“Plano de Aula Lúdico: Computação na Educação Infantil”
A proposta deste plano de aula contempla a Educação Infantil para crianças de quatro anos, com o objetivo de integrar o ensino de computação à rotina escolar através de atividades lúdicas e educativas. Neste contexto, o plano é estruturado de maneira a estimar não apenas o aprendizado técnico, mas também o desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta as práticas pedagógicas neste cenário, enfatizando a importância do respeito mútuo, cooperação e o uso da tecnologia como uma ferramenta de aprendizado.
Neste plano, atividades práticas e criativas serão exploradas, utilizando a tecnologia como uma extensão do repertório das crianças. É crucial que os educadores possam observar como esses pequenos podem se relacionar com o mundo digital de maneira saudável, desenvolvendo habilidades como a empatia, o raciocínio lógico e o uso consciente das tecnologias.
Tema: BNCC Computação
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 anos
Objetivo Geral:
O objetivo geral deste plano de aula é promover a exploração técnica e criativa da tecnologia entre crianças de quatro anos, desenvolvendo habilidades de cooperação e comunicação, além de valorizar a expressão artística e a brincadeira livre como fundamentos para o aprendizado.
Objetivos Específicos:
– Fomentar a expressão corporal e artística por meio de atividades que integrem movimentos e tecnologia.
– Promover a cooperação e a empatia entre as crianças ao trabalharem em grupos.
– Estimular a curiosidade das crianças em relação ao mundo digital e sua relação com o cotidiano.
– Desenvolver competências relacionadas à linguagem oral e escrita por meio da criação de histórias e jogos.
Habilidades BNCC:
– Campo de Experiências “O Eu, o Outro e o Nós”:
(EI03EO01), (EI03EO02), (EI03EO03), (EI03EO06)
– Campo de Experiências “Corpo, Gestos e Movimentos”:
(EI03CG01), (EI03CG03)
– Campo de Experiências “Traços, Sons, Cores e Formas”:
(EI03TS02)
– Campo de Experiências “Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação”:
(EI03EF01), (EI03EF06)
– Campo de Experiências “Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações”:
(EI03ET01), (EI03ET07)
Materiais Necessários:
– Tablets ou computadores com aplicativos educativos apropriados para a faixa etária
– Papel, lápis de cor, tintas e pincéis
– Brinquedos que estimulem a interação física, como blocos de montar
– Caixas ou outros materiais para construção de cenários fictícios
– Projetor (se disponível) para compartilhamento de conteúdos interativos
Situações Problema:
– Como podemos contar uma história usando desenhos e movimentos?
– O que acontece quando usamos diferentes materiais para fazer arte?
– Como podemos usar a tecnologia para brincar e aprender juntos?
Contextualização:
A introdução da tecnologia no ensino da educação infantil deve ser feita de forma a criar um ambiente dinâmico e interativo. As crianças, nesta faixa etária, estão em constante desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas, e a tecnologia deve ser utilizada como um meio de facilitar a expressão, interação e criatividade. Este plano abordará a tecnologia como um ponto de partida para a construção de ideias, histórias e criações artísticas que representem o cotidiano dos alunos.
Desenvolvimento:
O desenvolvimento das atividades será dividido em três etapas: *exploração da tecnologia, criação artística* e *apresentação de projetos*.
1. Exploração da Tecnologia (15 minutos):
As crianças serão apresentadas a um aplicativo de contação de histórias. Primeiramente, o educador fará uma demonstração simples do aplicativo, incentivando as crianças a interagir com os dispositivos. Essa interação pode incluir o toque na tela, movimentação de objetos virtuais e a criação de sons. O objetivo aqui é que cada criança explore livremente, iniciando uma conversa sobre o que mais gostaram.
2. Criação Artística (20 minutos):
Após a exploração, as crianças serão divididas em grupos para criar uma história. Cada grupo deverá escolher um tema e usar materiais artesanais (papéis, tintas, etc.) para elaborar um cenário que represente sua história. Os grupos terão liberdade total para expressar suas ideias através dos materiais, promovendo a cooperação e a expressão emocional. Os alunos podem desenhar, pintar e criar figuras para cada personagem da história.
3. Apresentação de Projetos (15 minutos):
Finalmente, cada grupo terá a oportunidade de apresentar sua criação para os demais. As crianças podem usar o cenário criado para recontar a história, estimulando a comunicação e a escuta. O educador deve mediar as apresentações, fazendo perguntas que ajudem as crianças a se expressarem melhor e a refletirem sobre suas experiências de aprendizado.
Atividades sugeridas:
Atividade 1 – Contação Digital:
– Objetivo: Desenvolver a imaginação e a capacidade de recontar histórias.
– Descrição: Utilizar um aplicativo de contação de histórias para que as crianças criem sua própria narrativa.
– Instruções práticas: 1. Apresentar o aplicativo. 2. Dar tempo para que explorem. 3. Conversar sobre as histórias favoritas para ajudá-las a criar algo.
– Materiais: Tablets ou computadores.
– Adaptação: Crianças com dificuldades podem ser auxiliadas por um colega ou educador.
Atividade 2 – Pintura Coletiva:
– Objetivo: Estimular a criatividade e o trabalho em grupo.
– Descrição: Criar um mural coletivo baseado nas histórias escolhidas pelo grupo.
– Instruções práticas: 1. Apresentar o papel grande ou mural. 2. Incentivar cada criança a contribuir. 3. Incentivar conversas sobre o que cada um está pintando.
– Materiais: Papéis grandes, tintas, pincéis.
– Adaptação: Crianças tímidas podem ser encorajadas a expressar-se através da pintura apenas, sem verbalização.
Atividade 3 – Jogo de Movimento:
– Objetivo: Integrar movimento, expressão e tecnologia.
– Descrição: Criar um jogo de imitação usando os personagens das histórias.
– Instruções práticas: 1. Definir um espaço seguro. 2. Cada criança deve criar um movimento inspirado em seu personagem. 3. Uma a uma, elas apresentam o movimento e o grupo repete.
– Materiais: Espaço livre.
– Adaptação: Crianças que não se sentem à vontade para criar um movimento podem imitar os colegas.
Discussão em Grupo:
– Como se sentiram utilizando a tecnologia?
– O que aprenderam sobre seus amigos ao trabalhar em grupo?
– Como as histórias que criaram se conectam com suas vidas?
Perguntas:
– O que foi mais divertido na atividade de hoje?
– Como a tecnologia ajudou você a contar sua história?
– Quem você gostaria que ouvisse sua história?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação do envolvimento e participação das crianças nas atividades propostas. O educador deve considerar como elas interagem entre si, sua capacidade de se expressar e colaborar em grupo e o grau de familiaridade com as ferramentas apresentadas.
Encerramento:
Para encerrar a aula, o educador deve ressaltar a importância da cooperação e da ciência da tecnologia em nosso cotidiano. As crianças devem ser incentivadas a levar para casa o aprendizado e as histórias criadas, buscando novos desafios e brincadeiras que estimulem a imaginação.
Dicas:
1. Utilize músicas que estimulem a expressão e a movimentação ao longo da aula, tornando-a mais dinâmica.
2. Inclua momentos de reflexão ao final de cada atividade, permitindo que as crianças compartilhem seus sentimentos.
3. Incentive a diversidade usando materiais de diferentes culturas e estilos, ampliando o respeito e a empatia.
Texto sobre o tema:
A tecnologia, em sua essência, é uma ferramenta social que proporciona um novo olhar sobre o mundo, principalmente para as crianças. No contexto da Educação Infantil, a integração da tecnologia no cotidiano escolar não deve ser vista apenas como um meio de facilitar a aprendizagem, mas como um canal de expressão, criatividade e interação social. É fundamental que as crianças tenham acesso a essa linguagem desde cedo, permitindo que desenvolvam habilidades que serão essenciais ao longo de sua vida escolar e pessoal.
O uso da tecnologia no ambiente escolar deve ser medido e orientado, sempre com foco na criação de um espaço onde as crianças se sintam seguras para explorar, errar e criar. Neste sentido, atividades que envolvem a arte digital, como a criação de histórias em aplicativos ou a montagem de projetos coletivos, são enriquecedoras. Ao permitir que os alunos se expressem através de diferentes mídias, você não só amplia seu conhecimento tecnológico, mas também forma cidadãos mais empáticos e conscientes.
Por fim, é imprescindível que os educadores estejam bem preparados para guiar os pequenos nesse universo. Isso significa não apenas entender das ferramentas tecnológicas, mas também como mediá-las em um contexto social que valorize as conquistas individuais e os diálogos, respeitando sempre as diferenças e os sentimentos de cada criança. O papel do educador se torna, assim, um exercício de empatia e acolhimento, ajudando as crianças a construírem suas identidades em um mundo cada vez mais digital.
Desdobramentos do plano:
A execução deste plano de aula pode abrir uma série de possibilidades para o aprendizado e a exploração contínua da tecnologia. Os educadores podem criar sequências didáticas que englobem mais atividades que promovam a interação entre as crianças, o uso consciente da tecnologia e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Uma próxima atividade, por exemplo, poderia ser a criação de um curta-metragem onde as crianças narrariam suas histórias em grupos, ampliando seu repertório narrativo e de colaboração.
Além disso, ao avaliar o impacto dessa proposta pedagógica, é possível perceber a evolução nas relações interpessoais. As crianças que trabalham em grupo tendem a desenvolver uma maior empatia e a entender que o outro também possui sentimentos diversos, habilidades e limitações. Esse aspecto é fundamental na formação de cidadãos mais conscientes e respeitosos.
Por último, o desdobramento desse plano pode incentivar a criação de uma festa escolar onde os resultados das atividades sejam apresentados para a comunidade escolar, como forma de celebrar a criatividade e o aprendizado das crianças. Isso não só reforça o aprendizado como valoriza o esforço coletivo e individual dos pequenos. Uma exposição de arte digital poderia ilustrar as histórias e personagens criados, promovendo a interatividade com os pais e demais alunos.
Orientações finais sobre o plano:
O sucesso do plano de aula está muito atrelado à capacidade do educador de adaptá-lo ao contexto da turma. É crucial que o professor faça uma avaliação contínua de como as crianças reagem às atividades, permitindo ajustes sempre que necessário. Se uma atividade não fluir conforme esperado, o educador deve procurar entender o motivo e reavaliar a proposta, buscando manter o engajamento e a participação das crianças.
Além disso, a formação de grupos deve ser bem pensada. Idealmente, as crianças devem ser organizadas em grupo por habilidades complementares, de forma que cada um tenha um papel a desempenhar dentro do contexto colaborativo. Essa abordagem não apenas estimula a empatia e o respeito ao próximo, mas também fortalece a noção de que o aprendizado pode (e deve) ser um esforço conjunto.
Por fim, é importante ressaltar que o uso da tecnologia não deve nunca substituir as interações pessoais e físicas. O equilíbrio entre o uso de ferramentas tecnológicas e atividades práticas e lúdicas deve ser sempre buscado. Assim, a formação integral das crianças torna-se uma missão mais fácil e prazerosa, culminando na construção de um ambiente escolar estimulante e respeitoso.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
Sugestão 1 – Criação de um Livro Digital
– Objetivo: Promover a leitura e a criatividade.
– Descrição: Cada criança ilustra uma página e narra a história que irá compor um livro digital.
– Materiais: Tablets, aplicativos de criação de livros.
– Passo a Passo: 1. Apresentar o aplicativo. 2. Cada criança introduz sua página. 3. O educador compila tudo.
Sugestão 2 – Teatro de Fantoches Digitais
– Objetivo: Estimular a dramatização e criatividade.
– Descrição: Usar aplicativos para criar fantoches que representam personagens das histórias.
– Materiais: Tablets, aplicativos de fantoches.
– Passo a Passo: 1. Criar os fantoches. 2. Ensaiar uma pequena peça. 3. Apresentar para a turma.
Sugestão 3 – Experiências Sensorial com Tecnologia
– Objetivo: Explorar texturas e sons.
– Descrição: Brincar com aplicativos que permitem manipular sons e imagens.
– Materiais: Tablets.
– Passo a Passo: 1. Apresentar um aplicativo musical. 2. As crianças exploram sons diferentes e criar uma pequena música coletiva.
Sugestão 4 – Atividades de Bem-Estar Digital
– Objetivo: Ensinar o uso consciente da tecnologia.
– Descrição: Conversar sobre a importância de equilibrar tempo de tela e atividades físicas.
– Materiais: Papéis e canetas.
– Passo a Passo: 1. Ilustrar com a turma a rotina ideal. 2. Criar um mural com desenhos.
Sugestão 5 – Sentindo a História
– Objetivo: Estimular a expressão corporal.
– Descrição: Utilizar a tecnologia para gravar as crianças interpretando emoções de uma história.
– Materiais: Tablet ou câmera para gravação.
– Passo a Passo: 1. Ler uma história. 2. Cada criança deve interpretar uma parte da história. 3. O educador grava e apresenta depois para todos.
Com este plano de aula, espera-se criar um ambiente onde as crianças possam não apenas aprender sobre tecnologia, mas também desenvolver sua capacidade de interagir, respeitar e se expressar. O acompanhamento e a avaliação do progresso devem ser contínuos e sempre voltados para o bem-estar e crescimento das crianças.

