“Impactos da Chegada da Família Real Portuguesa no Brasil”
A chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808 marca um período de transformações significativas para o país. No presente plano de aula, buscamos explorar não apenas esse evento, mas também suas consequências sociais, políticas e culturais. A mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro e a insurreição pernambucana de 1817 serão discutidas a fundo, propiciando uma visão abrangente e crítica sobre as implicações da presença da corte portuguesa no Brasil.
Esse plano de aula visa desenvolver um entendimento mais profundo entre os alunos sobre como a chegada da família real influenciou a formação da sociedade brasileira. As atividades foram elaboradas para promover reflexão crítica e facilitar a construção de conhecimentos, utilizando metodologias ativas de aprendizado. Além disso, estaremos alinhando as propostas pedagógicas com as diretrizes da BNCC, em especial as competências e habilidades para o ensino de História no 8° ano.
Tema: A Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil
Duração: 45 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º Ano
Faixa Etária: 13 a 14 anos
Objetivo Geral:
Refletir sobre as transformações políticas, sociais e culturais que a chegada da família real portuguesa ao Brasil proporcionou, compreendendo a mudança da capital e a significância da insurreição pernambucana de 1817 para a formação da sociedade brasileira.
Objetivos Específicos:
1. Identificar e discutir as razões da mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
2. Analisar as implicações sociais e políticas da presença da família real no Brasil.
3. Compreender a insurreição pernambucana de 1817 em seu contexto histórico e suas repercussões.
4. Desenvolver habilidades de argumentação e análise crítica sobre eventos históricos.
Habilidades BNCC:
(EF08HI05) Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas.
(EF08HI12) Caracterizar a organização política e social no Brasil desde a chegada da Corte portuguesa, em 1808, até 1822 e seus desdobramentos para a história política brasileira.
(EF08HI13) Analisar o processo de independência em diferentes países latino-americanos e comparar as formas de governo neles adotadas.
Materiais Necessários:
1. Quadro branco e marcadores.
2. Projetor para apresentação de slides ou vídeos.
3. Textos e documentos sobre a história da chegada da família real ao Brasil.
4. Recursos audiovisuais relacionados aos temas abordados.
5. Fichas para anotações individuais dos alunos.
Situações Problema:
1. Por que a família real decidiu transferir a capital da Bahia para o Rio de Janeiro? Quais foram os fatores sociais e políticos envolvidos nesse processo?
2. Como a chegada da corte portuguesa impactou a estrutura social e econômica do Brasil?
3. O que foi a insurreição pernambucana de 1817 e quais foram suas principais reivindicações?
4. Quais foram as repercussões a longo prazo da presença da família real no Brasil?
Contextualização:
A chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808 foi motivada pelo invasão napoleônica e a busca pela segurança da coroa. Essa mudança teve profundas consequências para a história do Brasil, alterando o rumo político, econômico e social do país. Com a transferência da capital, o Rio de Janeiro se tornou um centro de poder e desenvolvimento, influenciando toda a dinâmica socioeconômica brasileira. Além disso, a insurreição pernambucana de 1817, um movimento que buscava autonomia e direitos sociais, exemplifica as tensões que emergiram nesse novo contexto.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 minutos): Apresentação do tema através de um vídeo curto que ilustre a chegada da família real e suas consequências imediatas.
2. Exposição (15 minutos): O professor discorre sobre o contexto histórico que levou à vinda da corte para o Brasil, a mudança da capital e as alterações sociais e políticas fabricadas a partir desse acontecimento.
3. Discussão em Grupos (15 minutos): Os alunos se dividem em grupos e analisam documentos históricos (textos, cartas, reportagens da época) que tratam da insurreição pernambucana, discutindo suas causas e consequências. Cada grupo deve apresentar suas conclusões para a turma, promovendo uma discussão mais ampla.
4. Encerramento (5 minutos): O professor faz um resumo dos pontos discutidos, reforçando a importância desses acontecimentos para a história e a formação da identidade brasileira.
Atividades sugeridas:
1. Pesquisa sobre a família real: Os alunos devem realizar uma pesquisa individual ou em grupos sobre a família real portuguesa, suas principais figuras e suas contribuições ao Brasil. O objetivo é apresentar de forma oral uma síntese em classe.
2. Criação de um mural: Em grupos, os alunos devem desenvolver um mural que represente a transformação cultural e social do Brasil com a chegada da corte. O mural deve incluir imagens, textos e dados históricos relevantes.
3. Debate: Propor um debate em classe sobre a insurreição pernambucana, onde os alunos devem defender diferentes pontos de vista sobre a necessidade de uma revolta contra a nova ordem estabelecida pela corte.
4. Jogo de perguntas e respostas: Elaborar um quiz com perguntas sobre a chegada da família real e a insurreição, onde os alunos poderão trabalhar em equipes e responder às perguntas em um formato divertido e competitivo.
5. Criação de uma linha do tempo: Os alunos devem criar uma linha do tempo que ilustre os principais eventos ocorridos durante e após a chegada da corte, incluindo a insurreição pernambucana.
Discussão em Grupo:
Após a apresentação dos grupos e a discussão sobre os documentos da insurreição pernambucana, promover uma reflexão sobre como esses eventos ainda ressoam na sociedade brasileira atual, questionando se as demandas sociais daquela época foram plenamente atendidas e de que forma elas se expressam nas reivindicações contemporâneas.
Perguntas:
1. Quais foram as principais razões para a mudança da capital da Bahia para o Rio de Janeiro?
2. De que maneira a presença da família real alterou a cultura brasileira?
3. Quais foram os desfechos da insurreição pernambucana e suas implicações políticas?
4. Como podemos relacionar as demandas de 1817 com as questões sociais atuais no Brasil?
Avaliação:
Os alunos serão avaliados através da participação nas discussões em grupo, na apresentação das atividades e no debate. A avaliação considerará a compreensão do conteúdo, a capacidade de argumentação e a colaboração em equipe.
Encerramento:
Finalizar a aula relembrando os importantes eventos discutidos, enfatizando a relevância histórica da chegada da família real e a insurreição pernambucana. Incentivar os alunos a continuarem explorando esses temas na literatura e nas fontes históricas.
Dicas:
– Utilize recursos visuais, como imagens e documentários, para tornar a aula mais dinâmica e engajadora.
– Estimule sempre a curiosidade dos alunos, propondo pesquisas adicionais ou debates sobre temas relacionados.
– Adapte as atividades para atender diferentes estilos de aprendizagem, assegurando que todos os alunos tenham a oportunidade de expressar suas ideias.
Texto sobre o tema:
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, constitui um marco inquestionável na trajetória histórica do país. Este evento não apenas simbolizou uma fuga das intempéries da Europa, mas também o início de uma nova era para o Brasil, que até então era visto como uma simples colônia. A transferência da corte para o Rio de Janeiro elevou a cidade a um novo patamar de importância política e econômica, proporcionando um vigoroso impulso para o desenvolvimento urbano e administrativo, além de criar uma nova dinâmica social.
Um dos efeitos diretos dessa migração foi a modernização das instituições brasileiras, que passaram a melhor se organizar sob a liderança da corte. A necessidade de abastecimento e cuidados com a saúde da família real trouxe inovações na construção de hospitais, estradas e espaços públicos que melhoraram as condições de vida na metrópole. Este era, portanto, um tempo de grande efervescência e transformação que, por sua vez, desencadeou tensões e conflitos internos, como demonstram a Insurreição Pernambucana e outros movimentos sociais.
A Insurreição Pernambucana, que eclodiu em 1817, é emblemática desse clima de insatisfação. Os revoltosos buscaram mudanças significativas nas estruturas sociais e políticas que, segundo eles, eram dominadas pelas elites locais subordinadas aos interesses da corte. A luta por autonomia, justiça social, e a democratização do poder refletem demandas que até hoje reverberam em diversas esferas da sociedade brasileira. Assim, o legado da chegada da família real não se limita apenas a sua influência na organização política do país, mas abrange também uma complexa rede de relações sociais e econômicas que moldaram a nação brasileira.
Desdobramentos do plano:
O estudo da chegada da família real portuguesa e suas consequências permite que os alunos desenvolvam uma compreensão mais abrangente da história brasileira. É fundamental que os estudantes reconheçam como eventos históricos interligados influenciam o presente e as realidades contemporâneas. Por meio de uma abordagem crítica e analítica, é possível perceber que a vinda da corte e as transformações subsequentes não foram meros detalhes do passado, mas sim uma tessitura de eventos que tecem o pano da história atual.
Os desdobramentos desse tema também nos conduzem a reflexões sobre questões de identidade e soberania. Ao debater a insurreição pernambucana e outros movimentos sociais ocorridos na época, os alunos podem se conectar com as lutas modernas por igualdade e justiça, compreendendo que a história é um campo de resistência e de lutas contínuas. Assim, a discussão sobre como esses movimentos moldaram a sociedade brasileira cimenta o entendimento de que cada indivíduo é um agente de mudança na construção de seu futuro.
Além disso, o espaço para o debates e discussões críticas é crucial para o desenvolvimento do pensamento crítico e da cidadania ativa. Ao possibilitar aos alunos a expressão de opiniões e a defesa de argumentos, a aula encoraja o engajamento político e social, elementos essenciais na formação de cidadãos conscientes e participativos, prontos para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Orientações finais sobre o plano:
Este plano de aula deve ser visto como um ponto de partida para discussões mais profundas sobre história e suas interseções com a sociedade atual. Os educadores devem estar abertos a explorar tangentes e aprofundamentos que possam surgir durante a aula, permitindo que os alunos façam conexões e descobertas por conta própria. O papel do professor deve ser mediador, orientando as discussões e ampliando as perspectivas sempre que necessário.
A inclusão de diferentes formatos, como apresentações orais, trabalhos em grupo, e debates, é fundamental para garantir o envolvimento e a participação ativa de todos os alunos no processo de aprendizado. As abordagens tornam a experiência educacional mais rica e inclusiva, assegurando que cada aluno se sinta valorizado e ouvido.
Por último, a utilização de fontes primárias e secundárias, junto com a proposta de atividades criativas, como murais e linhas do tempo, pode auxiliar na formação de uma compreensão multidimensional dos eventos históricos. É imprescindível que os alunos se sintam encorajados a questionar e explorar o passado, reconhecendo que a história carrega em si uma bagagem de aprendizados que deve ser constantemente revisitada e debatida.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo de Roda Histórico: Criar uma roda onde cada aluno traz uma informação ou um fato sobre a chegada da família real. Quando o professor sinaliza, os alunos compartilham, promovendo uma troca de conhecimento em formato de jogo. Esse exercício desenvolverá a oralidade e facilitará a memorização.
2. A Caça ao Tesouro da História: Organize uma atividade em que os alunos precisam encontrar pistas sobre a chegada da corte portuguesa em diferentes espaços da escola. Cada pista levará a uma nova informação até que encontrem o “tesouro”, que pode ser um objeto simbólico (exemplo: uma coroa de papel ou um mapa antigo).
3. Teatro de Fantoches: Divida os alunos em grupos e faça com que criem um pequeno teatro de fantoches representando a chegada da família real e a insurreição pernambucana. Essa atividade estimulará a criatividade e permitirá uma abordagem prática do tema.
4. Diário do Revoltoso: Os alunos poderão escrever em formato de diário como um personagem da época, refletindo sobre as mudanças após a chegada da família real e a insurreição. Essa atividade promoverá a empatia histórica e a conexão emocional com o conteúdo estudado.
5. Música e História: Incentivar os alunos a compor uma canção ou rap que sintetize os principais eventos discutidos durante a aula. Essa abordagem pode ajudar os alunos a firmar o aprendizado de uma forma divertida e interativa, facilitando a memorização dos conteúdos trabalhados.
O plano de aula busca ser uma ferramenta rica e ampla para guiar e engajar alunos em seu aprendizado sobre a história brasileira, particularmente sobre a chegada da família real e suas vastas repercussões. É por meio dessa abordagem que os alunos não apenas adquirem conhecimento, mas também têm a oportunidade de se tornarem cidadãos críticos e ativos em suas comunidades.

