“Desenvolvendo Coordenação Motora Grossa em Crianças: Atividades Lúdicas”
A proposta do plano de aula a seguir é voltada para o desenvolvimento da coordenação motora grossa em crianças pequenas, com idades entre 4 e 5 anos e 11 meses. Por meio de atividades lúdicas e adaptadas, o objetivo é proporcionar experiências que estimulem a movimentação saudável e o controle motor, favorecendo não apenas o bem-estar físico, mas também o social e emocional. Esta abordagem, alinhada com as diretrizes da BNCC, busca promover a aprendizagem integral do aluno e o fortalecimento da sua identidade, respeitando suas características pessoais.
As actividades propostas neste plano são desenhadas para serem abrangentes e inclusivas, possibilitando que todas as crianças se sintam parte do processo e se desenvolvam em sua própria individualidade. As experiências proporcionadas visam ampliar a relação interpessoal, além de incentivar a valorização do corpo e o respeito pelas diferenças. Através do jogo e do movimento, os alunos poderão explorar suas capacidades e limites, integrando emoções junto às suas aprendizagens.
Tema: Coordenação Motora Grossa
Duração: 3 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 3 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a coordenação motora grossa das crianças, por meio de atividades lúdicas que estimulam o movimento, a socialização e o autocuidado.
Objetivos Específicos:
– Proporcionar experiências de movimento que favoreçam a percepção corporal.
– Incentivar a cooperação e a empatia em atividades em grupo.
– Estimular a expressão de sentimentos e emoções através do movimento.
– Desenvolver habilidades de autonomia e autocuidado nas crianças.
Habilidades BNCC:
– Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO02) Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO07) Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.
– Campo de experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções.
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos.
(EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.
Materiais Necessários:
– Bolas de diferentes tamanhos
– Cones ou qualquer material que possa ser utilizado para demarcar espaços
– Fitas adesivas coloridas
– Colchonetes ou tapetes macios
– Brinquedos que incentivem a movimentação (como bambolês, cordas, etc.)
– Música animada para momentos de dança e movimento
Situações Problema:
– Como podemos mover nosso corpo de maneiras diferentes?
– Como podemos trabalhar juntos para completar uma atividade?
– Quais são as diferentes formas de expressar sentimentos usando nosso corpo?
Contextualização:
As crianças pequenas estão em uma fase de intensa descoberta e exploração do próprio corpo e do espaço ao seu redor. A coordenação motora grossa é essenciais para o desenvolvimento de habilidades que impactam não somente a movimentação física, mas também a socialização e a expressão emocional. Por meio de atividades planejadas, pretende-se criar um ambiente que favoreça a interação e o aprendizado mútuo, onde as crianças possam se sentir seguras para experimentar novas formas de movimentar-se.
Desenvolvimento:
O desenvolvimento do plano será dividido em três partes, cada uma com duração de uma hora.
Primeira Hora: Abertura com atividades de aquecimento para introduzir o tema. Utilizar músicas e brincadeiras, como a “Dança das Cadeiras”, onde, ao final da música, as crianças devem encontrar um lugar para se sentar. Este momento é ótimo para a expressão de sentimentos, uma vez que as crianças podem discutir quem foram os últimos a se sentar e como se sentiram durante a atividade.
Segunda Hora: Atividades com materiais como bolas e cones. Formar circuitos de obstáculos que incentivem as crianças a rolar, pular e correr, utilizando os brasões de fita adesiva para demarcar espaços. Conversar sobre como cada movimento é importante para o nosso corpo e que todos têm um jeito especial de se movimentar.
Terceira Hora: Momento de relaxamento e reflexão. Após as atividades mais intensas, oferecer colchonetes ou tapetes onde os alunos possam relaxar enquanto ouvem uma história ou música suave. É uma oportunidade para conversar sobre o que aprenderam e como se sentiram durante as atividades.
Atividades sugeridas:
Dia 1: Aquecimento através da Dança
Objetivo: Iniciar o dia de forma divertida e movimentada.
Descrição: As crianças participarão de uma dança livre, criando seus próprios movimentos.
Instruções: Colocar uma música animada e permitir que cada criança se mova como desejar. Depois, peça que algumas crianças compartilhem seus movimentos com o grupo.
Materiais: Música animada.
Adaptação: Para crianças mais tímidas, crie grupos pequenos para que possam dançar juntas antes de se apresentarem para o restante da turma.
Dia 2: Circuito de Obstáculos
Objetivo: Trabalhar a coordenação motora grossa.
Descrição: Criar um circuito com cones, fitas e colchonetes.
Instruções: As crianças devem passar por todos os obstáculos proposta. Primeiro, demonstrar cada movimento e depois incentivar a tentativa por conta própria.
Materiais: Bolas, cones, fitas adesivas e colchonetes.
Adaptação: Ajustar a altura e a dificuldade dos obstáculos de acordo com as necessidades das crianças.
Dia 3: Jogos de Movimento
Objetivo: Estimular a socialização e cooperação.
Descrição: Brincadeiras em grupo como “Pega-Pega” ou “Estátua”.
Instruções: Organizar as crianças em grupos e explicar as regras de cada jogo.
Materiais: Espaço livre.
Adaptação: Formar duplas ou trios para que as crianças com dificuldades possam brincar em equipe.
Dia 4: Artes com Movimento
Objetivo: Associar movimento à expressão artística.
Descrição: As crianças vão fazer pinturas no chão com os pés, usando tintas.
Instruções: Liberar o espaço com um papel grande no chão e incentivar as crianças a se moverem livremente enquanto criam suas obras.
Materiais: Tintas, papéis grandes e aventais.
Adaptação: Para crianças que não gostam de tocar na tinta, oferecer pincéis e esponjas.
Dia 5: Roda de Conversa e Reflexão
Objetivo: Promover a reflexão sobre as atividades realizadas.
Descrição: Após as atividades, fazer perguntas abertas sobre o que mais gostaram e como se sentiram.
Instruções: Criar um espaço confortável para a roda e utilizar um objeto para passar enquanto cada criança compartilha suas impressões.
Materiais: Um objeto que possa ser passado entre as crianças.
Adaptação: Estimular as crianças mais tímidas a expressarem-se através de desenhos ou gestos.
Discussão em Grupo:
As discussões em grupo são fundamentais para que as crianças possam expressar suas opiniões, sentimentos e percepções. Pergunte a elas sobre quais atividades mais gostaram e por quê. Também incentive-as a compartilharem sentimentos que experimentaram durante as danças e jogos. Esta troca de experiências promoverá a empatia e reforçará a importância do respeito mútuo durante as interações.
Perguntas:
– Como você se sentiu quando estava se movendo?
– Qual foi a parte que você mais gostou nas atividades?
– O que você acha que podemos fazer juntos para nos divertir mais?
– Como seus movimentos podem expressar seus sentimentos?
Avaliação:
A avaliação será feita de forma contínua e observacional. O professor deve atentar-se ao envolvimento e à participação de cada criança nas atividades propostas, verificando como elas se expressam e interagem em grupos. As conversas e reflexões ao final das atividades também servirão como indicativos de como as crianças estão assimilando os conceitos apresentados.
Encerramento:
Finalizar a aula com um momento de agradecimento e valorização. É essencial reforçar que cada criança se movimentou de forma única e que é importante respeitar essas diferenças. Relembrar os sentimentos que vivenciaram e como isso pode influenciar na socialização e nas brincadeiras futuras, estimulando o interesse contínuo pelo movimento e pela interação.
Dicas:
– Sempre encorajar as crianças a se expressarem livremente, respeitando seus limites e a individualidade.
– Criar um ambiente seguro e acolhedor, onde cada criança se sinta à vontade para experimentar e aprender sem medo de errar.
– Utilizar músicas e ritmos variados para tornar as atividades mais dinâmicas e estimular a coordenação.
Texto sobre o tema:
A coordenação motora grossa é um aspecto fundamental durante a infância, pois está intimamente ligada à forma como as crianças interagem com o mundo ao seu redor. Através de movimentos amplos e variados, que envolvem músculos grandes do corpo, como correr, pular, dançar e escalar, as crianças desenvolvem habilidades que são cruciais para o aprendizado em diversas áreas. Quando proporcionamos experiências que exploram essa coordenação, estamos contribuindo para que elas desenvolvam não apenas a parte física, mas também a social, emocional e cognitiva.
Os movimentos motoras, quando realizados de forma lúdica, favorecem o entendimento das próprias limitações e conquistas, promovendo um senso de autoconfiança e autocuidado. Ao se movimentarem, as crianças sentem uma ampla gama de emoções, como alegria, desafio, empatia e até mesmo frustração. Isso tudo faz parte do processo de desenvolvimento humano.
Criar um ambiente rico em atividades que incentivam a coordenação motora grossa é uma maneira de prepará-las para o futuro, quando essas habilidades serão aplicadas em diversas situações do dia a dia e em contextos sociais, como jogos, esportes e relacionamento com amigos.
Desdobramentos do plano:
As atividades propostas no plano de aula para a coordenação motora grossa podem ser ampliadas através da inserção de atividades que incentivam o movimento em diferentes contextos e espaços. Por exemplo, após a semana de atividades dentro da sala de aula, é possível levar essas experiências para o campo ou parque, proporcionando um novo ambiente que estimula a curiosidade e a exploração. Essa mudança de cenário enriquece o aprendizado e contribui para a festa de sentidos e novas experiências que o contato com a natureza proporciona, favorecendo ainda mais a coordenar o corpo de forma mais ampla.
Além disso, as práticas podem ser incorporadas ao cotidiano da escola através de circuitos permanentes que as crianças possam acessar durante o dia. A criação de uma rotina de brincadeiras externas que envolvam movimentação permite que a prática da coordenação motora se torne uma parte fundamental do dia a dia, desenvolvendo mais habilidades enquanto elas se divertem e interagem com seus colegas. O envolvimento da família nas atividades também pode gerar um impacto positivo, pois, ao trazer as brincadeiras para casa, os pais ajudam a solidificar o aprendizado e a estimular ainda mais a motricidade das crianças.
Essas ações reforçam a importância de abordar a coordenação motora como um aspecto integral do desenvolvimento infantil. Incentivar a expressão através do corpo poderá ter um efeito transformador na forma como as crianças interagem com o mundo, proporcionando um espaço para que elas possam se sentir únicas e especiais dentro de uma coletividade que valoriza a diversidade e a cooperação.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar o plano de aula, é imprescindível que o educador esteja atento ao desenvolvimento de cada criança, observando suas especificidades e respeitando seu tempo de aprendizado. O papel do professor é fundamental, pois ele deve atuar como mediador e facilitador, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor onde todos se sintam parte do contexto. Estar disponível para ouvir as vivências das crianças após as atividades é crucial, já que essa troca de experiências valoriza cada um de seus relatos e sentimentos.
As interações entre as crianças também devem ser cuidadosamente orientadas. Incentivar o respeito às diferenças é essencial para fomentar um grupo coeso e uma convivência harmoniosa. Proporcionar situações que exijam colaboração vai ajudar a construir um senso de responsabilidade coletiva, onde as crianças aprendem que, juntos, podem alcançar muito mais do que sozinhos.
Por fim, as atividades de coordenação motora devem ser vistas como oportunidades valiosas de aprendizagem que ultrapassam o simples desenvolvimento físico. Encaminhar as crianças para que possam descobrir seus próprios limites enquanto se divertem, fazem amizades e desenvolvem empatia é um dos objetivos mais importantes na formação de um ser humano completo, capaz de respeitar a si mesmo e ao outro, respeitando também as diferenças culturais e sociais que o cercam.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. A Dança das Emoções
Objetivo: Trabalhar a expressão dos sentimentos através do movimento.
Descrição: As crianças devem criar seus próprios passos de dança, cada um representando uma emoção.
Materiais: Música variada, espaço livre.
Instruções: Cada criança deve ter a oportunidade de mostrar seu movimento e a emoção que ele representa. Os demais podem tentar imitar.
2. Jogos com Bolas
Objetivo: Melhorar a coordenação através do lançamento e recebimento de bolas.
Descrição: Organizar brincadeiras que envolvam arremessar e pegar bolas de diferentes tamanhos.
Materiais: Bolas de vários tamanhos e pesos.
Instruções: Criar desafios e trocar de parceiros para cada rodada das atividades.
3. Pistas de Corrida
Objetivo: Estimular o correr e pular.
Descrição: Montar uma pista de corrida com obstáculos que as crianças devem atravessar.
Materiais: Cones, cordas e colchonetes.
Instruções: Organizar em pequenas turmas e fazer corridas cronometradas para incentivo.
4. Pintura Corporal
Objetivo: Associar arte a expressões e movimento.
Descrição: As crianças vão pintar partes de seu próprio corpo ou as de seus amigos com tintas atóxicas.
Materiais: Tintas e aventais.
Instruções: Liberar um espaço amplo e encorajar