“Contação de Histórias: Aprendizado e Afeto na Educação Infantil”

A contação de histórias é uma atividade pedagógica rica e valiosa no contexto da Educação Infantil, principalmente para crianças bem pequenas, entre 1 e 2 anos. Este plano de aula visa não apenas entreter, mas também estimular o desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos pequenos, promovendo momentos de interação e aprendizado significativo. Utilizando a narração de histórias apropriadas para essa faixa etária, será possível criar um ambiente de acolhimento e curiosidade. A experiência de ouvir uma história não se limita ao conteúdo narrativo, mas abrange também a imitação, a memória e a imaginação das crianças, fatores essenciais para seu desenvolvimento integral.

Neste plano, as histórias selecionadas são simples, rítmicas e ilustradas, permitindo que as crianças possam interagir, fazer perguntas e compartilhar suas impressões. Além disso, a contação de histórias promove também uma comunicação efetiva entre educadores e alunos, criando laços afetivos e ajudando as crianças a compreenderem e expressarem seus sentimentos e ideias. Ter um cuidado especial com a forma de contar, utilizando gestos, expressões faciais e variações na entonação da voz, será fundamental para prender a atenção dos pequenos.

Tema: Contação de História
Duração: 30 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 1 a 2 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Estimular o interesse pela leitura e desenvolver a capacidade de escuta e imaginação por meio da contação de histórias, promovendo a interação social e a comunicação entre crianças e educadores.

Objetivos Específicos:

– Promover a expressão oral através da narração de histórias.
– Estimular a percepção de sons e ritmos nas narrativas.
– Fomentar a criatividade e imaginação ao interagir com o conteúdo narrado.
– Facilitar o desenvolvimento da socialização entre as crianças através da partilha de experiências.

Habilidades BNCC:

Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
– (EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações, e acompanhando, com orientação do adulto-leitor, a direção da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita).

Campo de experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”:
– (EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.

Campo de experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”:
– (EI02TS01) Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música.

Campo de experiências “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”:
– (EI02EF02) Identificar e criar diferentes sons e reconhecer rimas e aliterações em cantigas de roda e textos poéticos.
– (EI02EF07) Manusear diferentes portadores textuais, demonstrando reconhecer seus usos sociais.

Materiais Necessários:

– Livros ilustrados com imagens grandes e coloridas.
– Bonecos ou fantoches que representem os personagens da história.
– Sons de natureza ou músicas infantis para acompanhamento.
– Espaço amplo e confortável para acomodar as crianças.

Situações Problema:

– Como podemos fazer com que as crianças entendam que cada história tem um início, meio e fim?
– O que acontece se mudarmos a história usando novos personagens ou cenários?

Contextualização:

A contação de histórias é uma prática ancestral que transcende culturas. Para as crianças, ouvir histórias é uma porta de entrada para um mundo vasto de imaginação e criatividade. Neste sentido, foi escolhida a narrativa de uma história simples que funciona como uma ferramenta poderosa para o vínculo afetivo entre educadores e alunos, além de promover habilidades essenciais na comunicação.

Desenvolvimento:

1. Acolhimento (5 minutos): Iniciar a atividade com uma recepção calorosa, utilizando brincadeiras suaves ou canções de roda para que as crianças se sintam confortáveis e abertas para a contação.

2. Apresentação do Tema (5 minutos): Introduzir o tema da história escolhida de forma lúdica, mostrando imagens e utilizando os fantoches para instigar a curiosidade das crianças.

3. Contação da História (10 minutos): Realizar a contação efetiva, utilizando diferentes entonações e expressões faciais, fazendo pausas para permitir que as crianças façam perguntas e interajam. Assegurar que a história seja clara e que as ilustrações sejam mostradas frequentemente.

4. Atividades Lúdicas (5 minutos): Pedir às crianças que escolham seus personagens preferidos da história e imitem seus gestos ou sons. Incentivar o uso de fantoches ou desenhos simples para que todas possam participar.

5. Encerramento (5 minutos): Para finalizar, provocar um diálogo com as crianças sobre a história contada, fazendo perguntas simples que estimulem a fala, como “Qual o seu personagem favorito?”.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: A Caixa de Sons (Objetivo: Desenvolver a percepção auditiva)
Descrição: Criar uma caixa com diferentes objetos que fazem sons (tambores, chocalhos, etc.). Durante a história, pedir para as crianças criarem os sons que acharem que combinam com os momentos da narrativa.
Materiais: Objetos sonoros diversos.
Instruções: Ao longo da contação, inserir os sons na/narrativa.

Atividade 2: Fantoches da História (Objetivo: Encorajar a imaginação)
Descrição: Criar fantoches simples com papel e gravetos para que as crianças possam reencenar a história.
Materiais: Papel, canetinhas, gravetos.
Instruções: Após a contação, cada criança pode escolher um personagem e ajudar a recriar a cena.

Atividade 3: Arte com Sombras (Objetivo: Estimular a criatividade)
Descrição: Usar lanternas para projetar sombras em um fundo branco, representando as cenas da história contada.
Materiais: Lanternas, objetos diversos para projetar sombras.
Instruções: Realizar a projeção enquanto narra histórias sobre cada sombra.

Atividade 4: Música para a História (Objetivo: Associar sons a sentimentos)
Descrição: Criar uma canção simples relacionada à história e cantar com as crianças.
Materiais: Instrumentos musicais de plástico ou objetos sonoros.
Instruções: Incorporar a música durante a contação e recriar com os alunos.

Atividade 5: Desenhos Coletivos (Objetivo: Explorar a coordenação motora)
Descrição: Propor que as crianças desenhem algo que lembram da história, utilizando tintas ou lápis de cor.
Materiais: Papéis grandes, tintas e pincéis.
Instruções: Após a contação, permitir que as crianças expressem seus pensamentos através da pintura.

Discussão em Grupo:

Após a contação da história, reunir todos para refletir sobre o que aprenderam ou o que mais gostaram. Incentivar o compartilhamento das emoções e opiniões sobre os personagens ou aventuras vividas na narrativa.

Perguntas:

1. Que som o nosso personagem faz?
2. O que você faria se estivesse na história?
3. Qual figura você gostou mais?

Avaliação:

A avaliação será contínua e feita através da observação da participação e engajamento das crianças nas atividades. O educador deve avaliar o desenvolvimento da habilidade de escuta, expressão livre e a interação social durante a contação.

Encerramento:

Finalizar a atividade com uma breve reflexão sobre a importância das histórias e como elas nos ajudam a imaginar e entender o mundo. Agradecer as crianças pela participação e envolvê-las em uma breve canção de despedida, envolvendo-as também nas despedidas como uma maneira de concluir o encontro.

Dicas:

Para que a contação de histórias seja ainda mais impactante, lembre-se de manter uma postura acolhedora e atenta. É importante alternar as vozes e as emoções durante a narração, a fim de capturar a atenção das crianças. Utilize também os materiais visuais de forma estratégica, mostrando e interagindo durante a história.

Texto sobre o tema:

A contação de histórias é uma prática que tem atravessado gerações, atuando como um elo entre o conhecimento e a criatividade das crianças. Os pequenos ouvintes são transportados a mundos imaginários que estimulam a sua imaginação e criatividade. Cada narração é uma oportunidade para que eles possam se identificar com personagens, questionar e vivenciar experiências que vão muito além de suas realidades. Contudo, o papel do contador de histórias é essencial; ele deve ser um facilitador, que apresenta as histórias de maneira a cativar a audiência, utilizando não apenas as palavras, mas também a expressão corporal e a entonação de voz.

Nesse contexto da Educação infantil, contar histórias não se resume apenas ao ato de ler um texto, mas sim a um trabalho complexo que envolve interação, escuta ativa e também a sensibilização para o universo cultural. As crianças pequenas têm uma grande capacidade de absorver e processar informações, e o uso de imagens, sons e movimentos enriquece essa experiência. Além disso, pode-se dizer que a contação de histórias vai muito além de desenvolver competências linguísticas; ela desempenha um papel vital no desenvolvimento emocional, proporcionando aos pequenos um espaço seguro para se expressarem.

Outro ponto importante é que a interação social que a contação de histórias propicia contribui para a formação de laços de amizade e parceria entre as crianças. Através da escuta, das perguntas e das atividades lúdicas subsequentes, eles aprendem a respeitar e ouvir o outro, desenvolvendo habilidades interativas essenciais para a vida. Por meio da contação, é possível explorar temas relevantes, como a amizade, a solidariedade e o respeito às diferenças, ajudando as crianças a entenderem o mundo e as relações que se estabelecem nele.

Desdobramentos do plano:

A contação de histórias não se esgota em uma única sessão. Seu potencial é vasto e pode ser expandido para diversas áreas de aprendizado. Por exemplo, ao final da contação, podemos criar um pequeno livro ilustrado em conjunto com as crianças, integrando novas histórias que elas mesmas inventaram. Essa atividade não só estimula a criatividade, mas também promove o domínio da linguagem e a estética da produção literária. Além disso, pode-se organizar uma exibição de histórias contadas por cada criança, promovendo o fortalecimento da autoestima e da confiança.

Desdobramentos também podem estar atrelados a atividades interdisciplinares, onde a contação de histórias passe a envolver arte, música e movimento. Criações envolvendo danças ou canções que retratem os personagens e a narrativa ajudam as crianças a se apropriarem da história de uma forma ainda mais profunda, tornando o aprendizado multissensorial. Assim, estas atividades interativas tornam o ambiente escolar mais dinâmico e envolvente, contribuindo para um desenvolvimento integral.

Um último desdobramento que pode ser explorado é a promoção da leitura em família. Ao engajar famílias na contação de histórias em casa, é possível criar um circuito contínuo de aprendizagem e socialização, onde os pequenos se sintam encorajados a compartilhar com seus familiares o que aprenderam na escola. As histórias se tornam pontes para vínculos familiares, permitindo que jovens leitores se desenvolvam em um ambiente afetivo que valoriza a leitura.

Orientações finais sobre o plano:

Ao implementar este plano, as orientações são de manter sempre uma atitude aberta e flexível, adaptando a narrativa de acordo com a resposta das crianças. Cada turma possui seu próprio ritmo e interesse, e cabe ao educador estar atento às particularidades de seu grupo, observando quais personagens ou temas despertam mais interesse. A comunicação também deve ser estimulada, permitindo que as crianças tenham liberdade para expressar suas emoções e opiniões em relação aos conteúdos abordados.

É igualmente importante criar um ambiente que favoreça a criatividade e a interação, facilitando a participação de cada criança. A contação de histórias deve ser uma experiência coletiva, onde o estudante deve se sentir confortavelmente incluído nas dinâmicas de diálogo e expressão. Por outro lado, a diversificação das abordagens utilizadas na contação, como sons, ilustrações, e mesmo a criação de personagens, fará com que as narrativas sejam sempre frescas e estimulantes.

Por fim, a reflexão contínua sobre a prática de contar histórias e sua importância no desenvolvimento das crianças é um aspecto que não pode ser negligenciado. É necessário promover momentos de feedback e troca de experiência entre os educadores, a fim de ampliar as possibilidades de ensino e enriquecer as práticas pedagógicas de contação de histórias. Esse aspecto apreciativo das relações interpessoais, tanto entre educadores quanto entre crianças, será imprescindível para a formação de um ambiente escolar mais acolhedor e produtivo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1: Cenário Imaginário
Objetivo: Criar um ambiente lúdico onde as crianças possam viver a história.
Materiais: Lençóis, caixas, almofadas.
Modo de condução: Montar um cenário que remeta à história contada. Envolver as crianças na montagem.

Sugestão 2: Som e Movimento
Objetivo: Estimular os sentidos e a coordenação.
Materiais: Instrumentos musicais como pandeiros, maracas.
Modo de condução: Criar uma trilha sonora e pedir que as crianças façam movimentos que combinem com os sons.

Sugestão 3: Histórias Pintadas
Objetivo: Desenvolver habilidades motoras e expressivas.
Materiais: Tintas e grandes folhas de papel.
Modo de condução: Após a contação, deixar as crianças ilustrarem seus momentos favoritos da história.

Sugestão 4: Caça ao Tesouro Temática
Objetivo: Aprimorar a memória e a exploração do ambiente.
Materiais: Objetos relacionados à história escondidos na sala.
Modo de condução: Conduzir as crianças em uma caça ao tesouro onde precisam encontrar itens da narrativa.

Sugestão 5: Mini Teatro
Objetivo: Promover a expressão verbal e corporal.
Materiais: Fantoches ou figuras recortadas.
Modo de condução: Pedir para que as crianças encenem a história com os fantoches, criando seus diálogos.

Esse plano de aula de contação de histórias para crianças bem pequenas não só proporciona um aprendizado significativo, mas também fortalece o vínculo entre educadores, alunos e suas famílias, promovendo um espaço educativo acolhedor e criativo.


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