“Descoberta às Cegas: Brincadeira Sensorial para Crianças”

A brincadeira de “Descoberta às Cegas” é uma atividade lúdica que promove a exploração sensorial e a socialização entre crianças pequenas. Dentro desse contexto, a atividade visa não apenas o desenvolvimento das habilidades motoras e sensoriais das crianças, mas também a promoção do cuidado e da solidariedade nas interações com os outros. Ao explorar diferentes texturas e formatos de brinquedos, os pequenos poderão aprender mais sobre o mundo que os rodeia de forma prazerosa e significativa.

Neste plano de aula, são abordadas competências e habilidades que se relacionam diretamente com a faixa etária de crianças bem pequenas, favorecendo sua interação social e o desenvolvimento de sua percepção corporal e sensorial. A proposta é garantir que as crianças se sintam confortáveis para explorar, errar e aprender em um ambiente seguro e acolhedor.

Tema: Brincadeira de “Descoberta às Cegas”
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 2 a 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a exploração sensorial nas crianças por meio da manipulação de diferentes brinquedos, possibilitando a descoberta de texturas, formas e tamanhos, além de incentivar a socialização e o diálogo entre os participantes.

Objetivos Específicos:

– Estimular a curiosidade e o interesse das crianças em relação às diferentes texturas e formatos dos brinquedos.
– Fomentar a interação e a comunicação entre as crianças, promovendo a troca de experiências e o compartilhamento.
– Desenvolver a capacidade de cuidar e respeitar os objetos e o espaço, contribuindo para uma convivência harmoniosa.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
– (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
– (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação, explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes.

Materiais Necessários:

– Caixa grande com brinquedos variados (bolas, bonecas, blocos de montar, bichos de pelúcia, etc.)
– Lenço ou máscara para cobrir os olhos das crianças
– Tapete ou superfície macia para a atividade
– Papel e canetinhas para o momento de registro da atividade

Situações Problema:

Como as crianças se sentirão ao tocar em diferentes texturas? Quais brinquedos despertam mais a curiosidade e como elas poderão compartilhar isso com os colegas?

Contextualização:

A proposta da brincadeira “Descoberta às Cegas” é uma forma de estimular a percepção tátil nas crianças, algo crucial para o desenvolvimento nessa fase. O espaço do jogo, onde os pequenos têm a liberdade de explorar, é essencial. A caixa com brinquedos variados irá propor curiosidade e instigar a habilidade de descobrir e comunicar.

Desenvolvimento:

1. Preparação do ambiente: Organizar a sala com um tapete ou superfície macia onde a caixa com brinquedos estará disponível. Verifique a segurança do espaço, retirando objetos que possam causar acidentes.
2. Apresentação da atividade: Reunir as crianças em círculo e explicar que elas participarão de uma brincadeira especial. Introduzir a ideia de “descoberta” e demonstrar como usar um lenço para cobrir os olhos.
3. Realização da atividade: Cada criança, uma de cada vez, será convidada a colocar a mão na caixa e retirar um brinquedo. Elas devem explorar o objeto sem usar a visão, sentindo as texturas, tamanhos e formas.
4. Compartilhamento de descobertas: Após a exploração individual, formar duplas e convidar as crianças a compartilharem suas experiências e o que descobriram sobre o brinquedo (mesmo que de forma simples).
5. Registro da experiência: Para encerrar, cada criança poderá desenhar o brinquedo que mais gostou, ajudando a consolidar a experiência.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Descoberta tátil
Objetivo: Desenvolver a percepção sensorial.
Descrição: Montar um espaço com diferentes texturas (algodão, papel alumínio, espuma). Propor que as crianças toquem e descrevam o que sentem.
Materiais: Algodão, papel alumínio, esponjas.
Adaptação: Crianças com dificuldades motoras podem usar apenas a mão.

Atividade 2: Jogo de sons
Objetivo: Estimular a audição e diferenciação sonora.
Descrição: Usar materiais sonoros (sinos, chocalhos) para que as crianças identifiquem as diferenças.
Materiais: Sinos, chocalhos, objetos comuns (garradas vazias).
Adaptação: Crianças com dificuldades auditivas podem participar visualmente.

Atividade 3: Exploração de formas
Objetivo: Desenvolver a coordenação motora fina.
Descrição: Utilizar formas diferentes (círculos, quadrados) que as crianças devem identificar e manusear.
Materiais: Cartões de papel com formas recortadas.
Adaptação: Crianças que não conseguem segurar objetos podem observar.

Discussão em Grupo:

Conduzir uma discussão sobre o que cada criança sentiu durante a atividade. Perguntas como “Qual brinquedo você achou mais divertido?” e “Como era a textura do seu brinquedo?” podem ajudar na socialização e expressão.

Perguntas:

– O que você sentiu quando tocou no seu brinquedo favorito?
– Você consegue descrever como ele é?
– Qual brinquedo você acha que é mais macio?

Avaliação:

A avaliação será focada na participação e envolvimento das crianças durante a atividade, observando como cada uma interage, comunica-se e respeita os outros. A habilidade de compartilhar e expressar sentimentos sobre o que descobriram também será considerada.

Encerramento:

Finalizar a aula com um momento de reflexão onde as crianças podem expressar o que aprenderam. Perguntar o que mais gostaram da atividade e fazer uma roda de troca das experiências pode ser enriquecedor.

Dicas:

– Esteja atento às reações das crianças para calibrar o tempo de atividade.
– Sempre valorize a fala das crianças, principalmente em momentos de socialização.
– Use músicas suaves para criar um ambiente acolhedor durante a atividade.

Texto sobre o tema:

A brincadeira de “Descoberta às Cegas” é uma prática fundamental para o desenvolvimento integral das crianças na faixa etária de 2 a 3 anos. Durante essa fase, a curiosidade está em alta, e as crianças estão constantemente explorando o mundo ao seu redor. A proposta de brincar com a visão limitada, ou seja, com os olhos cobertos, fortalece a capacidade delas de reconhecer texturas, formas e dimensões a partir do toque. Isso não só aprimora a sensibilidade tátil, mas também estimula a comunicação, já que é necessário expressar o que estão sentindo com palavras.

Além disso, essa atividade promove um ambiente de interação e solidariedade, pois as crianças são convidadas a compartilhar as descobertas umas com as outras. A troca de experiências é rica e significativa, e é nesse momento que as habilidades sociais são fortalecidas. Quando uma criança diz “senti algo macio”, ela não só está praticando a linguagem, como também está se conectando com o grupo, criando vínculos e compartilhando experiências de forma coletiva. As habilidades de cuidado e respeito pelo espaço e pelos brinquedos são ensinamentos que serão levados para toda a vida.

Utilizar brinquedos variados também é uma estratégia eficaz. Ao incluir objetos de diferentes texturas e formatos, as crianças têm a oportunidade de aprender sobre diversidade. Elas percebem que as coisas são diferentes e que cada uma tem um modo único de ser explorada. É também uma ótima oportunidade para ensinar sobre o respeito à individualidade das pessoas e dos objetos. Conduzindo esse aprendizado de modo lúdico, contribuímos para que as crianças se sintam seguras para explorar, expressar e até mesmo errar, fatores que são fundamentais no processo de ensino-aprendizagem.

Desdobramentos do plano:

O plano de aula pode ser desdobrado em várias outras atividades que explorem diferentes dimensões da aprendizagem. Enquanto a “Descoberta às Cegas” foca no sentido do tato, após essa atividade, pode-se trabalhar extensões que envolvem o som e a visão, criando o que chamamos de “brincadeiras sensoriais”. Por exemplo, a utilização de sons de instrumentos ou sons da natureza pode ser uma nova proposta de reconhecimento e apreciação, complementando as experiências já vivenciadas.

É também relevante pensar na continuidade desse aprendizado em casa, por meio de atividades que incentivem a exploração do ambiente familiar. Isso pode incluir jogos simples onde a criança pode escolher objetos conhecidos e descrevê-los com os pais. Essa troca de experiências em casa reforça o aprendizado, além de aproximar ainda mais as relações afetivas. O envolvimento dos responsáveis no processo educativo é essencial para a formação do indivíduo.

Por fim, ao final da proposta, é possível criar um mural na sala de aula com as “descobertas” das crianças, permitindo que cada uma compartilhe seu desenho e sua experiência, valorizando ainda mais o processo de socialização e a personalização da aprendizagem. Ao observar o que cada um trouxe como aprendizagem, os educadores e responsáveis poderão entender melhor as necessidades e interesses de cada criança, promovendo um ensino mais efetivo e alinhado às expectativas do grupo.

Orientações finais sobre o plano:

É importante lembrar que a adaptação e flexibilidade são essenciais no planejamento educativo, principalmente com crianças muito novas. Cada grupo é único, e as interações podem variar conforme a dinâmica da sala de aula. Portanto, os educadores devem estar sempre prontos para ajustar o plano, baseando-se na resposta das crianças. Criar um ambiente onde as crianças se sintam seguras e acolhidas permitirá que elas se sintam livres para explorar e se expressar.

Além disso, a comunicação continua é imprescindível. Estimular conversas sobre o que as crianças estão aprendendo, valorizando suas opiniões e experiências, ajudará a criar um vínculo afetivo e de confiança entre educador e educando. Essa relação é fundamental para que as crianças se desenvolvam de maneira integral, lhe dando não apenas uma base emocional forte, mas também a certeza de que suas experiências são importantes e escutadas.

Por fim, as atividades lúdicas não precisam se restringir a esta aula única, mas sim se expandirem em um ciclo educativo que favorece o aprendizado contínuo. Criar novos temas e contextos em que essas brincadeiras possam ser matrizes para novas descobertas é uma possibilidade enriquecedora de ensino e aprendizagem. O aprendizado através da brincadeira é um caminho poderoso que deve ser valorizado e encorajado ao longo da infância.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Caça ao Tesouro Táctil: Objetivo: Desenvolver a percepção de forma e textura. Criar um percurso onde as crianças devem tocar e identificar objetos escondidos em caixinhas. Motivar a descrição do que sentiram.
Pintura com os pés: Objetivo: Explorar a sensação de texturas e cores. Colocar tintas em um grande papel no chão, permitindo que as crianças usem os pés para fazer arte.
História com objetos: Objetivo: Trabalhar a criatividade e a linguagem. Usar brinquedos como personagens para que as crianças criem suas próprias histórias, promovendo a narrativa.
Brincadeiras em grupo: Objetivo: Estimular a socialização. Propor jogos como “pegar-pega”, onde têm que tocar uns nos outros, promovendo a interação e a movimentação.
Show de texturas: Objetivo: Melhoria da comunicação. Organizar objetos com texturas diferentes e pedir que as crianças apresentem a turma, explicando o que descobriram.

Essas sugestões podem ser utilizadas de forma complementar, proporcionando um ambiente educativo diversificado e rico em estímulos para as crianças em suas várias facetas de aprendizado.


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