Atividades Lúdicas Inclusivas para Crianças Autistas de 3 Anos

Este plano de aula foi elaborado com o objetivo de oferecer atividades envolventes e acessíveis para crianças autistas na faixa etária de 3 anos. O enfoque principal é proporcionar um ambiente de aprendizagem inclusivo, respeitando as diferenças individuais e estimulando habilidades essenciais que visam o desenvolvimento integral das crianças. As brincadeiras e dinâmicas propostas visam facilitar a interação social, a comunicação e a exploração do corpo e do espaço.

Através de atividades lúdicas, espera-se que as crianças consigam expressar suas emoções, desenvolver a coordenação motora, e se familiarizar com diferentes texturas e ritmos, sempre em um clima de respeito e acolhimento. A proposta é que cada brincadeira favoreça a construção de relacionamentos saudáveis, além de promover a autoestima e a autonomia dos pequenos.

Tema: Atividades para criança autista
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças bem pequenas
Faixa Etária: 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Criar condições para que as crianças sócio-emocionalmente se desenvolvam por meio de atividades lúdicas e sensoriais que estimulem a comunicação, o movimento e a exploração criativa.

Objetivos Específicos:

– Promover a interação social entre as crianças.
– Estimular a expressão de sentimentos e necessidades.
– Incentivar o cuidado com o corpo e o ambiente ao redor.
– Explorar as diferentes texturas e sons que os materiais oferecem.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
– (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
– (EI02CG03) Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combinando movimentos e seguindo orientações.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
– (EI02TS01) Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música.
– (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação (argila, massa de modelar), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos tridimensionais.

Materiais Necessários:

– Materiais sensoriais variados (massa de modelar, diferentes texturas de pano, papel, etc.)
– Instrumentos de percussão simples (sei, tambores de plástico, etc.)
– Músicas infantis leves e animadas
– Espaço amplo e seguro para brincadeiras

Situações Problema:

1. Como compartilhar os materiais e brinquedos de forma gentil?
2. O que fazer quando um colega parece não gostar de alguma brincadeira?
3. Como se expressar quando estamos felizes ou tristes?

Contextualização:

As crianças com autismo muitas vezes enfrentam desafios na comunicação e na interação social. Portanto, este plano visa utilizar atividades lúdicas que incentivem tanto a expressão verbal quanto não-verbal, promovendo um ambiente acolhedor e seguro. As dinâmicas são desenvolvidas com foco na inclusão, respeitando as individualidades e promovendo as interações.

Desenvolvimento:

A aula iniciará com uma breve roda de conversa para apresentar o tema do dia, onde as crianças serão incentivadas a expressar o que gostam de fazer. Em seguida, serão introduzidas as atividades práticas, proporcionando um tempo adequado para cada uma. É fundamental que o professor esteja sempre atento ao grupo, ajustando as atividades conforme o interesse e a necessidade de cada aluno.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Brincadeira com Materiais Sensoriais
Objetivo: Desenvolver o tato e a expressão emocional.
Descrição: Os alunos terão acesso a diferentes materiais (massas, texturas de pano) em um espaço delimitado. Permita que explorem livremente, enquanto conversam sobre as sensações (macio, áspero, etc.).
Instruções para o professor: Os ajude a verbalizar as sensações, usando perguntas como “Como isso é?”.
Materiais: Massas de modelar, tecidos de diversos tipos, caixas sensoriais.
Adaptação: Para crianças que têm dificuldade em tocar, pode-se usar imagens para representar as texturas.

Atividade 2: Musicalidade e Movimento
Objetivo: Estimular a coordenação motora e a percepção rítmica.
Descrição: Criar uma roda de música onde as crianças podem dançar e tocar instrumentos musicais. Ao tocar um instrumento, as crianças farão movimentos simples, como pulos ou giros.
Instruções para o professor: Mantenha as crianças envolvidas pedindo que imitem movimentos e sons uns dos outros.
Materiais: Instrumentos de percussão e música animada.
Adaptação: Para crianças que se sentem inseguras em dançar, ofereça um suporte como se segurar nas mãos de um adulto.

Atividade 3: Hora da Contação de Histórias
Objetivo: Estimular a escuta, a comunicação e a imaginação.
Descrição: Ler uma história curta com ilustrações vibrantes que envolvam os alunos, permitindo que intervenham quando desejarem.
Instruções para o professor: Faça perguntas sobre a história e incentive a participação.
Materiais: Livro ilustrado.
Adaptação: Para crianças que se distraiam facilmente, escolha histórias curtas e interativas.

Atividade 4: Jogo das Cores e Formas
Objetivo: Trabalhar a percepção visual e a classificação.
Descrição: Usar blocos de cores e formas, onde as crianças devem empilhar e classificar os objetos por cor e forma.
Instruções para o professor: Explique como separar os diferentes objetos e incentive-os a compartilhar o que construíram.
Materiais: Blocos de diferentes cores e formas.
Adaptação: Oferecimento de categorias visuais, como imagens das formas e cores.

Atividade 5: Finalização com a Roda da Amizade
Objetivo: Promover a socialização e a expressão de sentimentos.
Descrição: No final da aula, cada criança deve compartilhar brevemente um momento que gostou durante a atividade, usando uma bola ou um objeto que simbolize a amizade.
Instruções para o professor: Facilite a conversa, ajudando-os a se expressar.
Materiais: Uma bola ou objeto de pelúcia.
Adaptação: Em caso de dificuldade em verbalizar, cada um pode desenhar algo que gostou.

Discussão em Grupo:

Promova uma conversa sobre o que aprenderam e gostaram durante as atividades, tanto oralmente quanto incentivando que desenhem algo que representou para eles os bons momentos. Esta reflexão é crucial para consolidar o aprendizado.

Perguntas:

1. O que você mais gostou de fazer hoje?
2. Como você se sentiu nas atividades?
3. Você gostaria de brincar mais com esses materiais?

Avaliação:

A avaliação será contínua ao longo da aula, observando a participação e o envolvimento das crianças. Nota-se se as crianças se comunicam, interagem e se expressam através das atividades propostas.

Encerramento:

Por fim, reforce a importância das interações e das emoções vividas durante as atividades, agradecendo a cada criança pela participação e contribuição. Um momento final de dança ou música pode ser uma boa forma de encerrar.

Dicas:

1. Mantenha a flexibilidade nas atividades, adaptando conforme a dinâmica da turma.
2. Utilize recompensas positivas para incentivar o compartilhamento e a integração.
3. Observe as reações dos alunos e ajuste a proposta de acordo com o interesse e dificuldade de cada um.

Texto sobre o tema:

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), é caracterizado por um espectro de dificuldades em áreas que incluem a comunicação e a interação social. É fundamental entender que crianças autistas possuem suas particularidades, que podem variar amplamente, levando em conta suas habilidades e desafios. Portanto, as atividades propostas neste plano de aula são pensadas para promover um espaço inclusivo, onde cada criança possa explorar e se desenvolver em seu próprio ritmo, respeitando suas necessidades e seus limites.

A prática educativa deve ser permeada por metodologias que valorizem a inclusão e o respeito pelas diferenças. Ao criar um ambiente acolhedor e estimulante, onde as crianças possam se expressar e interagir, é possível cultivar não apenas o autocuidado, mas também a percepção de si e do outro. Através de brincadeiras e dinâmicas que incentivam a comunicação e o movimento, os educadores têm a oportunidade de promover o desenvolvimento do autoconceito e a valorização das relações interpessoais.

Essencialmente, nossas práticas precisam de um olhar atento diante das diversas formas de ser e estar no mundo. As crianças autistas, ao experimentar atividades lúdicas e sensoriais, podem desenvolver não apenas habilidades motoras e cognitivas, mas também a capacidade de lidar com emoções e de envolver-se mais profundamente no contexto social. Portanto, cabe a nós, como educadores, fomentar essa inclusão, garantindo que todos sintam-se valorizados e respeitados nas suas individualidades.

Desdobramentos do plano:

As atividades apresentadas podem ter desdobramentos significativos no cotidiano das crianças. Ao promover uma sólida base de interação social, favoravelmente, conseguiremos ver um aumento na tolerância à frustração e na autonomia no brincar. Uma vez que as crianças se sentem seguras no ambiente, há um estímulo maior para a construção de laços afetivos, tanto com os educadores quanto com os colegas. Esta relação de confiança é o primeiro passo para que desenvolvam habilidades essenciais para a vida em sociedade.

Além disso, a ênfase na exploração sensorial favorece o aprimoramento da percepção do mundo ao redor. As crianças que têm a oportunidade de trabalhar com diferentes texturas e sons estão mais aptas a expressar suas emoções e interagir de forma mais eficaz com seus pares, construindo um repertório rico e diversificado. Essa abordagem holística, que combina sensações e sentimentos, também incentiva circularidade nas aprendizagens, encorajando a autodescoberta e um maior interesse em se comunicar.

Por último, o envolvimento das famílias no processo de aprendizado é um dos pontos-chave que podem trazer evolução ao trabalho realizado. Propor que os pais participem e conheçam as dinâmicas desenvolvidas em sala de aula pode fomentar um sentimento de comunidade e apoio. Então, atividades podem ser compartilhadas em casa, como jogos e seus progressos, contribuindo para um ambiente familiar que promove o desenvolvimento saudável e respeitoso. Um ciclo de aprendizado rico que se expande além dos muros da escola é, sem dúvida, um dos maiores ganhos que podemos aspirar nesta jornada educacional.

Orientações finais sobre o plano:

Ao implementar este plano, é importante que o professor esteja sempre atento às particularidades de suas crianças. A comunicação clara e objetiva deve ser uma marca do ambiente escolar, criando um espaço acolhedor e seguro. As crianças em idade pré-escolar estão se desenvolvendo rapidamente, e cada pequena conquista deve ser celebrada, reforçando o sentido de pertencimento e autoestima.

Os educadores devem sempre se lembrar de que as diferenças são um elemento essencial para a construção de um ambiente inclusivo. Ao respeitar e reconhecer a diversidade, amplificamos o desenvolvimento não apenas dos que estão em condição de vulnerabilidade, mas de todos que compõem o grupo, criando um legado de empatia e respeito. Incorporar essa mentalidade nas práticas diárias irá possibilitar que todos os alunos possam ver, para além das dificuldades, as potencialidades que cada um carrega.

Por fim, as adaptações devem fazer parte da rotina do professor. À medida que as atividades são desenhadas, é vital que se considere a variedade de reações e necessidades. Ao construir um cronograma cuidadoso, que é flexível o suficiente para se adaptar à condição individual de cada criança, estamos, indiretamente, criando as bases que garantirão que essas crianças se sintam não apenas parte do espaço escolar, mas igualmente imprescindíveis para esse coletivo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1: exploração no Parque Sensorial
Objetivo: Proporcionar experiências sensoriais enriquecedoras ao ar livre.
Descrição: Visitar um parque e utilizar diferentes materiais que representam a natureza, como folhas, grama, lama, pedras e água.
Materiais: Sacolas ou cestos para coletar itens do ambiente.
Instruções: As crianças podem coletar cápsulas de experiências ao longo do caminho, descrevendo como cada item se sente em suas mãos.
Adaptação: Propor que as crianças usem toucas ou óculos de sol caso se sintam desconfortáveis com a luz forte.

Sugestão 2: pintura ao ar livre
Objetivo: Fomentar a criatividade e expressão artística.
Descrição: Utilizar tintas de dedos e cartolinas para que possam se expressar livremente.
Materiais: Tintas, pincéis, aventais e papel.
Instruções: Explicar que a pintura é um modo de se comunicar. Pequenas composições podem ser feitas em grupo.
Adaptação: Para crianças que têm dificuldade em usar pinceis, podem ser utilizadas esponjas ou as mãos diretamente.

Sugestão 3: espaço de leitura calmante
Objetivo: Reciclar e entrar em contato com a leitura e os sons.
Descrição: Criar um espaço acolhedor na sala com almofadas, onde diferentes histórias podem ser contadas com fantoches.
Materiais: Almofadas, fantoches, e livros ilustrados.
Instruções: Durante as leituras, peça que as crianças imitem os sons dos personagens.
Adaptação: Para crianças que são avessas ao toque, oferecer fantoches a distância inicial para que se sintam mais confortáveis.

Sugestão 4: máscaras e fantoches
Objetivo: Fomentar a dramatização e o uso da imaginação.
Descrição: Criar máscaras ou fantoches simples com papel e materiais recicláveis.
Materiais: Papel, tesoura sem ponta, cola e outros elementos decorativos.
Instruções: As crianças poderão criar suas próprias histórias com os personagens desenvolvidos.
Adaptação: Oferecer uma máscara pronta para aqueles que têm dificuldade em desenvolver a habilidade manual.

Sugestão 5: caça ao tesouro das cores
Objetivo: Estimular a percepção visual.
Descrição: Através de pistas visuais, levar as crianças a encontrar objetos de diferentes cores escondidos na sala ou ao ar livre.
Materiais: Impressões de cores, objetos que correspondem às cores.
Instruções: As crianças formam grupos e compõem suas descobertas.
Adaptação: Para crianças com dificuldades motoras ou visuais, pode-se criar um quadro com as cores já esperadas.

Com essas sugestões, o educador terá várias opções para promover atividades educativas que respeitem as capacidades e interesses dos pequenos alunos, favorecendo sempre um ambiente inclusivo e acolhedor.

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