“Atividades Lúdicas para Crianças Autistas na Educação Infantil”

No desenvolvimento de crianças autistas, atividades lúdicas e estruturadas podem ser fundamentais para incentivar a interação social e a aprendizagem. Esse plano de aula foi elaborado com o objetivo de proporcionar um ambiente acolhedor e estimulante para crianças na faixa etária entre 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses, especialmente voltado aos pequenos com transtorno do espectro autista. Focamos em atividades que favoreçam a atenção e o interesse durante a leitura de histórias, respeitando o tempo e as necessidades de cada criança, para que possam experimentar a descoberta e a fruição literária de uma maneira encantadora.

Durante esta aula, os educadores devem lembrar que a importância da interação e do envolvimento com os textos e suas ilustrações pode ser potencializada através de práticas que envolvem não apenas a leitura em si, mas também o diálogo, a exploração de cores e texturas, e a utilização de diferentes formas de comunicação. A proposta é que cada atividade seja adaptável às particularidades do grupo de alunos, garantindo que todos possam se beneficiar da experiência.

Tema: Atividades para crianças autistas
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar às crianças bem pequenas a oportunidade de demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, promovendo a diferença entre escrita e ilustrações, e acompanhando, sob a orientação do adulto, a direção da leitura.

Objetivos Específicos:

– Estimular a escuta atenta às narrativas.
– Incentivar a participação ativa na leitura, através de gestos e expressões.
– Promover o reconhecimento das ilustrações e a sua relação com o texto.
– Fomentar o compartilhamento de ideias e sentimentos sobre a história lida.

Habilidades BNCC:

(EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações, e acompanhando, com orientação do adulto-leitor, a direção da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita).
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.

Materiais Necessários:

– Livros ilustrados com dimensões grandes e coloridas.
– Cartões com ilustrações que representem cenas ou personagens das histórias.
– Materiais para pintura e desenho (papel, tintas, pincéis).
– Música ambiente suave, que evoque a temática das histórias.
– Caixas de som ou dois instrumentos simples para utilizar durante a atividade.

Situações Problema:

– Como as crianças reagem às ilustrações e ao texto?
– Os alunos conseguem identificar personagens e cenários?
– Como é a interação de um aluno autista com seus colegas durante a leitura?

Contextualização:

Durante esta aula, as crianças poderão vivenciar uma experiência rica, onde os livros serão utilizados como um ponto de partida para a exploração de sentimentos, emoções e a compreensão do mundo ao seu redor. Através das histórias, buscamos permitir que as crianças autistas exprimentem a literatura como uma forma de expressão e comunicação, sempre respeitando seus ritmos e limites.

Desenvolvimento:

1. Abertura (10 minutos): Reunir as crianças em um espaço acolhedor e confortável. Apresentar os livros ilustrados, fazendo perguntas abertas como “O que você vê nesta imagem?” ou “Qual é a sua escolha de história?”. O professor deve explorar cada livro, mostrando as ilustrações e incentivando a criança a tocar e olhar.

2. Leitura da história (20 minutos): O professor escolhe um livro, lendo de forma expressiva e utilizando diferentes entonações. Durante a leitura, é importante fazer pausas para permitir que as crianças comentem sobre as ilustrações e façam perguntas. É interessante usar cartões com imagens relacionadas à história, permitindo que as crianças sinalizem quando reconhecem os personagens.

3. Interação e Atividades (15 minutos): Após a leitura, promover uma atividade de desenho ou pintura livre onde as crianças possam criar suas próprias interpretações dos personagens. O professor deve circular pela sala, oferecendo suporte e incentivando a troca de ideias entre eles, reforçando a habilidade de comunicação.

4. Fechamento (5 minutos): Pedir que cada criança compartilhe uma breve narrativa de sua obra de arte, podendo falar sobre a cor que escolheram ou o que aconteceu na história. Finalizar com uma música relacionada à história lida, promovendo mais interação.

Atividades sugeridas:

Atividade de Manipulação de Livro: Objetivo: Explorar e manusear livros. Descrição: Cada criança terá um livro para ficar com ele, podendo virar as páginas em seu próprio ritmo. Sugestão de materiais: Livros com texturas diversas e de diferentes formatos.

Contação de Histórias com Sons: Objetivo: Identificar sons nas histórias. Descrição: Ao ler a história, o professor usa instrumentos sonoros que representem os personagens. Sugestão de materiais: Instrumentos musicais simples como chocalhos ou tamborins.

Ilustrações em Movimentos: Objetivo: Explorar espacialmente as ilustrações. Descrição: Após a leitura, cada criança imita a ilustração que ficou mais interessante, interagindo em circuito pela sala. Sugestão de materiais: espaço aberto e alguns objetos que remetam à história.

Expressões Faciais e Gestos: Objetivo: Promover a expressão de sentimentos. Descrição: O educador apresenta expressões faciais relacionadas aos personagens e pede que as crianças façam o mesmo, divertindo-se. Sugestão de materiais: Espelho grande para observar as expressões.

História em Família: Objetivo: Reforçar conexões familiares. Descrição: Ao final do mês, cada criança poderá desenhar ou trazer uma foto da sua família e relacionar com histórias lidas. Sugestão de materiais: papel e tinta.

Discussão em Grupo:

Discutir com as crianças qual foi a parte da história que elas mais gostaram e por quê. Incentivar que elas usem sua criatividade para descrever como os personagens poderiam se sentir em outras situações.

Perguntas:

– Qual era a cor do personagem principal da história?
– O que você faria se estivesse na história?
– Como você se sentiu durante a leitura?

Avaliação:

A avaliação será contínua e será baseada na observação da participação das crianças nas atividades propostas, na forma como expressam suas opiniões e na interação entre elas, considerando sempre o progresso individual.

Encerramento:

Ao final da aula, o educador deve aproveitar para reforçar a importância da leitura e o prazer que ela pode trazer, além de agradecer a participação de todos e convidá-los a voltar na próxima atividade literária.

Dicas:

– Utilize sempre livros que tragam ilustrações vibrantes e convidativas, para captar a atenção da criança.
– Crie um ambiente tranquilo, com a iluminação adequada e evite ruídos excessivos que possam distrair as crianças.
– Esteja atento às reações de cada criança e adapte o ritmo da atividade de acordo com suas necessidades, respeitando o espaço e o tempo de cada um.

Texto sobre o tema:

A leitura desempenha um papel vital no desenvolvimento infantil, especialmente em crianças com características do transtorno do espectro autista. Através da prática de contar histórias, introduz-se uma coleção de experiências que enriquece o vocabulário e amplia a capacidade de compreensão do mundo ao seu redor. Mas, mais do que isso, a leitura com crianças autistas pode ajudar a fortalecer laços afetivos, já que muitas vezes envolve o compartilhamento de sentimentos e experiências. Quando lidas de forma expressiva, as histórias se tornam uma poderosa ferramenta de comunicação e diálogo, proporcionando um espaço onde os alunos se sentem mais confortáveis para se expressarem, mesmo que isso seja de forma não-verbal.

Para potencializar esses momentos, é fundamental que os educadores adotem uma abordagem sensível e respeitosa, considerando a singularidade de cada criança. Não se deve esperar que todas as crianças reagem da mesma forma, mas sim, valorizar cada pequena conquista. A interação com livros deve ser um espaço onde o aprendizado acontece de maneira leve e prazerosa, e a leitura é guiada de forma lúdica, com tempo suficiente para que a experiência de ouvir e interpretar a narrativa se estabeleça. Ao criar esse ambiente acolhedor, os educadores têm a chance de ver os rostos iluminados das crianças ao se conectarem com as histórias de maneira profunda e pessoal.

Além disso, o trabalho com livros pode se estender para diversas áreas do conhecimento, proporcionando experiências que vão além da simples narração. Explorar cores, formas e emoções apresentadas nas histórias, através de atividades práticas, permite que as crianças se apropriem de conhecimentos que transcendem a leitura, potencializando suas habilidades motoras e cognitivas. Assim, uma aula de literatura se transforma em um rico campo de experiências, onde as crianças têm a oportunidade de não apenas ouvir, mas também *criar, imaginar*, e, principalmente, sentir-se parte de algo maior.

Desdobramentos do plano:

O impacto de uma aula centrada na leitura para crianças autistas pode ser observado em diversas áreas do desenvolvimento. A partir da proposta de incentivar o interesse e a atenção, as crianças passam a criar conexões entre os conteúdos lidos e suas próprias vivências. Isso, por sua vez, gera um aumento na autorregulação emocional, uma vez que ao familiarizarem-se com as histórias e personagens, poderão desenvolver estratégias para lidar com suas emoções durante momentos de estresse ou incerteza.

Além disso, ao promover a interação entre as crianças, busca-se um fortalecimento das habilidades sociais. Quando elas aprendem a discutir, compartilhar suas opiniões e, consequentemente, escutar aos outros, passam a se sentir parte de um grupo, o que é essencial para o desenvolvimento da solidariedade e empatia. Essa concentração de experiências sociais poderá oferecer bases sólidas que, a longo prazo, se refletirão na capacidade de estabelecer novas amizades e interações positivas tanto dentro quanto fora do ambiente escolar.

Finalmente, ao longo do processo, é essencial observar as particularidades de cada criança, buscando sempre aprimorar as práticas pedagógicas. O feedback dos alunos, sejam eles verbais ou não, deverá ser uma ferramenta constante para ajustar o plano de aula às necessidades situacionais do grupo. Com essa flexibilidade e entendimento, uma aula de literatura se torna um instrumento efetivo não apenas de educação, mas de transformação e inclusão social, trazendo para cada criança a chance de desenvolver seu potencial único.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que durante a execução desse plano de aula, os educadores estejam plenamente atentos às dicas e sugestões apresentadas. Cada detalhe, desde a escolha do livro até a ambientação da sala, pode impactar significativamente a experiência de leitura e seu desdobramento nas interações sociais dos pequenos. O diálogo contínuo com as crianças também se mostra crucial, pois proporciona um entendimento mais profundo das suas preferências e reações, fortalecendo as relações interpessoais.

Outro ponto a destacar é a importância de adaptar atividades que possam atender a todos os perfis de aprendizagem presentes na sala. Regularmente, os educadores devem refletir sobre como cada atividade pode ser moldada para garantir que todos os alunos se sintam incluídos e estimulados. Ao final, a união de esforços e a abertura para trabalhar em parceria com as famílias pode proporcionar um acompanhamento que vai além da sala de aula, criando uma rede de apoio que é vital para o comprometimento do desenvolvimento dos pequenos.

Por último, a implementação de atividades lúdicas na prática pedagógica deve ser uma tarefa contínua. Cada nova aula é uma oportunidade para experimentar, errar e acertar, sempre buscando o próprio crescimento como educadores e o desenvolvimento social e emocional dos alunos. O caminho para a inclusão de crianças autistas é um desafio que exige paciência e empatia, mas que pode ser altamente gratificante, permitindo que cada criança se sinta *ouvida*, *viva* e, principalmente, parte de um todo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Teatro de Fantoches:
Objetivo: Estimular a expressão e a criatividade.
Descrição: Usar fantoches para representar a história lida. As crianças podem escolher um personagem e imitar seu jeito de falar ou agir.
Materiais: Fantoches de dedo ou feitos de papel.

2. Caça aos Sons:
Objetivo: Identificar diferentes sons.
Descrição: Levar pequenos objetos que produzem sons e associá-los às partes da história. Quando um som for mencionado, a criança deve encontrar o objeto correspondente.
Materiais: Objetos sonoros variados.

3. Desenhando Sentimentos:
Objetivo: Expressar emoções.
Descrição: Após a leitura, as crianças desenham o que mais sentiram com a história e compartilham. Podem usar diferentes materiais de arte (tinta, giz de cera).
Materiais: Papel e tintas, giz de cera.

4. Jogo de Memória com Ilustrações:
Objetivo: Trabalhar a memória e o reconhecimento.
Descrição: Criar cartões com ilustrações das histórias e jogá-los em pares. A criança deve encontrar as duplas.
Materiais: Cartões ilustrados.

5. Dança das Emoções:
Objetivo: Relacionar movimentos com sentimentos.
Descrição: As crianças devem dançar ao som da música e, quando a música parar, devem expressar uma emoção relacionada à história que foi lida.
Materiais: Música e espaço para dançar.

Estas sugestões lúdicas têm como foco garantir que a experiência do aprendizado se torne significativa e gostosa, além de proporcionar a todos os alunos, especialmente aqueles com autismo, momentos de interação onde possam se sentir parte integrante do processo.

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