“Desenvolvendo Interação Discursiva no 8º Ano: Plano de Aula”
A interação discursiva é uma habilidade essencial no processo de ensino-aprendizagem, que permite que os alunos desenvolvam competências de comunicação e argumentação em diferentes contextos. Neste plano de aula, a proposta é estimular a análise crítica e a produção textual dos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, integrando atividades voltadas para a diversidade de gêneros textuais e a reflexão sobre a construção de sentidos nas interações orais e escritas. Por meio das atividades, será possível promover a cidadania ativa, quatro ações e reflexões que estimulem os jovens a compartilhar suas opiniões e a perceber a importância do diálogo respeitoso, além de compreender como as diferentes vozes são representadas na comunicação.
Tema: Interação Discursiva
Duração: 45 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º Ano
Faixa Etária: 13 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a habilidade de interação discursiva, fomentando o respeito às diferentes opiniões e a construção de uma argumentação consistente nos alunos do 8º ano.
Objetivos Específicos:
– Promover discussões sobre diferentes pontos de vista em relação a temas polêmicos, desenvolvendo a habilidade de ouvir e respeitar opiniões divergentes.
– Ensinar a construir argumentos e contra-argumentos de forma clara e coesa, utilizando os conhecimentos sobre coesão e coerência textual.
– Estimular a reflexão crítica sobre diferentes maneiras de se expressar e a influência do discurso na formação de opiniões.
Habilidades BNCC:
– (EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e articuladores de coesão que marquem relações de oposição, contraste, exemplificação, ênfase.
– (EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções.
– (EF08LP20) Comparar propostas políticas e de solução de problemas, identificando o que se pretende fazer/implementar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, benefícios e consequências esperados), como (ações e passos), quando etc.
Materiais Necessários:
– Quadro-branco e marcadores.
– Folhas para anotações.
– Exemplos de artigos de opinião e outros gêneros textuais.
– Recursos audiovisuais, como vídeos curtos que apresentem debates ou discussões sobre temas atuais.
– Materiais de pesquisa (tablets ou computadores, se disponíveis).
Situações Problema:
1. Como a escolha das palavras e a estrutura dos argumentos afetam a persuasão de um texto?
2. De que forma ouvimos e respeitamos opiniões diferentes nas discussões?
Contextualização:
Iniciar a aula com uma breve reflexão sobre a importância da comunicação e da troca de ideias na sociedade contemporânea. Propor que os alunos compartilhem experiências nas quais a opinião deles tenha sido desafiada ou que ele tenha mudado sua visão sobre algo devido a um diálogo. Destacar que a interação discursiva é fundamental não apenas em sala de aula, mas também em diversas esferas da vida social.
Desenvolvimento:
1. Abertura da Aula: Apresentar um vídeo curto sobre um debate atual, incentivando os alunos a prestar atenção nas argumentações apresentadas.
2. Discussão Inicial: Após o vídeo, conduzir uma roda de conversa em que os alunos possam expressar suas opiniões sobre o tema apresentado, destacando a necessidade de respeitar as opiniões alheias.
3. Análise Crítica: Apresentar diferentes textos de opinião sobre o mesmo tema (por exemplo, sobre a importância do meio ambiente). Os alunos devem identificar os argumentos e contra-argumentos e discutir em grupo sobre a eficácia e a persuasão dos textos.
4. Construção de Argumentos: Pedir para que cada aluno elabore um pequeno texto de opinião sobre um tema de sua escolha, utilizando pelo menos três argumentos, respeitando a estrutura de coesão e coerência textual.
5. Apresentação e Feedback: Permitir que alguns alunos apresentem seus textos para a turma, incentivando o feedback coletivo.
Atividades sugeridas:
– Dia 1:
Objetivo: Introduzir o tema e a dinâmica da aula.
Descrição: Exibir um vídeo de um debate sobre um tema atual.
Instruções: Assistir ao vídeo e discutir em grupo.
Materiais: Vídeo.
– Dia 2:
Objetivo: Identificar argumentos e contra-argumentos em textos.
Descrição: Distribuir textos de opinião e promover uma discussão em grupo.
Instruções: Ler os textos e discutir qual texto foi mais convincente e por quê.
Materiais: Textos de opinião.
– Dia 3:
Objetivo: Construir textos de opinião baseados em temas escolhidos pelos alunos.
Descrição: Cada aluno deve elaborar seu artigo de opinião.
Instruções: Escrever um texto de pelo menos 200 palavras.
Materiais: Peças de papel e caneta.
– Dia 4:
Objetivo: Apresentar textos de opinião e coletar feedback.
Descrição: Apresentar o texto para a turma.
Instruções: Escolher colegas para ler seus textos e dar feedback construtivo.
Materiais: Textos escritos.
– Dia 5:
Objetivo: Revisar e melhorar os textos de opinião.
Descrição: As vendas e melhorar os textos com base no feedback recebido.
Instruções: Fazer as correções necessárias e apresentar versões finais.
Materiais: Textos revisados em papel.
Discussão em Grupo:
– Por que é importante respeitar opiniões diferentes?
– Como podemos utilizar a linguagem de forma eficiente para persuadir?
– Qual é a diferença entre debater e discutir?
Perguntas:
1. Você acha que seus argumentos foram convincentes? Por quê?
2. Qual é a importância de saber ouvir os outros?
3. Como a escolha de palavras pode alterar a mensagem que queremos transmitir?
Avaliação:
A avaliação será realizada com base na participação do aluno nas discussões, na compreensão dos textos analisados e na qualidade da produção textual elaborada, levando em consideração a argumentação e a coesão textual.
Encerramento:
Finalizar a aula com uma reflexão sobre a importância da participação ativa na construção de opiniões e o respeito às diversidades. Incentivar os alunos a continuarem praticando suas habilidades de argumentação em suas vidas diárias.
Dicas:
– Estimular a participação de todos os alunos, garantindo que todos tenham espaço para opinar.
– Utilizar exemplos contemporâneos que reflitam a realidade dos alunos, tornando a discussão mais relevante.
– Incentivar a pesquisa adicional sobre temas que possam interessar à turma, ampliando a diversidade nas discussões.
Texto sobre o tema:
A interação discursiva é um elemento fundamental na cultura contemporânea, pois possibilita a troca de ideias, a construção de argumentos e a formação de opiniões. Em um mundo onde as informações são disseminadas rapidamente por meio das redes sociais e dos meios de comunicação, a capacidade de se expressar de maneira clara e respeitosa é essencial. Para isso, é importante garantir que a comunicação seja não apenas uma forma de transmitir informações, mas também uma ferramenta de construção coletiva que favoreça a convivência harmônica e o respeito às diferenças.
A prática da interação discursiva permite que os indivíduos desenvolvam habilidades que vão além da simples troca de opiniões. Ela requer uma escuta ativa e uma análise crítica dos argumentos apresentados, levando os indivíduos a refletirem sobre suas próprias crenças e a reconsiderarem pontos de vista. Assim, a interação não acontece apenas no nível superficial da conversa; ela gera um espaço onde é possível abordar questões complexas e controversas e desenvolver a capacidade de argumentação. Essa habilidade não apenas fortalece a formação dos indivíduos como cidadãos ativos, mas também enriquece o debate democrático e o respeito às demais vozes presentes na sociedade.
Portanto, a interação discursiva deve ser vista como uma prática indispensável nos ambientes escolares, pois prepara os estudantes para um mundo onde a pluralidade de opiniões é constante. Ao ensinar os alunos a se comunicarem efetivamente, a escola se torna um local onde a formação de cidadãos críticos e conscientes é fomentada, potencializando a mudança social e a promoção da justiça.
Desdobramentos do plano:
A interação discursiva pode gerar desdobramentos importantes não apenas na sala de aula, mas também nas relações interpessoais dos alunos fora dela. Ao trabalhar questões de respeito e argumentação, é possível que os estudantes se tornem mais empáticos e conscientes da necessidade de dialogar. Esses desdobramentos podem se manifestar em ambientes familiares, sociais e até em contextos mais amplos, como o debate público sobre questões sociais e políticas, onde a voz dos jovens se torna cada vez mais relevante.
Além disso, a prática constante de interação também é capaz de melhorar a autoestima dos alunos. Quando se sentem à vontade para expressar suas opiniões e veem que suas ideias são ouvidas e consideradas, os alunos tendem a desenvolver uma autoconfiança maior. Isso é essencial no processo de formação de cidadãos críticos, que serão capazes de se posicionar e atuar de maneira proativa na sociedade, influenciando mudanças sociais e políticas de maneira construtiva.
Finalmente, o aprendizado sobre interação discursiva contribui para que as futuras gerações estejam mais preparadas para viver em um mundo dinâmico e em constante mudança. Ao instigar a capacidade de dialogar e de se relacionar com os outros, a educação forma cidadãos que compreendem a importância de estar abertos à troca de ideias, assim como da necessidade de argumentar com responsabilidade e ética. Assim, não somente os alunos beneficiam-se aqui; mas o conjunto da sociedade se torna mais forte quando seus integrantes são educados na prática do diálogo.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que os educadores estejam cientes da importância de promover espaços para a interação discursiva nas aulas de português. Criar um ambiente seguro e acolhedor é crucial para que os alunos se sintam confortáveis ao expressar suas opiniões. Portanto, os professores devem considerar a diversidade de vozes em sala de aula e encorajar a participação de todos os estudantes, independentemente de suas experiências e habilidades de comunicação.
Outro ponto importante é a capacidade do educador em mediar as discussões, assegurando que os alunos não apenas falem, mas também ouçam e respeitem as contribuições dos colegas. Em um ambiente onde a divergência é tratada com respeito, os alunos aprendem que a diferença de opinião não é algo a ser temido, mas sim uma oportunidade de crescimento e apreendimento mútuo.
Por fim, ao implementar atividades relacionadas à interação discursiva, é importante que os educadores estejam dispostos a avaliar não apenas a produção escrita dos alunos, mas também as discussões orais em sala de aula. A avaliação deve ser holística e focar no desenvolvimento das habilidades de argumentação, escuta ativa e respeito à diversidade de opiniões. O impacto positivo que isso terá nas salas de aula e na formação dos alunos ultrapassa o espaço escolar, criando um efeito multiplicador que se estende à comunidade em que os estudantes estão inseridos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo de Debates: Organize os alunos em grupos para realizar debates sobre temas atuais. Cada grupo deve ser responsável por defender um ponto de vista, com limite de tempo. Estimule a pesquisa prévia e o uso de dados e argumentos. Ao final, promova um espaço de aprendizado sobre as diferentes perspectivas apresentadas.
2. Círculo do Respeito: Proponha um exercício em que os alunos se sentem em círculo e, ao seu turno, devem compartilhar uma opinião sobre um tema à escolha, respeitando o tempo de fala e ouvindo atentamente os colegas. Após todos falarem, discuta a diversidade de opiniões.
3. Criação de Cartazes de Opinião: Divida a turma em grupos e peça que criem cartazes com suas opiniões sobre um determinado assunto, utilizando imagens, frases e palavras-chave. Os cartazes podem ser expostos na sala ou no corredor da escola, incentivando o diálogo.
4. Roda de Poesia e Prosa: Realize uma roda de leitura onde os alunos trazem textos de opinião ou poesias que refletem suas visões de mundo. Após a leitura, promova discussões sobre as temáticas trazidas, permitindo que todos se expressem de forma criativa.
5. Teatro do Oprimido: Inspire-se nos métodos do Teatro do Oprimido para criar cenas que retratem situações de discriminação ou desacordo nas opiniões. Os alunos devem improvisar soluções, promovendo discussões sobre como agir em situações desafiadoras.

