“Plano de Aula: Combatendo o Racismo no 8º Ano do Ensino Fundamental”

A presente plano de aula tem como propósito fundamental abordar o tema do racismo dentro da sala de aula, promovendo a reflexão e a conscientização entre os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental. O racismo é uma questão social extremamente pertinente e que deve ser discutida com profundidade, uma vez que impacta a convivência e a vida de muitos indivíduos em nossa sociedade. Este plano busca proporcionar aos estudantes experiências de aprendizado significativas, promovendo o diálogo e a troca de ideias sobre as práticas discriminatórias ainda presentes em nossa sociedade contemporânea.

Neste sentido, acredita-se que é essencial formar cidadãos críticos e informados, que possam reconhecer o racismo em suas diversas manifestações e lutar contra ele. A aula proposta é pautada na construção do conhecimento através de atividades em grupo, onde os alunos poderão interagir, debater e desenvolver um senso de empatia em relação às injustiças sociais. Os alunos serão convidados a se aprofundar no tema, relacionando-o com suas próprias experiências e com a realidade que os rodeia.

Tema: Racismo
Duração: 35 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º ano
Faixa Etária: 12 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a compreensão crítica do conceito de racismo, suas origens e suas consequências na sociedade contemporânea, estimulando os alunos a refletirem sobre suas próprias atitudes e a desenvolverem empatia e solidariedade.

Objetivos Específicos:

– Identificar e definir o conceito de racismo.
– Analisar diferentes manifestações do racismo na sociedade.
– Discutir a importância da valorização da diversidade étnico-racial.
– Desenvolver habilidades de argumentação e debate na defesa da igualdade racial.

Habilidades BNCC:

– (EF08HI19) Formular questionamentos sobre o legado da escravidão nas Américas, com base na seleção e consulta de fontes de diferentes naturezas.
– (EF08HI20) Identificar e relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil e discutir a importância de ações afirmativas.
– (EF89LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e articuladores de coesão que marquem relações de oposição, contraste, exemplificação e ênfase.
– (EF89LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação etc.

Materiais Necessários:

– Quadro branco e marcadores.
– Projetor multimídia.
– Textos sobre racismo (artigos, notícias, relatos pessoais).
– Papel e canetas para anotações.
– Cartazes ou folhas grandes para apresentar os resultados das discussões em grupo.

Situações Problema:

A situação problemática a ser abordada será: “Como as manifestações de racismo afetam a vida das pessoas e o convívio em sociedade?”. Os alunos devem investigar as diferentes formas de racismo, desde o cotidiano até as manifestações mais sutis ou estruturais.

Contextualização:

A aula será iniciada com um breve histórico sobre o racismo no Brasil e no mundo, enfatizando os legados da escravidão e as consequências sociais e econômicas dessa prática. Utilizaremos exemplos de notícias atuais que evidenciem como o racismo ainda se faz presente nas relações sociais, tão ruptivas e desiguais.

Desenvolvimento:

1. Início da aula (5 minutos): Apresentação do tema, com uma breve explanação sobre o que é racismo e suas implicações. Perguntas provocativas serão lançadas ao grupo para refletir sobre suas próprias vivências e percepções.
2. Leitura de textos (10 minutos): Os alunos serão divididos em pequenos grupos e receberão relatos, artigos e notícias sobre experiências de racismo. Cada grupo vai ler o material e discutir suas reflexões.
3. Apresentação dos grupos (10 minutos): Cada grupo deve compartilhar suas conclusões com a turma, destacando pelo menos uma manifestação de racismo presente no material que leram. O professor fará anotações no quadro, criando um mural de ideias e reflexões.
4. Discussão final (10 minutos): A turma será convidada a refletir sobre a importância da diversidade étnico-racial e a necessidade de ações afirmativas. O professor deverá mediar esta conversa, incentivando o respeito e a empatia.

Atividades sugeridas:

1. Produção de Artigos de Opinião: Os alunos deverão criar um artigo de opinião argumentando sobre a importância da luta contra o racismo. Eles devem usar exemplos do que discutiram na aula e desenvolver argumentos claros. Sugestão: Utilizar ferramentas digitais de edição de texto para enriquecer sua produção escrita.
2. Mural da Diversidade: Criar um mural na escola com postagens sobre personalidades que lutaram contra o racismo. Os alunos podem pesquisar figuras como Milton Santos, Marielle Franco e outros. A atividade visa promover o reconhecimento da luta antirracista na sociedade.
3. Debate sobre Racismo: Organizar um debate sobre “O racismo é um problema estrutural?”. Os alunos serão divididos em dois grupos: os que defendem que sim e os que defendem que não, obrigando-os a argumentar e refutar as ideias do outro.
4. Pesquisa sobre Histórias de Vida: Os alunos podem entrevistar familiares ou integrantes da comunidade sobre experiências relacionadas a racismo. Em seguida, deverão apresentar as histórias à turma, criando um espaço de escuta respeitosa.
5. Teatro do Oprimido: Os alunos podem desenvolver pequenas cenas que reflitam situações de racismo vividas por pessoas ao seu redor. Essas peças podem ser apresentadas para a turma, promovendo a consciência coletiva e a reflexão.

Discussão em Grupo:

Após a apresentação no mural, os alunos deverão discutir em grupos maiores, buscando diferentes pontos de vista e experiências pessoais que possam agregar ao debate em classe. O objetivo é promover um espaço seguro e acolhedor onde todos se sintam à vontade para compartilhar.

Perguntas:

– O que é racismo e quais as suas principais características?
– Como o racismo se manifesta em nosso cotidiano?
– Quais são as consequências do racismo para as vítimas e para a sociedade?
– Que medidas podemos adotar para combater o racismo e promover a igualdade racial?

Avaliação:

A avaliação será realizada com base na participação dos alunos nas discussões, na qualidade dos artigos produzidos e na capacidade de argumentação e reflexão crítica demonstrada durante o debate. Notas e feedbacks serão fornecidos para melhorar o desenvolvimento do aprendizado e incentivar a continuidade da reflexão.

Encerramento:

A aula finalizará com um momento de compartilhamento das emoções e reflexões que surgiram durante a discussões. O professor incentivará os alunos a se comprometerem com ações práticas de combate ao racismo em suas comunidades.

Dicas:

– Criar um ambiente de respeito e acolhimento, onde todos os alunos se sintam seguros para expressar suas opiniões.
– Estimular a empatia e a reflexão individual, incentivando os alunos a se colocarem no lugar do outro.
– Propor filmes ou documentários que abordem a questão racial, ampliando o horizonte dos alunos sobre o tema.

Texto sobre o Tema:

O racismo é uma construção social que se baseia na ideia de que a raça determina a capacidade, valor ou até o comportamento de um indivíduo. Para muitos, essa ideia talvez possa soar absurda, e realmente, a ciência já provou que todas as pessoas pertencem à mesma espécie e que as variações fenotípicas que existem são adaptações a diversas condições de ambiente. Mesmo assim, o preconceito racial persistiu ao longo da história da humanidade e ainda é uma realidade presente em várias partes do mundo. No Brasil, o racismo se manifesta de forma sutil, mas agressiva, em situações que vão desde a discriminação no mercado de trabalho até a brutalidade policial dirigida a pessoas negras.

Nesse panorama, é imprescindível entender que o combate ao racismo vai além do discurso: é necessário criar um ambiente inclusivo e respeitoso. A educação desempenha um papel crucial nesse processo. Por meio dela, podemos promover convívio e respeito à diversidade étnico-racial, além de questionar as injustiças sociais. Portanto, discutir questões raciais em sala de aula é uma ferramenta poderosa para quebrar estereótipos e mitos que permeiam nossa sociedade. Que possamos, assim, trabalhar juntos para construir um mundo mais justo e igualitário.

Desdobramentos do Plano:

Um desdobramento relevante deste plano é a possibilidade de promover um semana da diversidade na escola, onde cada dia possa ser dedicado a um tema específico relacionado ao combate ao racismo e à promoção da inclusão. A adesão de diferentes professores de diversas disciplinas enriquece ainda mais o projeto, e cada um pode abordar a temática a partir de sua perspectiva, promovendo um aprendizado multidisciplinar e interconectado.

Outra possibilidade é criar um grupo de estudos que se reúna mensalmente para discutir as questões levantadas nas aulas sobre racismo e outras formas de discriminação. Essa continuidade ajudarão os alunos a se comprometerem a serem agentes de mudança não apenas em suas escolas, mas também nas comunidades onde vivem, tornando-se porta-vozes da luta contra o racismo.

Por fim, a dúvida em relação a como promover ações pedagógicas voltadas para o tema após a abordagem inicial pode ser desdobrada em uma aula aberta, promovendo um diálogo com a comunidade. A escola pode convidar familiares, especialistas ou representantes de movimentos sociais para sentar-se à mesa e discutir estas questões, reforçando a sociedade civil no combate às injustiças sociais.

Orientações Finais sobre o Plano:

É importante que o professor prepare-se adequadamente antes de implementar o plano de aula. Uma pesquisa prévia sobre o tema do racismo e a familiarização com as práticas pedagógicas antirracistas é fundamental para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todas as interações na sala de aula. Isso não apenas ajudará o professor a conduzir discussões de maneira mais responsável, mas também inspirará os alunos a se engajarem de maneira atenta e crítica.

Outra orientação prática é estar aberto também ao aprendizado. O professor deve estar ciente de que é um facilitador da aprendizagem e que esse espaço deve ser um local de construção coletiva de conhecimento. Ao abordar o racismo, haverá a necessidade de escuta ativa e respeito à voz de cada aluno. É fundamental ser sensível ao impacto emocional que as discussões podem ter para alguns alunos, assegurando que todos tenham suas vozes ouvidas, mas também que se sintam acolhidos durante o processo.

Finalmente, a avaliação deve ser reflexiva e construtiva, proporcionando espaço para que os alunos possam refletir sobre seus aprendizados a partir da experiência. Desse modo, além de avaliar o desempenho em atividades, o retorno deve também incluir um feedback sobre a construção de atitudes e valores que emergiram das discussões, promovendo uma consciência crítica contínua sobre o tema do racismo.

5 Sugestões Lúdicas sobre este Tema:

1. Jogo de Cartas do Racismo: Os alunos criam cartas com diferentes situações que retratam discriminação racial. Em grupos, eles jogam e discutem sobre como a situação encontrada poderia ser enfrentada. Isso começa a criar uma visão crítica sobre cada situação.

2. Maratona de Contação de Histórias: Os alunos podem pesquisar histórias de personalidades que lutaram contra o racismo e, em pequenos grupos, criar apresentações teatrais sobre essas figuras, abordando seu impacto social.

3. Caça ao Tesouro da Diversidade: Em formato de gincana, várias pistas podem ser deixadas pela escola, cada uma com uma reflexão ou fato sobre racismo, permitindo que os alunos se movam e aprendam na prática.

4. Criação de Memes: Usando a mídia contemporânea, os alunos podem criar memes que discutam o combate ao racismo, empregando humor e crítica em suas produções, aproximando o tema das novas gerações.

5. Oficina de Arte Inclusiva: Os alunos serão convidados a criar mural ou colagens que celebram a diversidade étnico-racial, utilizando recortes de revistas, fotos e outros materiais. Essa atividade artística promove a coesão social e a reflexão sobre o tema.

Este plano, portanto, busca não apenas educar, mas essencialmente transformar e inspirar a próxima geração a ser atuante na luta contra o racismo e todo e qualquer tipo de discriminação.

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