“Atividades Inclusivas para Crianças com Deficiência Visual”
A proposta deste plano de aula é introduzir as crianças da Educação Infantil, especialmente as com deficiência visual, a um ambiente lúdico que favorece a interação e a expressividade, respeitando a individualidade de cada aluno. O foco está em atividades que não apenas promovam a inclusão, mas também ajudem a desenvolver habilidades sensoriais e motoras através de brincadeiras e jogos. Ao longo do plano, exploraremos maneiras inovadoras de abordar o tema, permitindo que as crianças experimentem e vivenciem novas possibilidades de aprendizagem.
Este plano é elaborado para crianças de 3 anos, reconhecendo as especificidades de seu desenvolvimento e suas capacidades. Através de atividades sensoriais, respeitaremos as necessidades de cada criança, oferecendo suporte e encorajamento. As atividades aqui descritas buscam ampliar o potencial cognitivo e afetivo dos alunos, oferecendo um espaço seguro para que possam se expressar e explorar seus sentimentos e percepções sobre o ambiente que os rodeia.
Tema: Deficiência Visual
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 3 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver habilidades sensoriais e sociais nas crianças com deficiência visual, estimulando a interação e a compreensão do mundo ao seu redor através de brincadeiras e experiências sensoriais.
Objetivos Específicos:
– Promover a identidade e a autoestima da criança com deficiência visual.
– Estimular a percepção sensorial através de diferentes materiais e texturas.
– Incentivar a interação social e o respeito às diferenças.
– Desenvolver noções espaciais e de movimento através de brincadeiras.
Habilidades BNCC:
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
– (EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
– (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação, explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos tridimensionais.
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
– (EI02ET01) Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre as características e propriedades dos objetos.
Materiais Necessários:
– Tecido de diferentes texturas (liso, áspero, felpudo).
– Brinquedos sonoros (bichinhos de pelúcia com sons, chocalhos).
– Massa de modelar (comestível e não tóxica).
– Materiais de escrita (papel texturizado, lápis e canetas).
– Objetos do cotidiano com diferentes tamanhos e formatos (carrinhos, bonecas, bolas).
Situações Problema:
1. Como diferentes texturas podem ser exploradas?
2. O que pode ser feito para que todos se sintam incluídos nos jogos?
3. Como podemos usar sons para nos comunicarmos?
Contextualização:
O ensino para crianças com deficiência visual requer uma abordagem adaptativa e inclusiva. A exploração dos sentidos é fundamental, pois as crianças aprenderão a partir das experiências diretas e táticas. Por isso, o ambiente deve ser enriquecido com atividades que desenvolvam a percepção auditiva, olfativa e tátil, transformando a sala em um espaço acolhedor onde as diferenças são respeitadas e valorizadas.
Desenvolvimento:
As atividades serão divididas em três etapas principais, aproveitando o tempo disponível de forma eficaz. Primeira etapa: Acolhimento (10 minutos) – Iniciar a aula com uma roda de conversa, onde as crianças poderão se apresentar e falar sobre o que gostam. Promover uma atividade de toque, onde cada um pode se apresentar através do que trouxe de casa, estimulando a curiosidade e a solidariedade no grupo.
Segunda etapa: Atividades sensoriais (30 minutos) – Dividir a turma em pequenos grupos e oferecer diferentes estações de atividades:
1. Estação de texturas: as crianças podem tocar e explorar diversos tecidos e objetos, nomeando e descrevendo o que sentem.
2. Estação sonora: usar brinquedos que emitem sons. As crianças devem identificar e imitar os sons com a ajuda do professor.
3. Estação de modelagem: com a massa de modelar, as crianças criarão formas enquanto descobrem as texturas e aromas.
Terceira etapa: Reflexão e despedida (10 minutos) – Reunir os alunos para uma conversa sobre o que aprenderam e como se sentiram. Promover um momento em que as crianças possam compartilhar suas experiências e sentimentos, finalizando a atividade de forma acolhedora.
Atividades sugeridas:
1. A exploração das texturas:
*Objetivo:* Desenvolver a sensibilidade tátil.
*Descrição:* As crianças tocarão em diversos tecidos e objetos. O professor guiará as crianças a descreverem suas sensações.
*Materiais:* Tecido de diferentes texturas e objetos variados.
*Instrução:* Explique a atividade, incentive as crianças a expressarem suas sensações e sentimentos.
2. Identificação de sons:
*Objetivo:* Aprimorar a escuta e a identificação de fontes sonoras.
*Descrição:* Usar brinquedos que emitem sons para que as crianças reconheçam e imitem.
*Materiais:* Brinquedos sonoros.
*Instrução:* Deixe as crianças explorarem os sons livremente e, em seguida, proponha que imitem os sons que mais gostaram.
3. Criação com massa de modelar:
*Objetivo:* Desenvolver habilidades motoras e criatividade.
*Descrição:* As crianças criarão formas utilizando a massa de modelar, promovendo a imaginação.
*Materiais:* Massa de modelar comestível e não tóxica.
*Instrução:* Mostre como amassar e moldar a massa, incentivando a criação de formas e figuras.
Discussão em Grupo:
– O que novas texturas nos ensinam?
– Como os sons nos ajudaram a brincar juntos?
– O que você sentiu ao tocar os diferentes materiais?
Perguntas:
– Qual é o seu tecido favorito e por quê?
– Que som você mais gostou de ouvir?
– Como você se sente quando toca em algo diferente?
Avaliação:
A avaliação será contínua e informal, com observação das interações e participação das crianças durante as atividades. Notar o envolvimento e as reações ao toque e ao som será fundamental para entender a aprendizagem e as necessidades de cada aluno.
Encerramento:
Finalizar a aula com um momento de reflexão onde as crianças poderão compartilhar o que mais gostaram de fazer e aprender. Esse momento de diálogo é crucial para consolidar a aprendizagem e promover a autoestima.
Dicas:
– Utilize sempre a comunicação verbal clara e simples.
– Estimule a curiosidade e o diálogo entre as crianças.
– Adapte as atividades de acordo com as necessidades individuais, garantindo que todos possam participar.
Texto sobre o tema:
A deficiência visual é uma condição que afeta a maneira como as crianças percebem o mundo. Contudo, é essencial compreender que a deficiência não limita a capacidade de aprender, mas sim requer abordagens educativas diversificadas que possam se adaptar às necessidades específicas desse público. Existem muitos tipos de deficiência visual, e cada uma delas traz diferentes desafios e formas de interação com o ambiente. O aprendizado através dos sentidos é fundamental, pois as crianças com deficiência visual desenvolvem habilidades de forma única e autêntica.
Brincadeiras sonoras, texturas e movimentos podem se tornar ferramentas poderosas para promover a inclusão e a interatividade social. Utilizar elementos táteis e auditivos cria um espaço favorável para a autoexpressão e para o fortalecimento da relação com o outro. Além disso, é importante promover o respeito às diferenças. Assim, ao abordar a temática da deficiência visual em sala de aula, os educadores não apenas contribuem para o aprendizado dessas crianças, mas também ensinam os demais alunos sobre inclusão, empatia e respeito às individualidades. Criar um ambiente educativo que valorize a singularidade de cada aluno é essencial para que todos possam se sentir parte integrante do grupo.
Desdobramentos do plano:
O plano de aula proposto pode ser expandido para incluir mais categorias sensoriais, como a exploração de aromas e sabores. Isso poderia se traduzir em um projeto integrado, onde a escola poderia desenvolver uma horta pedagógica, permitindo que as crianças explorassem diferentes plantas e ervas, ampliando seu universo sensorial. Além disso, esse tipo de atividade incentiva o respeito ao meio ambiente e à natureza, enquanto promove o cuidado das plantas, um valor fundamental a ser incutido nas crianças.
Outro desdobramento interessante seria a criação de um dia de “brincadeiras inclusivas”, onde toda a escola participasse. Atividades que envolvem todos, não somente os alunos com deficiência visual, seriam uma excelente oportunidade para promover a empatia e o aprendizado social entre as crianças. Esse dia poderia incluir jogos que7 estimulem a escuta e a percepção, fazendo com que todos aprendam a se apresentar e integrar-se através de outras formas de comunicação.
Por fim, em um estágio mais avançado, poderia ser interessante desenvolver um projeto de captação de histórias e experiências pessoais, onde crianças e adultos contassem suas vivências e percepções sobre a deficiência visual. Esses relatos poderiam ser transformados em um livro ilustrado, que representasse essa conversa entre os alunos, criando um recurso rico sobre inclusão e respeito pela diversidade.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar o plano de aula, é essencial que o professor esteja ciente da importância de criar um espaço amigável e seguro, onde todas as crianças sejam encorajadas a explorar e expressar seus sentimentos e emoções. O papel do educador é fundamental na mediação das atividades, oferecendo suporte e informações necessárias para que cada criança possa se sentir à vontade para participar. Quanto mais envolvente e inclusiva for a proposta, mais as crianças se sentirão motivadas a aprender e interagir.
A interação contínua com os alunos e a promoção de um diálogo aberto serão vitais para que se sintam respeitados. Os professores devem observar as reações das crianças durante as atividades e fazer adaptações quando necessário, garantindo que todos estejam confortável. A inclusão deve ser uma prioridade, e a participação de todos deve ser incentivada, permitindo que cada criança se sinta valorizada e ouvida.
Por último, após a realização do plano, é fundamental refletir sobre as experiências vividas, discutindo com a equipe pedagógica os pontos positivos e os aspectos a serem melhorados. Essa reflexão conjunta possibilitará que a prática educativa evolua cada vez mais, promovendo uma educação inclusiva e respeitosa para todas as crianças.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo de toques:
*Idade:* 3 anos.
*Objetivo:* Estimular a percepção tátil.
*Descrição:* Preparar uma caixa com diversos objetos (como bolas, tecidos e panelas) para que as crianças reconheçam apenas pelo toque.
*Material:* Caixa com objetos variados.
*Como fazer:* As crianças ficam vendadas e devem colocar a mão dentro da caixa para descobrir o que é, nomeando o objeto ao final.
2. Música e movimentos:
*Idade:* 3 anos.
*Objetivo:* Desenvolver a percepção auditiva e o movimento corporal.
*Descrição:* Criar uma atividade musical onde as crianças dançam e se movem de acordo com sons diferentes.
*Material:* Aparelho de som ou instrumentos musicais simples.
*Como fazer:* O educador toca músicas e dá instruções sobre como se mover, e as crianças devem acompanhar os ritmos e os sons.
3. Experimentação de aromas:
*Idade:* 3 anos.
*Objetivo:* Estimular a percepção olfativa.
*Descrição:* Oferecer diferentes potes com especiarias e ervas que devem ser cheiradas pelas crianças.
*Material:* Potes com ervas e especiarias (como canela, alecrim, orégano).
*Como fazer:* As crianças experimentam os aromas e tentam identificar o que são, comentando sobre qual delas é a mais agradável.
4. Arte tatil:
*Idade:* 3 anos.
*Objetivo:* Desenvolver habilidades manuais.
*Descrição:* Criar um mural de arte tátil com diversos materiais que possam ser colados, como algodão, papel de seda, papelão, entre outros.
*Material:* Cola, cartolina, papéis diversos.
*Como fazer:* Incentivar as crianças a colarem os materiais de forma livre, criando texturas no mural.
5. Frases sonoras:
*Idade:* 3 anos.
*Objetivo:* Estimular a linguagem e a comunicação oral.
*Descrição:* O educador lê uma história em que aparece um animal e as crianças imitam, fazendo o som correspondente.
*Material:* Livro infantil com sons de animais.
*Como fazer:* O professor faz a leitura e, ao chegar na parte onde um animal é mencionado, pede que as crianças imitem o som, promovendo uma divertida interação durante a narrativa.
Esse plano de aula foi elaborado para atender de forma inclusiva todas as crianças com e sem deficiência visual, promovendo um espaço de aprendizagem lúdica e respeitosa, cumprindo os objetivos propostos com clareza e efetividade.