“Contação de Histórias e Culinária: Aprendendo com Bolinhos”
Neste plano de aula, para crianças pequenas na faixa etária de 4 a 5 anos, iremos explorar a narrativa através da contação de histórias, utilizando como referência a obra “O Caso do Bolinho”, de Ana Maria Machado. Por meio desta atividade, os pequenos serão estimulados não apenas a ouvir uma história envolvente, mas também a se envolver em momentos de interação e culinária, criando seu próprio bolinho. Este plano visa promover a criatividade e o aprendizado das crianças nas áreas de linguagem, socialização e habilidades motoras, de forma lúdica e significativa.
A contação de histórias é uma das práticas mais encantadoras na Educação Infantil, pois proporciona um espaço seguro para as crianças expressarem suas emoções e pensamentos, além de fomentar a imaginação. Ao incluir também uma atividade culinária, as crianças irão vivenciar a narrativa de forma prática e tátil, tornando o aprendizado mais agradável e memorável.
Tema: Contação de História – O Caso do Bolinho
Duração: 120 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Estimular a imaginação e a criatividade das crianças através da contação de histórias, associando a narrativa à experiência prática de confecção do bolinho, promovendo a interação social e a expressão de sentimentos.
Objetivos Específicos:
– Estimular a escuta atenta e a imaginação por meio da contação da história.
– Desenvolver a habilidade de seguir instruções durante a atividade de culinária.
– Promover a sociabilidade e o respeito ao trabalho em grupo.
– Fomentar o desenvolvimento motor fino com a manipulação de ingredientes.
– Incentivar a expressão de sentimentos e opiniões sobre a história e a atividade realizada.
Habilidades BNCC:
Do Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
Do Campo de Experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”:
– (EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções em brincadeiras.
– (EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades.
Do Campo de Experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”:
– (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de diferentes formas de arte (no caso a culinária).
Do Campo de Experiências “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”:
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita.
– (EI03EF04) Recontar histórias ouvidas, definindo os contextos e personagens.
Materiais Necessários:
– Livro “O Caso do Bolinho” de Ana Maria Machado
– Ingredientes para a receita do bolinho (farinha de trigo, açúcar, ovos, manteiga, fermento e um pouco de leite)
– Utensílios de cozinha (tigelas, colher, batedeira, formas)
– Aventais para as crianças (ajuda na higiene)
– Fichas com os valores nutricionais dos ingredientes
– Papel e lápis para desenhos e registro de opiniões
Situações Problema:
1. Como podemos transformar a história do bolinho em algo real?
2. O que devemos fazer antes de começar a cozinhar?
3. Quais ingredientes veremos no bolinho?
4. Como podemos nos ajudar uns aos outros durante a atividade?
Contextualização:
O livro “O Caso do Bolinho” narra a história de um bolinho que, ao ser deixado esquecido, ganha vida e vive várias aventuras. A proposta da aula é trazer esta história para perto das crianças, levando elas a experimentar a confecção do bolinho. Isso fará com que elas conectem a história com a prática, tornando a narrativa mais significativa. A história toca em temas como amizade, cuidado e trabalho em equipe, que podem ser discutidos antes e depois da atividade de culinária.
Desenvolvimento:
1. Introdução (20 min): Reunir as crianças em um círculo e apresentar o livro. Fazer uma breve interação perguntando se elas já comeram bolinhos e o que acham deles. Em seguida, iniciar a leitura da história, utilizando entonações e expressões, incentivando a participação das crianças.
2. Discussão (10 min): Após a leitura, conduzir uma breve discussão sobre a história. Perguntar quais personagens elas mais gostaram e por quê, além de discutir sobre o que acontece com o bolinho quando ele sai da casa.
3. Atividade de Culinária (60 min): Organizar as crianças em pequenos grupos. Usar a receita do bolinho, distribuindo os ingredientes e utensílios entre os grupos. Cada grupo deverá seguir as etapas da receita, enquanto o professor faz questões para que as crianças participem e entendam o que estão fazendo. Ao término, levar as formas ao forno para assar.
4. Atividade de Expressão (20 min): Enquanto os bolinhos assam, as crianças podem desenhar seus momentos favoritos da história ou do momento de cozinhar. Os desenhos podem ser compartilhados depois.
5. Finalização (10 min): Consumo dos bolinhos. Promover uma pequena roda de conversa onde as crianças compartilham suas impressões sobre a atividade, a história e como foi a experiência de fazer o bolinho.
Atividades sugeridas:
– Dia 1 – Contação de Histórias: Ler “O Caso do Bolinho”, utilizando elementos que chamem a atenção das crianças, como fantoches.
– Dia 2 – Discussão e Desenho: Falar sobre os personagens e pedir que as crianças desenhem como imaginam os personagens.
– Dia 3 – Preparação: Na sequência, organizar uma atividade parecida com a culinária onde os alunos ajudem a preparar uma mistura para o bolinho, contando as quantidades.
– Dia 4 – Em grupo: Criar uma história curta em grupos, onde as crianças criam novos personagensque poderiam interagir com o bolinho.
– Dia 5 – Apresentação: Apresentar a nova história para o restante da turma e discutir o bolinho que prepararam, em uma roda de conversa.
Discussão em Grupo:
Promover discussões sobre os sentimentos que cada um teve durante a confecção e a história. Como se sentiram ao fazer os bolinhos? O que aprenderam sobre trabalhar juntos?
Perguntas:
– O que mais gostaram na história?
– Como foi fazer os bolinhos?
– Quais foram os desafios que encontramos?
– O que precisávamos fazer para que a receita ficasse boa?
Avaliação:
A avaliação será contínua e será feita através da observação do envolvimento das crianças nas atividades. O professor pode verificar se elas estão participando das discussões, como se comunicam entre si e se demonstram interesse nas atividades práticas.
Encerramento:
Ao final das atividades, é importante reforçar as aprendizagens. O professor deve abrir um espaço para as crianças compartilharem o que aprenderam, quais partes da atividade mais gostaram, e como se sentiram no processo de criar e contá-las.
Dicas:
– Tenha em mãos materiais que possam auxiliar na contação da história, como brinquedos ou fantoches.
– Esteja sempre aberto para as sugestões das crianças, adaptando a história ou a atividade conforme o interesse delas.
– Crie um ambiente agradável e acolhedor durante todo o processo.
Texto sobre o tema:
A contação de histórias é uma ferramenta essencial na Educação Infantil, pois ela incentiva a imaginação e a criatividade dos pequenos. Através das histórias, as crianças entram em mundos fantásticos, onde são convidadas a viver aventuras e a se conectar emocionalmente com os personagens. No caso de “O Caso do Bolinho,” de Ana Maria Machado, a narrativa traz ensinamentos sobre amizade, cuidado e as consequências de suas ações. Ao lidarmos com histórias como esta, oferecemos às crianças o incentivo necessário para que compreendam melhor seu entorno e as relações que estabelecem.
A prática culinária, quando associada à contação de histórias, potencializa a cognição e ainda proporciona momentos de interação social. As crianças têm a oportunidade de trabalhar em equipe, seguindo as instruções, e ao mesmo tempo, desenvolvem suas habilidades motoras ao manipular os ingredientes. Essa combinação de aprendizado visual e prático ajuda na fixação do conhecimento e estimula o interesse das crianças por novas descobertas.
Além disso, a culinária não apenas reforça os conceitos aprendidos nas histórias, mas também abre espaço para a discussão sobre saúde e nutrição. Falar sobre os ingredientes do bolinho, por exemplo, permite que os pequenos entendam mais sobre o que estão consumindo e a importância de uma alimentação equilibrada. Dessa forma, a contação de histórias aliada à atividade prática de culinária se forma um ciclo de aprendizado rico e multifacetado, que atende às necessidades emocionais, sociais e cognitivas das crianças.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula pode ser desdobrado de diversas formas, permitindo que novas histórias sejam incorporadas e outras receitas sejam exploradas. Por exemplo, ao trabalhar com diferentes livros, podem-se introduzir variedade de ingredientes na culinária, aprofundando a experiência sensorial das crianças. É possível também promover um dia de degustação de bolinhos feitos por cada grupo e permitir que elas compartilhem o processo de preparação, tornando-se ainda mais criativas com suas receitas.
Além disso, ao utilizar a contação de histórias interativa, o professor pode incentivar as crianças a criarem suas próprias narrativas, alimentando a criação artística. Podem ser organizadas pequenas apresentações onde cada grupo conta a história que criou, utilizando a culinária para transportar a narrativa para um mundo real. Isso promove a autoexpressão e o compartilhamento de cultura entre os pequenos.
Por fim, as experiências vividas podem ser registradas em um mural coletivo, destacando os momentos importantes e resultados obtidos nas atividades. Isso imprime um sentimento de pertencimento ao espaço escolar e reforça a importância da colaboração entre as crianças. Esses desdobramentos permitem que as aprendizagens sejam consolidadas e que cada atividade siga como um elo dentro do universo de conhecimento que estão construindo.
Orientações finais sobre o plano:
É crucial que este plano de aula seja flexível. Cada grupo de crianças possui suas particularidades, por isso é importante que o professor esteja atento às reações e interações durante as atividades. O desenvolvimento da empatia e do respeito mútuo deve ser um pilar central, permitindo que as crianças se sintam à vontade para expressarem suas ansiedades, medos e conquistas.
Encorajar as crianças a falarem sobre o que sentiram ao ouvir a história e ao fazer os bolinhos é uma excelente forma de estabelecer um diálogo significativo. Ao final da atividade, o professor pode levantar questões sobre o que elas aprenderam e como se sentiram, criando assim um ambiente de reflexão e valorização das ideias.
Por fim, engajar os familiares na experiência pode trazer um valor imenso ao aprendizado. O professor pode sugerir que ao final da atividade os filhos compartilhem a experiência e os bolinhos feitos em casa, além de promover pequenas reuniões de pais onde possam ouvir sobre o que as crianças aprenderam. Esse envolvimento pode reforçar a importância da educação como um processo coletivo e comunitário.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
– Criar um Livro de Receitas Coletivo: As crianças podem desenhar suas receitas preferidas e fazer um livro que pode ser compartilhado com os familiares, onde cada um pinta que eventualmente possa cozinhar.
– Teatro de Fantoches: As crianças podem criar fantoches dos personagens do bolinho e encenar a história, permitindo que pratiquem a criatividade teatral em suas apresentações.
– Dia da Culinária Temática: Propor um dia em que cada criança traga uma receita de suas culturas e compartilhe com os colegas, falando sobre a história por trás dela.
– Exploração Sensorial com Ingredientes: Montar uma mesa com diferentes ingredientes, para que as crianças sintam, cheirem e interajam, permitindo que aprendam sobre as propriedades de cada um.
– Caminhada pela Natureza: Organizar uma caminhada onde as crianças poderão coletar folhas, flores e se inspirar para criar uma nova história que envolva a natureza, promovendo o contato com o ambiente.
Ao longo deste plano de aula, espera-se proporcionar um ambiente rico e colaborativo, onde cada criança possa explorar, aprender e interagir, criando memórias afetivas que ficarão com elas por toda a vida.