“Desenvolvendo a Percepção Sensoria e Social na Educação Infantil”
Este plano de aula visa desenvolver a percepção nas crianças bem pequenas, abordando diferentes formas de percepção sensorial e social. A atividade proposta foca no desenvolvimento de habilidades a partir de experiências lúdicas, permitindo que as crianças explorem o mundo ao seu redor e se relacionem de maneira significativa com os colegas e os adultos. A ideia central é utilizar a percepção como ferramenta para promover a atenção, a observação e a interação, características essenciais nessa faixa etária, que compreende de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses.
Abordar a percepção nessa fase significa oferecer oportunidades para que as crianças direcionem o olhar, ouçam, toquem, e sintam o ambiente que as rodeia. Ao projetar atividades que incentivem a observação e a descrição do mundo, busca-se também promover o respeito pelas diferenças físicas entre as pessoas e estimular a comunicação efetiva entre os pequenos, auxiliando no seu desenvolvimento emocional e social. Além disso, a proposta é alinhada às diretrizes da BNCC, garantindo que todas as habilidades necessárias para essa etapa de desenvolvimento sejam trabalhadas.
Tema: Percepção
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 3 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar experiências que desenvolvam a percepção sensorial e social das crianças, promovendo a interação e o respeito às diferenças, por meio de atividades lúdicas e criativas.
Objetivos Específicos:
1. Estimular a percepção auditiva, visual e tátil através de jogos e canções.
2. Promover a interação e a comunicação entre as crianças durante as atividades.
3. Desenvolver o cuidado e o respeito pelo espaço e pelos objetos compartilhados.
4. Explorar as características físicas diferentes entre as crianças e promovê-las como aspectos positivos.
Habilidades BNCC:
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO01) Demonstra atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
(EI02EO02) Demonstra imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
(EI02EO04) Comunica-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
(EI02EO05) Percebe que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG02) Desloca seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI02TS02) Utiliza materiais variados com possibilidades de manipulação, explorando cores, texturas.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI02EF01) Dialoga com crianças e adultos, expressando seus desejos e necessidades.
(EI02EF03) Demonstra interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos.
Materiais Necessários:
– Brinquedos de diferentes texturas (macios, rígidos, ásperos, lisos).
– Instrumentos musicais simples (como chocalhos e tambores).
– Materiais para colagem (papel colorido, tesoura sem ponta, cola).
– Livros ilustrados com personagens variados.
Situações Problema:
Como a percepção sensorial pode ajudar a entender melhor o mundo ao nosso redor? O que sentimos quando tocamos um objeto macio ou áspero? Como as diferenças físicas das pessoas nos ajudam a criar uma sociedade mais respeitosa?
Contextualização:
A habilidade de percepção é fundamental no desenvolvimento infantil, pois ela permite que as crianças interajam com o ambiente e as pessoas de forma mais consciente. Nesta faixa etária, crianças são naturalmente curiosas sobre o mundo ao seu redor, o que possibilita a criação de experiências que também favorecem a construção de relações socais saudáveis e respeitosas.
Desenvolvimento:
1. Acolhimento (10 minutos): Receber as crianças, permitindo um espaço para que se sintam confortáveis e a vontade. Campo a ser explorado: O Eu, o Outro e o Nós.
2. Apresentação das Atividades (5 minutos): Explicar de forma simples as atividades que decorrerão na aula, buscando uma participação ativa das crianças.
3. Atividade Sensorial (15 minutos): Montar diferentes estações sensoriais, onde as crianças podem tocar, ouvir e observar. Exemplo de estação: caixa de objetos com diferentes texturas. Campo a ser explorado: Corpo, Gestos e Movimentos.
4. Música e Movimento (10 minutos): Agrupar as crianças para criar sons com os instrumentos musicais simples. Incentivar as crianças a dançar e se movimentar enquanto ouvem a música. Campo a ser explorado: Traços, Sons, Cores e Formas.
5. Roda de Conversa (10 minutos): Conduzir uma roda de conversa onde cada criança poderá falar sobre qual objeto mais gostou de tocar e o que sentiu. Campo a ser explorado: Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação.
Atividades sugeridas:
1. Exploração de Texturas
– Objetivo: Desenvolver a percepção tátil das crianças.
– Descrição: A ideia é criar uma caixa sensorial com diferentes materiais.
– Instruções: Cada criança deve colocar a mão dentro da caixa sem olhar. Elas tentarão identificar o que tocaram e descrever a sensação.
– Materiais: Caixa, tecido, esponja, papel bolha, etc.
– Adaptação: Para crianças que podem ser mais sensíveis a toques, observe e atue com suavidade, deixando que cada uma participe ao seu ritmo.
2. Caminhada do Som
– Objetivo: Desenvolver a percepção auditiva.
– Descrição: Montar um caminho com diferentes objetos que produzem sons.
– Instruções: As crianças devem caminhar pelo caminho, parando em cada objeto para ouvir o som que ele faz.
– Materiais: Panelas, garrafas com grãos, chocalhos.
– Adaptação: Pratique a atividade em grupos menores para uma melhor interação e segurança.
3. Conexão com a Natureza
– Objetivo: Desenvolver a percepção ambiental.
– Descrição: Realizar um passeio no parque ou quintal da escola, focando em ouvir, ver e tocar.
– Instruções: Peça que cada criança descreva o que vê e ouve (pássaros, vento, folhas).
– Materiais: Lanches e água (caso o passeio se estenda).
– Adaptação: Formar duplas para que as crianças compartilhem suas percepções, reforçando a comunicação.
4. Contação de Histórias
– Objetivo: Estimular a imaginação e a atenção.
– Descrição: Ler um livro ilustrado mantendo as crianças atentas às imagens e à narrativa.
– Instruções: Após a leitura, perguntar o que mais gostaram e o que aprenderam com a história.
– Materiais: Livros ilustrados.
– Adaptação: Incentivar o uso de fantoches para encenar a história em grupos menores.
5. Colagem Criativa
– Objetivo: Explorar a criatividade e a motricidade.
– Descrição: Criar colagens utilizando papéis de diferentes texturas e cores.
– Instruções: As crianças devem colar os papéis em folhas de papel, criando seus próprios desenhos.
– Materiais: Papéis coloridos, tesoura sem ponta, cola.
– Adaptação: Oferecer ajuda com a tesoura para as crianças que não têm habilidades manuais desenvolvidas.
Discussão em Grupo:
Após as atividades, será realizado um momento em grupo onde as crianças poderão compartilhar suas experiências, sentimentos e percepções sobre as atividades. Essa discussão é vital para desenvolver a habilidade de comunicação, permitindo que os pequenos expressem o que sentiram ao explorar novos sons, texturas e momentos de interação. Isso também ajuda a fomentar o respeito e a empatia entre os colegas, ao ouvirem as experiências uns dos outros.
Perguntas:
1. Qual foi a textura que você mais gostou de tocar?
2. O que você ouviu durante a caminhada?
3. Como você se sentiu ao ouvir a música?
4. O que mais gostou da história que ouvimos?
5. Você se sentiu feliz ao compartilhar seus objetos com seus colegas?
Avaliação:
A avaliação será contínua e qualitativa, observando o envolvimento das crianças, sua capacidade de comunicação, interação com os colegas e o respeito durante as atividades. O professor deve anotar e destacar momentos significativos, como habilidades de cuidado e solidariedade demonstradas, além de observar relações sociais estabelecidas entre as crianças.
Encerramento:
Para finalizar a aula, os alunos poderão se reunir novamente em um círculo, onde poderão comentar sobre algo que aprenderam ou que acharam interessante durante as atividades. Essa dinâmica de encerramento é crucial para promover um espaço seguro de expressão e aprendizagem, além de reforçar as interações sociais positivas e o fechamento das experiências do dia.
Dicas:
– Lembre-se de agir com acolhimento e de valorizar as interações da criança, mostrando-se sempre disponível para ouvir e ajudar.
– Use a linguagem simples e acessível para que todas as crianças possam compreender.
– Esteja atento às reações das crianças e adapte os tempos e dinâmicas das atividades conforme necessário, respeitando o ritmo de cada aluno.
Texto sobre o tema:
A percepção desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil, pois é através dela que as crianças compreendem e se orientam em seu entorno. Durante os primeiros anos de vida, os pequenos estão continuamente explorando o mundo ao seu redor, começando a fazer conexões com suas experiências e desenvolvendo habilidades cognitivas e sociais. A percepção envolve nossos sentidos e vai além, englobando as emoções que sentimos ao interagir com as pessoas e situações, tornando-se uma ferramenta importante para entender as diferenças e semelhanças que nos cercam. Uma criança que é capaz de reconhece-las estará mais apta a viver com empatia, respeito e entendimento social.
As interações em grupos são essenciais para que as crianças percebam as particularidades de cada um nesse processo de crescimento. Quando encorajadas a partilhar e discutir suas percepções, as crianças aprendem mais sobre si mesmas e sobre os outros, enriquecendo sua capacidade de comunicação e desenvolvendo sua autoimagem. Além disso, essas habilidades são fundamentadas na educação emocional, que se inicia desde muito cedo, preparando o caminho para um convívio social saudável. Através das atividades propostas, o objetivo é que as crianças desenvolvam não só a percepção dos seus sentimentos, mas também sobre as emoções dos que estão a sua volta, essencial para o fortalecimento de vínculos e relações interpessoais significativas.
Ademais, as práticas sensoriais são ferramentas poderosas que atuam como porta de entrada para a descoberta e a reflexão sobre as percepções. Ao estimular a curiosidade e a exploração, as práticas lúdicas não apenas promovem o aprendizado, mas também possibilitam que a criança expresse o seu próprio ser e suas individualidades. Dessa forma, percebe-se que fornecer experiências ricas e diversificadas, que abranjam os sentidos, é fundamental para que elas se tornem mais conscientes de si mesmas e do mundo ao seu redor. Portanto, ao desenvolver a percepção, promove-se um aprendizado significativo que transcende o processo educativo.
Desdobramentos do plano:
A proposta deste plano de aula pode ser ampliada para futuras experiências, diversificando as atividades e introduzindo novos elementos que continuem a desenvolver a percepção. Para além das interações sensoriais, as atividades podem ser estendidas para incluir diferentes formas de arte, como pintura e escultura, onde crianças possam explorar sua criatividade e, ao mesmo tempo, suas percepções pessoais sobre o mundo. Isso não só solidifica a relação entre a percepção e a expressão artística, como abre um leque de oportunidades para discussões sobre as cores, formas e sentimentos que cada um pode evocar.
Além disso, o potencial de discussões sobre diversidade e inclusão também deve ser aproveitado. Através de histórias e atividades que celebrem as diferenças físicas e culturais, pode-se fomentar um ambiente educativo onde a empatia e o respeito mútuo são a base da interação social. Essas práticas devem ser inseridas de forma a criar um contínuo diálogo, permitindo que as crianças expressem suas opiniões e construam um entendimento mais profundo sobre o que significa ser parte de uma comunidade plural.
Por fim, é importante observar as reações e limitações de cada criança, permitindo o ajuste na abordagem educativa. Se algum aluno demonstrar resistência ou dificuldade nas atividades propostas, o professor pode oferecer suporte e uma abordagem diferenciada que respeite o ritmo individual. Manter um olhar atento sobre as interações sociais e a aceitação de cada criança é fundamental para fomentar um ambiente inclusivo e seguro, onde todos se sintam valorizados e respeitados. O papel do educador nesse contexto é de mediador e promotor de experiências que não apenas ensinem, mas inspirem para o convívio na sociedade.
Orientações finais sobre o plano:
Em suma, este plano de aula exige que os educadores estejam bem preparados e engenhosos, pois eles desempenham uma função vital de guiar e oferecer suporte às crianças durante o aprendizado. É essencial que os educadores tenham clareza sobre os objetivos e estejam sempre prontos para adaptar as atividades às necessidades emergentes da turma. Não hesite em ser flexível e realizar ajustes nas atividades com base na resposta dos alunos, criando um espaço educativo vibrante e responsivo.
A colaboração e o jogo em grupo são elementos fundamentais nesta etapa de desenvolvimento. Incentivar as crianças a se ajudarem, comunicarem e resolverem conflitos com a orientação do adulto não só reforça as habilidades sociais, mas também molda individuas atentos a serem solidários e a demonstrarem respeito mútuo. A interação positiva entre as crianças, mediada pelo educador, tem um impacto significativo no fomento a um ambiente inclusivo, onde diferenças são não apenas aceitas, mas celebradas.
Por último, é fundamental que os educadores documentem as observações e reflexões ao longo do processo. Essa documentação não apenas ajuda no planejamento de futuras aulas, mas também permite que se observe o progresso individual de cada criança. Registros sobre habilidades adquiridas, interações sociais e êxitos em atividades podem auxiliar na comunicação com os pais, fortalecendo a parceria vital entre a escola e a família. Assim, a educação se torna um esforço conjunto, destinado ao crescimento e desenvolvimento contínuo das crianças.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Caça ao Tesouro Sensorial
– Objetivo: Desenvolver a percepção tátil e visual.
– Descrição: Criar uma caça ao tesouro onde as crianças devem encontrar objetos de diferentes texturas e formas.
– Materiais: Objetos variados (pelúcia, papel, vidro, metal).
– Modo de condução: Ao encontrar cada objeto, as crianças devem descrever o que sentem e como ele se parece.
2. Bailar com os Sentidos
– Objetivo: Estimular a percepção auditiva e o movimento.
– Descrição: Montar uma dança onde cada som ou ritmo cue um tipo de movimento.
– Materiais: Música variada (calma e agitada).
– Modo de condução: Incentivar que cada criança mova seu corpo de maneira que sinta sincronia com os sons.
3. Jardim das Cores
– Objetivo: Explorar a percepção visual e a coordenação motora.
– Descrição: Criar uma colagem utilizando recortes de papel colorido.
– Materiais: Papéis coloridos, tesoura, cola.
– Modo de condução: Ajude as crianças a recortarem e colarem, e ao final, as incentive a nomear as cores que usaram.
4. Música com Materiais
– Objetivo: Desenvolver a percepção auditiva e a criatividade.
– Descrição: Incentivar as crianças a criar seus próprios instrumentos com materiais recicláveis.
– Materiais: Garrafas, latas, grãos, papel toalha.
– Modo de condução: As crianças devem montar e tocar seus instrumentos juntos, formando uma pequena orquestra.
5. Teatro de Sombras
– Objetivo: Estimular a percepção visual e a imaginação.
– Descrição: Criar um teatro onde sombras de objetos são projetadas.
– Materiais: Luz, objetos diversos, parede ou lençol branco.
– Modo de condução: As crianças devem usar os objetos para criar histórias e formar personagens utilizando as sombras na parede, desenvolvendo a narrativa a partir da observação visual.
Com essas sugestões, o plano de aula não só promove a percepção sensorial mas também reforça a interação social e experiências compartilhadas, fundamentais no crescimento das crianças. Cada atividade possui um caráter lúdico que possibilita um aprendizado significativo, transformando a sala de aula em um ambiente vibrante e enriquecedor.