“Entenda a Ditadura Civil-Militar: Memória e Direitos Humanos”

Este plano de aula tem como objetivo oferecer uma abordagem estruturada para que os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental compreendam o processo decorrente da ditadura civil-militar no Brasil e analisem criticamente as questões de memória e justiça diante das violações de direitos humanos que ocorreram durante este período. A proposta pedagógica está alinhada com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e busca incentivar o debate e a reflexão sobre direitos humanos, democracia e cidadania.

A ditadura civil-militar no Brasil, que se estendeu de 1964 a 1985, foi um período de repressão política severa, censura e violações sistemáticas dos direitos humanos. Este contexto histórico é importante para a formação da consciência crítica dos alunos, já que permite compreender não apenas o seu passado, mas também as implicações dessa história na construção da sociedade atual e nas dúvidas que a população ainda enfrenta sobre justiça e reabilitação da memória.

Tema: Compreender o processo que resultou na ditadura civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões relacionadas à memória e à justiça sobre os casos de violação dos direitos humanos.
Duração: 45 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 9º Ano
Faixa Etária: 14 a 15 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Levar os alunos a compreender o histórico e as consequências da ditadura civil-militar no Brasil, promovendo uma reflexão crítica sobre a importância da memória e da justiça em relação aos direitos humanos.

Objetivos Específicos:

– Compreender as causas e os efeitos sociais, políticos e econômicos da ditadura civil-militar.
– Analisar relatos de violações dos direitos humanos durante este período.
– Promover um debate sobre a memória coletiva e a importância do registro histórico.
– Estimular a reflexão crítica sobre o papel da sociedade civil na luta pelos direitos humanos.

Habilidades BNCC:

– (EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na ditadura civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões relacionadas à memória e à justiça sobre os casos de violação dos direitos humanos.
– (EF09HI20) Discutir os processos de resistência e as propostas de reorganização da sociedade brasileira durante a ditadura civil-militar.
– (EF89LP10) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas.

Materiais Necessários:

– Retroprojetor ou datashow
– Quadro branco e marcadores
– Acesso à internet para pesquisa
– Vídeos ou documentários sobre a ditadura civil-militar
– Textos e artigos acadêmicos sobre o tema

Situações Problema:

– Como o contexto histórico levou ao golpe militar em 1964?
– Quais foram as principais violações de direitos humanos durante o regime?
– Como a sociedade civil se mobilizou contra a ditadura?

Contextualização:

Iniciar a aula com uma breve apresentação sobre o Brasil de 1964, destacando fatores sociais, políticos e econômicos que contribuíram para a instauração da ditadura civil-militar. Utilizar imagens e trechos de entrevistas de pessoas que viveram essa época, proporcionando uma abordagem mais humanizada e menos acadêmica do tema. É importante estabelecer um sentimento de empatia nos alunos em relação às vítimas de tais violações.

Desenvolvimento:

Iniciar a aula com uma pergunta instigante como: “O que vocês acham que é mais importante: aprender sobre os erros do passado ou seguir em frente para construir um futuro melhor?” Isso irá proporcionar uma primeira reflexão e engajamento dos alunos.

1. *Apresentação inicial* – 10 minutos
Utilize um datashow para mostrar dados e imagens da época, tais como protestos, ações de censura e relatos de tortura. Faça uma breve exposição sobre as causas do golpe militar e seus desdobramentos.

2. *Exibição de vídeo* – 15 minutos
Exiba um documentário ou uma animação curta que aborde os principais aspectos da ditadura civil-militar, focando nas violações dos direitos humanos e na resistência da sociedade civil.

3. *Discussão em grupo* – 10 minutos
Divida os alunos em grupos e forneça perguntas para que discutam entre eles, por exemplo: “Como a censura afetou a vida cultural na época?” ou “Por que é importante lembrar dos acontecimentos desse período?”.

4. *Compartilhamento das discussões* – 5 minutos
Após a discussão em grupo, cada grupo apresentará brevemente suas considerações e reflexões para a sala.

5. *Fechamento com reflexão crítica* – 5 minutos
Para encerrar a aula, faça uma reflexão sobre a importância da vigilância em relação aos direitos humanos e como os alunos podem se engajar em defesa da democracia e dos direitos fundamentais.

Atividades sugeridas:

1ª Atividade: Criação de uma linha do tempo – Os alunos devem pesquisar e criar uma linha do tempo com os principais eventos da ditadura civil-militar.
2ª Atividade: Montagem de cartazes – Os alunos podem criar cartazes destacando os direitos humanos que foram violados nesse período.
3ª Atividade: Debates – Organize um debate onde os alunos podem assumir posições pró e contra as medidas tomadas durante a ditadura civil-militar, utilizando argumentação fundamentada.
4ª Atividade: Temas de Redação – Os alunos podem escrever uma redação sobre a importância de não esquecer a história da ditadura civil-militar.
5ª Atividade: Simulação de Entrevista – Os alunos podem simular entrevistas com personagens históricos, assumindo os papéis de figuras como líderes da oposição e agentes da repressão.

Discussão em Grupo:

Reforce a conexão entre as discussões sobre a ditadura e a realidade atual do Brasil. Pergunte aos alunos como percebem a democracia e os direitos humanos hoje e quais lições podem ser tiradas do passado.

Perguntas:

– O que você entende por direitos humanos?
– Como a memória da ditadura civil-militar impacta a nossa visão sobre a democracia atual?
– Quais formas de ativismo você acredita que são eficazes na proteção dos direitos humanos hoje?

Avaliação:

A avaliação pode ser feita através da observação da participação dos alunos nas discussões em grupo e nas atividades propostas. As redações e os cartazes também servem como um excelente meio de avaliar a compreensão do conteúdo de maneira mais prática e criativa.

Encerramento:

Finalize a aula relembrando a importância de se conhecer a história para que erros do passado não se repitam no futuro. Reforce que o diálogo aberto sobre esse tema é essencial para a formação de uma sociedade mais consciente e justa.

Dicas:

– Incentive os alunos a trazerem relatos de suas famílias sobre a ditadura, se possível.
– Crie um ambiente acolhedor para que os alunos se sintam à vontade para expor suas opiniões e sentimentos sobre o tema.
– Utilize ferramentas digitais para enriquecer ainda mais a aprendizagem, como podcasts e vídeos, que podem ser explorados na aula.

Texto sobre o tema:

O período da ditadura civil-militar no Brasil, que se estendeu de 1964 até 1985, é um dos capítulos mais controversos e debatidos na história do país. Neste intervalo, instaurou-se um regime de repressão que resultou em graves violações de direitos humanos. Com o golpe militar, diversos segmentos da sociedade foram submetidos a censuras e perseguições. Milhares de brasileiros foram presos, torturados e mortos pela brutalidade do regime, e muitos outros ficaram sem respostas sobre o destino de seus entes queridos.

A cultura também foi severamente atingida, pois a censura impediu a livre expressão artística, levando artistas a se exilar ou a criar obras que dessem conta da repressão. Este contexto não se limita ao campo punidor, mas implica em uma procura constante pela memória e pela justiça, tanto para as vítimas quanto para a sociedade como um todo. Desde a redemocratização, há um esforço para resgatar esses relatos, compreender as cicatrizes que a historia deixou e trazer à tona a importância de não esquecer esse período sombrio.

Discutir a ditadura civil-militar é mais do que uma mera análise histórica; envolve uma conscientização sobre a importância da vigilância em relação aos direitos humanos. Hoje, práticas que buscam reparar e reabilitar a memória das vítimas são fundamentais para que a sociedade avance em direção a um futuro mais justo e democrático, onde a repetição de erros do passado possa ser evitada. A luta por justiça e memória é um compromisso coletivo que deve ser constantemente reavaliado e reconfigurado, de modo que todos possam coexistir em um ambiente de respeito e dignidade.

Desdobramentos do plano:

As discussões propostas neste plano de aula podem levar os alunos a analisar como diferentes partes da sociedade reagiram à repressão durante a ditadura civil-militar, promovendo um controle autoritário sobre a população e um silenciamento de vozes. Através de debates e atividades colaborativas, espera-se que os alunos não só compreendam o impacto histórico dessa época, mas também percebam a relevância da história no contexto atual, destacando a continuidade da luta pelos direitos humanos.

A intersecção entre o passado e o presente apresenta um espaço fértil para que os alunos considerem suas próprias responsabilidades no fortalecimento da democracia e do respeito às diferenças. As reflexões podem se desdobrar em envolvimento em iniciativas locais que defendam direitos humanos, contribuindo para um entendimento mais amplo da cidadania ativa. Este engajamento pode se tornar uma experiência transformadora, inspirando ações que reflitam um compromisso contínuo com a justiça social.

Por fim, este plano de aula não apenas proporciona uma compreensão do passado, mas também incentiva a formação de cidadãos críticos e atuantes. Ao assimilar práticas de resistência estudadas e aplicar essas lições nas suas vidas diárias, os alunos se tornam agentes de mudança. O entendimento do papel histórico e ético da nossa sociedade é essencial para garantir que esse conhecimento não se perca, e que, por meio da educação, possamos construir um futuro mais positivo e inclusivo para todos.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que a aula seja conduzida em um ambiente respeitoso e acolhedor, onde os alunos se sintam seguros para expressar suas opiniões e sentimentos sobre um tema tão sensível como a ditadura civil-militar. A metodologia escolhida deve favorecer a troca de saberes e permitir que os alunos analisem criticamente tanto o contexto histórico como as consequências atuais.

O professor pode atuar como mediador, estimulando a participação de todos e garantindo que as vozes dos alunos sejam ouvidas. Também é importante estar preparado para lidar com reações emocionais, pois a discussão sobre a violação de direitos humanos pode despertar memórias e sentimentos intensos. Neste sentido, a abordagem deve sempre prezar pelo respeito e pela empatia.

Além disso, o uso de recursos multimídia pode enriquecer a experiência de aprendizagem e proporcionar um espaço para que os alunos se conectem de forma mais humana à história. Incentivar o uso de tecnologia pode ser uma forma de engajar ainda mais os alunos, oferecendo-lhes diferentes formas de acesso ao conhecimento. Por fim, é fundamental fazer um fechamento da aula que permita que os alunos se levem uma reflexão sobre a importância da memória, da justiça e da vigilância em relação aos direitos humanos no presente.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Teatro de Sombras: Usar a técnica do teatro de sombras para representar os eventos da ditadura civil-militar. O objetivo é demonstrar a opressão e a resistência através de representações visuais. Os alunos podem criar as figuras e roteiros.
2. Caça ao Tesouro da Memória: Os alunos devem pesquisar personagens, lugares e eventos importantes da ditadura, criando pistas para um jogo de caça ao tesouro na escola. Essa atividade pode incluir aprendizado lúdico e pesquisa.
3. Jogo de Perguntas e Respostas: Criar um quiz sobre o período da ditadura, apresentando questões e opções de respostas. Essa abordagem é dinâmica e permite que os alunos aprendam de forma interativa.
4. Mural da Memória: Desenvolver um mural em sala de aula com fotos e textos sobre a ditadura e suas consequências. Os alunos podem contribuir com colagens, fotos e informações que encontrarem, tornando o mural um espaço vivo de aprendizado.
5. Roda de Conversa com Convidado: Convidar uma pessoa que viveu a ditadura civil-militar para uma roda de conversa. Isso ajuda a humanizar a história e proporciona um aprendizado mais empático e direto sobre os impactos da repressão.

Esta proposta amplia as possibilidades de exploração do tema da ditadura civil-militar no Brasil, permitindo que os alunos se conectem com o passado e compreendam a importância de defender e promover os direitos humanos em sua vida cotidiana. Com isso, espera-se não só educar sobre a história, mas também formar cidadãos conscientes e engajados na construção de um futuro melhor.

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