“Plano de Aula Lúdico: Explorando o Folclore Brasileiro”
A construção de um plano de aula para o tema folclore é uma excelente forma de introduzir as crianças ao rico universo cultural brasileiro. O folclore é uma forma de expressão que traz à luz as tradições, mitos, lendas e saberes do nosso povo, promovendo uma conexão com a cultura e a identidade nacional. Neste plano, os alunos terão a oportunidade de explorar essas histórias, além de desenvolver habilidades cognitivas, sociais e motoras, proporcionando uma experiência enriquecedora que poderá acompanhá-los por toda a vida.
Durante a execução deste plano de aula, os educadores têm a responsabilidade de criar um ambiente acolhedor e estimulante, onde as crianças possam se sentir à vontade para expressar suas emoções e fazer descobertas. As atividades estão pensadas para serem dinâmicas e lúdicas, respeitando o tempo de cada criança e as particularidades de sua faixa etária, que vai de 5 a 6 anos. Através de uma abordagem diferenciada, podemos instigar a curiosidade e a criatividade dos pequenos, tornando o aprendizado uma vivência prazerosa e significativa.
Tema: Folclore
Duração: 4 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 5-6 anos
Objetivo Geral:
Promover o conhecimento sobre o folclore brasileiro, utilizando histórias e cantigas tradicionais como ferramentas de aprendizado, para que as crianças possam vivenciar a cultura nacional, desenvolvendo a socialização e expressão criativa.
Objetivos Específicos:
– Explorar diferentes histórias folclóricas através da contação e leitura.
– Estimular a expressão artística com atividades de pintura e dramatização das histórias.
– Fomentar a interação social entre as crianças em atividades grupais.
– Desenvolver a coordenação motora fina através de jogos e construções folclóricas.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO01), (EI02EO02), (EI02EO03), (EI02EO04), (EI02EO05), (EI02EO06), (EI02EO07)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG01), (EI02CG02), (EI02CG03), (EI02CG04), (EI02CG05)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI02TS01), (EI02TS02), (EI02TS03)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI02EF01), (EI02EF02), (EI02EF03), (EI02EF04), (EI02EF05)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
(EI02ET01), (EI02ET02)
Materiais Necessários:
– Livros ilustrados sobre folclore.
– Materiais para pintura (tintas, pinceis, papéis).
– Materiais recicláveis (caixas, garrafas, etc.) para construção de arte.
– Instrumentos musicais simples (pandeiros, chocalhos).
– Figuras ou fantoches representando personagens folclóricos.
– Espaço amplo para atividades ao ar livre.
Situações Problema:
Como os personagens folclóricos ajudam a contar histórias?
O que podemos aprender com esses relatos?
Como podemos representar essas histórias através da arte?
Contextualização:
O folclore brasileiro traz uma riqueza cultural imensurável, que abrange lendas como a do Saci, da Loira do Banheiro e do Curupira. Essas histórias são um importante legado que nos ensina valores, tradições e caminhos para a convivência social. Por meio da exploração desses mitos, as crianças poderão se identificar com os personagens e compreender a história do lugar onde vivem.
Desenvolvimento:
A aula será dividida em duas partes: a primeira focada na contação de histórias e a segunda nas atividades artísticas relacionadas ao tema. Os educadores devem preparar o ambiente adequadamente, criando cantinhos temáticos que remetam aos personagens e lugares do folclore, com cores e elementos que instiguem a curiosidade.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Contação de Histórias
Objetivo: Introduzir os personagens do folclore brasileiro.
Descrição: O professor lerá histórias curtas e ilustradas sobre folclore, incentivando a participação das crianças na narração.
Instruções: Após a leitura, pergunte o que as crianças mais gostaram na história e se elas conhecem outras histórias ou personagens.
Materiais: Livros ilustrados de folclore.
Adaptação: Se algumas crianças tiverem dificuldade de atenção, opções visuais (figuras) podem ser utilizadas para atrair seu interesse.
Atividade 2: Pintura do Saci
Objetivo: Estimular a criatividade e coordenação motora.
Descrição: As crianças pintam uma figura do Saci em folha de papel em branco, usando tintas e pinceis.
Instruções: Ensine as crianças a misturar cores para criar novos tons e incentive-as a contar uma parte da história enquanto pintam.
Materiais: Tintas, pinceis, papéis.
Adaptação: Para crianças que ainda não dominam a pintura, use a técnica de carimbo com as mãos.
Atividade 3: Construindo o próprio Curupira
Objetivo: Desenvolver habilidades manuais.
Descrição: Usar materiais recicláveis para que as crianças construam seu próprio Curupira.
Instruções: Demonstre como utilizar os materiais e incentive a personalização da figura, trazendo ideias de como deverá ser caracterizado.
Materiais: Caixas, garrafas, papel, tesouras (com supervisão) e cola.
Adaptação: Para crianças menores, pode-se dar modelos prontos para que possam apenas decorar.
Atividade 4: Roda de músicas folclóricas
Objetivo: Aprimorar a musicalidade e o ritmo.
Descrição: Escolher e cantar músicas que falam sobre o folclore brasileiro, como “A Canoa Virou”.
Instruções: Cantar junto com as crianças e adicionar movimentos de dança.
Materiais: Instrumentos musicais, letras das canções.
Adaptação: Crie gestos simples para cada música para ajudar as crianças a se lembrarem das canções.
Atividade 5: Dramatização de histórias
Objetivo: Fomentar a expressão corporal e a criatividade.
Descrição: As crianças escolhem uma história folclórica e a encenam em pequenos grupos.
Instruções: Estimule que cada grupo crie adereços com materiais que já foram utilizados durante a aula.
Materiais: Materiais de arte e uso do espaço.
Adaptação: Se a dramatização se tornar difícil, as crianças podem apenas narrar a história em duplas para deixar todos envolvidos.
Discussão em Grupo:
Uma vez que todas as atividades estejam finalizadas, reúna as crianças para uma discussão em grupo. Esta pode incluir reflexões sobre qual foi a atividade que mais gostaram, o que aprenderam sobre o folclore e se têm algum personagem ou história que gostariam de compartilhar. A ideia é promover o diálogo e a interação, reforçando o aprendizado.
Perguntas:
– Quais personagens do folclore vocês conhecem?
– O que você mais gostou da história que você ouviu?
– Como é o Curupira? O que ele faz?
– Qual personagem você gostaria de ser e por quê?
Avaliação:
A avaliação será contínua, observando a participação e o envolvimento das crianças durante as atividades. É importante que o educador registre as interações e as contribuições de cada criança, proporcionando um feedback positivo e reforçando suas descobertas e aprendizados.
Encerramento:
Ao final da aula, reúna as crianças e faça uma roda para compartilhar algumas das conclusões sobre o que aprenderam. Incentive-as a apresentarem seus trabalhos e encenações, promovendo um clima de celebração e orgulho por suas criações.
Dicas:
– Esteja sempre atento às necessidades de cada criança durante as atividades, adaptando-as se necessário.
– Encoraje as crianças a participarem ativamente, valorizando suas contribuições e ideias.
– Garanta que o espaço seja seguro e ofereça liberdade para a expressão e movimentação, permitindo que as crianças se sintam confortáveis para explorar.
Texto sobre o tema:
O folclore brasileiro é um vasto campo de tradições, mitos, lendas e expressões culturais muitas vezes enraizadas na oralidade. Ele reflete a diversidade e a riqueza de nosso povo, abrangendo desde contos sobre seres fantásticos, como o Curupira e o Boitatá, até a sabedoria popular do dia a dia. Compreender essas histórias é crucial, pois elas nos conectam à nossa história e identidade, além de formar valores e visões de mundo. Tradições oralmente transmitidas nos falam sobre a relação do ser humano com a natureza, com a sociedade e, principalmente, consigo mesmo. Elas nos ensinam a respeitar as diferenças e a valorizar o que é único em nossa cultura.
Explorar o folclore, portanto, não é apenas uma atividade divertida, mas também um meio de instrução, socialização e desenvolvimento da criatividade das crianças. Através do contato com essas histórias, os pequenos adquirem um senso de pertencimento a uma cultura rica e multicolorida. O aprendizado em torno do folclore é repleto de significados, oferecendo oportunidades para que os jovens absorvam lições sobre naturais, desafios e superações que estão presentes na vivência do imaginário coletivo. Cada personagem, cada enredo carrega consigo ensinamentos que permanecem vivos através das gerações.
Engajar as crianças no folclore amplia suas perspectivas sobre o mundo e a diversidade cultural. Contribuindo para o desenvolvimento de um olhar crítico e sensível sobre a cultura à sua volta, as peças do folclore nos revelam muito sobre a sociedade em que vivemos. Assim, se faz fundamental que educadores despertem a curiosidade e a valorizem as histórias que compõem a tapeçaria cultural brasileira. O folclore não é apenas uma atividade para se deixar passar; é um convite para imergir, vivenciar e celebrar as histórias que formam quem somos.
Desdobramentos do plano:
Este plano de aula não se encerra com a explanação e execução das atividades projetadas. As experiências com o folclore podem e devem extrapolar o espaço escolar, levando as crianças a buscarem referências em suas casas e em seu cotidiano. Uma sugestão é que os educadores proponham que as crianças compartilhem suas histórias folclóricas ou temas relacionados com familiares, instigando a troca intergeracional de saberes. Essa troca pode ser uma excelente oportunidade para fortalecer afetos e vínculos familiares e sociais, utilizando a riqueza do nosso patrimônio cultural.
Outra possibilidade interessante é a realização de um dia cultural na escola, onde os alunos possam trazer seus fantoches, trajes e criações inspiradas no folclore. Isso torna o aprendizado ainda mais significativo, ao proporcionar um espaço adequado para que as crianças expressem sua criatividade. Além disso, poder-se-ia organizar apresentações e dramatizações, onde as crianças encenariam histórias folclóricas, contribuindo para a valorização da prática de apresentar-se e ter a audiência entre os colegas.
Por fim, é relevante ressaltar que a inclusão do folclore na rotina educacional pode ser expandida para outras disciplinas. A interação com a arte, a música e até mesmo a matemática pode ser feita por meio do folclore. Propor atividades com canções folclóricas que contêm ritmos ou movimentos específicos, por exemplo, pode ajudar a incorporar diversas áreas do conhecimento, tornando-se uma forma de integrar aprendizagem em múltiplas facetas, proporcionando um aprendizado mais completo e interconectado.
Orientações finais sobre o plano:
Para que este plano de aula alcance seus objetivos, algumas orientações são essenciais. Em primeiro lugar, o educador deve sempre ter em mente a importância de adaptar as atividades conforme o ritmo e o interesse dos alunos. É essencial observar sinais de entusiasmo ou desinteresse e ajustar as dinâmicas de acordo. Isso ajuda a maximizar o envolvimento das crianças e garante que todos se sintam incluídos no processo de aprendizagem.
Um segundo aspecto relevante é a valorização da diversidade dentro do tema do folclore. O Brasil é um país de múltiplas culturas, e ao apresentar diferentes lendas e personagens, é fundamental considerar e respeitar a pluralidade de vozes. Assim, proporcionar uma gama de histórias de diferentes regiões e tradições enriquece a experiência e permite que as crianças estabeleçam conexões com suas próprias vivências.
Por último, mas não menos importante, é preciso ter um olhar atento à interação social e às formas como as crianças resolvem conflitos ou se comunicam durante as atividades. O professor deve atuar como um mediador, ajudando-as a desenvolver habilidades de empatia, diálogo e respeito, fundamentais para a construção de um ambiente escolar saudável. O entendimento de que, assim como as histórias do folclore, as relações humanas são complexas e ricas é essencial na formação pessoaldas crianças.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Oficina de Fantoche
Objetivo: Criar fantoches dos personagens folclóricos para contar histórias.
Materiais: Sacos de papel, olhos móveis, lantejoulas e canetinhas.
Modo de condução: As crianças poderão personalizar seus fantoches criando características únicas e, depois, apresentar pequenas dramatizações. Essa atividade pode ser feita em grupos, promovendo a integração e o trabalho em equipe.
2. Caça ao Saci
Objetivo: Trabalhar noções de espaço e movimento.
Materiais: Figuras do Saci escondidas pela sala ou pátio.
Modo de condução: As crianças sairão em busca das figuras do Saci, estimulando a movimentação e a coordenação motora. Ao encontrarem as figuras, podem discutir o que aprenderam sobre o personagem.
3. Dança do Folclore
Objetivo: Aprender sobre a música folclórica e respeitar a diversidade cultural.
Materiais: Músicas tradicionais, instrumentos simples.
Modo de condução: As crianças aprenderão uma dança tradicional e escolherão um instrumento simples para acompanhar a performance, desenvolvendo ritmo e coordenação.
4. Histórias em Grupo
Objetivo: Estimular a criatividade e a imaginação.
Materiais: Um pano ou tecido que servirá como “tela” para a narrativa.
Modo de condução: As crianças formam um círculo e contarão uma história onde cada uma fará uma parte e poderá ir desenhando ou ilustrando em um espaço designado. Ao final, o grupo poderá ver toda a narrativa exposta.
5. Lenda do Curupira
Objetivo: Trabalhar a importância do meio ambiente através da história.
Materiais: Materiais naturais (folhas, galhos) para criar um “habitat” do Curupira.
Modo de condução: As crianças criarão uma maquete simples do local de habitação do Curupira com um diálogo sobre a conservação do meio ambiente, reforçando o aprendizado sobre respeitar a natureza.
Esse plano de aula apresenta múltiplas possibilidades de aprendizagem e interação, sendo fundamental para a rotina educacional das crianças. O folclore é muito mais do que simplesmente tradições; é uma forma de conectar os pequenos ao mundo que os cerca, instigando seu olhar crítico e a valorização da cultura brasileira em sua plenitude.