“Valorização das Tradições Orais no 5º Ano do Ensino Fundamental”

O presente plano de aula visa abordar a temática das tradições orais e a valorização da memória, inserindo os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental em uma investigação sobre como a história se perpetua e se transforma ao longo do tempo por meio da oralidade. É fundamental reconhecer o papel das narrativas, não apenas como entretenimento, mas também como veículo de transmissão cultural, que retrata a identidade e a história de um povo.

Através da exploração das tradições orais, os estudantes poderão compreender melhor a importância de ouvir e contar histórias. O foco estará na valorização das memórias familiares e comunitárias, colocando em evidência o papel dos mais velhos como guardiões dessas experiências e conhecimentos, além de estimular a apreciação das diferentes culturas, incluindo exemplos como os griôs africanos e as tradições indígenas.

Tema: As tradições orais e a valorização da memória
Duração: 60 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 5º Ano
Faixa Etária: 10 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver a compreensão dos alunos sobre tradições orais e seu significado na preservação da memória cultural, promovendo atividades de escuta e contação de histórias, além de reconhecer a importância das narrativas na formação da identidade social.

Objetivos Específicos:

– Identificar e compartilhar histórias orais que fazem parte de sua cultura familiar.
– Compreender o papel dos mais velhos como transmissores de saberes.
– Refletir sobre a importância da preservação das tradições orais para as futuras gerações.
– Comparar diferentes tradições orais de várias culturas, incluindo as tradições indígenas e africanas.

Habilidades BNCC:

– (EF05HI10) Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.
– (EF05ER01) Identificar e respeitar acontecimentos sagrados de diferentes culturas e tradições religiosas como recurso para preservar a memória.
– (EF05ER04) Reconhecer a importância da tradição oral para preservar memórias e acontecimentos religiosos.
– (EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes.
– (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concordância nominal e verbal, convenções de escrita de citações, pontuação e regras ortográficas.

Materiais Necessários:

– Folhas de papel e canetas coloridas.
– Cartolina.
– Gravador ou dispositivo para registrar histórias (smartphone, tablet).
– Exemplos de histórias orais (livros, vídeos).

Situações Problema:

1. O que pode acontecer se não registrarmos as histórias de nossas famílias?
2. De que maneira as tradições orais contribuem para a nossa identidade?

Contextualização:

Iniciar a aula contextualizando o tema através da importância da oralidade nas diversas sociedades. Encorajar os alunos a pensarem sobre as histórias que ouviram de seus familiares e a refletirem sobre qual papel essas narrativas desempenham em suas vidas e culturas.

Desenvolvimento:

1. Apresentar aos alunos a noção de tradição oral, explicando como gerações transmitiram experiências e conhecimentos por meio da fala.
2. Discutir o papel das histórias orais nas culturas africanas, focando nos griôs e sua importância como contadores de histórias e guardiões de conhecimento.
3. Explorar as tradições indígenas, destacando o respeito às narrativas oralmente transmitidas.
4. Organizar os alunos em grupos e solicitar que compartilhem histórias orais de suas famílias ou comunidades.
5. Em seguida, os grupos podem escolher uma história para preparar uma apresentação ou uma dramatização.

Atividades sugeridas:

1. Dia 1:
Objetivo: Identificar e registrar histórias familiares.
Descrição: Cada aluno deve entrevistar um membro da família sobre uma história que remeta à tradição oral.
Instruções: Prepare um conjunto de perguntas que ajudem a guiar a conversa. Faça anotações ou grave a conversa.
Materiais: Folhas para anotações, gravadores.

2. Dia 2:
Objetivo: Compartilhar as histórias coletadas.
Descrição: Cada aluno apresentará a história que coletou em sala de aula.
Instruções: Após cada apresentação, os colegas podem fazer perguntas, promovendo a interação.
Materiais: Folhas de papel para anotações sobre as histórias dos colegas.

3. Dia 3:
Objetivo: Compreender o papel dos griôs.
Descrição: Assistir a um vídeo curto que ilustre o papel dos griôs na cultura africana.
Instruções: Facilitar uma discussão sobre o que foi aprendido com o vídeo e sua relevância.
Materiais: Vídeo, projetor.

4. Dia 4:
Objetivo: Criação de um mural colectivo.
Descrição: Após as apresentações, cada grupo criará um mural com as histórias orais que mais gostaram.
Instruções: Encoraje o uso de ilustrações para representar as histórias visualmente.
Materiais: Cartolinas, canetas, tesouras, cola.

5. Dia 5:
Objetivo: Reflexão final.
Descrição: Escrever uma breve reflexão sobre a importância da tradição oral.
Instruções: Enquanto escrevem, rogar que considerem como esses saberes devem ser mantidos.
Materiais: Folhas de papel, canetas.

Discussão em Grupo:

Promover uma discussão com perguntas como:
– O que as histórias que você ouviu dizem sobre a sua família?
– Como você se sentiria se essas histórias não fossem contadas novamente?
– Em sua opinião, qual é a importância de preservar as histórias orais da sua cultura?

Perguntas:

1. Por que você acha que as tradições orais são importantes?
2. Como as histórias que ouvimos de nossos avós nos ajudam a entender quem somos?
3. Quais particularidades você achou nas histórias contadas por outras culturas?

Avaliação:

A avaliação será realizada por meio da observação das apresentações, participação nas discussões em grupo e a entrega de reflexões escritas. Os alunos serão incentivados a respeitar as opiniões alheias e a manifestar suas ideias de forma construtiva.

Encerramento:

Concluir a aula reforçando a relevância das tradições orais e incentivando os alunos a continuar contando e ouvindo histórias, bem como a valorizar as memórias de suas famílias. Sugerir que anotem ou gravem as histórias que ouvirem para preservá-las.

Dicas:

– Incentivar alunos mais tímidos a se expressarem por escrita, caso a fala seja um desafio.
– Utilizar recursos multimídia, como gravações de áudio ou vídeo, para engajar ainda mais os alunos.
– Promover um clima de respeito e valorização da diversidade cultural ao longo da atividade.

Texto sobre o tema:

As tradições orais representam uma forma vital de transmissão de conhecimentos e histórias que moldam a identidade cultural de diferentes sociedades. Desde tempos imemoriais, as culturas têm utilizado a oralidade como meio principal para compartilhar experiências, valores e ensinamentos. Essas narrativas não são apenas entretenimento, mas também instrumentos educativos que conectam gerações.

O papel dos mais velhos é central no contexto da tradição oral. Em muitas culturas, como a africana, os griôs exercem uma função essencial na conservação e transmissão da história, da cultura e das tradições de seu povo. Por meio das narrativas, eles mantêm vivas as memórias de batalhas, mitos de criação e lições de vida, garantindo que o saber acumulado não se perca com o passar do tempo.

Além disso, a valorização da memória por meio da oralidade se estende para as comunidades indígenas, onde cada história carregada de significados é cuidadosa e respeitosamente passada para as futuras gerações. A contação de histórias é um ritual essencial que não apenas entretém, mas também educa, oferece conexões entre o passado e o presente e reforça a coesão social. Portanto, ao ouvir e contar histórias, não apenas honramos nossos antepassados, mas também contribuímos para a construção de nossa identidade coletiva.

Desdobramentos do plano:

Ao trabalhar com as tradições orais, os alunos podem perceber a multiplicidade de várias culturas e seus sistemas de conhecimento. Esta aula pode abrir um leque de possibilidades, como projetos interdisciplinares que abordem as diferenças culturais e a valorização do patrimônio imaterial. Os educadores podem levar os alunos a explorarem mais profundamente a história da oralidade em diferentes regiões do mundo, promovendo um intercâmbio cultural.

Além disso, essa atividade pode desdobrar-se em um projeto mais amplo, envolvendo a comunidade escolar. Os alunos podem ser incentivados a realizar entrevistas com adultos da comunidade, trazendo à tona narrativas que talvez jamais tenham sido documentadas. Isso promoverá não só o aprendizado dos alunos, mas também um legado para as futuras turmas, preenchendo o vazio no registro histórico da comunidade.

Por último, as tradições orais despertam a curiosidade e o interesse pela literatura. Os alunos podem ser motivados a buscar livros que abordem temas semelhantes, levando a uma conexão mais profunda com a leitura e a produção textual. Essa habilidade é vital, pois a leitura de histórias de diferentes culturas enriquecerá sua compreensão do mundo e desenvolverá empatia. A capacidade de contar e ouvir histórias desempenha um papel fundamental em suas vidas sociais e emocionais.

Orientações finais sobre o plano:

A metodologia deste plano de aula deve ser flexível para atender às diferentes dinâmicas da turma. Considerando que cada aluno traz consigo um contexto cultural distinto, é essencial manter um ambiente inclusivo, respeitoso e aberto ao diálogo. O professor deve estar preparado para intervir e direcionar a discussão, quando necessário, garantindo que todos tenham a oportunidade de compartilhar suas experiências.

O tempo dedicado a cada atividade deve ser cuidadosamente planejado, sem esquecer a importância da reflexão crítica. Os alunos devem ser guiados a compreender que as tradições orais não só preservam a história, mas também cultivam a identidade e promovem a coesão social. Portanto, incentivar uma postura crítica e reflexiva em relação às narrativas é fundamental para o alcance dos objetivos educacionais.

O uso de recursos audiovisuais pode ser uma poderosa ferramenta de ensino. Usar vídeos curtos como ponto de partida pode enriquecer a experiência de aprendizado e facilitar a compreensão dos conceitos trabalhados. Além disso, envolver as comunidades e respeitar os saberes populares trará uma riqueza imensurável para o aprendizado, reafirmando que o conhecimento cultural não deve ser visto como estático, mas como um vivo e dinâmico.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Círculo de Histórias:
Objetivo: Criar um espaço acolhedor para troca de histórias.
Descrição: Organizar um círculo onde os alunos se revezam para contar uma história que conhecem.
Materiais: Almofadas para sentar.

2. Teatro de Sombras:
Objetivo: Representar histórias tradicionais.
Descrição: Criar um teatro de sombras usando lâmpadas e figuras feitas pelos alunos para contar uma história.
Materiais: Lâmpadas, lençóis brancos, papel para recortar as figuras.

3. Caderno de Memórias:
Objetivo: Incentivar a escrita e registro de histórias.
Descrição: Criar um caderno onde os alunos podem escrever histórias ou memórias de suas famílias.
Materiais: Cadernos, canetas, lápis coloridos.

4. Roda de Contos de Fadas:
Objetivo: Explorar os temas comuns nas histórias.
Descrição: Os alunos poderão criar e contar suas versões de contos de fadas tradicionais, misturando personagens e ações.
Materiais: Livros de contos de fadas para pesquisa, papel, e canetas.

5. Oficina de Griôs Modernos:
Objetivo: Compreender o papel do griô.
Descrição: Criar um momento onde cada aluno se torna um griô e compartilha uma história live, contando com emoção e expressividade.
Materiais: Espaço para apresentação, aplausos e encorajamento dos colegas.

Essas atividades lúdicas visam incentivar a criatividade e a expressividade dos alunos, enquanto reforçam a importância das tradições orais na preservação da memória cultural. Cada uma delas pode ser adaptada para diferentes contextos ou preferências dos alunos, assegurando que todos tenham a oportunidade de participar ativamente do processo de aprendizado.

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