Desenvolvendo a Crítica: Combate às Fake News no Ensino Médio
A proposta deste plano de aula é desenvolver no aluno a capacidade crítica necessária para identificar e combater a disseminação de fake news. Neste contexto, será promovida a checagem de informações, permitindo que os alunos aprendam a encontrar e utilizar fontes confiáveis. A análise do contexto de produção, circulação e recepção dos textos jornalísticos será um elemento central para a construção dessa habilidade.
A importância deste tema é ainda mais relevante na era da informação digital, onde a fácil circulação de conteúdos pode ocorrer sem a devida verificação. Por meio de uma abordagem prática e colaborativa, os alunos aprenderão a se torna ativos críticos dentro da sociedade informativa, ajudando não apenas a si mesmos, mas também aos outros, a discernir entre o que é verdade e o que é engano.
Tema: Curadoria em fontes confiáveis. Combate à disseminação de fake news. Checagem de informações. Posicionamento crítico. Análise do contexto de produção, circulação e recepção de textos jornalísticos.
Duração: 50 MINUTOS
Etapa: Ensino Médio
Sub-etapa: 2º Ano do Ensino Médio
Faixa Etária: 15 A 16
Objetivo Geral:
Desenvolver a capacidade crítica dos alunos para identificar, analisar e refletir sobre a produção e circulação de informação, além de ensinar como realizar a checagem e curadoria de fontes de informação confiáveis.
Objetivos Específicos:
– Identificar características de notícias e informações falsas e conflituosas.
– Aprender a utilizar fontes confiáveis para pesquisa e verificação de fatos.
– Praticar a análise crítica de textos jornalísticos, considerando seus contextos de produção e recepção.
– Desenvolver habilidades de debate e argumentação em torno de informações divergentes.
Habilidades BNCC:
– (EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
– (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da realidade.
– (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
– (EM13LGG401) Analisar criticamente textos de modo a compreender e caracterizar as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, cultural, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
– (EM13LP39) Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publicadas, de forma a combater a proliferação de notícias falsas (fake news).
– (EM13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade, discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de fake news e exemplos, causas e consequências desse fenômeno.
Materiais Necessários:
– Projetor e computador para exibição de vídeos e apresentações.
– Acesso à internet para pesquisas e checagens.
– Textos impressos de diferentes fontes (ex: sites de notícias, blogs e redes sociais) contendo informações checadas e não checadas.
– Ferramentas de checagem de fatos online (como o site “Lupa” ou “Aos Fatos”).
– Quadro e marcadores para anotações.
Situações Problema:
– Os alunos devem resolver conflitos gerados por informações divergentes, como uma notícia que afirma um evento que nunca ocorreu versus uma reportagem que aborda o acontecimento real.
– Analisar se um determinado conteúdo encontra-se nas redes sociais e debater seu impacto na opinião pública.
Contextualização:
A prática de compartilhar informações é um aspecto central da sociedade contemporânea, mas essa prática também gerou um aumento significativo na disseminação de fake news. Por meio de um trabalho colaborativo, os alunos serão incentivados a investigar a origem e as consequências de compartilhar informações imprecisas, além de aprender a fazer uma leitura crítica e engajada do que consomem como informação.
Desenvolvimento:
Inicie a aula apresentando exemplos de notícias verdadeiras e falsas. Os alunos devem ser encorajados a opinar sobre a credibilidade dessas narrativas. Após essa discussão, introduza ferramentas de checagem de fatos e explique como utilizá-las. Isso pode ser feito através de exercícios práticos, onde os alunos vão analisar a veracidade de informações disponíveis.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Identificação de fake news
– Objetivo: Desenvolver a habilidade de identificar notícias falsas.
– Descrição: Os alunos terão acesso a uma coleção de notícias (verdadeiras e falsas). Eles devem classificar cada uma como verdadeira ou falsa e justificar sua escolha com base em dados concretos.
– Instruções: Dividir a turma em grupos. Cada grupo deve escolher três notícias para discutir. Após a discussão, cada grupo apresenta suas conclusões.
– Materiais: Impressões de notícias, canetas e papel para anotações.
Atividade 2: Utilização de ferramentas de checagem
– Objetivo: Ensinar os alunos a utilizarem ferramentas digitais para verificação de informações.
– Descrição: Em grupos, os alunos pesquisarão uma notícia popular em redes sociais e verificarão sua veracidade usando ferramentas como “Lupa”.
– Instruções: Cada grupo deve apresentar seu processo e os resultados ao resto da turma.
– Materiais: Acesso à internet.
Atividade 3: Debate sobre o impacto das fake news
– Objetivo: Desenvolver a argumentação e debater sobre a importância da verificação de informações.
– Descrição: Organizar um debate onde um grupo defende a frase “As fake news não afetam nossas vidas” e o outro, “As fake news afetam nosso dia a dia”.
– Instruções: Os alunos devem utilizar dados recolhidos anteriormente para fundamentar suas posições.
– Materiais: Quadro para anotações.
Atividade 4: Criar uma campanha de conscientização
– Objetivo: Incentivar a reflexão sobre a responsabilidade na disseminação de informações.
– Descrição: Os alunos criarão uma campanha de conscientização, utilizando artes gráficas, slogans e vídeos curtos sobre a importância da checagem de informações.
– Instruções: Dividir os alunos em grupos de forma que cada um foque em uma forma de mídia: cartazes, vídeos ou posts para redes sociais.
– Materiais: Material para criação (papel, canetas, computador, software de edição de vídeo).
Atividade 5: Apresentação final
– Objetivo: Compartilhar os aprendizados adquiridos durante a semana.
– Descrição: Cada grupo apresentará sua campanha, refletindo sobre o que aprenderam na semana em relação à disseminação de fake news e à importância da verificação de informações.
– Instruções: As apresentações devem ser criativas e engajadoras. Cada grupo terá cinco minutos para expor seu trabalho.
– Materiais: Todos os materiais elaborados nas atividades anteriores.
Discussão em Grupo:
Promover um espaço para que os alunos possam compartilhar suas experiências e reflexões sobre o processo de verificação de notícias, as dificuldades encontradas e as estratégias que utilizaram para solucionar as situações-problema propostas.
Perguntas:
1. Por que é tão importante verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las?
2. Quais são as consequências da disseminação de fake news na sociedade?
3. Que estratégias podemos usar para ajudar a conscientizar outras pessoas sobre a checagem de informações?
4. Como a análise do contexto de produção de um texto pode influenciar nossa interpretação?
Avaliação:
A avaliação será contínua e levará em conta:
– Participação nas discussões em grupo.
– Qualidade das análises realizadas nas atividades.
– Criatividade e aprofundamento nas campanhas de conscientização.
Encerramento:
Reforçar a ideia de que a informação confiável é um ativo precioso e que cada aluno pode ser um agente de mudança na busca pela verdade e na promoção de uma sociedade informada e crítica.
Dicas:
– Incentive o uso de exemplos do cotidiano para tornar as discussões mais próximas da realidade dos alunos.
– Consulte fontes confiáveis para enriquecer o material de aula.
– Utilize vídeos e outros recursos multimídia para tornar as explicações mais dinâmicas.
Texto sobre o tema:
A verificação de informações tornou-se uma competência imprescindível no século XXI. Na era da informação digital, a velocidade com que as notícias circulam pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. O fenômeno das fake news se instaurou, especialmente com o uso das redes sociais, onde qualquer pessoa pode se tornar um produtor de conteúdo. Nesse cenário, diferenciar informação falsa de verdadeira requer mais do que um simples olhar, demandando análise crítica e táticas de checagem.
As consequências das informações falsas podem ser devastadoras. Elas podem desestabilizar perfis políticos, gerar desconfiança generalizada e criar um ambiente de polarização social. Os estudantes, como cidadãos e futuros profissionais, precisam estar inteiramente cientes do papel que desempenham ao consumir e compartilhar informações. A educação para a literacia midiática deve ser prioridade nas instituições de ensino, capacitando jovens a se tornarem informantes críticos e responsáveis.
Além disso, a curadoria de informações deve ser um ato consciente. Compreender os veículos de comunicação e as intenções por trás das mensagens é fundamental para que as propostas de ação social e política não se baseiem em equívocos. Construir uma sociedade informada depende de uma população que não apenas consome informações, mas que também questiona e valida o que lhe é apresentado. O incentivo à formação crítica desde a adolescência poderá repercutir em mudanças significativas, tanto individualmente quanto coletivamente.
Desdobramentos do plano:
O tema da verificação de informações pode ser facilmente desdobrado em outras áreas do conhecimento. Nas práticas de Ciências Humanas, por exemplo, os alunos podem investigar a difusão de fake news ao longo da história e suas consequências sociais. Isso ajudaria a construir um entendimento dos impactos negativos que informações manipuladas podem ter sobre eventos históricos, trazendo à tona discussões sobre ética e responsabilidade social. Além disso, podem ser elaboradas dinâmicas que envolvem a criação de uma linha do tempo mostrando a evolução da comunicação e como isso impactou a difusão de ideias e eventos históricos.
Da mesma forma, as Linguagens podem explorar a estrutura das narrativas jornalísticas, desafiando os alunos a escreverem textos que respeitem a ética jornalística e que sejam baseados em fatos e em checagens. Uma atividade colaborativa em sala pode incluir o estudo de casos reais de manipulação midiática e a redação de resumos críticos que evidenciem como as informações podem ser distorcidas. Essas práticas não apenas expandirão seus conhecimentos sobre a linguagem como também instigarão reflexões mais profundas sobre a ética na produção e no consumo de informações.
Ainda, relacionar a temática ao campo da Tecnologia poderá levar os estudantes a explorar como plataformas digitais podem ser tanto aliadas quanto inimigas da verificação de fatos. Instruções sobre a criação de algoritmos que ajudem a filtrar notícias confiáveis, explorando as redes sociais, podem ser analisadas de maneira crítica. Para isso, a discussão deve incluir como a tecnologia influencia na construção da opinião pública e como os jovens podem usar essas ferramentas a seu favor na luta contra a desinformação.
Orientações finais sobre o plano:
Ao desenvolver um plano de aula sobre a checagem de informações e disseminação de fake news, é importante garantir que o ambiente de aprendizagem seja colaborativo e inclusivo. Incentivar a discussão aberta e o respeito à diversidade de opiniões é fundamental para criar um espaço seguro onde os alunos se sintam à vontade para compartilhar e refletir.
A prática de atividades práticas, como as de checagem de fatos e debates, deve ser constante no dia a dia das aulas de Linguagens e Ciências Humanas. Assim, os alunos não apenas aprendem a habilidade, mas a interiorizam como uma parte de sua formação crítica. Além disso, promovendo a interdisciplinaridade, você enriquece o aprendizado e amplia o olhar crítico dos jovens para diferentes áreas do conhecimento.
Por fim, é vital lembrar que esse tema ultrapassa o ambiente escolar e devemos preparar os alunos para serem protagonistas não só em sala de aula, mas na sociedade. A educação sobre o jugo das informações é uma maneira de empoderá-los a não serem apenas consumidores passivos, mas críticos ativos em um mundo de informações abundantes e muitas vezes confusas. Por conta disso, o engajamento na luta contra a desinformação é um reflexo de uma sociedade mais equilibrada e democrática.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
Sugestão 1: Jogo da Curadoria
– Objetivo: Incentivar o trabalho em equipe e a análise crítica.
– Descrição: Em equipes, os alunos competem na curadoria de um conjunto de informações, onde devem decidir quais são verdadeiras e quais são falsas. A equipe com a melhor curadoria ganha um prêmio simbólico.
– Faixa Etária: 15-16 anos.
Sugestão 2: Mapa da Desinformação
– Objetivo: Criar consciência sobre como a desinformação se espalha.
– Descrição: Os alunos montam um mural com um “mapa” visual mostrando como notícias falsas já se espalharam por suas redes e amigos. A atividade conclui com reflexões sobre como impedir que mais mentiras sejam disseminadas.
– Faixa Etária: 15-16 anos.
Sugestão 3: Teatrinho da Verificação
– Objetivo: Promover a conscientização sobre a importância da checagem.
– Descrição: Os alunos criam pequenas peças teatrais que ilustram situações de disseminação de fake news e o impacto disso na sociedade.
– Faixa Etária: 15-16 anos.
Sugestão 4: Criação de um Podcast
– Objetivo: Usar tecnologia para discutir fake news.
– Descrição: Os alunos gravam um podcast onde discutem informações verdadeiras versus falsas, usando exemplos práticos e testemunhos.
– Faixa Etária: 15-16 anos.
Sugestão 5: Criar um Grupo de Checagem
– Objetivo: Incentivar ação coletiva.
– Descrição: Os alunos formam grupos com o intuito de verificar boatos ou notícias locais que circulam por suas comunidades, criando um projeto de participação cidadã que visa combater fake news.
– Faixa Etária: 15-16 anos.