Atividades Lúdicas para a Semana da Consciência Negra na Educação Infantil

A *Semana da Consciência Negra* é um momento importante para educar as crianças sobre a diversidade cultural e a valorização da *identidade negra*. Neste plano de aula, são propostas atividades que buscam ir além da simples comemoração, promovendo uma reflexão profunda sobre o tema e convidando as crianças a explorarem suas próprias identidades. Através de uma abordagem lúdica e interdisciplinar, esperamos que os alunos desenvolvam uma consciência crítica e um respeito pelas diferenças, fundamentais na formação de cidadãos mais justos e conscientes.

A faixa etária de 2 a 12 anos permite um leque vasto de possibilidades pedagógicas, focando principalmente nas crianças pequenas (4 a 5 anos e 11 meses). As atividades escolhidas promoverão o *desenvolvimento integral* da criança, considerando as diretrizes da BNCC e estimulando tanto o aspecto cognitivo quanto o emocional. As propostas incluem leituras, expressão artística e conversas em roda, elementos que são essenciais para o aprendizado nessa fase.

Tema: Semana da Consciência Negra
Duração: 5 HORAS
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 2 a 12 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a valorização da *identidade negra* e a *diversidade cultural* nas crianças, conscientizando-as sobre a importância do respeito, da empatia e da celebração das diferenças.

Objetivos Específicos:

– Incentivar a *expressão artística* através do desenhar e pintar autorretratos.
– Estimular a *escuta ativa* e a *fala* através de conversas em roda sobre a identidade e a cultura negra.
– Promover a *leitura crítica* e *reflexiva* do livro “A Menina Bonita do Laço de Fita”, destacando a importância da aceitação da diversidade.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita.

Materiais Necessários:

– Livro “A Menina Bonita do Laço de Fita”
– Folhas de papel em branco
– Lápis de cor, canetinhas e tintas
– Espelho (para auto-observação)
– Materiais de desenho (papel, tesoura, cola)

Situações Problema:

Como podemos entender e valorizar a diversidade nas nossas vidas? Quais as características que tornam cada um de nós especial?

Contextualização:

Se faz necessário criar um espaço lúdico e acolhedor onde as crianças possam compartilhar suas experiências e sentimentos relacionados ao tema da identidade e da *diversidade*. A leitura do livro será o ponto inicial, que facilitará as discussões.

Desenvolvimento:

A sequência didática das atividades ocorrerá ao longo de uma semana, envolvendo *leitura*, *diálogo*, *arte* e *reflexão*. A seguir, as atividades sugeridas:

Atividades sugeridas:

Dia 1: Leitura do Livro
Objetivo: Introduzir o tema e estimular a empatia.
Descrição: Realizar a leitura da história “A Menina Bonita do Laço de Fita”. Incentivar as crianças a observar as ilustrações e discutir os sentimentos e emoções dos personagens.
Materiais: Livro, quadro branco para anotações.
Instruções: Ler em voz alta, parar em momentos estratégicos para realizar perguntas e incentivar a participação.
Adaptação: Para crianças que ainda não falam, usar gestos e expressões faciais para ilustrar a história.

Dia 2: Conversa em Roda
Objetivo: Desenvolver a habilidade de comunicação e expressar sentimentos.
Descrição: Promover um momento de conversa onde cada criança possa falar sobre o que aprendeu com a história. Incentivar a valorização das diferenças.
Materiais: Círculo de tapetes ou cadeiras.
Instruções: Estabelecer regras de respeito para escuta e fala, passar um objeto (ex: uma bola) que indica quem pode falar.
Adaptação: Oferecer cartões com imagens que as crianças possam mostrar para expressar o que estão sentindo.

Dia 3: Autorretrato
Objetivo: Estimular a expressão individual e o respeito pela diversidade.
Descrição: Cada criança deve desenhar seu próprio autorretrato, concentrando-se nas características que os tornam únicos.
Materiais: Folhas A4, lápis de cor e canetinhas.
Instruções: Explicar o que é um autorretrato e demonstrar como podem representar a si mesmos.
Adaptação: Fornecer modelagens ou guias passo a passo para crianças que podem ter dificuldade em desenhar.

Dia 4: Pintura do Autorretrato
Objetivo: Permitir a expressão criativa e artística.
Descrição: Após desenhar, as crianças pintarão seus autorretratos, utilizando as cores que preferirem.
Materiais: Tintas, pincéis e copos para água.
Instruções: Orientar as crianças sobre como misturar cores e usar pincéis.
Adaptação: Para alunos com dificuldade motora, utilizar esponjas para pintura.

Dia 5: Apresentação da Galeria
Objetivo: Valorizar o trabalho de cada criança e promover o respeito.
Descrição: Organizar os autorretratos em uma exposição, onde cada criança apresentará sua arte e falará um pouco sobre o que a torna especial.
Materiais: Fita adesiva ou cordões para pendurar as obras.
Instruções: Criar uma galeria na sala e convidar outros professores ou famílias para visitem.
Adaptação: Propor que as crianças desenhem em grupo ou em par para aqueles que se sentem inseguros.

Discussão em Grupo:

Reflita sobre as diversas representações da *identidade negra*. O que aprendemos sobre nós mesmos ao conhecer histórias diferentes? Como podemos respeitar e valorizar as diferenças no nosso dia a dia?

Perguntas:

– O que significa para vocês a diversidade?
– Como vocês se sentem em relação às suas próprias características?
– Por que é importante respeitar as diferenças?

Avaliação:

A avaliação será realizada de forma contínua, observando a participação e o engajamento das crianças nas atividades, bem como sua capacidade de expressar sentimentos e compreender a diversidade.

Encerramento:

Finalizar a semana com um momento de reflexão sobre o que aprenderam. Poderão fazer uma roda de conversa onde compartilham o que mais gostaram e o que significou para eles participar deste projeto sobre *Consciência Negra*.

Dicas:

– Crie uma atmosfera receptiva, onde as crianças se sintam seguras para expressar suas opiniões.
– Use músicas e danças da cultura afro-brasileira para enriquecer a experiência.
– Mantenha um registro das produções artísticas para mostrar a evolução e a dinâmica da turma.

Texto sobre o tema:

A *Semana da Consciência Negra* é um importante momento de reflexão sobre a história e as contribuições da população africana e afrodescendente no Brasil. Ao longo dos anos, as narrativas relacionadas à cultura negra foram marginalizadas, e a ressignificação deste espaço é fundamental para a promoção da igualdade e do respeito. Neste contexto, é vital que as crianças sejam educadas a partir de uma perspectiva de valorização da diversidade cultural desde cedo. O livro “A Menina Bonita do Laço de Fita” é uma obra emblemática, que apresenta temas como a aceitação e a solidariedade, fundamentais para a formação de um caráter empático. Além disso, a atividade de auto-retrato proporciona uma oportunidade única para que as crianças reflitam sobre sua própria identidade e as características que as tornam únicas, ajudando a construir autoestima e o respeito pelo próximo.

Para que a mensagem da semana seja mais impactante, as conversas em roda permitem que as crianças compartilhem suas experiências e construam coletivamente um entendimento mais profundo sobre o tema. A troca de ideias e sentimentos é central para a construção de uma sociedade mais justa, e o espaço de diálogo é um dos recursos mais eficazes para se alcançar esse objetivo. Os momentos de reflexão proporcionados pelas discussões em grupo ajudam as crianças a se verem representadas e a reconhecerem a importância de todas as etnias e culturas na construção de um Brasil plural.

Ao integrar atividades artísticas, como o autorretrato, as crianças conseguem expressar suas vivências e refletir sobre como se sentem em relação às suas características e às dos outros. Essa vivência artística não apenas estimula a criatividade como também proporciona uma plataforma de diálogo sobre questões de identidade e diversidade cultural. Assim, a *Semestre da Consciência Negra* se transforma em uma oportunidade rica e significativa de aprendizado, construindo as bases de uma sociedade mais respeitosa e consciente.

Desdobramentos do plano:

Ao longo da aplicação deste plano de aula, os educadores poderão identificar várias vertentes que possibilitam desdobramentos nas práticas pedagógicas. Para além da semana específica destinada à *Consciência Negra*, é possível criar um calendário de atividades que reiterem a importância do respeito à diversidade e à inclusão nas demais semanas letivas. A construção de um projeto contínuo que envolva música, arte e literatura de diversas culturas poderá ser um caminho eficaz de manutenção do aprendizado.

Outra possibilidade de desdobramento seria a implementação de um espaço na escola dedicado à cultura afro-brasileira, organizando feiras culturais, semanas temáticas e atividades que celebrem as diversas raízes do nosso povo. Além disso, incentivando a participação da comunidade e das famílias, a escola amplia o leque de vozes que podem contribuir para um ambiente educacional mais rico e inclusivo.

Por fim, ao trabalhar com as crianças essas questões, fica evidente a importância do papel do educador como mediador e agente transformador nesse processo. Ao encorajar um ambiente de respeito e diálogo, é possível cultivar uma geração mais consciente da necessidade de celebrar a pluralidade de identidades, contribuindo para a formação de cidadãos engajados e comprometidos com um futuro melhor e mais igualitário.

Orientações finais sobre o plano:

É essencial que os educadores estejam cientes de que a aplicação das atividades deve ocorrer de forma flexível, adaptando-se ao ritmo e às respostas dos alunos. Quando se trata de *diversidade e identidade*, cada criança traz consigo uma bagagem única de experiências e sentimentos que devem ser respeitados e valorados. Por isso, é importante que o educador esteja atento e sensível às manifestações de cada aluno, promovendo um ambiente seguro e acolhedor.

Além disso, o uso de musicalidade, dança e expressões artísticas pode servir como ponte para discussões mais profundas. Ao introduzir elementos culturais através da arte, a criança poderá conectar-se a essas vivências de forma lúdica. Assim, favorecer um clima de aceitação e respeito por todas as culturas é uma estratégia crucial para incluir todos, fornecendo uma experiência educativa mais rica.

Por fim, a reflexão sobre a *Consciência Negra* não deve se restringir a uma única semana. É uma temática que demanda constante atenção e diálogo nas escolas. Dessa forma, integrar essas reflexões na rotina da escola, promover novas leituras e debates ao longo do ano é fundamental para a construção de uma cultura de paz e respeito mútuo entre culturas diversas. Continuar a educar as crianças sobre a beleza e a riqueza da diversidade irá moldar uma sociedade mais justa e igualitária.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1: Dança das Cores
Objetivo: Explorar ritmos e danças afro-brasileiras.
Idade: Crianças de 4 a 5 anos.
Materiais: Música com batida afro-brasileira, fitas coloridas.
Modo de condução: Organizar um momento de dança em que as crianças possam expressar suas emoções movendo-se livremente com as fitas. O professor pode explicar a origem da música e como a dança é uma forma de expressão cultural.

Sugestão 2: Criando Máscaras Africanas
Objetivo: Conhecer expressões artísticas da cultura africana.
Idade: Crianças de 5 anos.
Materiais: Papel, tintas, tesouras e elásticos.
Modo de condução: Assistidos pelo professor, as crianças poderão criar máscaras que representam diferentes culturas africanas. Discutir a importância das máscaras nas danças e celebrações.

Sugestão 3: Caixa de Memórias
Objetivo: Valorizar suas histórias familiares e culturais.
Idade: Crianças de 4 a 5 anos.
Materiais: Caixa de sapato, materiais recicláveis, fotos, artefatos culturais.
Modo de condução: Cada criança pode montar uma caixa de memórias que representa sua história/comunidade. Essa troca de histórias irá reforçar a identidade e a valorização de suas origens.

Sugestão 4: Contação de Histórias Africanas
Objetivo: Conhecer a literatura e as tradições africanas.
Idade: Crianças de 4 a 6 anos.
Materiais: Livros de histórias populares africanas, fantasias ou adereços.
Modo de condução: Realizar uma sessão de contação de histórias, onde todos possam participar, seja como ouvintes ou encenando partes da história. Focar na moral da história e relacioná-la com a identidade.

Sugestão 5: Jardins da Diversidade
Objetivo: Explorar a diversidade através da natureza.
Idade: Crianças de 5 a 6 anos.
Materiais: Vasos, terra, sementes de plantas diversas.
Modo de condução: Fazer a atividade de plantar, explicando como cada espécie é única e como nosso ambiente é semelhante: todos diferentes e ao mesmo tempo formando um belo jardim. A atividade pode reforçar a ideia de convivência e respeito.

Essas sugestões são projetadas para estimular e reforçar a *consciência cultural* e a *valorização da diversidade*, permitindo que os alunos tragam suas vivências e aprendam de maneira lúdica e envolvente.


Botões de Compartilhamento Social