“Plano de Aula: Escrita Espontânea para Crianças de 4 a 5 Anos”
A elaboração de um plano de aula focado em escrita espontânea e letras para o público de crianças pequenas (4 a 5 anos) na Educação Infantil propõe não só o desenvolvimento da habilidade de escrita, mas também a promoção de habilidades sociais e emocionais. O trabalho com a escrita nesta fase se dá de forma lúdica, proporcionando um ambiente rico em interações que estimulam a criatividade e o fazer.
Este plano tem como objetivo principal incentivar os alunos e dar voz à produção textual espontânea. A metodologia empregada valoriza a expressão individual e coletiva das crianças, para que possam aprender a comunicar suas ideias e sentimentos por meio da escrita e da oralidade. Ao longo da semana, as atividades envolverão jogos, contação de histórias e exploração de diferentes materiais que tornam a experiência divertida e educativa.
Tema: Escrita espontânea e letras
Duração: Uma semana
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Estimular a escrita espontânea e a expressão oral por meio de atividades lúdicas, promovendo a criatividade e o gosto pela leitura e escrita.
Objetivos Específicos:
1. Desenvolver a habilidade de escrita espontânea em situações significativas.
2. Fomentar o interesse pela leitura e pela produção de textos orais e escritos.
3. Realizar atividades que incentivem a expressão de sentimentos e ideias por meio da linguagem.
4. Criar um ambiente colaborativo em que as crianças possam compartilhar suas produções e aprender com as ideias dos colegas.
Habilidades BNCC:
Para este plano de aula, são consideradas as seguintes habilidades da BNCC:
– Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea).
(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social significativa.
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por meio da escrita espontânea.
Materiais Necessários:
– Folhas de papel em branco
– Lápis de cor e canetinhas
– Cartões com figuras e letras
– Livros ilustrados
– Fantoches para contação de histórias
– Grupos de letras (imãs ou recortes)
– Quadro branco e marcadores ou giz
Situações Problema:
1. Como podemos usar as letras para contar histórias?
2. Quais sentimentos podemos expressar através da escrita?
3. O que uma imagem pode nos dizer e como podemos transformar isso em escrita?
Contextualização:
A escrita espontânea é uma forma de comunicação muito poderosa e expressiva. Para as crianças, ela representa a oportunidade de compartilhar seus mundos internos de maneira gráfica e verbal. O uso de imagens, símbolos e letras permite que desenvolvam muita criatividade e capacidade de interpretação, sempre respaldados no lúdico e no prazer da descoberta.
Desenvolvimento:
Durante a semana, diversas atividades serão realizadas, promovendo interações significativas entre as crianças e estimulando o interesse pela escrita. As atividades diárias são divididas em:
Dia 1 – Introdução à Escrita Espontânea:
– Objetivo: Entender o que é a escrita e sua função.
– Descritivo: Contar uma história utilizando fantoches, depois solicitar que as crianças desenhem o que mais gostaram da história em folhas de papel.
– Dicas para o professor: Utilize diferentes vozes para os fantoches e envolva as crianças na narrativa. Explore a conexão entre o desenho e a escrita, pedindo que falem sobre o que desenharam.
Dia 2 – Letras e Figuras:
– Objetivo: Associar letras a imagens.
– Descritivo: Apresentar cartões contendo diferentes figuras e letras, pedindo que as crianças associem a letra inicial da figura ao desenho correspondente. Em seguida, escrevam uma frase curta sobre a imagem escolhida.
– Materiais: Cartões e folhas de papel.
– Adaptação: Para crianças que estão mais à vontade, sugerir que escrevam mais de uma frase.
Dia 3 – A Criação da História Coletiva:
– Objetivo: Trabalhar a colaboração na produção textual.
– Descritivo: Juntar as crianças para criar uma história em conjunto. Cada aluno poderá contribuir com uma frase. O professor registra a história no quadro e, depois, cada criança desenha uma cena da história contada.
– Materiais: Quadro branco e canetinhas ou giz.
– Adaptação: Para crianças mais tímidas, oferecer um tempo de reflexão antes de falarem sua frase.
Dia 4 – O Livro das Histórias da Sala:
– Objetivo: Confeccionar um livro coletivo.
– Descritivo: Usar as produções das crianças dos dias anteriores para montar um livro para a turma. Cada aluno traz suas produções e se revezam para apresentar suas ilustrações e histórias.
– Materiais: Folhas, espiral ou grampeador para montar o livro.
– Dica: Cada página deve ser acompanhada de uma breve explicação da criança sobre sua produção.
Dia 5 – Contação de Histórias e Apresentação:
– Objetivo: Estimular a oralidade e a apresentação das produções.
– Descritivo: Cada criança escolhe uma história do livro coletivo para contar para os colegas.
– Adaptação: Crianças mais tímidas podem realizar uma apresentação em duplas ou trios para ganhar confiança.
Atividades sugeridas:
1. Desenho e Diário: Cada criança recebe um caderno para desenhar o que fez durante a semana, acompanhado de pequenas falas sobre cada desenho.
2. Teatro de Fantoches: Criar um teatro de fantoches onde cada criança possui um personagem e deve se expressar em uma breve fala.
3. Caça ao Tesouro das Letras: Esconder letras de papel em diferentes lugares da sala, e após encontrá-las, as crianças devem formar uma palavra e tentar escrever histórias com ela.
4. Músicas e Canções: Propor que as crianças criem uma música que inclua as experiências da semana, utilizando rimas simples e repetitivas.
5. Jogo dos Sons: Usar objetos sonoros para falar sobre as letras e o que representam, criando registros sonoros para cada letra.
Discussão em Grupo:
As discussões em grupo são fundamentais para a troca de ideia entre os alunos. Após as atividades, promover um espaço onde as crianças possam compartilhar suas experiências e sentimentos sobre as atividades realizadas, validando cada uma das suas produções.
Perguntas:
1. O que você aprendeu sobre letras nesta semana?
2. Como se sentiram ao contar suas histórias?
3. Quais atividades gostaram mais e por quê?
Avaliação:
A avaliação se dará pelo acompanhamento do envolvimento das crianças nas atividades, suas produções gráficas e orais, além da participação nas discussões em grupo. Observar se conseguem expressar suas ideias e sentimentos de modo claro será um dos critérios principais.
Encerramento:
Ao final da semana, será realizado um momento de encerramento, onde as crianças poderão exibir seus trabalhos e compartilhar suas vivências. Estimular o diálogo sobre o que mais gostaram de fazer e aprendendo.
Dicas:
1. Manter a ambiente acolhedor e livre de julgamentos, promovendo a liberdade de expressão.
2. Incentivar as crianças a respeitar as produções dos colegas, valorizando suas histórias e ilustrações.
3. Utilizar materiais diversificados para manter o interesse e engajamento dos alunos nas atividades propostas.
Texto sobre o tema:
A escrita espontânea é um conceito que remete à capacidade das crianças de se expressarem por meio da escrita, ainda que de forma rudimentar no início. É um processo lindo e natural que demonstra o desejo innato de comunicação. Quando as crianças começam a escrever de maneira mais livre, elas não apenas utilizam o que aprenderam sobre letras e sons, mas também projetam suas experiências, emoções e vivências em suas produções. A escrita nesta fase da vida não é uma mera técnica, mas sim uma extensão do seu próprio ser, permitindo a emergência de um universo rico e único que devassam a todo momento.
Além disso, encorajar a escrita em diversos contextos, seja através de contação de histórias, experimentação de associações sonoras ou construção de significados a partir das experiências vividas, amplia o horizonte das crianças em relação ao uso da linguagem. As produções orais e escritas não são apenas fins em si mesmos, mas também estratégias eficazes para formação de uma identidade, desenvolvimento emocional e social. Assim, ao aposentar um lápis na mão dos pequenos, possibilitamos que o mundo interno de cada um se expanda e ganhe forma diante do olhar curioso dos quais estão ao seu redor.
Por fim, é necessário reconhecer a importância de um espaço onde as crianças possam livremente explorar o ato de escrever. Ao trabalhar a escrita espontânea em um ambiente lúdico, criamos situações que fomentam a autonomia, a autoexpressão e o respeito às diferenças, onde cada criança se sente valorizada e ouvida. A educação infantil precisa proporcionar esses momentos ricos de descoberta em que as crianças se sintam protagonistas de sua própria aprendizagem.
Desdobramentos do plano:
1. O plano de aula deve incluir desdobramentos naturais para o desenvolvimento da escrita espontânea. A partir das atividades realizadas, pode-se observar os interesses das crianças sobre diferentes temas e partir para a elaboração de projetos que envolvam produção textual contínua. Este pode ser o incentivo para criar um “diário da turma”, onde cada criança contribui com suas histórias e desenhos semanalmente, estimulando ainda mais seu interesse pela escrita.
2. As narrativas criadas podem ser transformadas em pequenas encenações, proporcionando uma conexão não só com a escrita e a leitura, mas também com a expressão corporal. Ao transformar suas histórias em pequenas peças teatrais, as crianças exercitam o trabalho em grupo, a comunicação verbal e não verbal, e podem vivenciar na prática o significado do que é contar e relatar uma história.
3. Ao longo do desenvolvimento das atividades, é fundamental que se reforce a importância da leitura. Bibliotecas e momentos de contação de histórias podem se tornar partes integrais do cotidiano escolar, onde se estimule o envolvimento das crianças na escolha e leitura de livros. Livros que abordam temas relativos às suas vivências permitirão que elas possam relacionar suas histórias à escrita e à leitura de formas mais significativas e emotivas.
Orientações finais sobre o plano:
1. É essencial que o professor esteja sempre atento às particularidades e ritmos de aprendizagem de cada criança, permitindo que a educação seja vista como um caminho personalizado. Isso significa ser flexível e adaptar as atividades conforme a necessidade do grupo, promovendo um espaço seguro para a escrita e expressão.
2. Além disso, deve-se fomentar a valorização do erro como parte do aprendizado. As crianças precisam compreender que a escrita é um processo, e os erros são degraus essências para o desenvolvimento do domínio consciente da língua. Portanto, ao observar as produções das crianças, reforçar a ideia de que cada tentativa é uma conquista.
3. Por fim, o envolvimento das famílias deve ser um aspecto considerado no planejamento e desenvolvimento das atividades. A comunicação constante com os responsáveis em torno dos aprendizados da semana e a solicitação de apoio no engajamento das crianças para a prática de atividades em casa podem ser fundamentais para a continuidade da prática da escrita, somando esforços entre casa e escola. Essas ações fortalecem o vínculo educacional e familiar, estabelecendo um ambiente propício ao aprendizado significativo.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. História com Encaixe de Palavras: Crie um mural com diferentes palavras em cartões, onde as crianças podem formar frases e contar uma história. Essa atividade permite a exploração da linguagem de forma divertida.
2. Alfabeto Musical: Utilize músicas que remetam às letras e palavras para que as crianças possam dançar e, ao mesmo tempo, relacionar a sonoridade das letras. Esta atividade é ótima para memorização.
3. Caderno de Ideias: Cada criança deve ter um pequeno caderno onde podem registrar suas ideias, desenhos e histórias ao longo da semana. No final, elas podem compartilhar com a turma.
4. Caça-palavras com Letras Coloridas: Crie um caça-palavras e, ao resolver, incentive as crianças a formar palavras que possam contar uma história ou mensagem.
5. Amigo da Letra: Em grupos, uma criança escolhe uma letra do alfabeto e apresenta algo que inicia com essa letra, além de contar uma breve história sobre a palavra escolhida. Isso estimula a comunicação e a conexão entre escrita e oralidade.
Estas sugestões lúdicas são essenciais para engajar as crianças em um aprendizado significativo e divertido, garantindo que desenvolvam habilidades fundamentais para sua formação. Ao trazer a escrita e a leitura para o contexto do brincar, garantimos um processo de aprendizagem mais rico e prazeroso.

