Plano de Aula: Danças do Brasil: danças de matriz africana (Ensino Fundamental 1) – 5º Ano
A dança é uma forma de expressão que transcende fronteiras culturais, contando histórias e refletindo identidades de modo singular. Neste plano de aula, propomos abordar as danças de matriz africana no Brasil, destacando sua relevância histórica, cultural e social. Por meio do aprendizado sobre danças como o Maculelê e o Ijexá, os alunos terão a oportunidade de entender melhor a história dos povos africanos e sua influência na cultura brasileira.
Nosso objetivo é proporcionar aos alunos uma experiência rico em aprendizado, promovendo não apenas o entendimento teórico, mas a prática e a apreciação das danças de matriz africana. Isso vai além de um simples reconhecimento das danças, mas também convida os alunos a refletirem sobre a importância da resistência cultural que essas manifestações representam até os dias de hoje.
Tema: Danças do Brasil: danças de matriz africana
Duração: 2 aulas
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 5º Ano
Faixa Etária: 10 anos
Objetivo Geral:
Promover a compreensão das danças de matriz africana presentes no Brasil, valorizando sua história, significado e contribuição cultural.
Objetivos Específicos:
– Identificar e descrever as características das danças de matriz africana, em especial o Maculelê e o Ijexá.
– Refletir sobre a importância das manifestações culturais africanas no Brasil.
– Vivenciar a prática de movimentos e ritmos associados a essas danças, desenvolvendo a percepção corporal e o trabalho em grupo.
Habilidades BNCC:
– EF15AR08: Experimentar efruir formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes contextos.
– EF35EF11: Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares de matriz indígena e africana.
– EF05HI01: Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico.
– EF35EF03: Descrever, por meio de múltiplas linguagens, as danças e jogos populares.
Materiais Necessários:
– Vídeos demonstrativos das danças Maculelê e Ijexá.
– Colchonetes ou tapetes para conforto durante as atividades de dança.
– Instrumentos de percussão simples (pandeiros, tambores, etc.) para acompanhar as danças.
– Materiais para anotações (papel, caneta).
Situações Problema:
1. Como as danças de matriz africana ajudam a contar a história dos povos que vieram para o Brasil?
2. Quais são as semelhanças e diferenças entre o Maculelê e o Ijexá?
Contextualização:
O Brasil é um país rico em diversidade cultural, e isso inclui as diversas danças e ritmos que foram trazidos pelos africanos durante o período colonial. Essas danças não apenas representam uma forma de entretenimento, mas também uma forma de resistência e preservação cultural. O Maculelê é uma dança de luta que incorpora bastões e tem raízes nas comunidades africanas, enquanto o Ijexá é uma dança que reflete a religiosidade e a espiritualidade, muitas vezes associada ao Candomblé.
Desenvolvimento:
– Aula 1: Apresentação e história das danças de matriz africana
1. Abertura com uma conversa sobre a importância da dança na cultura e como ela pode narrar histórias.
2. Exibir um vídeo curto sobre o Maculelê, explicando suas origens, movimentos e significados.
3. Realizar uma roda de conversa onde os alunos compartilham suas impressões e reflexões sobre o que assistiram.
4. Apresentar um vídeo sobre o Ijexá, ressaltando sua relação com a espiritualidade e o Candomblé.
5. Encerrar a aula com uma breve meditação ou reflexão em grupo sobre o que aprenderam.
– Aula 2: Prática e vivência das danças
1. Recapitulação rápida do que foi aprendido na aula anterior.
2. Dividir a turma em grupos e ensinar os passos básicos do Maculelê, utilizando os bastões (pode ser improváveis, como canos de PVC ou outros materiais leves).
3. Após a prática do Maculelê, introduzir os passos básicos do Ijexá, destacando os elementos de sincronia e trabalho em equipe.
4. Realizar uma apresentação coletiva, onde cada grupo apresentará o que aprendeu.
5. Finalizar com uma apreciação das apresentações, considerando os sentimentos e percepções dos participantes.
Atividades sugeridas:
1. Pesquisa sobre as danças: Os alunos deverão pesquisar em grupos informações sobre o Maculelê e Ijexá, trazendo impressões e dados sobre a função cultural dessas danças.
– Objetivo: Promover a investigação e troca de conhecimento.
– Materiais: Acesso à internet e materiais para anotações.
2. Criar uma apresentação: Os alunos podem criar apresentações usando slides ou cartazes sobre o que aprenderam sobre cada dança. Esta apresentação poderá incluir imagens, história, e se possível, gráficos ou tabelas que representem a influência africana na cultura brasileira.
– Objetivo: Desenvolver habilidades de comunicação e trabalho em grupo.
– Materiais: Papel, canetas, computadores (se disponível).
3. Oficina de criação em grupo: Dividir a turma em grupos e pedir que cada um crie um espaço cênico ou uma dança original inspirado nas características do Maculelê ou Ijexá.
– Objetivo: Incentivar a criatividade e expressão individual.
– Materiais: Diferentes objetos que podem servir como cenários ou adereços.
Discussão em Grupo:
A discussão deve ocorrer após as danças e apresentações, onde se pode dialogar sobre as experiências de aprendizado, as dificuldades enfrentadas nas danças, e como essas práticas trazem a presença e a história dos africanos no Brasil.
Perguntas:
1. Qual a importância das danças de matriz africana na cultura brasileira?
2. Como podemos relacionar as danças com a identidade cultural do povo brasileiro?
3. Quais foram as sensações experimentadas durante a prática das danças?
Avaliação:
A avaliação será feita através da participação dos alunos nas atividades práticas, nas discussões em grupo e nas apresentações desenvolvidas. Serão observadas a atitude colaborativa, a criatividade na execução e o engajamento durante as aulas.
Encerramento:
Na conclusão das aulas, é importante trazer uma reflexão sobre a importância da cultura africana na formação da identidade brasileira, reforçando o papel das danças como expressões de resistência e celebração.
Dicas:
– Propor um dia de dança na escola, onde diferentes danças de matriz africana e de outras origens possam ser apresentadas.
– Atentar-se à sensibilidade cultural ao discutir temas relacionados à escravidão.
– Incentivar os alunos a trazer objetos ou vestimentas que remetam à cultura africana para enriquecer o aprendizado.
Texto sobre o tema:
A dança é uma forma poderosa de expressão cultural, e as danças de matriz africana no Brasil possuem uma espessura histórica que vai além dos movimentos e da música. Durante o período da escravidão, muitos africanos preservaram suas tradições por meio da dança, tornando-a um meio de resistência e afirmação cultural. O Maculelê, por exemplo, é uma dança que combina a luta com o ritmo da música, simbolizando a força e a barganha dos africanos diante da opressão.
O Ijexá, por outro lado, carrega consigo uma profunda espiritualidade. Ele é muitas vezes dançado em celebrações religiosas do Candomblé, envolvendo gestos que reverenciam os orixás. Assim, essas danças não são apenas movimentos corporais, mas sim uma verdadeira manifestação da identidade cultural e religiosa do povo negro no Brasil, que resistiu e ainda resiste às tentativas de apagamento cultural.
Ao estudarmos essas danças, nos deparamos com a extravagância da cultura brasileira, que é um caldeirão de influências provenientes de diversas origens. Este maravilhoso contexto cultural nos permite refletir sobre as identidades e as lutas que moldaram a sociedade brasileira em sua pluralidade. As danças de matriz africana, portanto, não são apenas um assunto de estudo, mas também um antídoto contra o esquecimento.
Desdobramentos do plano:
Após a conclusão das aulas sobre as danças de matriz africana, estamos abertos para desdobramentos futuros que podem incluir: a organização de um evento cultural com apresentações das danças aprendidas, envolvendo a comunidade escolar e familiares. Esta atividade poderá aumentar o entendimento sobre a relevância das danças na formação da identidade cultural e fortalecer laços comunitários.
Além disso, pode-se planejar um intercâmbio cultural com escolas que trabalham com artistas locais ou grupos de dança que enfocam as tradições africanas. Esse intercâmbio seria uma oportunidade para que os alunos vivenciem as danças de uma forma mais prática e envolvente, enriquecendo sua formação cultural.
Outro desdobramento possível seria a criação de um projeto de pesquisa em parceria com professores de História e Arte, explorando a relação entre danças populares e sua influência na música e nas artes visuais brasileiras. Isso proporcionaria uma visão multidisciplinar, essencial para a compreensão do impacto cultural das danças de matriz africana no Brasil.
Orientações finais sobre o plano:
É fundamental que os educadores utilizem este plano de aula como uma base, mas sintam-se à vontade para adaptá-lo conforme a realidade da turma. Evaliar a receptividade dos alunos em relação ao tema é essencial para o sucesso do projeto. Se necessário, realizar uma pesquisa prévia sobre o conhecimento dos alunos em relação às danças afro-brasileiras pode ser valioso.
Os educadores devem também estar atentos às questões sensíveis que envolvem a história dos povos africanos no Brasil, com um olhar crítico e respeitoso. As discussões devem promover um espaço seguro para que os alunos compartilhem suas experiências e reflexões. Incentivar a empatia e o respeito pela diversidade cultural são passos importantes a serem dados ao longo deste aprendizado.
Por último, os educadores devem reforçar que a dança é uma linguagem universal que pode auxiliar na expressividade, na comunicação e na construção da identidade. Dessa forma, a experiência de aprender sobre as danças de matriz africana se transforma não apenas em uma aula, mas em um convite para uma jornada de autoconhecimento e respeito à diversidade.
10 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Brincadeira de Roda: Criar uma coreografia simples em roda, onde todos participam de forma coletiva, imitando os passos do Maculelê ou Ijexá, promovendo um ambiente de diversão e cooperação.
2. Desenho e Pintura: Pedir aos alunos que desenhem ou pintem figuras que representem as danças aprendidas, explorando a criatividade.
3. Contação de História: Promover um momento de contação de histórias onde cada aluno poderá narrar a parte que mais gostou sobre as danças.
4. Música ao Vivo: Se possível, convidar músicos locais para tocar ao vivo durante uma apresentação de dança, trazendo autenticidade e alegria para a atividade.
5. Criação de Fantasias: Incentivar os alunos a criarem acessórios e fantasias que representem a cultura africana e a utilizá-los durante a apresentação.
6. Teatro de Sombras: Utilizar sombras para contar a história das danças africanas de uma forma lúdica, mesclando artes visuais e performance.
7. Dança das Cadeiras: Um jogo clássico, porém adaptado ao ritmo das danças africanas, onde as cadeiras representam espaços de dança.
8. Interpretação de Danças: Criar grupos de trabalho onde cada grupo deve pesquisar e ensinar a dança a outros colegas, promovendo a troca de conhecimento.
9. Festa Temática: Organizar uma festa com comidas típicas e danças tradicionais, fazendo da aprendizagem uma experiência vivencial e cultural.
10. Jogo dos Sensos: Realizar um jogo sensorial onde os alunos devem adivinhar sons ou ritmos tradicionais partindo da descubração auditiva.
Este plano de aula visa não só ensinar sobre danças de matriz africana, mas também promover uma reflexão crítica e um espaço respeitoso para a diversidade cultural, crucial para a formação de cidadãos conscientes e informados.

