“Consciência Negra na Educação Infantil: Plano de Aula para Bebês”
O plano de aula a seguir foi elaborado com o intuito de promover a reflexão e o aprendizado sobre a Consciência Negra na Educação Infantil, especialmente voltado para bebês de 6 meses a 1 ano e 11 meses. Para essa faixa etária, as atividades serão construídas de modo que os pequenos, mesmo com pouco tempo de vida em sociedade, possam começar a vivenciar diálogos sobre a diversidade cultural e o respeito às diferenças. Este projeto se desenvolverá ao longo de uma semana, permitindo aos cuidadores e educadores conduzirem experiências sensoriais, auditivas, e de movimento que promovam a inclusão e a respeitabilidade desde os primeiros anos de vida.
O desenvolvimento levará em consideração o envolvimento das crianças, através de atividades que estimulem a interação, a exploração e a expressão de emoções, utilizando-se de materiais que representam a cultura negra. Assim, o plano de aula proposta almeja não apenas o aprendizado em si, mas a construção de um ambiente de respeito e valorização da diversidade já nos primeiros meses de vivência escolar.
Tema: Projeto Dia da Consciência Negra
Duração: Uma semana (5 dias)
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 6 meses a 1 ano e 11 meses
Objetivo Geral:
Proporcionar aos bebês experiências que permitam a percepção e a valorização da cultura negra, promovendo a inclusão e o respeito à diversidade de forma lúdica e interativa.
Objetivos Específicos:
– Estimular as interações sociais entre as crianças e os adultos.
– Desenvolvimento da expressão de emoções, necessidades e desejos.
– Promover a exploração de sons, cores e formas representativas da cultura negra.
– Iniciar o reconhecimento de elementos raciais que fazem parte da identidade cultural brasileira.
– Contribuir para a compreensão dos efeitos das ações no ambiente que circunda as crianças.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO02) Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa.
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.
(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI01EF02) Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas.
(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Livros ilustrados sobre a cultura negra e diversidade
– Instrumentos musicais simples (pandeiros, chocalhos, etc.)
– Tintas e papéis para atividades artísticas
– Materiais recicláveis para exploração tátil
– Bonecos e figuras que representem a diversidade cultural
– Músicas afro-brasileiras para reprodução
Situações Problema:
– Como fazemos para reconhecer e respeitar as diferenças?
– De que forma podemos expressar nossas culturas e tradições?
– Quais sons e ritmos podemos associar à cultura negra?
Contextualização:
A consciência negra é um tema relevante que promove a reflexão sobre a história e a cultura do povo negro, além de enfatizar a importância da inclusão e do respeito à diversidade cultural. Neste projeto, iniciamos a discussão desse tema com os bebês, incentivando a percepção sobre si, sobre o outro e suas expressões culturais. É essencial que a educação infantil, desde os primeiros anos, possibilite a reflexão e a valorização das diferentes identidades.
Desenvolvimento:
Durante a semana, as atividades serão divididas em cinco dias, estruturadas de forma que as crianças possam explorar, observar e participar ativamente:
– Dia 1: Sons e Rituais
Objetivo: Estimular a percepção auditiva e a expressão corporal.
Descrição: Introduzir os bebês a sons da cultura afro-brasileira, como tambores e atabaques. Com a supervisão de um adulto, os bebês podem segurar e tocar instrumentos musicais, explorando o som que cada um produz.
Materiais: Tambores, atabaques e outros instrumentos.
Adaptação: Para crianças que não conseguem segurar instrumentos, trate de encorajar a exploração sonora usando as mãos em superfícies variadas.
– Dia 2: Cores e Pintura
Objetivo: Promover a exploração de cores e a expressão artística.
Descrição: Propor um momento de pintura com tintas em cores vibrantes que remetam à cultura africana. Os bebês podem utilizar as mãos ou pincéis grandes para traçar e criar.
Materiais: Tintas não tóxicas, papéis grandes e pincéis.
Adaptação: Usar papéis texturizados ou feltros para aqueles que possuem dificuldade em manipular.
– Dia 3: Contação de Histórias
Objetivo: Fomentar o interesse pela leitura e as narrativas culturais.
Descrição: Ler histórias com ilustrações que retratem personagens e tradições da cultura negra. Permitir que os bebês interajam com as páginas do livro.
Materiais: Livros ilustrados.
Adaptação: Para bebês que têm dificuldades na interação, utilizar livros em tecido que possam ser manuseados sem risco.
– Dia 4: Movimento e Dança
Objetivo: Incentivar o movimento e a expressão corporal.
Descrição: Criar um espaço de dança onde todas as crianças possam se mover livremente, ao som de músicas afro-brasileiras. Esta atividade promove o respeito ao movimento do corpo e à expressão de emoções.
Materiais: Música e espaço disponível.
Adaptação: Para os bebês que ainda não conseguem se mover, o adulto pode ajudar a guiá-los em movimentos rítmicos.
– Dia 5: Festinha da Consciência Negra
Objetivo: Reunir todas as experiências vividas na semana.
Descrição: Propor uma pequena celebração com os pais, onde as crianças poderão mostrar suas pinturas, dançar e ouvir músicas que aprenderam. Será um momento de celebração da diversidade.
Materiais: Espetinho de frutas, bandeirinhas de cor e toda a arte produzida.
Adaptação: Ter um espaço calmo para aqueles que se sentirem sobrecarregados pela festa.
Discussão em Grupo:
Ao final das atividades, é importante reunir as crianças e adultos para uma breve conversa. Perguntas como “O que você sentiu ao pintar?”, “Qual som você mais gostou?” ou “Como foi dançar juntos?” podem ser um ponto de partida para estimular a discussão e a expressão emocional.
Perguntas:
– O que você aprendeu sobre a cultura negra?
– Qual foi a atividade que você mais gostou?
– O que te fez sentir feliz durante a semana?
Avaliação:
A avaliação será feita observe as interações das crianças nas atividades, como elas se expressam, se comunicam e se conseguem desfrutar do ambiente e do que foi proposto. A participação dos bebês e suas reações serão fundamentais para entender o aproveitamento das experiências.
Encerramento:
O projeto termina com uma pequena cerimônia de agradecimento a todos os envolvidos, reforçando a importância do respeito e da valorização da identidade negra nas vivências diárias. Os educadores podem reforçar os aprendizados e incentivar os cuidadores a continuarem essa discussão em casa.
Dicas:
– Sempre mantenha um ambiente acolhedor e respeitoso, respeitando as reações de cada bebê.
– Busque diversificar as músicas e contação de histórias, promovendo a cultura em diferentes formas.
– Lembre-se de que estimulações sonoras e culturais devem ocorrer de forma lúdica e sempre respeitando o limite dos bebês.
Texto sobre o tema:
A Consciência Negra é uma celebração que remonta à luta dos negros pela liberdade e reconhecimento dentro da sociedade. É um tempo para refletir sobre a história e cultura afro-brasileira, ressaltando a importância de se reconhecer e respeitar as diferentes ascendências que formam a identidade nacional. Celebrar essa diversidade desde a primeira infância é fundamental, pois os pequenos aprendem com a vivência e com a observação das relações que se estabelecem ao seu redor. Abrir espaço para as expressões culturais contribui para que se construa uma base sólida de respeito e valorização ao longo da vida.
Os pequenos, através de atividades lúdicas, têm a oportunidade de conhecer um pouco sobre as tradições, os sons e a arte que originaram de uma cultura rica e diversa. É fundamental que esses momentos sejam proporcionados de forma que despertam o interesse e a curiosidade dos bebês, criando um ambiente seguro para que eles possam explorar sua própria identidade e a do outro. Este projeto, portanto, visa estabelecer uma conexão com a cultura negra de maneira carinhosa, respeitosa e integradora.
A introdução dessa temática nas primeiras fases de desenvolvimento dos bebês é de suma importância. Ao trazer as histórias, cantos e tradições que compõem o folclore e a cultura de origem africana, promovemos uma educação que valoriza a diversidade e a inclusão. Ao fazê-lo, não apenas contribuímos para a formação de identidade dos pequenos, mas também para uma sociedade mais justas e igualitária.
Desdobramentos do plano:
Os desdobramentos deste plano de aula podem ser amplos e variáveis, criando oportunidades para que os educadores realizem um acompanhamento contínuo sobre a valorização da cultura negra nas diversas etapas da educação infantil. Um possível desdobramento é a criação de um mural de arte com as pinturas realizadas pelos bebês, onde os pais e familiares poderão também interagir e comemorar os resultados. Este mural pode se expandir ao longo do ano, conforme outras atividades culturais são realizadas.
Outra possibilidade é a proposta de oficinas regulares que reforcem a importância das culturas que coabitam nosso Brasil, trazendo outros elementos de história e cultura dos povos que formaram nossa sociedade. Essas oficinas podem envolver o som, a dança e a arte como formas de comunicação e expressão.
Ainda, o acompanhamento com os pais pode ser feito através de encontros onde se discuta a importância da educação inclusiva e como as famílias podem aplicar esses ensinamentos em suas casas. Ao criar uma rede de apoio e respeito, os educadores e os familiares poderão perpetuar este aprendizado sobre a Consciência Negra e as tradições que dela advêm.
Orientações finais sobre o plano:
As orientações finais sobre este plano devem sempre lembrar que o sucesso do projeto está intrinsecamente ligado ao engajamento dos cuidadores e educadores. Todo o planejamento e execução precisam estar alinhados com o objetivo de respeitar e valorizar cada bebê como um indivíduo completamente capaz de expressar suas emoções e sentimentos.
É fundamental que o espaço proporcionado seja sempre seguro e acolhedor, onde as crianças se sintam confortáveis para experimentar, explorar e interagir. A abordagem deve ser lúdica e sensível às particularidades do desenvolvimento motor e cognitivo de cada bebê.
Por fim, incentivamos que a discussão sobre a cultura negra não se limite apenas ao ambiente escolar. É essencial que esse diálogo continue em casa, onde os cuidadores e familiares possam se envolver ativamente, ampliando o entendimento sobre a relevância e a contribuição afro-brasileira para a formação da sociedade atual. O conhecimento deve ser sempre algo que todos possam vivenciar e praticar, criando uma cultura de respeito e inclusão desde o berço.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Brincadeiras com Sons: Utilize garrafas com diferentes objetos dentro para criar instrumentos musicais improvisados. Os bebês podem chacoalhar as garrafas e explorar diferenças sonoras. O objetivo é estimular a exploração sensorial e auditiva.
Materiais: Garrafas plásticas, diferentes materiais (feijão, arroz, bolinhas).
Descrição da aplicação: Preencha as garrafas e as ofereça aos bebês para que eles possam explorar.
2. Atividades Artísticas com Texturas: Crie um espaço onde os bebês possam pintar com as mãos e usar diferentes texturas. Isso pode incluir uso de feltros, papéis de seda e outros materiais que deixem marcas.
Materiais: Tintas, papéis de diferentes texturas.
Descrição da aplicação: Espalhe os materiais em uma mesa e incentive os bebês a explorar as texturas enquanto pintam.
3. Roda de Dança Tradicional: Organize uma roda de dança utilizando canções tradicionais da cultura afro-brasileira. Os adultos podem guiar os pequenos em movimentos simples.
Materiais: Música tocando, espaço.
Descrição da aplicação: Forme um círculo e incentive os bebês a brincar e dançar ao som da música, promovendo a interação social.
4. Caça ao Tesouro Sensorial: Coloque objetos que representam a cultura negra (fotos, pequenos bonecos, itens decorativos) em diferentes partes de uma sala, onde bebês podem explorar com a supervisão dos adultos.
Materiais: Itens da cultura afro-brasileira, colagem de imagens em papel.
Descrição da aplicação: Deixe os bebês explorarem os objetos e, ao encontrá-los, contar breves histórias sobre cada item.
5. Teatro de Fantoches: Utilize fantoches para contar histórias sobre a cultura negra. Os pequenos podem interagir, dando possibilidade das crianças se expressarem.
Materiais: Fantoches, tecido, cenário improvisado.
Descrição da aplicação: Montar um teatro simples utilizando os fantoches para contar histórias. É uma forma de incentivo ao desenvolvimento da fala e interação.
Esse plano pode ser uma ferramenta valiosa para os educadores e cuidadores na busca por construir uma base sólida de compreensão e respeito à diversidade cultural desde os primeiros passos da educação infantil. Através das experiências sensoriais, auditivas e sociais, as crianças podem começar a desenvolver uma apreciação e carinho pelo que torna cada um único dentro do ambiente em que se encontram.
