“Musicalização Indígena: Aprendendo com Bebês de 0 a 1 Ano”

O plano de aula que apresentaremos neste documento tem como foco a musicalização indígena para bebês de 0 a 1 ano. O objetivo é proporcionar uma experiência sensorial rica, onde as crianças poderão conhecer músicas e instrumentos indígenas, valorizando a cultura de nossos povos originários. A música faz parte do desenvolvimento das crianças nesta faixa etária, e conhecer as melodias e os ritmos indígenas pode ser uma maneira lúdica de ampliar sua percepção de mundo, além de promover a interação entre os pequenos.

Neste contexto, a musicalização é uma ferramenta poderosa que estimula o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos bebês. Durante as atividades, teremos a oportunidade de explorar os sons, movimentos e diferentes maneiras de expressar emoções. Através de músicas e brincadeiras, buscamos criar um ambiente onde as crianças possam se sentir acolhidas, motivadas e curiosas, favorecendo apreensão corporal e a expressão emocional.

Tema: Musicalização Indígena
Duração: 30 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Bebês
Faixa Etária: 0 a 1 ano

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a musicalização dos bebês através de músicas de origem indígena e dos instrumentos que compõem essa cultura, estimulando a percepção sonora, o movimento corporal e a interação social.

Objetivos Específicos:

– Proporcionar experiências sonoras que estimulem a percepção auditiva e o reconhecimento de diferentes sons.
– Estimular a interação entre as crianças, promovendo a comunicação através de gestos e expressões.
– Fomentar o movimento e a exploração corporal, utilizando ritmos e músicas indígenas para esse fim.

Habilidades BNCC:

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI01EO01) Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
(EI01EO03) Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI01CG01) Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
(EI01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
(EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI01EF02) Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas.
(EI01EF05) Imitar as variações de entonação e gestos realizados pelos adultos, ao ler histórias e ao cantar.

Materiais Necessários:

– Instrumentos de percussão simples (como tambores, maracas, chocalhos feitos com garrafinhas e grãos).
– Materiais sonoros (como conchas, folhas secas, e potes de barro que batem e produzem som).
– Áudios de músicas indígenas (preferencialmente gravadas por artistas indígenas).
– Cobrindo/almofadas e tecidos macios para os bebês se sentarem durante a atividade.
– Cartazes ou figuras de instrumentos indígenas para expor visualmente.

Situações Problema:

Como os bebês reagem a diferentes ritmos e sons? Quais instrumentos ou sons eles mais gostam? De que forma eles conseguem se expressar através do movimento ao ouvir essas músicas?

Contextualização:

Considerando que os bebês nessa faixa etária estão em fase de descobertas sensoriais, a musicalização indígena pode ser uma rica oportunidade para trabalhar a percepção de novas sonoridades. As músicas indígenas são compostas por ritmos suaves e melodias cativantes que podem acalmar os pequenos e, ao mesmo tempo, estimular sua curiosidade. A atividade será possível em um espaço acolhedor, onde eles possam explorar os diferentes elementos de forma segura.

Desenvolvimento:

1. Preparação do ambiente: Organize uma área confortável com os materiais sonoros disponíveis, onde os bebês possam se sentar ou deitar. Certifique-se de que o ambiente esteja calmo e livre de distrações.

2. Introdução à música: Inicie a atividade apresentando aos bebês os instrumentos disponíveis. Mostre como usar cada um deles e permita que experimentem alguns toques na percussão. Explique que eles vão ouvir canções indígenas e fazer sons juntos.

3. Escuta e movimento: Coloque uma música indígena suave e observe como os bebês reagem ao som. Incentive-os a mover suas mãos, braços ou todo o corpo em sincronia com os ritmos. Use gestos grandes para que eles possam imitar e acompanhar.

4. Atividade de exploração sonora: Após a escuta, convide as crianças a tocar os instrumentos de forma livre. Estimule a interação, perguntando como o som é diferente quando usam cada instrumento.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Exploração dos Sons (30 minutos)
Objetivo: Promover a exploração sonora através do uso de instrumentos.
Descrição: Os bebês serão convidados a tocar um instrumento de cada vez. Você pode iniciar batendo palmas e, depois, passar os instrumentos para que eles imitem o som.
Materiais: Instrumentos de percussão.
Instruções: Cada bebê terá um instrumento. Tente usar diferentes dinâmicas, por exemplo, tocar lentamente e depois mais rápido. Use sua voz para incentivá-los e crie sonoridades diferentes juntos.

Atividade 2: Roda Musical Indígena (30 minutos)
Objetivo: Criar um espaço de socialização através da música.
Descrição: Formar um círculo com os bebês, você pode tocar uma música indígena e incentivar que todos balancem o corpo. Isso ajuda na coordenação motora e no reconhecimento do outro.
Materiais: Música gravada ou ao vivo.
Instruções: Enquanto a música toca, movimente-se com os bebês e ofereça apoio. Deixe que sintam sua presença e que se diversem entre eles.

Atividade 3: A Dança dos Instrumentos (30 minutos)
Objetivo: Desenvolver a consciência corporal e a coordenação motora.
Descrição: Os bebês deverão dançar livremente ao som de músicas indígenas, incentivando a interação com os instrumentos que foram apresentados anteriormente.
Materiais: Instrumentos disponíveis.
Instruções: Deixe que alguns bebês peguem os instrumentos e se movam pela sala. Você pode fazer a dança e convidá-los a se juntarem a você.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, reúna as crianças em um espaço confortável e comece uma conversa. Pergunte o que elas mais gostaram de fazer, quais sons foram os mais divertidos e se elas aprenderam a tocar algum instrumento.

Perguntas:

– Que música você mais gostou?
– Poderia me mostrar como dançamos com aquele som?
– O que você sentiu quando tocou o instrumento?

Avaliação:

Observe a participação dos bebês nas atividades, como eles reagem aos sons e como interagem com os colegas e com os instrumentos. A avaliação será realizada através da observação contínua, focando em sua capacidade de imitar gestos, explorar os sons e interagir com os outros.

Encerramento:

Finalize a atividade reunindo os bebês em um momento de relaxamento. Explique que, assim como as músicas indígenas, as experiências vividas são únicas e especiais. Agradeça pela participação e descubra novos sons juntos em uma próxima oportunidade.

Dicas:

– Esteja atento ao tempo de atenção dos bebês e adapte a atividade conforme necessário.
– Utilize elementos visuais, como imagens de instrumentos, para enriquecer a experiência.
– O envolvimento emocional é fundamental, então participe ativamente cantando e dançando junto.

Texto sobre o tema:

A musicalização indígena é uma forma de conectar-se com as raízes culturais do nosso país, respeitando e valorizando a diversidade de sonoridades nativas. Desde os primórdios, a música sempre teve um papel central na vida das comunidades indígenas, servindo não apenas como forma de comunicação, mas também como uma maneira de celebrar a vida e os ciclos naturais. As músicas indígenas frequentemente são ricas em batidas e melodias que falam diretamente ao coração, despertando emoções intensas e, ao mesmo tempo, promovendo uma conexão com a natureza.

As canções indígenas, que frequentemente incorporam sons da fauna e flora local, podem ser uma ferramenta pedagógica valiosa para os bebês, pois ajuda a desenvolver a percepção auditiva e expressividade emocional. Além disso, a utilização de instrumentos tradicionais como flautas, tambores e maracas traz a oportunidade de explorar ritmos e timbres que são diferentes dos que estamos acostumados a ouvir no dia a dia. Essa diversidade é fundamental para a formação de uma identidade cultural rica e plural que respeita os saberes e as práticas do nosso povo.

Através do contato com essa musicalização, os bebês podem não só desenvolver a habilidade motora ao movimentarem-se ao som das músicas, mas também a capacidade de se comunicar com expressões faciais e corporais que refletem o que a música provoca neles. O acompanhamento de educadores durante esta jornada é essencial, pois auxiliam os bebês a realizarem essas conexões, tornando-as mais claras e enriquecedoras. Ao final deste processo, a musicalização indígena não é apenas uma experimentação sonora, mas sim uma celebração das nossas identidades no coração das crianças.

Desdobramentos do plano:

Um desdobramento importante deste plano seria a continuidade da exploração sonora com o uso de outros gêneros musicais e culturais, ampliando, assim, o repertório musical das crianças. O mesmo poderia ser feito com a introdução de outras culturas, desenvolvendo ainda mais as habilidades de escuta ativa, de interação social e a valorização da diversidade. Isso permitirá que os bebês comecem a entender e a apreciar não apenas as músicas indígenas, mas também as sonoridades de diferentes regiões do Brasil e do mundo.

Outro desdobramento seria a criação de um pequeno show de talentos onde os bebês e seus familiares poderiam participar apresentando uma música indígena ou tradicional que aprenderam juntos. Essa atividade proporcionaria momentos de convivência e integração social com as famílias, reforçando laços afetivos e culturais que envolvem toda a comunidade. Promover oficinas para os pais aprenderem sobre os instrumentos indígenas e como produzi-los com materiais recicláveis também pode ser um excelente desdobramento, trazendo maior envolvimento familiar.

Além disso, é possível utilizar a musicalização indígena como um canal para outras áreas do conhecimento, como a linguística e a arte. O uso das músicas indígenas para a formação de histórias em quadrinhos que representem as canções, promovendo a leitura e a escrita desde os primeiros anos de vida, unindo a pesquisa por ilustrações e aumentando a apreciação estética e as habilidades de compreensão textual das crianças.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que ao trabalhar a musicalização indígena, o educador esteja sempre atento às reações dos bebês e respeite seu tempo e espaço. Adaptar as atividades consoante a curiosidade e as preferências dos pequeninos deve ser uma prioridade, criando um ambiente de aprendizagem leve e acolhedor. A flexibilidade é essencial, pois cada turma é única e os bebês podem apresentar diferentes ritmos de desenvolvimento e interesse.

Outro ponto importante é diversificar os recursos utilizados durante as atividades. Incluir materiais feitos a partir de elementos naturais, como folhas, sementes e galhos, pode enriquecer ainda mais a experiência. Essa prática ajudará a estabelecer uma conexão ainda mais direta com a natureza, um elemento muitas vezes presente nas tradições indígenas, estimulando a percepção estética e sensorial dos pequenos.

Por fim, as experiências devem ser sempre comemoradas. Ao final do plano, faça um momento de celebração das vivências e dos aprendizados, reforçando a importância da cultural indígena e a influência dela no nosso cotidiano. Essa prática contribuirá para que os bebês compreendam desde cedo a relevância de respeitar as diferenças e o valor da música como uma forma de expressar sentimentos e emoções e se tornarem adultos mais receptivos e conscientes do seu papel em uma sociedade plural.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Dança dos Animais Indígenas: Usando músicas indígenas que representam a fauna, crie uma dança onde cada bebê escolherá um animal e deverá imitar seus movimentos ao som da música. Os materiais necessários incluem figuras de animais e instrumentos.

2. Caça ao Som: Com os pequenos, vão explorar diferentes fontes sonoras escondidas pelo ambiente (como latas com grãos, instrumentos). Incentive-os a encontrá-las e reconhecê-las através das sonoridades.

3. Momento da História: Leia um conto indígena e, após, os bebés podem desenhar com tintas com elementos que viram (como folhas), assim irão aprendendo da prática para a teoria e vice-versa.

4. Construção de Instrumentos: Os pais poderão se reunir em um dia de atividade no qual a proposta é ensinar os bebês a confeccionar seus próprios instrumentos com materiais recicláveis.

5. Roda da Música: Envolva o grupo em uma roda, onde cada bebê tem um instrumento. Ao passar por uma música, eles devem tocar o instrumento e depois passar para o próximo. Essa dinâmica favorece a interação e a troca de experiências.


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