Aprendendo com Tintas Naturais: Arte e Cultura Indígena para Bebês

A elaboração deste plano de aula tem como objetivo promover a exploração e o aprendizado por meio do uso de tintas naturais, servindo como uma conexão com a cultura indígena. As atividades propostas visam proporcionar aos bebês uma experiência enriquecedora, onde poderão explorar os aspectos sensoriais das cores, texturas e a interação com os outros. Por meio das atividades de pintura coletiva, as crianças irão ter a oportunidade não apenas de criar, mas também de interagir e socializar, fundamental para o desenvolvimento nesta faixa etária.

A proposta está alinhada com a BNCC e, especialmente, com as habilidades que favorecem a interação social e a expressão. O foco na cultura indígena vai além de uma simples atividade de artesanato; trata-se de uma forma de respeitar e valorizar as tradições das populações nativas e de criar uma consciência cultural desde a infância, promovendo um ambiente de aprendizado que estimula o respeito e a diversidade.

Tema: Tintas naturais da cultura indígena
Duração: 4 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 3 a 5 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar experiências sensoriais e criativas que permitam aos bebês explorar tintas naturais, respeitando a cultura indígena e promovendo a interação social entre as crianças.

Objetivos Específicos:

– Estimular a curiosidade e a exploração através dos sentidos.
– Promover a interação e a socialização entre os bebês.
– Incentivar a expressão através da arte por meio da pintura.
– Conectar as crianças com a cultura indígena e suas práticas artísticas.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI01TS02) Traçar marcas gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
(EI01ET01) Explorar e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, temperatura).
(EI01ET02) Explorar relações de causa e efeito na interação com o mundo físico.

Materiais Necessários:

– Frutas, legumes e plantas para fazer as tintas naturais (ex: beterraba, espinafre, açafrão).
– Recipientes para misturar e armazenar as tintas.
– Papel ou cartolina para a atividade de pintura.
– Pincéis e esponjas para facilitar a aplicação das tintas.
– Toalhas para limpeza.
– Fichas explicativas sobre a cultura indígena (ilustrações).

Situações Problema:

– Como as cores das tintas mudam ao misturarmos diferentes ingredientes?
– O que acontece quando usamos diferentes materiais para pintar?

Contextualização:

A cultura indígena possui uma rica tradição artística e o uso de tintas naturais faz parte dessa história. Neste plano, as crianças vão aprender sobre as tintas utilizadas pelos povos indígenas, compreendendo a importância dessas práticas para a identidade cultural. O contato com as tintas feitas a partir de elementos naturais permitirá que os bebês desenvolvam habilidades sensoriais, além de promover a descoberta dos efeitos e cores de forma lúdica.

Desenvolvimento:

1. O professor apresentará as tintas naturais e fará uma demonstração de como prepará-las a partir de frutas e legumes.
2. As crianças, acompanhadas por suas cuidadores, poderão tocar e cheirar os ingredientes utilizados, promovendo a exploração das propriedades sensoriais.
3. Após a preparação, as crianças serão incentivadas a explorar as diferentes cores, texturas e cheiros das tintas.
4. Os bebês serão agrupados e, dirigidos pelo professor, participarão de uma pintura coletiva, onde poderão usar pincéis, esponjas e até as mãos para expressar sua criatividade.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Preparação das Tintas
Objetivo: Explorar as propriedades dos ingredientes naturais.
Descrição: O professor corta e processa as frutas e legumes, explicando as cores que as tintas irão gerar.
Instruções: Os bebês poderão observar e tocar os ingredientes enquanto o educador faz a mistura. Aplicar também algumas texturas de vegetais para uma experiência sensorial.
Materiais: Frutas, legumes, liquidificador, papel toalha.

Atividade 2: Pintura Coletiva
Objetivo: Promover a interação e a expressão artística.
Descrição: Após a preparação das tintas, os bebês participarão de uma pintura coletiva em um grande papel no chão.
Instruções: Orientar as crianças a usar as tintas, permitindo que cada uma experimente sem a pressão de fazer algo específico, foco na livre expressão.
Materiais: Papel grande, pincéis, esponjas, tintas naturais.

Atividade 3: Exploração Sons e Cores
Objetivo: Conectar sons a cores e movimentos.
Descrição: Criar uma atividade onde cada cor gera um som específico (ex: tambor para o vermelho, etc.).
Instruções: Realizar juntos experimentos sonoros enquanto brincam com as tintas, encorajando a comunicação.
Materiais: Instrumentos musicais variados e cartas de cores.

Discussão em Grupo:

Possibilitar um momento em que as crianças possam compartilhar o que sentiram ao criar as tintas e ao pintar coletivamente. Essa interação estimulará o desenvolvimento de habilidades comunicativas e de escuta ativa entre eles.

Perguntas:

– Como você se sentiu ao pintar?
– Qual foi sua cor favorita e por quê?
– Você gosta de tocar e sentir os ingredientes das tintas?
– O que acontece se misturarmos mais de uma cor?

Avaliação:

A avaliação será contínua, observando a interação dos bebês durante as atividades, sua capacidade de expressar emoções e suas reações aos diferentes materiais. O foco será no processo, e não no resultado final, valorizando a experiência e a socialização.

Encerramento:

Ao final da proposta, o professor reforçará a importância da experiência com a cultura indígena, destacando os aspectos de cooperação e criatividade observados durante as atividades. Será importante celebrar a criação coletiva, permitindo que as crianças apreciem o resultado do seu esforço conjunto.

Dicas:

– Sempre supervisionar o uso de materiais e as reações dos bebês ao uso das tintas.
– Incentivar a interação e a expressão verbal dos bebês durante todo o processo.
– Fomentar um ambiente seguro e acolhedor que permita a livre exploração.

Texto sobre o tema:

As tintas naturais têm um lugar de destaque nas tradições das culturas indígenas brasileiras. A produção dessas tintas a partir de elementos da natureza, como plantas, frutas e solos, reflete não apenas a conexão com o meio ambiente, mas também um profundo saber-fazer que passa de geração para geração. Essas práticas artísticas são uma forma de expressar a identidade cultural, permitindo que as comunidades se conectem com suas histórias e visões de mundo.

Na pintura, os indígenas utilizam técnicas que envolvem misturas e combinações de cores, explorando as propriedades dos materiais disponíveis na natureza. Por exemplo, a beterraba pode produzir um forte tom de vermelho, enquanto o espinafre pode oferecer diferentes nuances de verde. Essas práticas não apenas embasam estéticas, mas também trazem significados de pertencimento e resistência cultural.

Realizar atividades ligadas a essa temática com os bebês é uma forma de introduzir a cultura indígena de maneira lúdica e significativa. Além de desenvolver habilidades motoras e criativas, essa interação permite que os pequenos apropriem-se de forma respeitosa e afetiva dos saberes de nossa diversidade cultural.

Desdobramentos do plano:

As atividades aqui propostas podem ser ampliadas com o envolvimento dos familiares, criando um espaço de diálogo e interação onde todos podem aprender e valorizar a rica história das culturas indígenas. É possível incluir palestras com representantes dessas comunidades, visando proporcionar um contato ainda mais direto e verdadeiro com os saberes ancestrais.

Além disso, a prática de criar tintas naturais pode se transformar em um projeto mais extenso, permitindo que as crianças explorem outros aspectos da cultura indígena, como músicas, danças e costumes do dia a dia. Essas interações geram um potencial aprendizado significativo, estimulando uma consciência crítica e reflexiva desde a primeira infância.

Por fim, o aprendizado com as tintas naturais pode servir como ponto de partida para a criação de um espaço de arte na escola, onde todas as crianças possam continuar essa exploração em diferentes formatos e técnicas, garantindo a continuidade do aprendizado e a valorização da cultura local e nacional.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor esteja sempre atento às necessidades das crianças e adapte as atividades conforme o perfil de cada grupo. Alguns bebês podem ser mais tímidos em relação à exploração, enquanto outros podem ser muito ativos. é nesse ambiente seguro e acolhedor que todos podem se sentir à vontade para se expressar e explorar.

Reforçar a importância da cultura indígena deve ser uma prática constante dentro da sala de aula, não se restringindo apenas a este momento. A exposição a essas atividades irá gradativamente ensinar as crianças a respeitar e valorizar as diferentes culturas existentes em nosso país.

Incluir pais e demais familiares nas atividades pode ser uma forma de fortalecer a conexão entre a cultura escolar e a cultura familiar, criando um tecido social rico e diversificado. Isso levará a um ambiente educacional mais inclusivo e engajador, onde todos se sentem parte de uma grande comunidade.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo das Cores: A partir do uso de frutas e legumes, cada criança poderá explorar a produção de sons com diferentes instrumentos enquanto cria tintas com esses materiais. É uma atividade que estimula a audição, a criatividade e a coordenação.

2. Teatro de Sombras: Com as tintas que foram feitas, as crianças poderão criar desenhos nas paredes com lanterna, experimentando a luz e a sombra. Essa atividade promove a expressão artística livre e a exploração de conceitos de luz.

3. Exploração Sensorial: Criar um espaço onde as crianças possam tocar texturas de diferentes elementos naturais (casca, folhas, terra) e fazer uma colagem com essas texturas ao mesmo tempo que pintam com as tintas naturais, estimulando a percepção.

4. Dançando com as Cores: Estimular a criação de uma dança onde cada movimento corresponde a uma cor. Ao final da dança, as crianças podem se sentir à vontade para pintar as cores que dançaram em um papel grande.

5. Caça a Texturas: Criar uma atividade de caça ao tesouro onde os bebês podem encontrar diferentes texturas na escola e nos arredores. Eles podem coletar pequenos pedaços e, após a exploração, criar estampas com esses elementos nas tintas naturais feitas.

Cada sugestão é projetada para ser adaptável a diferentes perfis de bebês, respeitando seu ritmo de aprendizado e estímulo, sempre priorizando o desenvolvimento emocional e social.

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