“Grafite e Proporções: Plano de Aula Criativo para o Ensino Fundamental”
A elaboração deste plano de aula enfoca a arte do grafite, uma forma de expressão que combina arte e mensagem social. Através do grafite, os alunos terão a oportunidade de explorar a linguagem visual, além de desenvolverem sua percepção em proporções e como realizá-las em suas próprias produções artísticas. O foco nesta atividade é o aprimoramento do olhar dos estudantes, guiando-os a perceber as dimensões e proporções dos desenhos que irão criar e reproduzir com maior complexidade. Essas aulas permitirão que os alunos se familiarizem com o processo criativo através da prática do desenho, integrando a arte à matemática.
Essa proposta de aula será realizada em duas sessões de 45 minutos cada, possibilitando um envolvimento ativo e reflexivo dos alunos ao longo do processo. O plano busca trabalhar com crianças na faixa etária de 10 a 13 anos, focando no 1º ano do Ensino Fundamental. O desenvolvimento desse plano também estará alinhado às diretrizes da BNCC, incluindo habilidades que correspondem às áreas de Artes e Matemática, reforçando a importância da interdisciplinaridade no aprendizado.
Tema: Grafite
Duração: 2 aulas de 45 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 1º Ano
Faixa Etária: 10 a 13 anos
Objetivo Geral:
Aprimorar o olhar para proporções e incentivar a expressão artística através do grafite.
Objetivos Específicos:
– Proporcionar aos alunos a capacidade de ampliar e reproduzir desenhos.
– Estimular a percepção das proporções em obras de arte.
– Incentivar a criação artística de forma individual e em grupo, promovendo a troca de experiências.
Habilidades BNCC:
– (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.)
– (EF01MA14) Identificar e nomear figuras planas (círculo, quadrado, retângulo e triângulo) em desenhos apresentados em diferentes disposições ou em contornos de faces de sólidos geométricos.
Materiais Necessários:
– Papel A4 ou cartolina
– Lápis de grafite
– Borracha
– Régua
– Canetas coloridas ou lápis de cor
– Exemplos de grafites (fotos impressas ou projetadas)
Situações Problema:
– Como as proporções influenciam a percepção de uma obra de arte?
– De que forma podemos aplicar o que aprendemos sobre proporções em nossas produções artísticas?
Contextualização:
Para introduzir o tema, o professor deverá iniciar a aula apresentando exemplos de grafites e discutindo brevemente a história do grafite como uma forma de arte urbana. Esse é um momento importante para estimular o interesse dos alunos, além de criar um espaço onde eles podem compartilhar suas próprias experiências com a arte, se houver, incentivando uma conexão com o tema.
Desenvolvimento:
1. Introdução: Apresentação do tema e dos materiais a serem utilizados.
2. Explicação sobre a importância das proporções em desenhos, com exemplos visuais.
3. Demonstração prática de como ampliar um desenho simples, tocando nos conceitos de proporções.
4. Criação individual de uma ampliação a partir de um desenho base fornecido pelo professor.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Ampliando com Proporções
– Objetivo: Aprender a ampliar um desenho utilizando proporções.
– Descrição: Os alunos receberão um desenho simples (por exemplo, uma flor ou um animal). Eles deverão, utilizando a régua, multiplicar as medidas do desenho em um tamanho maior no papel A4.
– Instruções para o professor: Explique como medir e multiplicar as medidas originais para alcançar a ampliação desejada. Dê feedback individual durante o processo.
– Materiais: Papel A4, lápis, régua.
– Adaptação: Para alunos que apresentam dificuldades, forneça um desenho já ampliado como referência.
Atividade 2: Criação de Grafite
– Objetivo: Estimular a criatividade e liberdade de expressão dos alunos.
– Descrição: Após realizarem a ampliação, os alunos criarão seu próprio grafite, baseando-se em temas de seu interesse, respeitando as proporções aprendidas na atividade anterior.
– Instruções para o professor: Incentive os alunos a experimentar diferentes formas, cores e técnicas ao criar seu grafite. Promova um ambiente colaborativo onde eles possam discutir suas ideias.
– Materiais: Canetas coloridas, lápis de cor e papel A4.
– Adaptação: Alunos que já demonstram habilidades em artes podem trabalhar em grupos maiores ou criar murais coletivos.
Discussão em Grupo:
Provocar uma discussão sobre o que aprenderam com a atividade prática. Perguntar sobre os desafios enfrentados ao aplicar as proporções, quais novos conhecimentos adquiriram e como podem aplicar isso em outras formas de arte.
Perguntas:
1. Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou ao tentar ampliar seu desenho?
2. Por que você acha que as proporções são importantes numa obra de arte?
3. Como você aplicaria esse conhecimento em outras atividades artísticas?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação do envolvimento dos alunos nas atividades práticas e nas discussões. O feedback individual proporcionado pelo professor durante as atividades é parte essencial dessa avaliação. Também serão consideradas as produções artísticas dos alunos, levando em conta o processo, as tentativas e a finalização da atividade.
Encerramento:
O professor deve finalizar a aula reconhecendo os esforços de cada aluno e destacando as criações artísticas. É importante reforçar a ligação entre grafite e expressão pessoal, considerando a importância da arte como forma de comunicação e crítica social.
Dicas:
– Incentive os alunos a explorarem diferentes estilos de grafite que eles conhecem.
– Proponha que os alunos pesquisem grafiteiros famosos e suas obras para apresentar em sala de aula.
– Promova um espaço seguro e acolhedor onde todos se sintam à vontade para expressar suas ideias e emoções através da arte.
Texto sobre o tema:
O grafite é uma forma de arte que conquistou espaço nas ruas das cidades ao redor do mundo, tornando-se um poderoso meio de expressão artística. Sua história remonta a movimentos artísticos e sociais, em que os artistas utilizavam as paredes como palcos para exprimir suas ideias e sentimentos. A prática do grafite não é apenas um ato de vandalismo como muitos erroneamente acreditam, mas uma afirmação cultural que reflete as realidades e os desafios vividos pelas comunidades. Ao construir o grafite, os artistas também estão dialogando com questões sociais, políticas e ambientais, utilizando cores e formas para evocar sentimentos e promover reflexões. Essa prática artística é uma forma de democratizar a arte, tornando-a acessível a todos, independentemente de classe social ou formação acadêmica.
O grafite também é um espaço de contestação e criatividade, onde a liberdade de expressão é incentivada. Através dele, é possível contar histórias, transmitir mensagens de resistência ou simplesmente trazer beleza para ambientes urbanos muitas vezes esquecidos. Ao trabalhar com grafite, os alunos podem se sensibilizar para o impacto da arte em suas comunidades, e refletir sobre como essa forma de expressão pode ser utilizada para provocar mudanças. Assim, ao explorar as proporções e a técnica de ampliação, os alunos não apenas aprendem aspectos técnicos sobre a arte, mas também se conectam com um importante aspecto cultural que os cerca. Eles são assim convidados a formar suas próprias narrativas artísticas, usando os conhecimentos adquiridos como ferramentas para desenvolver seu olhar crítico e criativo.
A prática do grafite também possibilita uma reflexão sobre identidade e pertencimento. Os artistas frequentemente estão inseridos em contextos urbanos que falam de sua própria vivência, e essa conexão torna a produção artística ainda mais autêntica. Quando os alunos se envolvem nessa prática, também experimentam um sentido de comunidade e coletividade, ao discutirem suas produções e compartilharem opiniões e feedbacks. O uso de grafites na educação, portanto, não apenas ensina a técnica artística, mas também promove a construção de um espaço de diálogo e respeito, onde cada um pode expressar suas percepções de forma única.
Desdobramentos do plano:
Os desdobramentos deste plano de aula podem se expandir para diversas outras áreas do conhecimento. Por exemplo, podemos vincular o grafite à história, discutindo o papel da arte na sociedade e como os movimentos artísticos evoluíram ao longo do tempo. Os alunos podem pesquisar sobre diferentes estilos de grafite em várias culturas e como estes estão conectados às lutas sociais e políticas, aprofundando seu entendimento sobre a importância da arte na sociedade.
Além disso, os alunos podem ser incentivados a realizar uma exposição das obras criadas durante as aulas. Isso não só reforçará o aprendizado sobre arte e proporções, mas também promoverá a valorização das produções individuais e coletivas, permitindo que os alunos apresentem suas obras para a comunidade escolar. Essa prática é fundamental para a formação de um senso de pertencimento e apreciação cultural.
Outra possibilidade é desenvolver projetos interdisciplinares que integrem o grafite a ciências, discutindo os materiais utilizados e suas características, como tintas à base de água e sprays ecológicos. A pesquisa sobre os efeitos ambientais das tintas e como a subversão desses materiais pode contribuir para uma arte mais sustentável pode ser uma excelente forma de aproximar os alunos de questões contemporâneas.
Orientações finais sobre o plano:
Ao final deste plano, é crucial ressaltar a importância da articulação entre as diversas áreas do conhecimento. O aprendizado deve ser visto como um processo contínuo, onde o aluno não só adquire técnicas, mas também desenvolve habilidades críticas e criativas. As aulas de arte, sendo tão abrangentes, devem buscar estabelecer conexões tangíveis com o cotidiano dos alunos, proporcionando experiências significativas que vão além das paredes da sala de aula.
Além disso, a inclusão de debates e diálogos em sala sobre o que é a arte e quais mensagens cada um pode passar por meio dela é essencial para formar alunos não apenas competentes artisticamente, mas também cidadãos mais engajados e conscientes. As diretrizes da BNCC servem como um guia importante nesse processo, oferecendo uma estrutura que fundamenta a prática pedagógica e a diversidade de conteúdos que podem ser abordados.
Por fim, a valorização da expressão individual deve ser um pilar fundamental. O professor, como mediador, deve proporcionar um ambiente acolhedor e respeitoso, onde cada aluno se sinta seguro para compartilhar suas criações e pensamentos. Desta forma, não apenas se ensina a técnica do grafite e suas proporções, mas também se educa para a empatia, a valorização da diversidade e a construção conjunta de um ambiente criativo e inovador.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Atividade de Colagem: Crie um mural com recortes de revistas e jornais que contenham imagens e palavras que representem a identidade dos alunos. O objetivo é familiarizar os alunos com a ideia de expressar-se através do grafite como arte coletiva, antes da criação individual.
2. Caça ao Grafite: Organizar uma atividade outdoor em que os alunos deverão identificar e registrar grafites na cidade ou comunidade. Essa atividade pode despertar o interesse deles para as artes urbanas e suas mensagens.
3. Grafite Sonoro: Os alunos devem criar um grafite inspirado em uma música favorita. Ao escutarem a canção, eles podem traduzir os sentimentos dela em cores e formas, percebendo como a arte pode se relacionar com outras linguagens.
4. Grafite com Estêncil: Introduzir a técnica de estêncil, onde os alunos poderão criar seus próprios desenhos e reproduzi-los em várias superfícies, reforçando a habilidade de criar de forma repetitiva e em grandes escalas.
5. Exposição de Arte Coletiva: Promover um dia de exposição na escola onde todos os alunos possam presentar suas obras de grafite criadas durante as aulas. Esse evento pode incluir dinâmicas de interação entre os criadores e o público, promovendo um senso de comunidade e pertencimento.
Essas sugestões têm como propósito não apenas ensinar técnicas artísticas, mas também proporcionar experiências que desenvolvam a criatividade e habilidades sociais dos alunos, promovendo um aprendizado que vai além da sala de aula.

