“Plano de Aula Lúdico: Matemática e Etnomatemática na Educação Infantil”
A presente proposta de plano de aula destinada à Educação Infantil, com foco em matemática e etnomatemática, busca proporcionar uma abordagem lúdica, exploratória e contextualizada sobre números e quantidade para crianças na faixa etária de 4 a 5 anos. Esta faixa etária é marcada por um intenso desenvolvimento cognitivo e social, e a matemática pode ser introduzida de forma integrada às vivências e culturas das crianças, favorecendo não apenas a aprendizagem de conceitos, mas também o respeito e a valorização das diferenças culturais.
A ideia é criar um ambiente de aprendizagem que permita aos alunos explorar, viver e experimentar os conceitos matemáticos de uma forma que faça sentido em seu cotidiano. Assim, ao longo do bimestre, as atividades propostas são desenhadas para interagir com o universo da criança, utilizando-se de jogos, brincadeiras e atividades artísticas que envolvem os números e as quantidades, fazendo ligações com as realidades locais e as diversas culturas que compõem nosso país.
Tema: Matemática e Etnomatemática
Duração: Bimestral
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 5 anos
Objetivo Geral:
Promover a exploração de números e quantidades por meio de atividades lúdicas que também respeitem e integrem elementos da diversidade cultural presente na vida das crianças.
Objetivos Específicos:
– Estimular a reconhecimento de números e suas respectivas quantidades.
– Desenvolver a capacidade de comparar, classificar e organizar objetos.
– Fomentar a empatia e o respeito pelas diferenças culturais através da etnomatemática.
– Criar um ambiente de cooperação e participação nas atividades.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01), (EI03EO03), (EI03EO06)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01), (EI03CG05)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI03TS02)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01), (EI03EF04)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
(EI03ET01), (EI03ET05), (EI03ET07)
Materiais Necessários:
– Materiais para artesanato (papel, tesoura, cola, tintas, pincéis)
– Objetos diversos para contagem (botões, tampinhas, brinquedos)
– Livros ilustrados com histórias que abordem cultura e números
– Materiais naturais (pedras, folhas, sementes)
– Materiais de construção (blocos, caixas)
Situações Problema:
– Como posso agrupar os objetos de acordo com sua cor?
– De que maneira podemos contar os itens que temos e relacioná-los a quantidades?
– Quais números podem ser associados a situações do nosso dia a dia?
Contextualização:
Os conceitos matemáticos podem ser percebidos nas diversas formas de organização das culturas. Através da etnomatemática, buscamos destacar que a matemática não é apenas formada por números e regras, mas sim uma linguagem que aqui se encontra enraizada nas tradições, costumes e modos de viver. Desta forma, esse plano propõe uma compreensão mais profunda do que a matemática significa em diferentes culturas.
Desenvolvimento:
As atividades propostas são organizadas de forma a serem realizadas ao longo do bimestre, divididas em semanas temáticas. A cada semana, os alunos vivenciarão propostas que envolvem a contagem, agrupamento e a exploração de números de maneira que interajam com seus conhecimentos prévios e a vivência da cultura.
Atividades sugeridas:
Semana 1: Números e suas Quantidades
– Objetivo: Compreender a relação entre números e quantidades.
– Atividade: Brincadeira com objetos.
*Descrição:* Os alunos deverão agrupar objetos como tampinhas ou botões de acordo com um número que o professor publicamente determina.
*Instruções:* O professor pode iniciar com quantidades simples e aumentar gradativamente.
*Materiais:* Botões, tampinhas, sacos plásticos para agrupamento.
*Adaptação:* Alunos com dificuldades podem trabalhar apenas com números de 1 a 3, enquanto outros podem explorar até o número 10.
Semana 2: Comparação e Classificação
– Objetivo: Desenvolver a capacidade de comparar e classificar.
– Atividade: “Quem tem mais?”
*Descrição:* As crianças serão divididas em grupos e receberão diferentes quantidades de objetos, e deverão discutir entre eles para decidir quem possui mais ou menos.
*Instruções:* O professor deverá mediar a conversa, incentivando a argumentação e o respeito mútuo.
*Materiais:* Objetos variados em diferentes quantidades.
*Adaptação:* Grupos podem trabalhar com números diferentes ou com cores distintas.
Semana 3: Cultura e Números
– Objetivo: Identificar como diferentes culturas utilizam números.
– Atividade: Exploração de livros.
*Descrição:* Leitura de histórias que falem sobre diferentes culturas e sua relação com a contagem e a matemática.
*Instruções:* O professor pode fazer uma roda de conversa após a leitura, onde os alunos compartilham o que aprenderam.
*Materiais:* Livros ilustrados.
*Adaptação:* Para crianças que têm mais curiosidade sobre um tema específico, o professor poderá trazer exemplos de outras culturas para comparação.
Semana 4: Criação Artística e Matemática
– Objetivo: Expressar-se artisticamente usando conceitos matemáticos.
– Atividade: Montagem de um painel matemático.
*Descrição:* As crianças poderão desenhar ou colar objetos que sejam representações de números e quantidades.
*Instruções:* O professor pode auxiliar os alunos a quantificarem os objetos antes de colá-los e, ao final, poderão todos explicar o que criaram.
*Materiais:* Papel, revistas, tesoura, cola.
*Adaptação:* Crianças com dificuldades motoras podem desenhar apenas números ou utilizar carimbos.
Discussão em Grupo:
Após cada atividade, é fundamental promover uma discussão em grupo onde os alunos possam compartilhar suas experiências, entender as diferenças entre as abordagens e fortalecer o respeito pelas opiniões dos outros. O professor deve facilitar essas discussões, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de se expressar e ouvir os colegas.
Perguntas:
– O que você achou mais fácil, contar ou comparar?
– Por que é importante respeitar a forma como cada um conta os números?
– Você consegue lembrar de alguma situação em que viu números em seu dia a dia?
Avaliação:
A avaliação será contínua e observacional, levando em consideração a participação dos alunos durante as atividades, a capacidade de interação e o entendimento dos conceitos de matemática e quantidade no contexto cultural. O professor pode utilizar registros escritos ou gráficos simples para documentar o progresso de cada aluno ao longo do bimestre.
Encerramento:
Para encerrar o bimestre, o professor pode organizar uma apresentação, onde as crianças terão a chance de mostrar aos pais e colegas o que aprenderam sobre números e quantidades. O uso de um painel com as produções artísticas e uma roda de conversa pode facilitar esse momento de apreciação e orgulho.
Dicas:
– Incorpore elementos da cultura local nas atividades, trazendo objetos e histórias que representem a comunidade.
– Utilize jogos matemáticos para que o aprendizado seja ainda mais dinâmico e divertido.
– Estimule a curiosidade das crianças perguntando sobre suas experiências e interações com os números fora da escola.
Texto sobre o tema:
A matemática, muito frequentemente, é vista como uma disciplina exata, repleta de fórmulas e regras rígidas. No entanto, é crucial reconhecer que essa concepção é apenas uma parte do todo. A etnomatemática propõe um olhar mais ampliado, sugerindo que cada cultura possui suas próprias maneiras de entender e aplicar conceitos matemáticos. No cotidiano das crianças, é possível notar como os números estão presentes desde o momento em que elas começam a contar os brinquedos, até quando ajudam a organizar objetos em casa. Por isso, ao ensinarmos matemática para crianças pequenas, devemos considerar suas vivências e raízes culturais.
As atividades de números e quantidades podem ser enriquecidas ao se trazer para a sala de aula elementos que são familiares às crianças. Por exemplo, utilizar contagens de elementos típicos da cultura local, como frutas da estação, техсы e histórias populares que as crianças conhecem. Assim, a matemática deixa de ser uma disciplina isolada e se conecta ao cotidiano, à história e à cultura das crianças. Isso gera um ambiente de aprendizagem mais significativo, onde os alunos se sentem representados e valorizados.
Outro aspecto importante é o desenvolvimento de habilidades socioemocionais ao longo do aprendizado de números e quantidades. O trabalho em grupo, que será constantemente promovido nas atividades, ajudará a criança a perceber o outro, a respeitar opiniões diferentes e desenvolver empatia. Essas habilidades são fundamentais não apenas para a aprendizagem de matemática, mas também para a formação do indivíduo como um todo, possibilitando que compreendam suas interações na sociedade de forma mais ampla.
Desdobramentos do plano:
Considerando que o aprendizado deve ser contínuo e adaptável, esse plano de aula pode se desdobrar em várias outras atividades que permitem ampliar o conhecimento em matemática, além da proposta inicial. Por exemplo, ao final do bimestre, atividades que incentive a aplicação prática da matemática em saídas de campo podem ser realizadas. Essas experiências podem incluir visitas a feiras locais, onde há a possibilidade de contar e comparar preços e quantidades de produtos. Isso não só vibra a relação com a matemática, como serve para integrá-la com a realidade e cultura local.
Outra maneira de desdobrar o aprendizado é a inclusão de tecnologias digitais para auxiliar na aprendizagem. O uso de aplicativos educativos, que promovem contagem e reconhecimento de números de forma lúdica, pode ser uma excelente ferramenta para engajar os alunos. Essas tecnologias são uma maneira de dialogar com a linguagem da criança na atualidade, proporcionando uma conexão maior com a proposta de ensino.
Ainda, outra possibilidade de desdobramento do plano é a promoção de uma festa temática de matemática, onde cada grupo de alunos pode apresentar uma parte do que aprenderam, contando brevemente sobre a cultura relacionada a números e quantidades. Isso não apenas solidifica o conhecimento adquirido, mas também reforça a construção de laços comunitários e a valorização do conhecimento cultural e matemático.
Orientações finais sobre o plano:
É imprescindível que antes de iniciar qualquer atividade, o professor se familiarize com os interesses e as preferências das crianças. Criar um ambiente acolhedor e respeitoso é fundamental para que os alunos Explore este aprendizado com segurança e confiança. O planejamento deve ser flexível, permitindo ajustes e adequações conforme as respostas dos alunos ao longo do percurso, respeitando sempre seu tempo de entendimento.
Além disso, o acompanhamento contínuo na aplicação do plano pode revelar novas oportunidades de aprendizado que não estão previamente previstas. As interações e a dinâmica do grupo podem oferecer insights valiosos e levar a um aprofundamento inesperado em temas que ressoem com os alunos. Portanto, os professores devem ficar atentos a essas oportunidades e aproveitar cada momento de descoberta.
Por fim, a valorização da diversidade cultural não deve ser apenas uma adição ao conteúdo, mas um princípio central. O planejamento deve trazer sempre a premissa de que todos os alunos são portadores de diferentes realidades e saberes fundamentais. Por isso, o respeito às culturas e modos de vida deve ser continuamente reafirmado e educado, proporcionando um aprendizado mais inclusivo e significativo para todas as crianças.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Contagem de frutas
*Objetivo:* Aprender sobre contagem e quantidades.
*Materiais:* Frutas variadas.
*Modo de condução:* Nas aulas de educação física, organize uma brincadeira onde as crianças precisam contar o número de frutas em um cesto e comparar com os colegas.
2. Jogos com dados de culturas diversas
*Objetivo:* Relacionar números a diferentes culturas.
*Materiais:* Dados personalizados com símbolos de diferentes culturas.
*Modo de condução:* As crianças jogam o dado e, ao caírem em um símbolo, devem contar quantas vezes aquele símbolo aparece no grupo.
3. Bingo de número e quantidade
*Objetivo:* Reconhecer números e associá-los a quantidades.
*Materiais:* Cartelas de bingo com imagens e números.
*Modo de condução:* O professor falará o número e as crianças devem marcar quem possui a quantidade correspondente aos objetos.
4. Caça ao tesouro numérico
*Objetivo:* Explorar o reconhecimento de números fora da sala de aula.
*Materiais:* Fichas com números e lugares predeterminados.
*Modo de condução:* As crianças deverão buscar os números que estão escondidos em diferentes partes do espaço escolar.
5. Dança dos números
*Objetivo:* Aprender sobre a sequência numérica.
*Materiais:* Cada criança terá um número fixo na roupa.
*Modo de condução:* Durante a música, quando parar, quem estiver com o número mais alto ou mais baixo deverá se apresentar, formando uma sequência.
Essas sugestões lúdicas visam proporcionar um aprendizado efetivo e significativo, despertando o interesse e a curiosidade das crianças sobre os conceitos matemáticos relacionados à sua cultura e ambiente.