“Artes e Inclusão: Plano de Aula para Crianças com Síndrome de Down”

A elaboração deste plano de aula foi concebida para oferecer uma experiência rica e inclusiva no campo das Artes para crianças de 1 a 2 anos, especialmente aquelas que convivem com a Síndrome de Down. Um dos principais objetivos é promover o desenvolvimento pessoal e social, utilizando a arte como um meio de expressão e interação. Este plano tem como foco possibilitar que as crianças se sintam seguras em seu ambiente, promovendo o autocuidado e a solidariedade, de maneira lúdica e acessível, traçando um caminho para a construção da autoestima e da empatia.

Neste planejamento, estão inclusos não apenas os aspectos artísticos, mas também o desenvolvimento emocional e social das crianças, que são fundamentais nesta fase da Educação Infantil. Através de atividades sensoriais e artísticas, o educador irá incentivá-las a explorar suas habilidades, respeitar as diferenças e se comunicar, sempre respeitando a individualidade e as capacidades de cada uma. Acredita-se que a arte, além de promover a criatividade, pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão e desenvolvimento.

Tema: Artes e Inclusão na Educação Infantil
Duração: 20 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 1 a 2 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar que crianças de 1 a 2 anos, incluindo aquelas com Síndrome de Down, desenvolvam suas habilidades motoras, sociais e emocionais através de atividades artísticas que estimulem a expressão e a interação.

Objetivos Específicos:

– Estimular a expressão emocional através da arte.
– Desenvolver habilidades manuais ao manipular materiais artísticos.
– Promover o respeito às diferenças e à individualidade de cada criança.
– Facilitar a comunicação e a interação entre as crianças.
– Contribuir para a construção de uma imagem positiva de si.

Habilidades BNCC:

Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
(EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

Campo de Experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG05) Desenvolver progressivamente as habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.

Campo de Experiências “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação (argila, massa de modelar), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos tridimensionais.

Materiais Necessários:

– Papeis de diversas cores e texturas.
– Tintas não tóxicas e pincéis grossos.
– Argila ou massinha de modelar.
– Bichos de pelúcia ou bonecos para estimular a interação social.
– Música suave para estimular o ambiente lúdico.
– Materiais recicláveis (caixas, garrafas, tampas) para a elaboração de arte.

Situações Problema:

– Como expressar nossos sentimentos através da arte?
– Como as cores e formas que escolhemos representam cada um de nós?
– O que sentimos ao compartilhar os materiais durante a atividade?

Contextualização:

A proposta de trabalhar com artes para crianças bem pequenas estimula a expressão pessoal e o desenvolvimento de habilidades motoras. No caso das crianças com Síndrome de Down, esse tipo de atividade se torna ainda mais importante, pois proporciona um ambiente onde todas as habilidades podem ser exploradas. Neste contexto, a arte oferece uma linguagem universal, acessível a todos, possibilitando que cada criança se expresse de forma única.

Desenvolvimento:

1. Iniciar a aula com uma música suave, convidando as crianças a se movimentar e explorar o espaço, enfatizando a noção de frente, atrás, alto e baixo.
2. Apresentar os materiais disponíveis de forma lúdica, convidando as crianças a experimentarem tocar, sentir e manipular os diferentes objetos e texturas.
3. Propor uma atividade de pintura com as cores que representam os sentimentos que as crianças podem ter — alegria, tristeza, amizade — ajudando-as a verbalizar o que estão pintando.
4. Após a pintura, promover a atividade de modelagem com argila, onde cada um pode criar ao seu modo e, em seguida, compartilhar suas criações.
5. Finalizar o encontro com um momento de roda, onde as crianças podem mostrar suas produções artísticas e comentar sobre elas, desenvolvendo a capacidade de ouvir e respeitar os amigos.

Atividades sugeridas:

Atividade 1 – Pintura com os dedos:
Objetivo: Desenvolver habilidades motoras e estimular a expressão criativa.
Descrição: Usar tintas comestíveis (caso as crianças coloquem as mãos na boca) e permitir que as crianças pintem livremente com os dedos sobre um grande papel.
Materiais: Tintas, folhas grandes de papel, aventais.
Adaptação: Para crianças que não gostem de sujeira, pode-se realizar a atividade com pincéis ou esponjas.

Atividade 2 – Modelagem com argila:
Objetivo: Incentivar a manipulação de texturas e formas, desenvolvendo a coordenação motora.
Descrição: Propor que cada criança faça uma pequena escultura que represente um sentimento (alegria, tristeza).
Materiais: Argila, cortadores de formas.
Adaptação: Oferecer ajuda para crianças pequenas que não consigam moldar a argila sozinhas.

Atividade 3 – Montagem de um mural coletivo:
Objetivo: Estimular o trabalho em grupo e a partilha.
Descrição: Cada criança traz algo para colar no mural (recortes, desenhos) que represente a sua perspectiva sobre a amizade.
Materiais: Recortes diversos, cola, cartolina grande.
Adaptação: Auxiliar alunos que precisam de ajuda para manusear as tesouras ou colar.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, os alunos serão convidados a compartilhar o que gostaram nas atividades, como se sentiram ao pintar ou modelar e o que cada um criou. Esse momento é crucial para fortalecer as relações sociais e estimular o diálogo entre eles. O professor deve mediar para garantir que cada voz seja ouvida e que as crianças respeitem o momento do outro.

Perguntas:

– O que você sentiu ao fazer a sua pintura?
– Que cores você escolheu e por que?
– Como se sente ao compartilhar seus materiais com os amigos?

Avaliação:

A avaliação será contínua, observando a participação e o envolvimento de cada criança nas atividades. O foco estará nas interações sociais, na capacidade de se expressar verbalmente e em como cada uma lida com os materiais utilizados. O feedback deve ser acompanhado do apoio necessário para cada aluno, respeitando suas singularidades.

Encerramento:

O encerramento deve acontecer com um momento de roda, onde as crianças podem falar sobre o que mais gostaram nas atividades e se sentirem valorizadas. O professor pode concluir a aula ressaltando a importância de cada um, enfatizando que todos são especiais do seu jeito, reforçando o respeito às diferenças.

Dicas:

– Utilize músicas tranquilizadoras que promovam um ambiente calmo e que incentivem a criatividade.
– Fique atento às reações das crianças durante as atividades e esteja pronto para adaptar as propostas conforme necessário.
– Estimule sempre a comunicação entre as crianças, incentivando-as a expressar seus sentimentos e opiniões de forma respeitosa e acolhedora.

Texto sobre o tema:

Nos dias atuais, discutir sobre a inclusão de crianças com Síndrome de Down na educação é fundamental, especialmente no contexto da Educação Infantil. Essas discussões vão além do simples ato de aceitar a diversidade; elas envolvem uma reflexão profunda sobre como as práticas pedagógicas podem ser adaptadas para oferecer um ambiente mais acolhedor e estimulante para todos os alunos. Por meio da arte, é possível explorar não apenas a criatividade, mas também criar laços de empatia e compreensão.

A arte tem o poder de ser uma linguagem que supera barreiras. Ao trabalhar com pintura, manipulação de materiais e outras formas de expressão artística, as crianças são convidadas a se descobrir e a se conectar com os outros de maneira única. Esse processo contribui para o desenvolvimento de uma compreensão mais ampla sobre as diferenças que cada um traz para o grupo, permitindo que as crianças aprendam a respeitar e valorizar essas particularidades.

Mais do que um mero entretenimento, as atividades artísticas proporcionam um espaço seguro onde as crianças podem expressar suas emoções e sentimentos. Assim, ao promover experiências significativas e inclusivas através da arte, a equipe educacional dá um grande passo na formação de adultos empáticos e socialmente conscientes, capazes de respeitar e apreciar as diferenças humanas.

Desdobramentos do plano:

A partir deste plano de aula, é possível desdobrar as atividades em projetos mais amplos que envolvam o respeito às diferenças e a expressão pessoal. Por exemplo, pode-se criar uma semana de artes, onde cada dia é dedicado a um tipo de material ou técnica diferente. Uma abordagem mais extensa, que inclua histórias e canções sobre diversidade, pode complementar as atividades e enriquecer as discussões. A temática da inclusão pode ser explorada por meio de personagens de histórias que possuem características diversos, reforçando a aceitação e o respeito entre as crianças.

Além disso, o trabalho em grupo com pautas artísticas pode gerar projetos que envolvam a criação de um livro ilustrado sobre as emoções, onde cada criança contribui com suas obras e sentimentos. Essa atividade pode promover não apenas a criatividade, mas também a construção da identidade e da autoestima de cada criança no contexto escolar.

Outro aspecto importante é a possível colaboração com famílias, incentivando que levem essa temática para o ambiente doméstico. O envolvimento dos pais é fundamental para fortalecer a prática da inclusão e o respeito às diferenças desde a infância. Uma reunião com as famílias para apresentar os trabalhos e discussões feitas em classe pode ser um bom caminho para que as crianças se sintam ainda mais apoiadas em seu aprendizado.

Orientações finais sobre o plano:

Ao final, é essencial reafirmar que a inclusão deve ser um princípio norteador em toda a atuação pedagógica, sendo fundamental que os educadores estejam atentos às necessidades e particularidades de cada criança. Isso significa que, apesar de haver um planejamento, é necessário ser flexível e adaptar as atividades conforme o andamento e a resposta dos alunos, garantindo sempre um ambiente seguro e acolhedor onde todos sintam-se respeitados e valorizados.

É igualmente importante refletir sobre as próprias atitudes e preconceitos que podem existir, a fim de promover uma verdadeira inclusão. A formação continuada do educador é crucial nesse sentido, assegurando que as práticas educativas sejam sempre embasadas nas mais recentes discussões sobre inclusão e diversidade. Ao fomentar um ambiente colaborativo, os educadores poderão, em conjunto com as crianças, celebrar suas individualidades e ensinar sobre a importância do respeito e da solidariedade.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Atividade – “Cores que Sentimos” (1 a 2 anos):
Objetivo: Explorar cores e emoções.
Atividade: Cada criança escolhe uma cor de tinta, pinta seu papel expressando como se sente. O professor pode dialogar sobre as cores e as emoções, ajudando a consciência emocional.
Materiais: Tintas, papéis grandes.

2. Atividade – “Dança dos Sentimentos” (1 a 2 anos):
Objetivo: Desenvolver a percepção corporal e expressividade.
Atividade: Ao som de músicas variadas, as crianças dançam e o educador propõe movimentos que representam diferentes emoções.
Materiais: Música e espaço amplo.

3. Atividade – “Histórias e Bonecos” (1 a 2 anos):
Objetivo: Promover a interação social e a linguagem.
Atividade: Contar histórias utilizando bonecos ou bichos de pelúcia, incentivando as crianças a interagirem e construírem a narrativa.
Materiais: Bonecos de pelúcia.

4. Atividade – “Arte Coletiva” (1 a 2 anos):
Objetivo: Trabalhar em grupo e respeitar o espaço do outro.
Atividade: Criar um mural colaborativo onde cada criança pode colar algo que representa uma emoção ou uma experiência.
Materiais: Cartolina, tesoura, papel colorido.

5. Atividade – “Explorando Texturas” (1 a 2 anos):
Objetivo: Desenvolver a sensibilidade e a coordenação motora.
Atividade: Proporcionar materiais com diferentes texturas (fibras, papéis, tecidos) para as crianças explorarem e usarem na criação de arte.
Materiais: Objetos diversos para colagem e texturização.

Com essas orientações e sugestões, a implementação do plano de aula se torna uma experiência rica, prazerosa e transformadora, respeitando as individualidades e promovendo o aprendizado entre todos.

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