“Desenho do Eu: Explorando Identidade e Autoexpressão Infantil”
Neste plano de aula, vamos trabalhar a temática do desenho do eu com crianças na faixa etária de 4 anos, abordando questões que envolvem a identidade e a autoexpressão. Essa atividade é fundamental para que as crianças se conheçam melhor, desenvolvam sua autoconfiança e aprendam a valorizar as diferenças e semelhanças entre elas. A arte do desenho não apenas serve como uma forma de expressão individual, mas também promove a inclusão e o respeito às características de cada um.
O objetivo do plano é criar um ambiente acolhedor e estimulante onde as crianças possam expressar suas percepções sobre si mesmas e sobre os outros. Através de atividades lúdicas e criativas, vamos utilizar o desenho como uma ferramenta para que as crianças possam explorar sua identidade, refletir sobre sua imagem e compartilhar com seus colegas. Este plano está alinhado com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e tem por base as habilidades específicas que favorecem o desenvolvimento integral das crianças.
Tema: Desenho do Eu
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 anos
Objetivo Geral:
Promover o conhecimento e a valorização da identidade pessoal através da expressão artística, por meio do desenho do eu.
Objetivos Específicos:
– Estimular a auto-observação e a percepção das características pessoais.
– Fomentar a empatia e o respeito às diferenças entre as crianças.
– Desenvolver habilidades motoras finas através de atividades artísticas.
– Incentivar a comunicação dos sentimentos e das ideias por meio da arte.
Habilidades BNCC:
– Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros com os quais convive.
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
– Campo de Experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”:
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
Materiais Necessários:
– Papel em branco para desenho
– Lápis de cor, giz de cera e canetinhas
– Espelho (um para cada grupo de crianças)
– Cartolina e adesivos diversos
– Tesouras e cola
Situações Problema:
– Como você se vê no espelho? Quais são as características que você reconhece em si mesmo?
– O que torna cada um de nós especial e único?
– Como podemos respeitar e valorizar as características dos outros?
Contextualização:
A identidade é um aspecto fundamental na formação da personalidade da criança. O desenho do eu ajuda as crianças a desenvolver uma forte autoconfiança e um melhor entendimento sobre como interagem com o mundo. Por meio da arte, elas conseguem representar não apenas suas características físicas, mas também suas emoções e sentimentos.
Desenvolvimento:
1. Abertura (10 minutos): Iniciar a aula apresentando um espelho para que cada criança observe sua própria imagem. Perguntar sobre as características que elas reconhecem em si mesmas.
2. Exploração sensorial (10 minutos): Propor que as crianças toquem em diferentes partes de seus rostos e corpos, como cabelo, boca, olhos, etc., enquanto falam sobre como se sentem em relação a essas partes.
3. Desenho (20 minutos): Após a exploração, distribuir o papel em branco e os materiais de desenho, instruindo as crianças a criar um desenho de si mesmas. Enquanto desenham, circular pela sala, conversando com elas sobre o que estão criando.
4. Compartilhamento (10 minutos): Ao final do desenho, cada criança apresenta sua obra para os colegas, explicando quais partes de si mesmas representou e o que significa para elas.
Atividades sugeridas:
Dia 1: Apresentação do projeto e observação no espelho.
Objetivo: Estabelecer relações de autoconhecimento e autoimagem.
Descrição: As crianças usam o espelho para observar suas características faciais. Em seguida, cada um compartilharia algo que gosta sobre seu próprio rosto.
Materiais: Espelhos, papel e lápis.
Adaptação: Permitindo que crianças com deficiência visual toquem o rosto de um colega para reconhecimento sensorial.
Dia 2: Desenho livre com lápis de cor.
Objetivo: Fomentar a expressão artística.
Descrição: Depois de compartilhar o que mais amam em si mesmos, as crianças vão desenhar livremente usando lápis de cor, o que representa seus sentimentos sobre si.
Materiais: Papel em branco, lápis de cor.
Adaptação: Ensinar algumas crianças que precisam de ajuda em como segurar o lápis corretamente.
Dia 3: Criação de um mural do eu.
Objetivo: Incentivar o trabalho em grupo e a valorização do outro.
Descrição: Agrupar os desenhos em um mural, possibilitando que as crianças comentem sobre os desenhos dos colegas.
Materiais: Cartolina, adesivos, cola.
Adaptação: Estimular crianças tímidas a falarem em duplas.
Dia 4: Apresentação do mural.
Objetivo: Valorizar a expressão oral e a empatia.
Descrição: Cada criança apresenta seu desenho para a sala, destacando uma característica positiva dela mesma e de um colega.
Materiais: O mural criado.
Adaptação: Permitindo usar objetos ou brinquedos para ajudar na apresentação.
Dia 5: Reflexão.
Objetivo: Promover a reflexão sobre a diversidade.
Descrição: Realizar uma roda de conversa em que as crianças compartilham sentimentos que tiveram durante a semana.
Materiais: Colchonetes para a roda de conversa.
Adaptação: Oferecer suportes visuais para crianças que necessitem.
Discussão em Grupo:
Promover um espaço seguro para que as crianças compartilhem o que aprenderam e como se sentiram durante as atividades. Este momento pode ser crucial para reforçar a conexão entre as crianças, ajudando-as a entender que todos têm características únicas que devem ser respeitadas e valorizadas.
Perguntas:
– O que você descobriu sobre si mesmo durante esta atividade?
– Como se sente ao ver como os colegas se desenharam?
– Quais partes do seu desenho você mais gosta e por quê?
– De que forma podemos respeitar as diferenças dos outros?
Avaliação:
A avaliação será contínua, observando a participação das crianças nas atividades, a capacidade de expressão durante a apresentação e o respeito nas interações com os colegas. Avaliaremos também a riqueza dos desenhos, não apenas do ponto de vista estético, mas da sua capacidade de representar a individualidade de cada um.
Encerramento:
Finalizar a aula com uma roda de conversa, reforçando a importância de se amar e respeitar a própria identidade e a dos outros. Pode-se realizar um tipo de ritual onde cada criança dá um abraço em alguém da sala para reforçar a amizade e relacionamento entre os colegas.
Dicas:
– Crie um ambiente acolhedor e seguro para que todas as crianças se sintam à vontade para expressar seus sentimentos.
– Ofereça material suficiente e variado para a prática artística, garantindo que todas as crianças tenham acesso.
– Esteja atento a crianças que podem ter dificuldades e busque formas diferentes de envolvê-las.
Texto sobre o tema:
A identidade é uma construção social que começa na infância e se desenvolve ao longo da vida. A nossa percepção de quem somos está ligada ao nosso corpo, às nossas emoções e a como interagimos com o mundo ao nosso redor. É essencial que as crianças tenham a oportunidade de explorar esses aspectos desde cedo, permitindo que reconheçam suas próprias características e as valorizem, mas também aprendam a respeitar e apreciar a diversidade que existe entre as pessoas.
O ato de desenhar é uma forma de comunicação não-verbal muito poderosa, permitindo que as crianças expressem suas ideias e sentimentos de uma maneira única. O desenho do eu oferece uma rica base para a reflexão sobre a identidade, pois não apenas representa a imagem exterior, mas também pode revelar um pouco sobre o que a criança sente interiormente. Por meio do desenho, a criança é capaz de explorar emoções, situações e a sua própria narrativa, oferecendo assim uma janela para seu mundo emocional.
Além disso, a prática de atividades que integram arte e expressões da identidade contribuem para o desenvolvimento social e emocional das crianças. O respeito às diferenças, a empatia e a interação social são traços fundamentais que, quando cultivados na infância, se estendem por toda a vida. Criar um ambiente onde cada criança se sinta valorizada, e onde as diferenças sejam celebradas, é essencial para formar indivíduos mais conscientes e respeitosos no futuro.
Desdobramentos do plano:
Ao concluir esse plano de aula, os educadores podem explorar diversos desdobramentos que enriquecem a experiência de aprendizagem. Por exemplo, é possível realizar um projeto sobre as famílias, onde as crianças desenham seus familiares e compartilham histórias sobre eles, assim como fazem com suas próprias características. Este tipo de atividade propõe um vínculo mais estreito com a formação da identidade, além de permitir que as crianças conheçam o contexto familiar das outras, aumentando a empatia e o respeito mútuo.
Outra possibilidade é realizar um mural coletivo em que as crianças, em grupos, representem diferentes culturas, incorporando traços e características que considerem representativas. Essa atividade não apenas diversifica o aprendizado e a expressão pessoal, mas também traz à tona discussões sobre diversidade e inclusão, temas essenciais para a formação de cidadãos conscientes e respeitadores das diferenças.
Além disso, as atividades podem ser extensivas para outras linguagens artísticas, como a música e a dança. As crianças podem criar uma canção que reflita suas emoções em relação a si e aos colegas, permitindo que expressem-se de uma maneira diferente e fortaleçam os laços de amizade através da arte coletiva. Cada abordagem prática e lúdica traz nuances ao aprendizado e fortalece os valores de respeito e valorização da identidade.
Orientações finais sobre o plano:
Em um plano de aula voltado para o desenvolvimento da identidade e da autoexpressão, como o que apresentamos, é fundamental que o educador esteja aberto a adaptar as atividades de acordo com as necessidades das crianças. A proposta não deve ser rigidamente aplicada, mas sim um guia que encoraje a criatividade e a individualidade de cada aluno. Ao observar e entender o que cada criança traz para a sala de aula, o educador poderá enriquecer as experiências de aprendizado, particularmente em tópicos sensíveis como a identidade e a autoimagem.
É importante que o educador promova um ambiente de acolhimento e segurança, onde todos se sintam à vontade para compartilhar e discutir suas experiências sem medo de julgamentos. O desenvolvimento de um espaço assim propicia que as crianças não apenas aprendam sobre si mesmas, mas também sobre a importância de respeitar os outros, acolhendo a diversidade presente no grupo.
Por último, ao final do plano, reflita sobre a possibilidade de continuar essa abordagem em outros momentos; a discussões sobre a identidade podem ser inseridas em várias disciplinas e temas ao longo do período escolar, enriquecendo assim o aprendizado de forma multidisciplinar e abrangente. Essa continuidade ajuda a firmar os conhecimentos e desenvolver habilidades sociais que se estendem para muito além da sala de aula.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Histórias em Quadrinhos do Eu: As crianças podem desenhar uma história em quadrinhos que conte um dia especial na vida delas, ilustrando onde estavam, com quem estavam, como se sentiam e o que aprenderam.
– Objetivo: Desenvolver a habilidade de narração e ligação de fatos com emoções.
– Materiais: Papel, canetinhas e referência de quadrinhos.
– Adaptação: Ajude as crianças a desenhar com apoio de modelos.
2. Cantos das Emoções: Criar áreas temáticas onde cada canto representa uma emoção (feliz, triste, bravo) e as crianças podem desenhar o que sentem em papel colorido.
– Objetivo: Reconhecer e expressar emoções.
– Materiais: Papel das cores das emoções, colas, tesouras.
– Adaptação: Para crianças que têm dificuldade, permitir que desenhem com ajuda física de alguém.
3. Desenhos Coletivos: Colocar um grande papel na parede e as crianças desenham juntas, representando suas diversas características em um só mural.
– Objetivo: Fomentar a colaboração e a autoestima.
– Materiais: Papel grande, diversos materiais de desenho.
– Adaptação: Incluir armários ou comodidades para crianças com dificuldades de movimentação.
4. Dia de Troca de Desenhos: Promover um dia onde as crianças desenham cada uma o desenho de um colega, numa troca amizade e compreensão dos outros.
– Objetivo: Reforçar a empatia e construir relações de amizade.
– Materiais: Papéis e lápis de cor.
– Adaptação: Utilizar desenhos ou colagens como apoio visual.
5. Caixa de Sentimentos: Crie uma caixa onde as crianças possam depositar desenhos representando sentimentos sobre si e sobre os amigos. Depois, retirá-los e discutir cada sentimento.
– Objetivo: Desenvolver a expressão de sentimentos em grupo.
– Materiais: Caixa, papéis pequenos, lápis.
– Adaptação: Dividir em duplas para troca de ideias, ajudando na participação de cada um.
Essas atividades lúdicas visam facilitar a aprendizagem, tornando o processo de reconhecimento e valorização da identidade algo divertido e significativo para as crianças. O foco está sempre no respeito e na aceitação mútua, formando bases saudáveis para o desenvolvimento emocional dos pequenos.
