“Descubra a Música Concreta: Criatividade com Sons do Cotidiano”

A música concreta é uma vertente inovadora que surgiu na metade do século XX e se destaca por utilizar sons do cotidiano como base para composições sonoras. Essa aula permitirá que os alunos do 9º ano explorem a criatividade musical de uma forma única, utilizando elementos que normalmente não são considerados musicais. A proposta é oferecer uma experiência educativa que una teoria e prática, mostrando a importância de cada som, independente de sua origem.

Para isso, a atividade será dividida em etapas que irão desde a apresentação de exemplos de música concreta até a criação de composições sonoras pelos alunos, incentivando a reflexão sobre os conceitos trabalhados. Dessa forma, os estudantes poderão desenvolver não só suas habilidades artísticas, mas também um olhar crítico sobre a produção musical contemporânea.

Tema: Música Concreta
Duração: 45 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 9º Ano
Faixa Etária: 14 a 15 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar aos alunos o entendimento e a prática da música concreta, incentivando a criatividade e a valorização dos sons do cotidiano como elementos musicais.

Objetivos Específicos:

– Apresentar o conceito de música concreta e seus principais representantes.
– Estimular a escuta ativa através de exemplos sonoros.
– Promover a exploração de sons cotidianos e a criação de composições sonoras.
– Desenvolver o trabalho em grupo e a apresentação de ideias criativas.

Habilidades BNCC:

– (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais.
– (EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais.
– (EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Materiais Necessários:

– Aparelho de som ou computador com acesso à internet.
– Exemplos de música concreta (obras de Pierre Schaeffer e outros compositores).
– Diversos objetos da sala de aula (lápis, livros, garrafas, cadeiras, etc.).
– Fichas para anotações e papel para escrita.
– Gravador de áudio, se disponível, para registrar as composições.

Situações Problema:

Como podemos transformar sons comuns em arte? Quais elementos desses sons podem ser utilizados para criar uma nova linguagem musical?

Contextualização:

A música concreta nasceu na França na década de 1940 e foi criada pelo compositor Pierre Schaeffer. O seu conceito baseia-se na utilização de sons gravados de diferentes fontes, que são manipulados para compor peças musicais. Essa prática abre um leque de possibilidades sonoras e convida os compositores a repensarem a ideia tradicional sobre a música.

Desenvolvimento:

A aula será dividida em quatro etapas:

1. Introdução Teórica (15 minutos): Apresentação do que é a música concreta, discutindo suas origens e características. O professor pode tocar trechos de obras conhecidas de Pierre Schaeffer e outros músicos para exemplificar a proposta da música concreta. Discuta com os alunos a diferença entre música tradicional e música concreta.

2. Exploração Sonora (15 minutos): Dividir os alunos em pequenos grupos e solicitar que cada grupo escolha objetos do ambiente escolar (lápis, canetas, cadeiras, etc.) para explorar. Eles devem descobrir quais sons estes objetos podem produzir.

3. Criação de Sequência Sonora (10 minutos): Após a exploração, cada grupo deve criar sua própria sequência sonora utilizando os sons dos objetos que exploraram. O professor pode orientar a organização dos sons e dar dicas sobre ritmos e combinações.

4. Apresentação e Discussão (5 minutos): Cada grupo apresenta sua sequência sonora para a turma. Após as apresentações, o professor pode conduzir uma breve reflexão sobre a experiência, discutindo a criatividade e o que aprenderam sobre os sons que nos cercam.

Atividades sugeridas:

Dia 1: Introdução à Música Concreta
Objetivo: Compreender o conceito de música concreta.
Descrição: Apresentação teórica com exemplos sonoros.
Materiais: Aparelho de som, gravações.
Instruções: Explique o tema e faça a escuta de alguns trechos.

Dia 2: Exploração dos Sons
Objetivo: Descobrir e registrar sons do cotidiano.
Descrição: Os alunos devem experimentar diferentes objetos na sala.
Materiais: Objetos da sala.
Instruções: Em grupos, explorar os sons que os objetos emitem.

Dia 3: Criação Musical
Objetivo: Criar uma composição musical utilizando sons do cotidiano.
Descrição: Usar os sons desenvolvidos na atividade anterior.
Materiais: Fichas para elaborar a composição.
Instruções: Criar uma sequência sonora.

Dia 4: Ensaios para Apresentação
Objetivo: Preparar a apresentação das composições sonoras.
Descrição: Ensaiar as sequências sonoras.
Materiais: Gravador de áudio (opcional).
Instruções: Cada grupo deve ajustar sua apresentação.

Dia 5: Apresentação
Objetivo: Apresentar a composição sonora para a turma.
Descrição: Cada grupo apresenta seu trabalho.
Materiais: Gravações e materiais utilizados.
Instruções: Após cada apresentação, promover a discussão.

Discussão em Grupo:

– O que vocês descobriram sobre os sons do cotidiano?
– Como vocês se sentiram criando música com objetos que não são instrumentos tradicionais?
– O que a música concreta nos ensina sobre a arte e a criatividade?

Perguntas:

– O que é música concreta?
– Quais foram os desafios enfrentados na criação da sequência sonora?
– Como podemos considerar qualquer som como uma peça musical?

Avaliação:

A avaliação será contínua, focando na participação durante as atividades em grupo, na criatividade das composições sonoras e na apresentação final. O professor poderá utilizar uma rubrica que considere os seguintes critérios: participação, trabalho em equipe, criatividade e apresentação.

Encerramento:

Os alunos devem refletir sobre o que aprenderam com a música concreta e como isso pode ser aplicado em outras áreas artísticas. Essa reflexão pode ser realizada por meio de uma breve escrita individual.

Dicas:

– Provocar e estimular a curiosidade dos alunos sobre a sonoridade dos objetos ao redor.
– Adaptar as atividades para incluir diferentes tipos de sons, como gravações de som ambiente.
– Encorajar os alunos a se expressarem livremente e a pensarem fora da caixa.

Texto sobre o tema:

A música concreta é um campo fascinante da arte sonora que desafia as convenções musicais tradicionais. Surgida na década de 1940, e popularizada por Pierre Schaeffer, essa prática foi uma resposta à busca por novas formas de expressão dentro do universo musical. O conceito fundamental da música concreta é a utilização de sons que não são tradicionalmente considerados musicais, como ruídos do cotidiano ou qualquer outro tipo de som que possam ser capturados e manipulados. Ao fazer isso, os compositores abriram novas portas para a criatividade, permitindo que a arte musical fosse vista sob uma nova perspectiva.

Além disso, a música concreta coloca o ouvinte em uma posição ativa, onde a escuta se torna uma experiência imersiva e envolvente. Ao se deparar com sons que fazem parte do dia a dia, muitas vezes ignorados, o público é convidado a perceber e valorizar a beleza dos sons ao seu redor. O uso de gravações e manipulações sonoras também trouxe uma nova camada de complexidade à produção musical, desafiando a forma como pensamos sobre a música e os padrões estéticos que a cercam.

Portanto, trabalhar com a música concreta na sala de aula não é apenas uma oportunidade de explorar a sonoridade de diferentes objetos e ambientes, é também uma maneira de instigar a reflexão sobre o que é arte e como ela pode ser moldada pela nossa experiência cotidiana. Essa abordagem permite que os alunos se tornem mais críticos, mais criativos e mais abertos a novas formas de expressão artística. Assim, a música concreta não se limita apenas à produção de sons; ela se torna um meio poderoso de questionamento e descoberta.

Desdobramentos do plano:

É importante considerar que a música concreta pode levar a desdobramentos em outras áreas do conhecimento. Por exemplo, essa atividade pode ser uma ponte para explorar questões de percepção sonora em Ciências, discutindo como ouvimos e processamos os sons ao nosso redor. A interseção entre arte e ciência é uma oportunidade rica para fomentar um entendimento mais amplo sobre o impacto dos sons na nossa vida diária.

Além disso, a prática da música concreta pode ser uma porta de entrada para discussões sobre cultura e sociedade. A utilização de sons do cotidiano pode remeter a reflexões sobre o contexto em que esses sons estão inseridos, como questões sociais, culturais e até mesmo ambientais. Isso pode ser um ponto de partida para que os alunos se conectem mais profundamente com a sua realidade, entendendo como a música reflete e impacta as dinâmicas sociais.

Por fim, a atividade pode ainda ser expandida para outros formatos artísticos, como o teatro ou a dança. Os alunos podem ser incentivados a usar suas composições sonoras como trilhas para performances, explorando a interdisciplinaridade e mostrando como a arte pode se manifestar de diversas formas. Isso não só enriquecerá a compreensão dos alunos sobre as várias disciplinas, mas também os envolverá de maneira mais intensa e dinâmica nas aulas.

Orientações finais sobre o plano:

Para garantir que o plano de aula seja produtivo e significativo, é essencial que o professor mantenha um ambiente de trabalho que favoreça a criatividade e a colaboração entre os alunos. A disposição da sala deve permitir que os grupos trabalhem confortavelmente, experimentando com os objetos e sons disponíveis. É importante que sejam criados momentos de escuta atenta e respeito pelo que cada grupo apresenta.

Ademais, durante a discussão e apresentação das composições, o professor deve estar atento a feedbacks construtivos, para que todas as opiniões sejam valorizadas. A ideia é cultivar um espaço em que todos se sintam à vontade para expressar suas ideias e fazer perguntas, estimulando um ambiente de aprendizado ativo. Com isso, os alunos poderão não apenas desenvolver suas habilidades musicais, mas também aprender sobre a importância de trabalhar em equipe e respeitar a diversidade de experiências e sonoridades.

Por último, para além da sala de aula, o professor pode incentivar os alunos a levar essa experiência para casa, criando composições com sons do ambiente familiar. Isso pode envolver a participação da família, ampliando o diálogo sobre música e sons e levando a reflexão sobre a arte a um contexto ainda mais amplo. Essa dinâmica promove o engajamento e a integração das aprendizagens além do ambiente escolar, transformando a música concreta em uma experiência contínua.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Sonorização de Histórias: Cada grupo deve criar uma história curta e, em seguida, utilizar objetos para representar os sons que apareçam nessa narrativa. Os alunos podem se revezar para contar e sonorizar a história, criando um espetáculo narrativo único.

2. Construindo Instrumentos: Propor que os alunos utilizem materiais recicláveis para fabricar seus próprios instrumentos musicais. Depois, eles devem apresentar uma pequena performance, incorporando os elementos da música concreta.

3. Exploração na Natureza: Planejar uma aula ao ar livre onde os alunos possam gravar sons da natureza, como pássaros, folhas ao vento e água, e depois retornar à sala para compor uma peça utilizando esses elementos.

4. Caminhada Sonora: Realizar uma atividade em que os alunos devem caminhar com atenção pelos corredores da escola e registrar sons variados que encontrarem. Por exemplo, o som dos passos, pessoas conversando ou objetos sendo movimentados.

5. Teatro de Som: O professor pode incentivar a criação de uma peça de teatro onde os acontecimentos sejam descritos não apenas com palavras, mas com sons que os alunos inventarem ou gravarem, promovendo uma experiência sensorial rica e envolvente.

Essas atividades são voltadas para estimular habilidades criativas e de síntese sonora, formando um entendimento amplo e profundo da música concreta e suas possibilidades. Com elas, será possível explorar a diversidade musical além do convencional, levando os estudantes a pensarem e interagirem de maneira inovadora no processo educativo.

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