“Explorando a Arte Concreta: Palavra, Imagem e Sonoridade”
O presente plano de aula tem como foco a intersecção entre palavra, imagem e sonoridade, explorando como essas dimensões se manifestam nas artes visuais e na literatura, especialmente no contexto do movimento de arte concreta. Utilizando o poema “Terra” de Décio Pignatari e “O pulsar”, de Augusto de Campos, a proposta visa enriquecer a compreensão dos alunos acerca da arte concreta brasileira, seu impacto histórico e sua relevância contemporânea. Os alunos terão a oportunidade de observar e discutir a relação entre as palavras e seus sons e formas, estimulando tanto o pensamento crítico quanto a criatividade.
Essa aula segue as diretrizes da BNCC, promovendo habilidades artísticas e críticas na produção e análise de obras visuais e literárias. O uso de multimídia e discussões em grupo facilitará uma experiência de aprendizado rica e envolvente, permitindo que os alunos se envolvam ativamente no tema proposto.
Tema: Palavra, imagem e sonoridade
Duração: 55 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 9º Ano
Faixa Etária: 11 a 14 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a capacidade dos alunos de relacionar práticas artísticas com diferentes dimensões sociais, culturais e históricas, por meio da análise do poema “Terra” de Décio Pignatari e do contexto da arte concreta, promovendo uma compreensão crítica e criativa sobre a intersecção entre palavra, imagem e sonoridade.
Objetivos Específicos:
– Analisar a estrutura e sonoridade dos poemas selecionados.
– Relacionar os conceitos de arte concreta às suas produções visuais e literárias.
– Promover discussões sobre a importância e impacto do trabalho de Décio Pignatari.
– Estimular a criatividade por meio de atividades de produção artística individual e coletiva.
Habilidades BNCC:
– (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
– (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo.
– (EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.
Materiais Necessários:
– Cópias do poema “Terra” de Décio Pignatari.
– Exibição do poema “O pulsar” de Augusto de Campos.
– Projetor e computador para apresentação de vídeo (opcional).
– Materiais para atividades práticas: papéis, tintas, lápis de cor, tesoura, cola e outros recursos de arte.
– Acesso à internet para visualizar o vídeo sugerido no Livro do Estudante, boxe “Ouça Arte”.
Situações Problema:
1. Como a palavra pode ser transformada em imagem e som?
2. De que forma as obras de arte concreta desafiam a relação tradicional entre texto e imagem?
3. Qual é a importância de Décio Pignatari na história da arte brasileira?
Contextualização:
Na década de 1950, o movimento de arte concreta no Brasil emergiu como uma reação às formas tradicionais de representação nas artes visuais e literatura. Décio Pignatari, junto a outros artistas e poetas, investigou incessantemente as possibilidades da linguagem e seus desdobramentos em diferentes contextos, destacando como as sonoridades das palavras podem criar significados próprios, independentes de seu conteúdo. A observação do poema “Terra” propõe uma reflexão não apenas sobre a forma estética, mas também sobre o contexto social e cultural em que este foi produzido.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 minutos):
– Apresentação do tema para a turma. Discussão inicial sobre artes visuais e literatura. Utilizar questões provocadoras para estimular a participação, como: “Qual a relação entre som e imagem?”, e “Como você vê a palavra?”.
2. Leitura do poema “Terra” (15 minutos):
– Distribuição das cópias do poema a todos os alunos.
– Leitura em voz alta, com ênfase na sonoridade das palavras.
– Discussão em grupo sobre a interpretação do poema e suas imagens. Perguntar aos alunos o que cada palavra ou som remete para eles.
3. Análise do ambiente artístico (10 minutos):
– Apresentar a figura de Décio Pignatari e discutir seu papel na arte concreta.
– Comparar o trabalho de Pignatari com a literatura contemporânea e suas influências.
– Exibir “O pulsar” de Augusto de Campos, promovendo uma análise conjunta.
4. Atividade prática (15 minutos):
– Dividir os alunos em grupos. Cada grupo deve criar uma representação visual (colagem ou pintura) inspirada nas ideias de Pignatari e no poema “Terra”.
– Os alunos devem incorporar elementos de sonoridade em suas produções, pensando na disposição das palavras e cores.
5. Apresentação das produções e fechamento (5 minutos):
– Cada grupo apresenta sua produção, explicando como a sonoridade e forma foram utilizadas.
– Finalizar com uma breve reflexão sobre a importância da intersecção entre palavra, imagem e sonoridade no cotidiano.
Atividades sugeridas:
Atividades para a semana:
1. Leitura e debate: Escolher outro poema contemporâneo e promover uma leitura seguida de um debate em sala.
– Objetivo: Estimular a análise crítica e expressão verbal.
– Materiais: Cópias do poema escolhido.
– Instruções: Formar grupos para discutir a estrutura e os sentimentos do poema.
2. Produção de novos poemas concretos:
– Objetivo: Criar poemas que unam forma e conteúdo, utilizando cores e formas visuais.
– Materiais: Papéis, tintas, revistas para colagem.
– Instruções: Os alunos devem usar as técnicas aprendidas na aula anterior para desenhar e escrever seus poemas.
3. Criação e apresentação de vídeo:
– Objetivo: Produzir um vídeo que mostre a criação dos poemas e reflexões.
– Materiais: Acesso a câmera e software de edição.
– Instruções: Os grupos gravarão um pequeno documentário sobre o processo criativo.
4. Visita virtual a uma galeria de arte concreta:
– Objetivo: Ampliar a visão dos alunos sobre o tema.
– Materiais: Computadores com acesso à internet.
– Instruções: Propor uma reflexão escrita sobre uma obra visual que mais impressionou.
5. Discussão sobre sonoridade na música:
– Objetivo: Relacionar a sonoridade dos poemas com a música.
– Materiais: Trechos de músicas que utilizam palavras e ritmos.
– Instruções: Os alunos podem comparar como os compositores utilizam as palavras e ritmos, visando extrair sentimentos semelhantes aos poemas.
Discussão em Grupo:
– Como as palavras transformam sentimentos e emoções em imagens?
– Qual é a importância da forma na poesia concreta?
– De que maneira a arte concreta pode impactar nosso dia a dia?
Perguntas:
1. Que sensação o poema “Terra” trouxe a você?
2. De que forma as palavras podem criar imagens mentais?
3. Como a sonoridade do poema interfere na sua compreensão do texto?
Avaliação:
– A avaliação poderá se dar por meio da observação direta das participações dos alunos nas discussões, da análise dos poemas criados e da apresentação final.
– Também será avaliado o engajamento e a criatividade nas produções artísticas realizadas em grupo.
Encerramento:
– Reforçar a importância do aprendizado sobre a intersecção da palavra, imagem e sonoridade.
– Encorajar os alunos a continuar explorando o tema também em casa, buscando novas formas de expressão artística.
Dicas:
– Utilize recursos audiovisuais que estimulem a apreciação das artes, como documentários sobre arte concreta.
– Incentive os alunos a trazer músicas que considerem relevantes para a discussão sobre sonoridade, assim conectando diferentes linguagens artísticas.
Texto sobre o tema:
A arte concreta representa uma revolução não apenas no mundo das artes visuais, mas também na forma como percebemos a literatura e a sonoridade. Décio Pignatari, um dos principais nomes deste movimento, desafia as convenções tradicionais ao explorar a linguagem como um elemento de criação artística que deve ser percebido em sua “forma pura”. Em sua obra, as palavras não são meramente portadoras de significado, mas ganham vida própria através da forma que assuma na página. Este conceito é fundamental nas discussões sobre o impacto da arte em nossa vivência cotidiana e mostra como a estética pode transformar nossa percepção do belo, do verdadeiro e do real.
Ao analisar o poema “Terra”, de Pignatari, percebemos que a estrutura visual e sonora propõe uma fusão que vai além da leitura literal. Cada palavra é cuidadosamente disposta para evocar emoções específicas e experiências sensoriais que nos transportam para um universo em que a imagem e a sonoridade se entrelaçam, gerando uma nova forma de olhar para os textos. Essa experiência sensorial pode levar o aluno a refletir sobre a sua própria vivência e as influências culturais que permeiam sua formação estética. Assim, tango a linguagem poética concreta proporciona um ambiente ideal para o desenvolvimento da criatividade e da apreciação estética nos jovens, incentivando-os a encontrar beleza e significado em lugares inesperados. A interatividade e a criação coletiva são pilares que permitem uma construção de conhecimento rica e multifacetada.
As influências do movimento de arte concreta vão além das paredes das galerias e dos livros, perpassando diversos setores da nossa vida cotidiana. Decifrar essas influências é um passo essencial para a formação de cidadãos críticos, que compreendam a importância de conceitos como a forma e a função nas suas interações com a produção cultural. Ao explorar a fusão entre palavras, imagens e sons, os alunos não apenas vão entender a obra de Pignatari, mas também desenvolverão um olhar mais aguçado para a arte ao seu redor, permitindo uma vivência estética que se reflete em sua identidade e expressão pessoal.
Desdobramentos do plano:
Este plano possibilita um diálogo contínuo sobre as práticas artísticas e seu impacto na sociedade. Potencializando a criatividade e a análise estética, os alunos têm a oportunidade de refletir sobre o papel da arte em suas vidas e também no contexto social mais amplo. O aprendizado sobre arte concreta e as experiências vivenciadas podem fornecer uma nova perspectiva sobre o cotidiano, fazendo com que os alunos valorizem mais a produção artística ao seu redor, sendo capaz de assimilar e discutir temas variados a partir da educação artística.
Além disso, ao serem expostos a diferentes meios de expressão artística, os alunos são incentivados a desenvolver habilidades críticas e analíticas que irão beneficiá-los em diversas áreas do conhecimento. Essa forma de aprendizado interdisciplinar pode servir como fonte de motivação para o envolvimento em outras áreas de estudo e também em sua vida social, permitindo uma atuação mais consciente e responsável frente aos desafios contemporâneos. Cada atividade original proposta neste plano também tem o potencial de gerar desdobramentos em projetos coletivos, amplificando a experiência educacional e conectando a arte ao cotidiano dos estudantes.
A reflexão coletiva também é uma ferramenta poderosa neste processo. Ao promover debates e discussões em grupo, os alunos não apenas solidificam seus conhecimentos sobre a arte concreta, mas também começam a traçar conexões relevantes entre a arte e outros aspectos de suas vidas, como questões sociais, política cultural e a estética presente no cotidiano. Essa abordagem não só enriquece a experiência de aprendizado, mas também oferece um espaço para a construção de opiniões fundamentadas e respeitosas sobre diferentes formas de expressão.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que o professor proporcione um ambiente acolhedor e estimulante onde a participação ativa dos alunos seja incentivada. Para garantir que todos os alunos se sintam confortáveis para expressar suas ideias e opiniões, o educador deve criar um clima de respeito mútuo e abertura, onde as vozes de todos são ouvidas e valorizadas. Os alunos devem ser incentivados a se expressar da maneira que se sentirem à vontade, utilizando tanto a palavra falada quanto as produções visuais.
O uso de tecnologias e recursos digitais também é uma opção interessante para enriquecer as discussões em sala de aula. O professor pode usar plataformas digitais para apresentar obras, vídeos ou reuniões virtuais que facilitem a troca de ideias entre os alunos, especialmente em atividades que envolvem pesquisas ou criações em grupo. Essa abordagem inovadora pode despertar ainda mais o interesse dos alunos pela arte e suas múltiplas formas de manifestações.
Por último, incentivar a exploração pessoal dos temas abordados irá promover uma conexão mais profunda com o conteúdo estudado. Os alunos devem ser estimulados a buscar expressar sua própria visão sobre a arte concreta e experimentar a produção artística em diferentes contextos e formatos, reconhecendo que a arte é uma ferramenta poderosa de comunicação e reflexão. O plano de aula não termina na sala de aula; é apenas o começo de um diálogo mais amplo entre os alunos e o mundo da arte.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Caça ao Tesouro Poético: Propor uma atividade em que os alunos devem encontrar palavras nos poemas selecionados que gerem sons específicos e que sejam visualmente impactantes. Criar um mural em sala de aula com as palavras coletadas e suas respectivas interpretações visuais.
2. Teatro de Som e Imagens: Os alunos podem criar pequenas performances (teatro) que combinem a sonoridade dos poemas com elementos visuais, como música e projeções de imagens que os inspiraram. Essa atividade promove a interação entre as artes.
3. Oficinas de Arte Criativa: Organizar oficinas em que os alunos experimentem diferentes técnicas de colagem ou pintura, ajudando-os a desenvolver suas próprias interpretações do que a arte concreta representa para eles.
4. Construção de um Livro de Poesias Visuais: Dividir os alunos em grupos e pedir que criem um livro coletivo que reúna poemas concretos e suas respectivas interpretações visuais. Este pode ser impresso e exposto na escola.
5. Música e Poesia: Criar playlists de músicas que contenham letras poéticas e discutir como a sonoridade das palavras nas composições afeta nossa percepção. Os alunos devem, em seguida, compor uma letra que conecte suas experiências com os poemas estudados.
Essas sugestões visam não apenas ampliar as habilidades artísticas dos alunos, mas também fomentar a criatividade, a colaboração e o diálogo entre diferentes formas de expressão e interpretação.