CRÔNICA – O GATO E O LORO com GABARITO (Atividades)
A crônica é um gênero textual que se destaca pela leveza e simplicidade com que retrata situações do cotidiano, muitas vezes com um toque de humor ou crítica. Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores escritores da literatura brasileira, explorou com maestria esse gênero, revelando as nuances da vida cotidiana com um olhar poético e observador.
Nesta atividade, apresento uma nova crônica, inspirada no estilo de Drummond, onde o inesperado e o cômico se encontram. O enredo envolve personagens inusitados e traz surpresas que desafiam o leitor a refletir sobre as circunstâncias apresentadas.
Ao final da crônica, você encontrará uma série de questões que explorarão sua compreensão do texto, estimulando a interpretação crítica e a capacidade de análise.
CRÔNICA – O GATO E O LORO
Era uma tarde quente de verão quando João, um homem de aspecto simples, mas de fala envolvente, entrou em um pequeno armazém no centro da cidade. Com sua sacola surrada e uma expressão de cansaço no rosto, ele foi direto ao balcão. O dono do armazém, Seu Otávio, o cumprimentou com um sorriso desconfiado.
— Boa tarde, meu amigo — disse João, tentando puxar conversa. — Olha, faz uns bons dias que não como direito, a situação tá feia. Mas eu não estou pedindo esmola, de jeito nenhum! Só queria uma chance de mostrar um talento raro.
Seu Otávio, homem de poucos amigos e menos ainda de dar crédito a desconhecidos, arqueou a sobrancelha.
— Talento? — perguntou, sem esconder a dúvida.
— Sim, um show que o senhor nunca viu na vida! — João abriu a sacola e de lá retirou um gato malhado e um pequeno papagaio, cujas penas brilhavam ao sol.
Antes que Seu Otávio pudesse reagir, João apontou para o gato:
— Vamos lá, Tobias, mostre ao homem o que você sabe!
Para surpresa do armazém inteiro, o gato pegou um violino minúsculo que estava na sacola e começou a tocar uma melodia suave, enquanto o papagaio acompanhava com sua voz afinada cantando “Carinhoso” de Pixinguinha. Os clientes que estavam presentes ficaram boquiabertos.
— Isso é inacreditável! — exclamou Seu Otávio, já enxugando uma lágrima de emoção.
João, satisfeito com a reação, olhou para o dono do armazém e disse:
— Eu sabia que o senhor ia gostar. Agora, me dê algo para comer. Não posso deixar meus artistas passarem fome também.
INTRODUÇÃO
A crônica é um gênero textual que se destaca pela leveza e simplicidade com que retrata situações do cotidiano, muitas vezes com um toque de humor ou crítica. Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores escritores da literatura brasileira, explorou com maestria esse gênero, revelando as nuances da vida cotidiana com um olhar poético e observador.
Nesta atividade, apresento uma nova crônica, inspirada no estilo de Drummond, onde o inesperado e o cômico se encontram. O enredo envolve personagens inusitados e traz surpresas que desafiam o leitor a refletir sobre as circunstâncias apresentadas.
Ao final da crônica, você encontrará uma série de questões que explorarão sua compreensão do texto, estimulando a interpretação crítica e a capacidade de análise.
CRÔNICA – O GATO E O LORO
Era uma tarde quente de verão quando João, um homem de aspecto simples, mas de fala envolvente, entrou em um pequeno armazém no centro da cidade. Com sua sacola surrada e uma expressão de cansaço no rosto, ele foi direto ao balcão. O dono do armazém, Seu Otávio, o cumprimentou com um sorriso desconfiado.
— Boa tarde, meu amigo — disse João, tentando puxar conversa. — Olha, faz uns bons dias que não como direito, a situação tá feia. Mas eu não estou pedindo esmola, de jeito nenhum! Só queria uma chance de mostrar um talento raro.
Seu Otávio, homem de poucos amigos e menos ainda de dar crédito a desconhecidos, arqueou a sobrancelha.
— Talento? — perguntou, sem esconder a dúvida.
— Sim, um show que o senhor nunca viu na vida! — João abriu a sacola e de lá retirou um gato malhado e um pequeno papagaio, cujas penas brilhavam ao sol.
Antes que Seu Otávio pudesse reagir, João apontou para o gato:
— Vamos lá, Tobias, mostre ao homem o que você sabe!
Para surpresa do armazém inteiro, o gato pegou um violino minúsculo que estava na sacola e começou a tocar uma melodia suave, enquanto o papagaio acompanhava com sua voz afinada cantando “Carinhoso” de Pixinguinha. Os clientes que estavam presentes ficaram boquiabertos.
— Isso é inacreditável! — exclamou Seu Otávio, já enxugando uma lágrima de emoção.
João, satisfeito com a reação, olhou para o dono do armazém e disse:
— Eu sabia que o senhor ia gostar. Agora, me dê algo para comer. Não posso deixar meus artistas passarem fome também.
ATIVIDADES
- A narrativa apresenta uma situação inusitada, onde dois animais possuem habilidades extraordinárias. Qual é a primeira reação do dono do armazém quando João faz sua proposta?
- Explique o significado da frase “Mas eu não estou pedindo esmola, de jeito nenhum!” dita por João no início da conversa.
- O texto se desenrola com base em uma sequência de ações que parecem inacreditáveis. Que elementos da história contribuem para criar essa atmosfera?
- No final da apresentação dos animais, Seu Otávio reage de maneira emocional. O que isso revela sobre sua personalidade?
- A fala de João “Agora, me dê algo para comer. Não posso deixar meus artistas passarem fome também.” pode ser interpretada de duas maneiras. Qual é a ambiguidade dessa frase?
- A crônica é um gênero que mescla acontecimentos do cotidiano com um toque de humor ou crítica. Que parte do texto você acha que evidencia essa característica?
- O texto traz surpresas ao longo da narrativa. Identifique duas situações que causam espanto aos personagens ou aos leitores.
- Relacione o comportamento do gato Tobias e do papagaio com a reação das pessoas presentes no armazém. Como esses animais contribuem para o tom humorístico do texto?
- João menciona que não está pedindo esmola, mas propõe um “show”. De que forma essa atitude pode ser vista como uma crítica à sociedade?
- O texto apresenta uma situação que desafia a realidade, mas ainda assim mantém um tom leve e descontraído. Qual é o efeito dessa escolha de linguagem no envolvimento do leitor?
- Como a fala de João ao final da crônica — “Não posso deixar meus artistas passarem fome também” — reflete sua personalidade e suas intenções?
- O que o comportamento de João e seus animais pode nos ensinar sobre criatividade e sobrevivência em tempos difíceis?
- Reescreva a frase “João abriu a sacola e de lá retirou um gato malhado e um pequeno papagaio, cujas penas brilhavam ao sol” utilizando sinônimos para “sacola”, “gato malhado” e “brilhavam”.
- Qual é o papel do humor na construção dessa narrativa? Cite um exemplo.
- A crônica finaliza sem explicações detalhadas sobre a veracidade dos eventos. Por que você acha que o autor escolheu deixar esse aspecto em aberto?
GABARITO
- Seu Otávio reage com desconfiança, expressa através de seu arqueamento de sobrancelha e tom duvidoso.
- João quer deixar claro que não está mendigando, mas sim oferecendo um serviço ou apresentação em troca de comida, preservando sua dignidade.
- A habilidade extraordinária dos animais, especialmente o fato do gato tocar violino e o papagaio cantar, contribui para essa atmosfera.
- A reação emocional de Seu Otávio, enxugando uma lágrima, revela que ele é uma pessoa sensível e aberta a surpresas, apesar de sua desconfiança inicial.
- A ambiguidade está no fato de João usar o termo “artistas” para se referir aos animais, o que pode ser visto como uma forma de legitimar sua fome ou como uma maneira criativa de pedir ajuda.
- A característica da crônica aparece no absurdo de um gato tocar violino e um papagaio cantar, tornando o cotidiano fantástico e cômico.
- As duas situações surpreendentes são o gato tocando violino e o papagaio cantando uma música famosa.
- O comportamento dos animais, tão fora do comum, deixa as pessoas no armazém incrédulas, contribuindo para o tom humorístico.
- João, ao sugerir que oferece um show em vez de pedir esmola, pode estar criticando a forma como a sociedade valoriza o entretenimento mais do que as necessidades básicas.
- A linguagem leve e descontraída mantém o leitor envolvido, apesar do absurdo dos acontecimentos, permitindo que a narrativa seja tanto divertida quanto reflexiva.
- A fala final de João reflete seu espírito criativo e resiliente, sugerindo que, mesmo diante da dificuldade, ele mantém um senso de humor e dignidade.
- A criatividade e improvisação de João mostram que, em tempos difíceis, é possível usar o talento e o humor para sobreviver.
- João abriu o bolso e de lá retirou um felino listrado e um pequeno papagaio, cujas penas reluziam ao sol.
- O humor é evidenciado no fato absurdo do gato e do papagaio realizarem feitos inacreditáveis, como tocar violino e cantar.
- O autor deixa o aspecto em aberto para que o leitor continue imerso na fantasia do texto, questionando a linha entre realidade e ficção.