Atividades Inclusivas para Crianças Autistas na Educação Infantil

A educação infantil é um período crucial no desenvolvimento das crianças, especialmente para aquelas que apresentam necessidades especiais como o autismo. Pensar em atividades que favoreçam a inclusão e o aprendizado significativo é essencial para criar um ambiente de aprendizado enriquecedor e acolhedor. Este plano de aula foca em atividades que estimulam a exploração de semelhanças e diferenças nas características dos objetos, como textura, massa e tamanho, promovendo ao mesmo tempo a socialização e interação entre os pequenos.

O objetivo dessa aula é criar momentos que ajudem os alunos a se sentirem seguros e confiantes nas suas interações, ao mesmo tempo em que desenvolvem a capacidade de descrever e explorar o mundo ao seu redor. Utilizando elementos práticas e lúdicas, esta proposta abrange as especificidades dos alunos autistas, permitindo um aprendizado divertido e significativo.

Tema: Atividades para crianças autistas
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a exploração e a descrição de semelhanças e diferenças entre as características e propriedades dos objetos, visando o desenvolvimento das habilidades sociocognitivas e sensoriais das crianças.

Objetivos Específicos:

1. Incentivar a exploração sensorial de diferentes objetos.
2. Promover a interação entre as crianças durante as atividades.
3. Facilitar a comunicação sobre as características dos objetos.
4. Estimular a percepção das diferenças e semelhanças entre texturas, massas e tamanhos.

Habilidades BNCC:

– (EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
– (EI02ET01) Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre as características e propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho).

Materiais Necessários:

– Caixas em diferentes tamanhos (pequena, média e grande).
– Materiais com diferentes texturas (feltro, algodão, papel lixa, areia, etc.).
– Objetos de diferentes massas (bolinhas de gude, pedras e pedaços de madeira).
– Tabelas simples com imagens de texturas, tamanhos e formas.
– Colas e fitas adesivas.

Situações Problema:

Como você pode aprender a reconhecer as diferenças entre os materiais que tem ao seu redor? Que tal explorar juntos essas semelhanças e diferenças?

Contextualização:

O desenvolvimento infantil é um processo complexo que envolve tanto a interação social quanto a sensorial. Crianças com autismo podem se beneficiar enormemente de experiências práticas, onde elas possam tocar, sentir e interagir com os materiais. O ambiente da sala de aula deve ser acolhedor e seguro, permitindo que cada criança sinta-se à vontade para participar e explorar.

Desenvolvimento:

Iniciar a aula com uma roda de conversa, onde as crianças serão convidadas a compartilhar o que sabem sobre diferentes objetos ao seu redor. Explorar as características sensoriais (toque e peso) dos materiais apresentados. Incentivar que as crianças toquem nos objetos e contem um pouco sobre suas experiências, reforçando a interação e a comunicação entre elas.

Atividades sugeridas:

Dia 1: Exploração Estática de Objetos
Objetivo: Incentivar o toque em diferentes texturas.
Descrição: Dispor os materiais texturizados em mesas separadas e permitir que as crianças explorem com as mãos, descrevendo o que sentem.
Instruções: Orientar as crianças a manipularem os materiais, ajudando-as a comparar as texturas e a expressar se é macio, áspero, duro, etc.
Materiais: Feltro, algodão, papel lixa, areia.
Adaptação: Para crianças que têm dificuldades motoras, disponibilizar objetos de diferentes formatos que são macios e fáceis de segurar.

Dia 2: Massas e Pesos
Objetivo: Compreender a diferença entre a massa dos objetos.
Descrição: Apresentar objetos com pesos diferentes e permitir que as crianças levantem e comparem entre si.
Instruções: Criar uma balança simples onde elas possam colocar os objetos e visualizar qual é mais pesado.
Materiais: Bolinhas de gude, pedras, pedaços de madeira, balança de brinquedo.
Adaptação: Proporcionar suporte para crianças que têm dificuldades em manipular objetos, garantindo que todos participem.

Dia 3: Tamanho e Forma
Objetivo: Comparar tamanhos de objetos diferentes.
Descrição: Colocar caixas de diversos tamanhos e pedir que as crianças coloquem objetos dentro da caixa correspondente.
Instruções: Ajudar as crianças a discutir sobre qual objeto cabe em cada caixa e por quê.
Materiais: Caixas de tamanhos variados.
Adaptação: Para crianças que podem ter dificuldade em identificar os tamanhos, usar formas coloridas para facilitar a visualização.

Dia 4: Criação de Texturas e Formas
Objetivo: Criar uma obra coletiva utilizando texturas.
Descrição: Propor que cada criança escolha materiais para criar uma colagem em grupo.
Instruções: Colher as diferentes texturas e colá-las em um papel grande. Falar sobre as texturas enquanto colam.
Materiais: Colas, fitas adesivas e papéis.
Adaptação: Permitir que as crianças escolham mais de uma textura se quiserem, facilitando a expressão de suas preferências.

Dia 5: Jogo de Identificação
Objetivo: Reconhecer e nomear diferentes objetos e suas propriedades.
Descrição: Jogar um jogo onde um adulto descreve uma característica e as crianças devem tocar ou buscar o objeto correspondente.
Instruções: Exemplos: “Encontre algo que é macio” ou “busque um objeto que seja pesado”.
Materiais: Objetos previamente explorados nas atividades anteriores.
Adaptação: Para crianças que podem ter dificuldades em seguir instruções, usar gestos ou imagens para facilitar a comunicação.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, reunir as crianças em um círculo para reflexões. Perguntar o que mais gostaram e se encontraram algo que não conheciam. Incentivar diálogo sobre as sensações e comparações feitas.

Perguntas:

1. Como você se sentiu ao tocar nas texturas diferentes?
2. Qual objeto achou mais pesado e por quê?
3. Quais tamanhos você viu e qual foi o mais interessante para você?

Avaliação:

A avaliação será contínua e formativa, observando a participação, o engajamento e como as crianças expressam suas ideias sobre os objetos manipulados.

Encerramento:

Finalizar a aula conversando sobre as experiências do dia e reafirmar a importância de aprender juntos. Reforçar que todos têm características únicas e que é importante respeitar e valorizar as diferenças.

Dicas:

– Sempre observe as reações e adaptações necessárias para cada criança, respeitando o seu ritmo.
– Utilize músicas e rimas que possam facilitar a comunicação e a interação durante as atividades.
– Incorpore jogos que envolvem movimento para crianças que precisam de estímulos físicos e sinestésicos.

Texto sobre o tema:

O autismo é uma condição que afeta a comunicação e a interação social, fazendo com que a aprendizagem de crianças autistas necessite de abordagens educativas diferenciadas. Por meio do uso de atividades lúdicas e sensoriais, esse plano de aula propõe um espaço seguro onde cada criança pode explorar seus sentidos de maneira livre e criativa. Ao reconhecerem as semelhanças e diferenças dos objetos que manipulam, as crianças não apenas desenvolvem habilidades cognitivas básicas, como também se tornam mais confiantes em suas interações com os outros.

As atividades práticas são fundamentais, pois elas permitem que as crianças construam seu aprendizado de forma concreta. Através da exploração sensorial, elas têm a oportunidade de vivenciar experiências que vão além da simples observação. Tocar, sentir e comparar diferentes matérias e objetos facilita a internalização dos conceitos, promovendo uma comunicação mais eficaz e um entendimento mais profundo da realidade ao seu redor.

No entanto, é importante entender que cada criança é única e desenvolve suas habilidades em seu próprio tempo. Ser capaz de ajustar as práticas educacionais para atender às necessidades específicas de cada aluno é crucial. Por isso, a colaboração entre educadores, familiares e terapeutas é vital para garantir que as atividades oferecidas sejam realmente benéficas e inclusivas.

Desdobramentos do plano:

Após a realização das atividades propostas, é pertinente que o educador reflita sobre as dinâmicas realizadas e busque desdobramentos que contribuam ainda mais para o desenvolvimento das crianças. Um dos desdobramentos possíveis é a continuidade das experiências sensoriais, permitindo que essas vivências sejam ampliadas em outros ambientes, seja em casa com os familiares ou através de passeios educacionais. A ideia é que as crianças possam interagir com o mundo de maneira diversificada, continuando a explorar suas habilidades e a compreendê-las.

Além disso, os educadores podem criar um diário de aprendizagem, onde cada atividade realizada é registrada não apenas em termos de conteúdo, mas também das emoções e reações das crianças. Esse registro é uma ferramenta poderosa, pois permite que novos planos de aula sejam elaborados a partir da observação das necessidades e interesses dos alunos, promovendo uma educação verdadeiramente personalizada.

Outro desdobramento importante é o envolvimento das famílias. Realizar reuniões ou oferecer sugestões de atividades que possam ser desenvolvidas em casa faz com que o aprendizado se estenda além das paredes da sala de aula. Isso não apenas fortalece os vínculos familiares, mas também ajuda os pais a se tornarem parceiros ativos no desenvolvimento educacional de seus filhos, promovendo uma educação que envolve todos os contextos da vida da criança.

Orientações finais sobre o plano:

As orientações finais sobre este plano de aula visam reforçar a importância de um olhar atento e respeitoso para com as crianças autistas. É primordial que os educadores estejam capacitados para reconhecer as necessidades e potências individuais de cada aluno, adaptando suas práticas pedagógicas conforme necessário. Além disso, um ambiente acolhedor e seguro deve ser sempre priorizado, permitindo que as crianças explorem sem medo de erro ou crítica, o que é essencial para seu desenvolvimento emocional e intelectual.

A comunicação é também um dos pilares principais nas atividades propostas. Diante das características do espectro autista, promover uma comunicação efetiva e respeitosa com as crianças é fundamental. Para isso, utilizar recursos visuais, gestos e expressões podem auxiliar na compreensão e na interação, tornando as atividades ainda mais eficazes.

Por fim, sempre que possível, o educador deve buscar feedback das crianças, mesmo que seja em suas formas não-verbais de expressão. Essas avaliações são essenciais, pois elas também revelam o quanto as crianças se envolveram nas atividades e o que elas efetivamente aprenderam. Assim, podem ser estabelecidos novos objetivos e possibilidades à medida que as crianças progridem em seu aprendizado, construindo um ambiente educacional dinâmico e enriquecedor.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Teatro de Sombras: Utilizar uma tela branca e uma fonte de luz para projetar sombras de objetos diferentes, permitindo que as crianças nomeiem e explorem as características de cada objeto.
2. Caça ao Tesouro de Texturas: Criar uma lista de objetos com texturas e colocar na sala de aula. As crianças devem encontrar os itens e discutir suas diferenças.
3. Massinha de Modelar: Oferecer massinhas de diferentes cores e propostas para que as crianças criem formas e compartilhem suas criações, focando nos tamanhos e texturas.
4. Pote dos Sentidos: Criar um pote com objetos de diferentes texturas e pesos, onde as crianças fecham os olhos e devem adivinhar o que é só pelo toque.
5. Dança das Cores e Texturas: Propor uma dança onde cada criança deve se mover de acordo com as texturas e cores apresentadas, estimulando a coordenação motora e a percepção das características dos objetos.

Essas atividades lúdicas visam promover um aprendizado significativo e divertido, respeitando as singularidades e necessidades de cada criança, contribuindo para um desenvolvimento harmonioso e inclusivo.

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