“Desenvolvendo Crianças: A Magia da Contação de Histórias”
A contação de histórias é uma prática essencial no desenvolvimento das crianças, especialmente na faixa etária de 4 a 5 anos. Por meio dessa atividade, é possível despertar a imaginação, além de promover a empatia e o entendimento entre os pequenos. A narrativa se torna uma ponte entre o mundo real e o universo da fantasia, permitindo que as crianças explorem suas próprias emoções e sentimentos. Este plano de aula visa abarcar a riqueza da contação de histórias, criando um ambiente lúdico e educativo que proporciona experiências significativas.
Neste plano, abordaremos a contação de histórias de forma integrada, buscando desenvolver diferentes habilidades das crianças por meio de uma abordagem prática e interativa. As histórias escolhidas vão permitir que as crianças se sintam parte da narrativa, estimulando a criatividade e o encantamento que as histórias podem proporcionar. As atividades propostas visam enriquecer a vivência da criança na educação infantil, promovendo não apenas o aprendizado, mas também a socialização e a autoestima.
Tema: Contação de História
Duração: 1 aula
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver habilidades de escuta e compreensão a partir da contação de histórias, promovendo a expressão de sentimentos e a interação social entre as crianças.
Objetivos Específicos:
– Estimular a empatia e o interesse pela narrativa.
– Fomentar a comunicação verbal através de perguntas e discussões sobre a história.
– Criar ambientes de expressão de sentimentos em relação aos personagens e contextos apresentados.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
Materiais Necessários:
– Livros ilustrados adequados à faixa etária.
– Bonecos ou fantoches que representem os personagens da história.
– Materiais para desenho, como papel, lápis de cor, giz de cera e tintas para atividades de expressão.
– Um espaço confortável para a contação das histórias, que pode ser cercado de almofadas ou tapetes para o conforto das crianças.
Situações Problema:
– Como os diferentes sentimentos dos personagens influenciam a história?
– O que você faria se estivesse no lugar do personagem?
– Quais seriam as suas ações se você encontrasse um personagem da história na vida real?
Contextualização:
A contação de histórias é uma atividade que se insere no cotidiano das crianças, permitindo-lhes se conectar emocionalmente com a narrativa. Além de fortalecer a comunicação, a exploração de histórias promove a criatividade e o pensamento crítico. Ao ouvir e recontar, as crianças não apenas absorvem as informações, mas também as reinterpretam, permitindo que sua própria história interior floresça.
Desenvolvimento:
Inicialmente, o professor deve escolher uma história clara e visualmente rica para atrair a atenção das crianças. A leitura pode ser pontuada com questionamentos, incentivando a participação das crianças e estimulando a empatia. Após a história, deve-se abrir um espaço para que as crianças expressem como se sentiram em relação aos personagens e à trama, reforçando a construção de um ambiente respeitoso e acolhedor.
Atividades Sugeridas:
1. Atividade 1 – Hora da História
*Objetivo:* Introduzir a narrativa e estimular a escuta.
Descrição: O professor lê uma história envolvente, utilizando entonação e variações de voz. Durante a leitura, faz pausas estratégicas para perguntas, como: “O que você acha que irá acontecer agora?” Material: Livro ilustrado.
Adaptação: Crianças tímidas podem ser incentivadas a responder de forma escrita ou desenhando sua interpretação.
2. Atividade 2 – Expressando Personagens
*Objetivo:* Criar uma conexão emocional com os personagens.
Descrição: Após a leitura da história, cada criança escolhe um personagem para representar. Usando fantoches ou bonecos, elas devem reencenar partes da história. Material: Fantoches e bonecos.
Adaptação: Para crianças que não querem se expor, os outros colegas podem participar como “narradores”.
3. Atividade 3 – Desenho da Emoção
*Objetivo:* Permitir que as crianças expressem visualmente suas emoções.
Descrição: Após a história, cada criança desenha uma cena que mais lhe marcou. Em seguida, elas podem compartilhar seus desenhos com a turma. Material: Papel e lápis de cor.
Adaptação: Crianças que têm dificuldades motoras podem usar tintas ou materiais de colagem.
4. Atividade 4 – Criando uma Nova História
*Objetivo:* Estimular a criatividade e a colaboração.
Descrição: As crianças devem trabalhar em grupo para criar uma nova história utilizando os mesmos personagens da história lida. Cada criança pode contribuir com uma ideia para a trama. Material: Papel e canetas.
Adaptação: Para ajudar as crianças com dificuldades, o professor pode oferecer sugestões ou guiar a conversa.
5. Atividade 5 – Contando ao Vento
*Objetivo:* Estimular a oralidade e a confiança.
Descrição: O professor organiza um espaço ao ar livre onde as crianças podem contar suas próprias histórias para o “vento”. Cada uma deve compartilhar com um colega. Material: Nenhum, apenas o ambiente.
Adaptação: Crianças envergonhadas podem contar suas histórias apenas para o professor, que realizará um feedback encorajador.
Discussão em Grupo:
Após as atividades, será promovida uma roda de conversa onde todos poderão compartilhar suas experiências. O foco será discutir o que aprenderam com as histórias, quais emoções foram despertadas e o que fariam se fossem os protagonistas das narrativas.
Perguntas:
– Como você se sentiu com a história?
– Qual personagem você gostaria de ser e por quê?
– O que você faria se pudesse mudar o final da história?
Avaliação:
A avaliação será contínua, observando a participação das crianças durante a contação, a qualidade das interações e a habilidade em se expressar. Os desenhos e histórias criadas também serão considerados, como registros do desenvolvimento da percepção e expressão dos sentimentos.
Encerramento:
Para encerrar a aula, o professor fará um resumo das principais histórias contadas, destacando o que foi aprendido. As crianças poderão também escolher uma música relacionada aos sentimentos discutidos, encerrando a atividade de maneira lúdica e alegre.
Dicas:
– Diversifique as histórias para promover experiências com diferentes culturas.
– Utilize elementos visuais, como fantoches ou objetos, para tornar a contação mais dinâmica.
– Esteja atento às reações das crianças para adaptar o ritmo e a profundidade das discussões.
Texto sobre o tema:
A contação de histórias é uma prática antiga, presente em diversas culturas ao redor do mundo, e desempenha um papel vital na educação infantil. Histórias têm o poder de transportar as crianças para mundos fantásticos, onde valores, lições de vida e experiências emocionais são vivenciados de uma forma que cativa e ensina. Narrar histórias permite que as crianças explorem suas emoções, realizando um exercício de autoentendimento e desenvolvimento social. É através de personagens e enredos que elas podem se identificar, refletir suas próprias vivências e até mesmo encontrar soluções para conflitos que possam enfrentar no dia a dia.
Além disso, a escuta ativa durante a contação de histórias promove habilidades essenciais como a atenção e a memória. A inclusão de diferentes gêneros textuais, que variam de fábulas a contos de fadas, instiga a curiosidade e a vontade de explorar novos temas. Cada história possui um convite à imaginação, permitindo que as crianças inventem seus próprios relatos, contribuindo para seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Ao se depararem com personagens que enfrentam desafios e emoções, elas aprendem sobre o mundo e sobre si mesmas, ampliando sua visão de mundo e desenvolvendo um olhar empático para as situações que as cercam.
A contação de histórias vai muito além do simples ato de ler para as crianças; é uma oportunidade de construir laços, fortalecer vínculos afetivos e criar memórias que influenciarão seu aprendizado ao longo da vida. Os momentos de interação, em que as crianças podem discutir e refletir sobre as narrativas, são fundamentais na formação de grupos coesos e respeitosos, onde cada voz é ouvida e valorizada. Direcionar a contação de histórias para promover a participação ativa e a expressão individual de cada criança é o caminho ideal para formar cidadãos mais críticos e solidários.
Desdobramentos do plano:
A contação de histórias pode ser uma atividade que se estenda além do ambiente de sala de aula, promovendo o envolvimento das famílias na construção do aprendizado das crianças. Os pais podem ser convidados a participar desse momento, trazendo suas histórias, ou mesmo contribuindo com livros e recursos. Essa interação favorece o desenvolvimento de um ambiente enriquecedor, onde as famílias atuam como ampliadoras do repertório cultural dos pequenos. Além disso, é um espaço muito propício para a valorização da diversidade cultural, permitindo que as crianças conheçam e respeitem diferentes tradições e modos de vida.
Outra possibilidade é a criação de um “Clube do Livro” na escola, onde as crianças poderão compartilhar suas histórias favoritas com os colegas de forma regular. Essa iniciativa não apenas estimula a leitura crítica, mas também a socialização, permitindo que cada criança se expresse e ganhe confiança em sua capacidade de contar histórias. O encontro do grupo pode girar em torno de temas específicos, investigando o que as crianças aprenderam sobre a vida e as interações, proporcionando um espaço de reflexão e aprendizado mútuo.
Finalmente, a inclusão da contação de histórias dentro das atividades extracurriculares reflete o quanto essa prática é rica e promissora. A criação de peças teatrais, com base nas histórias, oferece um jeito inédito de vivenciá-las, além de incentivar o trabalho em equipe e o desenvolvimento de habilidades expressivas e artísticas. Essa abordagem lúdica e interativa reforça a importância do aprendizado ativo e da comunicação entre a criança e o mundo ao seu redor, sempre respeitando o seu tempo e o seu ritmo de desenvolvimento.
Orientações finais sobre o plano:
Ao realizar a contação de histórias, é imprescindível que o professor esteja atento à resposta das crianças. A sensibilidade ao perceber se elas estão envolvidas ou se manifestam desinteresse serve como um guia para ajustar a abordagem. Portanto, a flexibilidade no roteiro é crucial, permitindo que sejam explorados temas que ressoam com as experiências das crianças. Esse ajuste faz com que cada contação se torne uma experiência única, adaptada ao grupo.
Cabe também destacar a importância de valorizarmos a diversidade nas histórias escolhidas. É essencial promover narrativas que apresentem personagens diversos, com vivências distintas e que reflitam a pluralidade que existe nas sociedades contemporâneas. Ao fomentar histórias de diferentes culturas, o educador estará contribuindo para a formação de um olhar mais respeitoso e acolhedor entre as crianças. Proporcionar essa diversidade é um passo fundamental para formarmos cidadãos mais conscientes e inclusivos.
Por fim, a contação de histórias deve sempre ser vista como uma ferramenta pedagógica poderosa. Ela não só ajuda as crianças a se conectarem mais profundamente com suas emoções, mas também as ensina a se comunicarem, a respeitarem a individualidade do outro e a ampliarem seus horizontes culturais. Através desse rico e atencioso processo, o professor formará não apenas pequenos ouvintes, mas grandes contadores de histórias capazes de transformar suas realidades e a dos seus colegas em narrativas inspiradoras e respeitosas.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Sombras
*Objetivo:* Explorar a narração através das marionetes e sombras.
*Materiais:* Lençóis brancos, lanternas e figuras de papel recortadas.
*Modo de Condução:* As crianças podem criar suas próprias histórias e apresentá-las em um teatro de sombras, onde utilizam as figuras recortadas e as lanternas para dar vida aos personagens.
2. Caminho da História
*Objetivo:* Construir um mural colaborativo.
*Materiais:* Papel kraft, tintas, pinceis e canetinhas.
*Modo de Condução:* Após a leitura da história, as crianças podem ilustrar partes da história em um mural coletivo, discutindo os momentos que mais gostaram.
3. Contadores em Dupla
*Objetivo:* Desenvolver a comunicação e o trabalho em equipe.
*Materiais:* Livros com histórias curtas.
*Modo de Condução:* As crianças são divididas em duplas e incentivadas a contar uma história uma para a outra, alternando entre um breve resumo e suas emoções relativas à narrativa.
4. Caixa de Sombras
*Objetivo:* Criar uma narrativa sonora.
*Materiais:* Caixa de papel, objetos que fazem sons (sininhos, papéis amassados, etc.).
*Modo de Condução:* As crianças podem colocar os objetos na caixa e escolher um deles para criar sons que representem diferentes eventos da história, promovendo uma experiência sensorial.
5. História ao Ar Livre
*Objetivo:* Desenvolver a criatividade em um espaço aberto.
*Materiais:* Um lençol ou tapete e um livro de histórias.
*Modo de Condução:* Levar as crianças para um espaço ao ar livre e fazer a contação de histórias em meio à natureza, estimulando a imaginação e observando a influência do ambiente nas narrativas.
Este plano é uma proposta rica e adaptável, promovendo o aprendizado por meio da contação de histórias, o que é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças pequenas. Através dessas abordagens, espera-se cultivar um amor pela literatura, uma mente aberta e um coração compreensivo.
