“Desenvolvendo a Identidade Infantil com o Projeto ‘Quem Sou Eu'”
A construção da identidade de uma criança é fundamental para seu desenvolvimento emocional e social. Através do projeto “Quem Sou Eu”, propomos um plano de aula que promove a autoexploração e a valorização das características individuais, ajudando as crianças a expressarem suas próprias identidades e a compreenderem melhor as diferenças entre os colegas. Esta atividade envolve a montagem de partes do rosto, permitindo que os alunos aprendam a conhecer seus próprios rostos e os de outras pessoas, reforçando a noção de individualidade e coletividade.
Este plano de aula é ideal para crianças pequenas, com idades entre 4 e 5 anos e 11 meses, e pode ser realizado em um tempo estimado de 50 minutos. A atividade foca na relação do eu com o outro, estimulando a empatia, a expressão e o reconhecimento das opiniões e sentimentos alheios por meio da montagem divertida e interativa de rostos.
Tema: Identidade – Projeto “Quem Sou Eu”
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 5 anos
Objetivo Geral:
Promover a reflexão sobre a identidade pessoal através da criação de rostos, utilizando a arte como meio de expressão e comunicação.
Objetivos Específicos:
– Incentivar a expressão de sentimentos por meio da montagem artística.
– Reconhecer as propriedades faciais únicas de cada indivíduo.
– Desenvolver a empatia e o respeito pelas diversidades entre as crianças.
– Fomentar a habilidade manual e a criatividade.
Habilidades BNCC:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Cartolinas de várias cores (para as partes do rosto)
– Tesouras (com segurança)
– Colas (em bastão e líquida)
– Canetas coloridas e lápis
– Espelhos (pequenos, um para cada grupo)
– Imagens de rostos diversos (revistas ou impressos para colagem)
– Animal de pelúcia ou bonecos para explorar diferentes expressões faciais
Situações Problema:
Como podemos expressar nossas emoções através de partes do rosto? Como as características faciais de cada um nos ajudam a entender quem somos e a quem pertencemos?
Contextualização:
A identidade é um tema central na formação dos indivíduos, especialmente na infância. Por meio do reconhecimento e valorização de características únicas, as crianças aprendem a respeitar e a aceitar as diferenças, desenvolvendo uma visão mais abrangente sobre si e sobre os outros. Esta atividade oferece um espaço seguro e lúdico para que as crianças possam explorar suas identidades de forma criativa.
Desenvolvimento:
1. Acolhida: Realizar uma roda de conversa onde todas as crianças se apresentam, falando seus nomes e uma caraterística que gostam em si mesmas. Aproveitar para introduzir o tema da aula sobre identidade.
2. Apresentação dos Materiais: Mostrar os diferentes materiais que serão utilizados, explicando cada um deles e incentivando a curiosidade dos alunos.
3. Demonstração da Atividade: Explicar como deverá ocorrer a montagem das partes do rosto. Cada aluno poderá escolher as partes que mais lhe agradam (nariz de papel, olhos desenhados, etc.) a fim de montar um rosto que represente suas características.
4. Montagem: Dividir as crianças em pequenos grupos para a confecção das montagens. Enquanto montam, o professor pode circular, conversando com as crianças sobre suas escolhas e sentimentos em relação ao que estão criando.
5. Apresentação dos Trabalhos: Cada grupo pode apresentar seu rosto montado, explicando as escolhas que fizeram e como se sentem em relação às características escolhidas.
Atividades sugeridas:
1. Montagem de Rostos
– Objetivo: Desenvolver a percepção da individualidade através de características faciais.
– Descrição: Usar cartolina para recortar diferentes partes do rosto (olhos, boca, nariz).
– Instruções: Os alunos devem colar as partes e colorir os rostos.
– Materiais: Cartolinas, tesouras, colas e lápis de cor.
– Adaptação: Fornecer modelos ou desenhos já prontos para crianças com dificuldade em recortar.
2. Brincadeiras de Expressão Facial
– Objetivo: Explorar emoções através das expressões faciais.
– Descrição: Usar bonecos ou pelúcias para mostrar diferentes expressões.
– Instruções: As crianças devem imitar as expressões e discutir o que cada uma representa.
– Materiais: Bonecos ou pelúcias.
– Adaptação: Usar imagens de expressões para crianças que não se sintam confortáveis imitando.
3. Desenhando o Eu
– Objetivo: Refletir sobre a própria identidade.
– Descrição: As crianças desenharão um autorretrato e escreverão no desenho uma característica que admiram em si mesmas.
– Instruções: Orientar as crianças a observarem seus rostos no espelho antes de desenhar.
– Materiais: Papel, canetas coloridas e espelhos.
– Adaptação: Fornecer modelos de autorretratos para alunos que não consigam desenhar livremente.
Discussão em Grupo:
Após a montagem, promover uma discussão sobre o que aprenderam durante a atividade. Perguntar como se sentiram durante a criação e se descobriram alguma novidade sobre si mesmos.
Perguntas:
– O que você gosta mais em seu rosto?
– Como você expressa suas emoções com o rosto?
– Você acha que todos temos rostos diferentes? O que isso significa para você?
Avaliação:
A avaliação será contínua e formativa, observando a participação, o envolvimento nas atividades, a expressão das emoções e a construção coletiva durante o processo.
Encerramento:
Finalizar a aula com uma roda de conversa onde cada criança pode compartilhar algo que aprendeu sobre si mesma ou sobre os colegas, reforçando o valor das diferenças e a importância da amizade e do respeito.
Dicas:
Incentivar a participação ativa e respeitar o tempo de cada criança durante a atividade. Criar um ambiente acolhedor onde todos se sintam à vontade para expressar suas opiniões e sentimentos é fundamental para a aprendizagem efetiva.
Texto sobre o tema:
A identidade é um conceito que se forma ao longo da vida e, na infância, começa a tomar forma nas interações sociais, nas experiências vividas e nas percepções de si mesmo. Ao explorarmos a nossa identidade, especialmente na primeira infância, ajudamos as crianças a se sentirem seguras e adequadas no ambiente em que estão inseridas. As atividades que envolvem a representação do eu são essenciais, pois estimulam a autoestima, a autoconfiança e a valorização das características individuais.
As práticas de artes plásticas, como o projeto “Quem Sou Eu”, oferecem uma oportunidade lúdica para que as crianças se conheçam melhor. Elas aprendem a valorizar suas características únicas enquanto interagem e reconhecem as diferenças dos colegas, estabelecendo um clima de respeito e compreensão mútua. Além disso, essa atividade promove a expressão emocional, permitindo que as crianças reconheçam e compartilhem seus sentimentos através da arte.
Em um mundo cada vez mais diversificado, é crucial que as instituições educacionais incentivem discussões sobre identidade, cultura e pertencimento. Quando as crianças se veem representadas e valorizadas nas práticas escolares, elas se sentem mais pertencentes e respeitadas em suas singularidades. Assim, fortalecemos as bases para um futuro onde cada um é capaz de reconhecer e aceitar a beleza da diversidade e a importância do respeito ao próximo.
Desdobramentos do plano:
A partir do projeto “Quem Sou Eu”, podem ser propostas novas atividades que envolvam a exploração cultural e a comparação de diferentes tradições de identidade. Por exemplo, a leitura de histórias relacionadas a diferentes culturas pode expandir a visão de mundo das crianças, ajudando-as a compreender que existem diversas formas de se expressar e se identificar.
Outro desdobramento interessante seria a criação de um mural da identidade classificada por grupos, onde cada criança pode adicionar elementos que a representam, como fotos, desenhos ou objetos simbólicos. Isso pode ainda ser ligado a uma atividade em que as crianças compartilhem histórias sobre suas famílias, promovendo ainda mais a cooperação e a empatia. Nesses museus temporários, os alunos aprendem a dialogar e apresentar suas raízes, criando uma base sólida para a construção de uma identidade respeitosa e inspiradora.
Ademais, a cada mês, pode ser escolhido um tema que relate à identidade, permitindo uma ampla gama de expressões artísticas e discussões sobre os valores que queremos cultivar. Essas iniciativas podem ser uma maneira de convidar os pais a participarem, promovendo um ambiente familiar que valoriza a diversidade e a singularidade de cada criança. O resultado final será uma comunidade escolar mais coesa, onde todos sentem-se valorizados e respeitados, contribuindo para um espaço educativo mais justo.
Orientações Finais sobre o plano:
É fundamental que o professor esteja bem preparado para enfrentar possíveis divergências ou conflitos que possam surgir durante a atividade. As crianças podem, por exemplo, ter dificuldades em aceitar ou compreender as diferenças físicas e emocionais entre elas, e é papel do educador mediar essas situações com empatia e respeito. O uso da atividade de montagem dos rostos e da expressão emocional será uma ferramenta poderosa nesse contexto.
Outra orientação importante é preparar um ambiente seguro onde as crianças se sintam à vontade para se expressar. O envolvimento do educador deve ser constante, observando cada grupo e interagindo de forma que possa sanar dúvidas ou encorajar os alunos a se expressarem mais livremente. Quanto mais seguros e acolhidos eles se sentirem, mais ricas se tornarão as trocas e as reflexões sobre a identidade pessoal e social.
Por fim, é importante que os resultados das atividades sejam revisados com os alunos, analisando o que cada um aprendeu em relação aos outros e a si mesmo, promovendo um ciclo contínuo de aprendizado e autoafirmação, em um espaço onde cada um se sente valorizado e importante. Dessa forma, estaremos não apenas contribuindo para uma formação integral, mas também fomentando a construção de identidades saudáveis e respeitosas.
5 Sugestões Lúdicas sobre este tema:
1. Jogo da Memória das Características
– Objetivo: Explorar e reconhecer diferentes partes do rosto.
– Descrição: Criar cartas com imagens de diferentes partes do rosto e brincar de memória.
– Materiais: Cartas de papel com fotos ou desenhos.
– Idade: 4 anos a 5 anos.
– Modo de condução: As crianças vão buscando as cartas que combinam, promovendo discussões sobre as diferentes características.
2. Fantoches de Meia
– Objetivo: Expressar emoções através da encenação.
– Descrição: As crianças podem criar fantoches usando meias e depois usá-los para contar uma história sobre seres diferentes.
– Materiais: Meias, botões, lã, colas e pedaços de tecido.
– Idade: 5 anos.
– Modo de condução: Após a criação, cada grupo pode apresentar seu fantoche e contar uma história relacionada à identidade deles ou da família.
3. Desenho Coletivo
– Objetivo: Valorização do coletivo e da individualidade.
– Descrição: Um grande papel no chão onde as crianças podem desenhar o rosto de um colega ou o próprio, promovendo o trabalho em grupo.
– Materiais: Grande folha de papel e canetinhas.
– Idade: 5 anos.
– Modo de condução: As crianças devem colaborar e discutir como construir o desenho, promovendo a ideia de que cada um contribui de maneira única.
4. Caça ao Tesouro da Identidade
– Objetivo: Explorar características faciais em um contexto lúdico.
– Descrição: Esconda correspondências com descrições de características faciais para que as crianças encontrem durante a brincadeira.
– Materiais: Cartões com pistas escritas.
– Idade: 5 anos.
– Modo de condução: As pistas podem envolver perguntas sobre o que eles mais gostam nas características dos seus amigos.
5. A Tenda da Diversidade
– Objetivo: Explorar a diversidade cultural.
– Descrição: Criar uma “tenda” decorada onde cada criança possa compartilhar um aspecto diferente de sua cultura ou suas raízes.
– Materiais: Tecido, cores e itens que representem múltiplas culturas.
– Idade: 5 anos.
– Modo de condução: Incentivar as crianças a se vestirem de forma que representem suas heranças, discutindo a importância da diversidade.
Com essas sugestões lúdicas, esperamos enriquecer a experiência de aprendizagem e garantir que todas as crianças se sintam respeitadas e valorizadas em suas identidades.