“Desenvolvendo a Escuta e a Cooperação nas Crianças”

A proposta deste plano de aula é promover a capacidade das crianças de participar de conversas em pequenos grupos, enfatizando a importância de escutar o colega e esperar a sua vez. Essa habilidade é fundamental para o desenvolvimento social das crianças pequenas, além de contribuir para a formação de um ambiente de troca e aprendizado coletivo. Por meio de atividades lúdicas e interativas, as crianças poderão aprimorar suas competências de comunicação, e entender a relevância do respeito e da cooperação.

Além disso, essa experiência é alinhada com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especialmente no que diz respeito ao Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”. O objetivo é que, ao final do plano, as crianças sejam mais capazes de se expressar, escutar e participar ativamente das discussões em grupo, desenvolvendo, assim, habilidades interpessoais essenciais para o convívio social.

Tema: Participar de conversas em pequenos grupos escutando seu colega esperando sua vez
Duração: 10 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 5 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver nas crianças a habilidade de participar de conversas em pequenos grupos, enfatizando a escuta respeitosa e a espera da sua vez para falar.

Objetivos Específicos:

– Fomentar a escuta ativa entre as crianças.
– Incentivar a expressão de ideias e sentimentos de forma organizada.
– Trabalhar a cooperação e o respeito ao turno de fala do colega.
– Promover a valorização da diversidade de opiniões.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita.

Materiais Necessários:

– Um tapete ou área livre para as crianças se sentarem em círculo.
– Brinquedos ou objetos que as crianças possam apresentar e discutir durante a conversa.
– Cartões com imagens que representem emoções ou situações sociais.
– Sons ambientes suaves para criar um clima calmo e acolhedor.

Situações Problema:

– Como você se sente quando alguém não escuta o que você está dizendo?
– O que podemos fazer para garantir que todos tenham a chance de compartilhar suas ideias?

Contextualização:

As crianças, nessa faixa etária, estão em uma fase de descoberta intensa das relações sociais. Participar de conversas em pequenos grupos possibilita a elas o desenvolvimento de habilidades de comunicação, essencial para a convivência em sociedade. A escuta e o respeito são valores que devem ser cultivados desde cedo, para que elas se tornem adultos mais empáticos e cooperativos.

Desenvolvimento:

1. Preparação do ambiente: Organizar o espaço de maneira que as crianças possam se sentar confortavelmente em círculos.
2. Introdução da atividade: Explicar a importância de ouvir o colega e esperar a sua vez, usando exemplos simples que as crianças possam relacionar.
3. Demonstração: Realizar uma demonstração de como uma conversa deve acontecer, utilizando um exemplo prático, com um assistente que pode ser um brinquedo ou um colega.
4. Atividade em grupos pequenos: Dividir as crianças em pequenos grupos e fornecer a cada grupo um objeto ou brinquedo para que possam apresentar e discutir entre eles.
5. Revezamento: Estabelecer um sistema de revezamento para que cada criança tenha a oportunidade de falar e ser escutada.
6. Feedback: Após as conversas, promover um momento de feedback, onde as crianças poderão compartilhar como se sentiram durante a atividade.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: “Apresentando meu brinquedo”
Objetivo: Fomentar a expressão individual e a escuta.
Descrição: Cada criança traz um brinquedo e tem um tempo para falar sobre ele (1 minuto). As outras crianças devem escutar e, ao final, podem fazer uma pergunta sobre o brinquedo apresentado.
Instruções Práticas: Reforce a necessidade de esperar a vez e escutar com atenção. Use contar quantos brinquedos estão na roda para que cada um tenha sua vez.
Materiais: Brinquedos variados.
Adaptação: Para crianças que têm mais dificuldade, o professor pode ajudar a formular perguntas ou criar cartões de apoio com perguntas simples.

Atividade 2: “Cartões de Emoção”
Objetivo: Trabalhar a empatia e a expressão de sentimentos.
Descrição: Distribuir cartões com imagens que representam emoções. Cada criança deve falar sobre um momento em que sentiu a emoção do cartão e o que aconteceu.
Instruções Práticas: Criar um círculo onde todos observem e escutem ao mesmo tempo.
Materiais: Cartões de emoções.
Adaptação: Para crianças tímidas, o professor pode incentivar que se utilizem de uma “ferramenta de fala”, como um brinquedo que passa de mão em mão, garantindo que a fala seja a respeitada.

Atividade 3: “O que eu gosto de fazer…”
Objetivo: Promover a comunicação expressiva.
Descrição: Cada criança falará sobre uma atividade que gosta de fazer, explicando porquê. As demais podem fazer perguntas mencionadas anteriormente.
Instruções Práticas: Encorajar todos a compartilhar, mesmo que seja com uma frase simples.
Materiais: Sem materiais específicos (uso da voz).
Adaptação: Usar um suporte visual com sugestões de atividades para crianças que têm dificuldade de verbalização.

Atividade 4: “Contando Histórias”
Objetivo: Desenvolver a narrativa oral e o entendimento de sequência nas histórias.
Descrição: Em grupos, uma criança começa a contar uma história, e cada uma acrescenta uma parte.
Instruções Práticas: Estabelecer limites de tempo para que cada criança venha a se sentir respeitada em seu tempo de fala.
Materiais: Nenhum material necessário.
Adaptação: Podem usar fantoches para ajudar na contação, o que faz a atividade mais dinâmica.

Atividade 5: “Brincadeira de Faz de Conta”
Objetivo: Ampliar a interação e a criatividade.
Descrição: As crianças escolhem um tema (por exemplo, viagem) e conversam sobre o que gostariam de fazer, mesmo que nunca tenham feito.
Instruções Práticas: A ideia é criar uma história coletiva respeitando a fala de cada um.
Materiais: Nenhum material necessário.
Adaptação: Em grupos menores para ajudar na inclusão de todas as crianças que participam.

Discussão em Grupo:

Promover uma discussão sobre a experiência das crianças: Como se sentiram ao se comunicar? O que aprenderam ao ouvir os outros? Quais emoções vieram à tona durante as atividades?

Perguntas:

– O que você sentiu quando alguém não esperou sua vez de falar?
– Como podemos ser bons ouvintes?
– Por que é importante ouvir o que as outras crianças têm a dizer?

Avaliação:

A avaliação deve ser contínua e observacional. Os professores devem observar a participação das crianças, a facilidade com que elas escutam e respondem, e a capacidade de respeitar o turno de fala. Um aspecto significativo é também a evolução na expressão verbal e o reconhecimento de diferentes opiniões e sentimentos.

Encerramento:

Para encerrar, solicitar que cada criança partilhe uma coisa que aprendeu na conversa. Pode ser uma nova emoção, uma nova ideia ou simplesmente uma forma diferente de ver algo. Isso fomenta a reflexão. Lembrar também de reforçar a importância de continuar praticando essa habilidade nas interações diárias.

Dicas:

Criar um ambiente acolhedor e respeitoso é fundamental para que as crianças se sintam à vontade para se expressar.
Utilizar músicas ou sons suaves pode ajudar na concentração e tranquilidade do grupo.
– Ter sempre um tempo em distração, como contagens ou pequenas danças, pode ajudar a manter o foco durante a atividade.

Texto sobre o tema:

A habilidade de escutar e esperar a vez para falar é essencial para a formação de um indivíduo sociável e respeitoso. O aprendizado dessa prática deve começar na infância, fase em que ocorre o desenvolvimento das capacidades comunicativas e sociais. Essas habilidades não são apenas importantes para a transmissão de informações, mas também para a construção de relacionamentos saudáveis. Quando as crianças aprendem a esperar a sua vez de falar, elas também estão aprendendo sobre empatia, uma qualidade fundamental para interações saudáveis e produtivas.

A escuta ativa é um dos principais pontos a serem trabalhados nesse processo. Escutar implica não apenas ouvir, mas também entender o ponto de vista do outro. Nas interações diárias, é vital que as crianças compreendam que todos têm algo a compartilhar, independentemente de sua idade ou experiência. É através da escuta que se forma a base do respeito mútuo. Dessa forma, ao praticarem essa habilidade em grupo, as crianças não só se tornam melhores comunicadores como também desenvolvem atitudes de cooperação e participação.

Portanto, ao proporcionar experiências que envolvam a troca de ideias e a expressão de sentimentos em um ambiente respeitoso, os educadores desempenham um papel crucial na formação de indivíduos que valorizam a diversidade de pensamentos e sentimentos. Além disso, ao trabalharem juntos em atividades coletivas, as crianças têm a oportunidade de descobrir que a diferença entre as experiências de cada um enriquece os momentos de convivência e aprendizado. Ao final, essa prática contribui para um futuro mais inclusivo e empático.

Desdobramentos do plano:

Uma possível continuidade deste plano de aula é implementar atividades que estimulem a empatia e a convivência em grupos maiores, promovendo rodas de conversa onde outros adultos possam participar, criando um ambiente intergeracional de aprendizado. Essa prática pode reforçar a importância da fala e da escuta, encorajando as crianças a se expressarem e a respeitar os espaços de fala dos adultos. Essa interação traz à tona não apenas as opiniões, mas também as diferentes vivências e experiências que os adultos podem compartilhar, complementando o aprendizado das crianças.

Além disso, é possível desenvolver pequenas apresentações onde as crianças possam demonstrar o que aprenderam, não apenas sobre si mesmas, mas sobre as coisas que escutaram de seus colegas. Essa prática serve como um reforço não só à habilidade de se comunicar, mas também à habilidade de respeitar e valorizar as opiniões dos outros. Essa troca contribui para a formação de vínculos e para o fortalecimento da autoconfiança à medida que as crianças se tornam mais confortáveis em expressar suas ideias.

Por último, observar e registrar essas interações permite que os professores ajustem estratégias para atender melhor às necessidades das crianças, proporcionando um ambiente ainda mais enriquecedor. Com isso, a prática da escuta ativa se transforma em um hábito, e as interações se tornam ainda mais significativas. Assim, as crianças não apenas praticam suas habilidades comunicativas, mas também aprendem o valor da cooperação e do respeito nas relações humanas.

Orientações finais sobre o plano:

É crucial que os educadores realizem uma autoavaliação sobre suas práticas comunicativas. O exemplo do adulto é um poderoso modelo a ser seguido pelas crianças. Dessa forma, ao promover um ambiente de escuta e respeito, o educador se torna um facilitador do aprendizado significativo e genuíno. É importante que se mantenha um tom acolhedor e encorajador durante as atividades, permitindo que cada criança sinta que sua voz tem importância e que suas emoções são válidas.

Além disso, sugerir que as reuniões com os pais incluam discussões sobre a importância da escuta em casa pode criar um ambiente uniforme entre a escola e o lar. Envolver os pais nesse processo é uma estrategia que pode gerar um impacto positivo na forma como as crianças interagem, já que os cuidados e a prática da união costumam ser mais estimulados em conjunto. Isso pode auxiliar as crianças a perceberem a importância do respeito aos seus colegas e como seu comportamento na escola pode refletir na convivência em família e vice-versa.

Por fim, reiterar que a execução do plano deve ser flexível e adaptativa ao desenvolvimento das crianças é um aspecto a ser observado. Cada grupo possui características e ritmos próprios, e as atividades devem ser moldadas para melhor atender a esse contexto. A intenção é que cada criança se sinta motivada a se expressar, respeitar o espaço do outro e, ao final, construir um sólido senso de comunidade no ambiente escolar.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo da Roda de Conversa
Objetivo: Fomentar a interação e a escuta.
Descrição: Formar uma roda com as crianças. Um objeto é passado entre elas. Quem está com o objeto fala sobre algo que gosta enquanto todos escutam, e o objeto é passado até que todas tenham falado.
Material: Um pequeno objeto, como uma bola.
Adaptação: As falas podem ser feitas em rimas ou versos, tornando o jogo ainda mais dinâmico.

2. Teatro dos Sentimentos
Objetivo: Explicar diferentes emoções.
Descrição: As crianças se dividem em duplas e criam uma cena em que expressam uma emoção enquanto a outra tenta entender que sentimento está sendo demonstrado.
Material: Cartões com emoções escritas.
Adaptação: Professores podem auxiliar na criação de cartões ilustrativos para crianças que aprender a associar imagens aos sentimentos expressos.

3. Mosaico de Palavras
Objetivo: Trabalhar a diversidade de opiniões.
Descrição: As crianças recebem papéis com palavras e devem discutir como elas se conectam entre si em pequenos grupos. Depois, cada grupo apresenta suas ideias para a classe.
Material: Papéis e canetinhas.
Adaptação: Permitir que as crianças desenhem ou façam colagens, ajudando a expressar seus pensamentos por outros meios além da palavra.

4. Contos Coletivos
Objetivo: Estimular a narrativa oral.
Descrição: As crianças formam grupos e começam uma história. Cada criança adiciona uma frase ou parágrafo à narrativa, passando o papel entre si.
Material: Papel e canetas.
Adaptação: Usar obra teatral, permitindo que as crianças encenem suas histórias, utilizando fantoches ou outros recursos.

5. Desafio da Escuta
Objetivo: Fortalecer a habilidade de ouvir.
Descrição: As crianças têm que realizar uma conversa, mas devem se concentrar em identificar três palavras-chave da fala do colega e compartilhá-las logo após a conversa.
Material: Sem materiais adicionais.
Adaptação: Incluir imagens para ajudar crianças mais novas a recordar as palavras ditas.

Com esse plano de aula, espera-se que os pequenos aprendam o valor e a importância de saber escutar e respeitar a vez do outro, habilidades essenciais para o desenvolvimento pessoal e social. As interações devem ser focadas no aprendizado coletivo, onde cada voz é importante e respeitada, promovendo um ambiente salutar e enriquecedor para todos.

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