“Ensine o Nojo: Plano de Aula Lúdico para Crianças de 5 a 6 Anos”

A proposta deste plano de aula é trabalhar o sentimento do nojo com crianças na faixa etária de 5 a 6 anos, promovendo uma melhor compreensão e gestão desse sentimento. O objetivo é ajudar os pequenos a reconhecerem e externarem suas sensações em relação a situações que possam causar desconforto, de forma lúdica e educativa. A abordagem deverá ser sensível e adequada à faixa etária, respeitando o universo imaginativo e as experiências já vividas pelas crianças, sempre com o apoio do educador.

O tema do nojo poderá ser trabalhado por meio de atividades que estimulem a percepção corporal, a expressão de sentimentos e a comunicação com os colegas. A ideia é criar um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças possam compartilhar suas experiências e sentimentos, desenvolvendo habilidades essenciais para o convívio social e emocional.

Tema: Nojo
Duração: 50 min
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças bem pequenas
Faixa Etária: 5 a 6 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar às crianças a oportunidade de reconhecer e expressar o sentimento de nojo, entender suas origens e discutir formas de lidar com ele por meio de atividades lúdicas e interativas.

Objetivos Específicos:

– Promover a comunicação entre as crianças sobre sentimentos relacionados ao nojo.
– Estimular a empatia e solidariedade nas interações.
– Desenvolver a consciência corporal e a expressão de emoções.
– Incentivar a criatividade e o compartilhamento de experiências pessoais.

Habilidades BNCC:

– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
– (EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos.

Materiais Necessários:

– Fantoches de luva ou dedo.
– Cartolinas e materiais de pintura (tintas, pincéis, canetinhas).
– Revistas ou imagens diversas para colagem.
– Bonecos ou figuras que representem diferentes ações ou expressões faciais.
– Espaço para atividades motoras.

Situações Problema:

Durante a aula, o educador pode apresentar situações em que os personagens dos fantoches enfrentam “nojo”. Por exemplo: um boneco que come algo que não gosta ou que se depara com uma situação que o faz sentir nojo. A proposta é ver como os colegas reagem e o que fariam nessa situação.

Contextualização:

O sentimento de nojo pode surgir em diversas situações do cotidiano, como quando algo está sujo, malcheiroso ou é mostrado de maneira que a criança não se sinta confortável. Essa emoção, embora negativa, é essencial para a preservação e proteção do corpo. Ao entender o que provoca esse sentimento, os pequenos poderão se expressar melhor e estabelecer limites de maneira saudável.

Desenvolvimento:

1. Abertura com diálogo: O educador começa a aula perguntando às crianças se já sentiram nojo e quando isso aconteceu. Criar um espaço de diálogo aberto ajuda a estabelecer uma conexão entre as experiências do dia a dia e o sentimento em questão.
2. Apresentação de fantoches: Utilizar fantoches para encenar situações que provocam nojo, como um boneco que come algo azedo ou que está sujo. Isso traz leveza ao tema e permite que as crianças identifiquem o sentimento através de uma interpretação lúdica.
3. Atividade de pintura: As crianças poderão desenhar algo que representam o nojo para elas, seja um alimento ruim ou uma situação desconfortável. Isso estimula a expressão artística e a conexão com suas emoções.
4. Jogo de expressões: Usar figuras ou bonecos para representar reações de nojo. As crianças devem imitar as expressões e discutir porque as escolheram. Essa atividade promove o reconhecimento de emoções em si e nos outros.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: O Fantoche do Nojo
Objetivo: Compreender o nojo através da brincadeira.
Descrição: Usar fantoches para representar situações que provocam nojo. As crianças devem sugerir outras situações.
Instruções: Os alunos interagem com o fantoche, que se depara com a situação de nojo, e reagem a ele. O educador vai guiando essa interação.
Materiais: Fantoches.

Atividade 2: Pintando o Nojo
Objetivo: Estimular a expressão artística ao representar sentimentos.
Descrição: As crianças desenham ou pintam o que sentem quando experimentam nojo.
Instruções: Conversar sobre experiências pessoais e, em seguida, usar materiais para desenhar. A ideia é que as crianças se sintam à vontade para criar.
Materiais: Pinturas, colagens.

Atividade 3: Jogo das Emoções
Objetivo: Identificar e expressar emoções.
Descrição: Mostrar imagens com diferentes expressões e as crianças devem imitar e dizer quando se sentiram assim.
Instruções: O educador apresenta figuras de expressões e as crianças devem imitar com o corpo e a voz.
Materiais: Imagens de expressões faciais.

Atividade 4: História do Nojento
Objetivo: Criar uma narrativa sobre o nojo.
Descrição: Através de uma história guiada, as crianças participam contando o que o personagem sente.
Instruções: O educador inicia contando a história e, ao longo do caminho, as crianças podem intervir e contar o que acham que o personagem deve fazer.
Materiais: Bonecos representando personagens.

Atividade 5: Parlamento do Nojo
Objetivo: Estimular a discussão e a empatia.
Descrição: As crianças, em formato de grupo, falam sobre o que causa nojo e como resolver a situação.
Instruções: Cada criança tem a chance de expressar de forma respeitosa o que sente e discutir soluções.
Materiais: Espaço para sentar em círculo.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, reunir as crianças para compartilhar experiências e aprendizados. O educador pode guiar a discussão levantando questões como “O que aprendemos sobre o nojo?” e “Como podemos lidar com esses sentimentos?”.

Perguntas:

– O que é nojo para você?
– Já experimentou algo que te deu nojo? O que foi?
– Como você se sentiu nessa situação?
– O que você poderia fazer para se sentir melhor?

Avaliação:

A avaliação deve ser contínua, observando a participação das crianças nas atividades, como elas expressam suas emoções e como se comportam nas interações. Feedbacks informais podem ser dados durante e após as atividades.

Encerramento:

Finalizar a aula refletindo sobre o que foi aprendido e a importância de expressar sentimentos. Reforçar que o nojo é um sentimento normal e que é importante saber como lidar com ele. Sugerir que em casa, elas contem sobre suas experiências e o que aprenderam.

Dicas:

– Criar um ambiente acolhedor para que as crianças sintam-se à vontade para se expressar.
– Utilizar recursos visuais e táteis para facilitar a compreensão do tema.
– Ser sensível às reações das crianças, adaptando as atividades conforme necessário.

Texto sobre o tema:

O nojo é uma emoção evolutiva que desempenha um papel crucial na proteção de nossa saúde. Ao longo da vida, este sentimento é frequentemente associado a experiências negativas, como o contacto com substâncias sujas ou alimentos estragados. O nojo pode ser uma resposta natural a coisas que nosso cérebro associa a risco, como bactérias e doenças. Para as crianças, aprender a identificar e ao mesmo tempo gestionar o nojo é fundamental para o desenvolvimento de uma autoestima saudável e para um convívio social harmonioso.

A maneira como cada um lida com o nojo pode variar de indivíduo para indivíduo e isso se origina em grande parte de nossas experiências pessoais. Crianças, em especial, são muito sensíveis aos sentimentos de outras pessoas e a situações ao seu redor. Por essa razão, é importante que, desde cedo, desenvolvam habilidades de comunicação que lhes permitam expressar quando algo causa desconforto ou nojo. Essas interações ajudam a construir empatia e solidariedade entre os pequenos, permitindo que eles compreendam mais a fundo os desafios emocionais dos colegas.

Além disso, trabalhar o nojo nas atividades escolares proporciona um espaço seguro para que os pequenos aprendam a lidar com suas emoções num contexto lúdico. As histórias, jogos e atividades criativas oferecem ferramentas eficazes para que eles possam reinterpretar a sensação de nojo de maneira mais amigável e menos opressora. Tornar essa emoção parte de uma narrativa divertida e envolvente pode desmistificá-la, dando aos alunos maior segurança para expressar suas inseguranças e limites no futuro.

Desdobramentos do plano:

Esse plano tem a possibilidade de evoluir para diversas atividades interdisciplinares que toquem nos temas da higiene, da saúde e das emoções. Uma extensão natural poderia incluir aulas práticas sobre higiene, onde a experiência do nojo poderia ser ligada à importância de manter os ambientes e as mãos limpas, contribuindo para o bem-estar das crianças e prevenindo doenças. Isso ajuda a fortalecer a percepção das crianças sobre o que causa nojo e como isso se relaciona com os cuidados que devem ter consigo mesmas e com o próximo.

Além disso, algumas saídas para locais que permitem uma exploração do tema, como um jardim ou uma horta escolar, podem ajudar as crianças a perceberem de maneira prática e divertida o impacto do nojo, por exemplo, ao observar insetos ou plantas que podem causar repulsa. Essa experiência ao ar livre também contribui para o desenvolvimento da curiosidade e do respeito pela natureza, aprofundando a conexão das crianças com o ambiente em que vivem.

Por fim, criar um mural de sentimentos na sala de aula pode se tornar um espaço onde as crianças possam expressar o que sentem. Além do nojo, outros sentimentos podem ser representados através de desenhos ou colagens, promovendo um entendimento mais profundo das emoções e de como elas são válidas, despertar a empatia entre os colegas e permitir um diálogo contínuo sobre o que significa estar triste, alegre, assustado ou até nojento. Essas práticas podem criar um ambiente escolar mais saudável, onde todos se sentem seguros para expressar suas emoções e aprender a lidar com elas.

Orientações finais sobre o plano:

Ao desenvolver este plano, é fundamental lembrar que cada criança possui experiências e sensações únicas. O educador deve ser sensível e flexível, ajustando as atividades conforme necessário para atender às necessidades específicas de sua turma. Promover um ambiente acolhedor é essencial, garantindo que todas as crianças tenham espaço para se expressar e partilhar suas experiências sem medo de julgamento.

É importante reforçar que o diálogo aberto sobre emoções deve se tornar uma prática cotidiana na sala de aula. Desde as pequenas interações até a exploração de sentimentos mais complicados como o nojo, todas as experiências valem a pena ser discutidas, pois isso ajuda as crianças a desenvolverem empatia e uma compreensão mais abrangente dos sentimentos humanos. Incentivar a fala sobre experiências próprias relacionadas ao nojo permite que as crianças se sintam compreendidas e a ajudem a lidar melhor com situações semelhantes.

Por fim, a proposta desta aula é acima de tudo a promoção do autoconhecimento. A educação emocional deve estar presente em todas as etapas do desenvolvimento infantil, pois esse é um legado que ajudará as crianças a dominar não apenas suas próprias emoções, mas também a entender e respeitar as emoções dos outros. Dessa forma, contribuirá para a formação de indivíduos mais conscientes e solidários, formando não somente alunos, mas cidadãos mais empáticos.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo dos Sentidos:
Objetivo: Aumentar a familiaridade com objetos e experiências que causam nojo.
Descrição: Montar estações sensoriais com materiais que provocam nojo, como gelatina, biscoitos esfarelados e alimentos com texturas diferentes. As crianças devem explorar e expressar como se sentem.
Materiais: Diferentes alimentos e objetos.

2. Teatro do Nojo:
Objetivo: Representar situações de nojo para realizar uma reflexão conjunta.
Descrição: As crianças se revezam para atuar em pequenos grupos, encenando situações nas quais o nojo é experimentado e como lidar com isso.
Materiais: Roupas e acessórios para encenação.

3. Contação de Histórias:
Objetivo: Desenvolver a oralidade e a imaginação.
Descrição: Criar e contar uma história sobre uma aventura envolvendo comida estranha que causa nojo, evidenciando a superação dessa emoção.
Materiais: Figuras representativas.

4. Dança do Nojo:
Objetivo: Trabalhar o movimento e a expressão corporal.
Descrição: Fazer uma dança onde as crianças imitam movimentos esquisitos de algo que as faz sentir nojo, como a dança do “lodo” ou “lama”.
Materiais: Espaço para dançar.

5. Sementes de Empatia:
Objetivo: Aprender sobre o cuidado e como o nojo pode ser superado por meio da empatia.
Descrição: Atividade ao ar livre onde as crianças plantam sementes, e conversam sobre como as plantas e a natureza oferecem situações que geram nojo, mas que também podem ser belas e gratificantes.
Materiais: Sementes e vasos.

Essas atividades lúdicas são ideais para abordar o nojo de uma maneira interativa e divertida, promovendo aprendizado e desenvolvimento emocional nas crianças.

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