“Mateada: Aprendendo a Cultura Gaúcha de Forma Lúdica”

A seguinte proposta de plano de aula tem como foco a tradição gaúcha, mais especificamente a mateada, uma atividade que visa aproximar as crianças da cultura gaúcha e suas práticas sociais de maneira lúdica e interativa. Esta abordagem é especialmente interessante para crianças bem pequenas, com idades entre 1 ano e 7 meses e 3 anos e 11 meses, pois permite que explorem e vivenciem uma tradição que envolve interações sociais importantes.

Durante a atividade, os alunos terão a oportunidade de experimentar a prática de tomar mate, um símbolo da sociabilidade e do convívio nas tradições gaúchas. A roda de mate, além de ensinar sobre a bebida, ajudará neste processo de socialização, promovendo o cuidado e a solidariedade entre os pequenos, elementos essenciais para o desenvolvimento de habilidades interpessoais nessa faixa etária.

Tema: Tradição gaúcha: Mate
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 1 a 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a aproximação das crianças com a cultura gaúcha, focando na prática da mateada, desenvolvendo habilidades sociais, motoras e de comunicação.

Objetivos Específicos:

1. Incentivar o cuidado e a solidariedade ao compartilhar a erva mate.
2. Promover a interação social entre as crianças durante a roda de mate.
3. Estimular a exploração sensorial da erva mate e dos utensílios utilizados para prepará-la.

Habilidades BNCC:

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação (ervas, água, chimarrão, etc.) explorando texturas e formas ao criar objetos tridimensionais.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.

Materiais Necessários:

1. Erva mate (ou similar, como ervas aromáticas)
2. Urnas de chimarrão
3. Cuia e bomba
4. Água quente (manter a segurança ao servir, protegendo as crianças de queimaduras)
5. Almofadas ou tapetes para a roda de mate
6. Música tradicional gaúcha para contextualização

Situações Problema:

1. Como podemos compartilhar a erva mate de modo seguro e agradável?
2. O que sentimos ao tomar mate em grupo?
3. Quais são os cuidados que devemos ter ao participar de uma roda de mate?

Contextualização:

O mate é uma bebida tradicional e um símbolo da cultura gaúcha, representando muito mais do que um simples ato de beber algo. É uma ação de sociabilidade, onde as pessoas se reúnem, compartilham histórias e fortalecem laços de amizade. A prática de fazer uma rodada de mate com as crianças propõe experiências que vão além do sabor; são momentos de união, respeito e celebração da cultura local.

Desenvolvimento:

1. Iniciar a roda com as crianças sentadas em um círculo, criando um ambiente acolhedor.
2. Introduzir a erva mate e discutir seu aspecto e aroma, proporcionando uma experiência sensorial.
3. Mostrar os utensílios (cuia, bomba) e explicar seu uso, sempre atenta à linguagem simples e acessível às crianças.
4. Passar a erva mate de uma cuia para outra, ensinando as crianças a revezarem e a respeitar o tempo de cada uma.
5. Durante o processo, solicitar que as crianças compartilhem como se sentem ao participar da roda e incentivá-las a comunicar-se entre si.

Atividades sugeridas:

1. Dia 1: Sensações do Mate
Objetivo: Explorar cheiros e texturas.
Descrição: Apresentar a erva mate e as diferentes texturas do material.
Instruções: Deixar as crianças tocarem na erva, sentirem o cheiro e comentarem sobre o que perceberam.
Sugestões de Adaptabilidade: Para crianças com dificuldades motoras, permitir a exploração através de imagens ou objetos relacionados ao tema.

2. Dia 2: Construindo a Roda de Mate
Objetivo: Criar um ambiente de socialização.
Descrição: Organizar as almofadas e descrever a roda de mate (ser um círculo).
Instruções: Incentivar as crianças a se sentarem em círculos e falarem seus nomes.
Sugestões de Adaptabilidade: Utilizar espaço para livre movimentação, caso algumas crianças não desejem sentar.

3. Dia 3: Música Gaúcha
Objetivo: Conhecer a música tradicional.
Descrição: Ouvir e dançar músicas gaúchas.
Instruções: Colocar uma música e incentivar a dança, promovendo a liberdade de movimento.
Sugestões de Adaptabilidade: Adaptar a música para sons mais suaves ou vibrantes, conforme a sensibilidade auditiva das crianças.

4. Dia 4: Contação de História
Objetivo: Desenvolver a oralidade.
Descrição: Contar uma história sobre a tradição do mate em um tom lúdico.
Instruções: Usar objetos (como a cuia) para ilustrar a narrativa.
Sugestões de Adaptabilidade: Utilizar bonecos ou fantoches para tornar a contação mais dinâmica.

5. Dia 5: Montagem da Roda
Objetivo: Reforçar a solidariedade.
Descrição: Montar a roda de mate com participação ativa das crianças, passando a cuia e a bomba.
Instruções: Ao passar a cuia, ajudar as crianças a expressarem o que mais gostam.
Sugestões de Adaptabilidade: Se necessário, fazer adaptações para crianças que precisem de ajuda.

Discussão em Grupo:

Promover um momento ao final da atividade onde as crianças podem expor como se sentiram durante a roda de mate, o que aprenderam sobre a tradição e como foi a experiência de compartilhamento.

Perguntas:

1. O que você sente quando está tomando mate?
2. Como podemos compartilhar a erva mais uma vez?
3. O que é mais divertido: tomar mate ou dançar?

Avaliação:

Observar o envolvimento das crianças nas atividades propostas, considerando interações, comunicação e apreensão dos conceitos trabalhados. A avaliação deve ser qualitativa, focando no desenvolvimento social e emocional de cada criança.

Encerramento:

Finalizar a atividade agradecendo a participação de todos. Encorajar a prática da roda de mate como um momento de convivência e socialização fora da escola, reforçando a importância das tradições culturais.

Dicas:

– Sempre assegurar um ambiente confortável e acolhedor.
– Incentivar as crianças a se expressarem da forma que se sentirem à vontade.
– Utilizar músicas e histórias da cultura gaúcha para tornar as aulas ainda mais envolventes.

Texto sobre o tema:

O mate é uma bebida que se tornou uma tradição entre os povos gaúchos, simbolizando a unidade e a amizade. Sua história remonta a tempos antigos, em que nativos e imigrantes encontraram na erva um laço de união e um meio de socialização. Quando as pessoas se reúnem em torno de uma roda de mate, não estão apenas partilhando uma bebida, mas também experiências, histórias e momentos de cumplicidade. A prática do ato de tomar mate é uma verdadeira celebração das relações interpessoais, onde cada um tem seu espaço garantido e traz suas particularidades.

Nesta atividade, podemos explorar não apenas o sabor do mate, mas também as emoções que ele evoca. As crianças bem pequenas, ao vivenciarem essa prática, começam a entender a importância da comunicação e do respeito mútuo. Elas aprendem, de forma lúdica, a compartilhar e a valorizar o que a cultura gaúcha tem a oferecer. O que parece ser uma simples bebida se transforma em um momento significativo, repleto de aprendizados.

A roda de mate é o espaço ideal para promover o desenvolvimento das relações interpessoais nas crianças. Ao ensiná-las a compartilhar e respeitar a vez de cada uma, fortalecemos valores como a solidariedade e o cuidado em grupo. Mostramos a elas a beleza da tradição gaúcha, ao mesmo tempo que estendemos nossas mãos para as futuras gerações, mostrando que a cultura deve ser cultivada e celebrada em comunidade.

Desdobramentos do plano:

As atividades podem ser estendidas para outras dimensões culturais, dando continuidade ao aprendizado por meio de outros costumes gaúchos, tais como danças, festas e culinária típica. Com isso, as crianças teriam a oportunidade de conhecer mais sobre o patrimônio cultural do Brasil, especialmente do Sul. Esse tipo de abordagem também possibilita uma conexão mais profunda entre as crianças e seus laços históricos e sociais, favorecendo a construção de uma identidade cultural sólida.

Além disso, a prática de roda pode ser uma ótima forma de introduzir o conceito de cuidado e responsabilidade. As crianças podem, por exemplo, participar de atividades que envolvam a colheita da erva ou até mesmo a visita a uma propriedade onde o mate é cultivado. A inclusão de outros ciclos de aprendizado contínuo para outras faixas etárias também incentiva o envolvimento familiar e a continuidade do aprendizado na esfera familiar.

Por último, podemos promover exposições com os pais, onde as crianças podem mostrar o que aprenderam e vivenciar as tradições gaúchas em família. Isso reforça o vínculo com a cultura e permite que suas famílias aprendam junto com eles. O compartilhamento de experiências culturais cria um ambiente de aprendizado colaborativo, enriquecendo ainda mais a vivência da educação infantil.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que as atividades sejam adaptadas ao nível de desenvolvimento de cada criança, respeitando suas individualidades e promovendo um espaço seguro e acolhedor. O professor deve ser um mediador ativo, incentivando a interação e a participação de todos, buscando sempre respeitar o tempo de cada um.

Por fim, é importante que o educador reflita sobre as necessidades e os interesses dos alunos, ajustando o plano de aula à medida que ele progride. A flexibilidade no planejamento é uma ferramenta poderosa para garantir que todas as crianças se sintam incluídas e possam participar ativamente das atividades. Vamos lembrar que o objetivo é tornar a roda de mate um espaço não apenas de aprendizado sobre a cultura, mas também de crescimento pessoal e social.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Atividade “Dançando ao Som do Mate”: Escolher músicas típicas que possam ser dançadas livremente. Objetivo: promover a expressão corporal.
Materiais: Espaço para dança e música.
Condução: Deixe que as crianças se movimentem ao som da música, incentivando a imersão na cultura.

2. “Arte da Roda”: Criação de uma roda de arte utilizando papel colorido para representar a cultura gaúcha.
Objetivo: Estimular a criatividade.
Materiais: Papéis, tesoura (com supervisão), cola.
Condução: As crianças devem criar a sua roda, multiplicando a atividade em grupos.

3. “Histórias de Mate”: Contar histórias locais sobre o mate.
Objetivo: Estimular a escuta e a imaginação.
Materiais: Livros ou imagens que retratem a cultura gaúcha.
Condução: Incentivar a participação ao final da história, perguntando o que acharam.

4. “Caça ao Tesouro da Cultura”: Propor uma atividade que leve as crianças a descobrir objetos ou elementos da cultura gaúcha.
Objetivo: Estimular a observação.
Materiais: Cartões com imagens de objetos culturais.
Condução: As crianças devem encontrar esses “tesouros” no ambiente.

5. “O Sabor do Mate”: Experiência de compartilhar diferentes bebidas (e não só mate) em sala.
Objetivo: Desenvolver o paladar e a experiência compartilhada.
Materiais: Bebidas (preferencialmente naturais e sem açúcar), copos.
Condução: Ter um momento de degustação e diálogo sobre os sabores.

Com essa abordagem rica e dinâmica, espera-se que a aula não apenas aborde a tradição gaúcha do mate, mas também proporcione um ambiente divertido, educativo e respeitoso para todas as crianças.


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