídias sociais ou sites de compartilhamento, permitindo que os alunos expõem seus trabalhos não apenas ao grupo escolar, mas a uma audiência mais ampla.
Por fim, também podemos desenvolver um projeto relacionado à interpretação e à crítica da arte contemporânea, onde os alunos poderão elaborar resenhas e críticas sobre exposições que visitarem, refletindo sobre os sons e visões que despertaram suas reflexões. Essa prática formaliza a capacidade crítica e analítica dos estudantes, incentivando-os a se tornarem consumidores críticos da cultura, aptos a posicionar-se frente à produção artístico-cultural em sua sociedade.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que o professor esteja atento à diversidade de interpretações que podem surgir durante as atividades. As experiências sonoras e visuais sutis podem evocar reações várias nos alunos e, por isso, promover um ambiente aberto e acolhedor será essencial para que todos possam expressar seus pensamentos e sentimentos sem receios. Além disso, é importante que o educador estimule a troca de experiências e a escuta ativa entre os alunos, criando espaços para que eles se sintam à vontade para dialogar sobre suas percepções.
As adaptações da aula para atender diferentes perfis de aprendizagem e estilos educativos são também um ponto a se atentar. Proporcionar alternativas que considerem a singularidade de cada aluno pode ser a chave para o engajamento. Por exemplo, pode haver um foco maior em aspectos sonoros para aqueles que têm uma maior sensibilidade auditiva e, para outros, uma maior ênfase nas técnicas de pintura e desenho.
Por fim, ao final deste processo, a reflexão a respeito do aprendizado deve ser encorajada. Solicitar que os alunos escrevam um pequeno diário sobre suas experiências, reflexões e melhorias sentidas ao longo das aulas pode ser uma ferramenta importante para aglutinar as aprendizagens e permitir que os alunos encontrem seu caminho no campo da arte e da apreciação sensorial.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
– Estação de Sons: Uma atividade onde diferentes instrumentos e objetos sonoros serão dispostos em uma mesa. Os alunos devem explorar cada um deles e, em grupos, criar uma pequena composição sonora, vislumbrando como diferentes timbres podem ser utilizados na arte.
– Roda de Histórias Sonoras: Os alunos se revezam contando histórias em um formato oral, mas a cada novo aluno, ele deve adicionar um elemento sonoro que o remete à narrativa, criando tanto elementos visuais na linguagem corporal quanto ao som.
– Projeto de Mural Interativo: Um mural em que os alunos podem compor imagens e desenhar em resposta a música que está tocando. Podem ser adicionados elementos magnéticos ou materiais que façam som, unindo a apreciação visual e auditiva.
– Arte em movimento: Uma atividade onde os alunos devem criar uma dança ou mudança de movimento que intérprete ou lembre um determinado quadro ou escultura, unindo corpo, som e visualidade.
– Cine Sonoro: Realização de uma sessão de curtas-metragens que utilizam a sonoridade como aspecto importante. Após a exibição, os alunos debatem como a música ou sons impactaram a narrativa visual.
Essas atividades possibilitam um envolvimento dos alunos em diferentes níveis, levando-os a experienciar o aprendizado de forma dinâmica e colaborativa.