“Desenvolvendo Habilidades com a Brincadeira da Queimada”

Este plano de aula visa desenvolver habilidades fundamentais nas crianças pequenas, utilizando a brincadeira da queimada como ferramenta. Durante a atividade, os alunos vão ter a oportunidade de aprender através da experiência lúdica e da interação social, respeitando as especificidades culturais do contexto quilombola. Através desse jogo, as crianças poderão melhorar sua coordenação motora, além de trabalhar a *valorização dos corpos e das habilidades de cada um*, essenciais na fase de 4 a 6 anos.

Com essa intenção, as atividades propostas também procurarão fomentar a interação social, o respeito mútuo e a valorização das diversas culturas, ampliando a visão de mundo das crianças. A brincadeira queimada traz consigo não apenas a diversão, mas também a oportunidade de trabalhar elementos significativos da cultura quilombola, promovendo assim um aprendizado que vai além do mero ato de jogar.

Tema: Brincadeira Queimada
Duração: 120 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 4 a 6 anos

Objetivo Geral:

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Promover a interação social, o trabalho em equipe e a compreensão das características culturais quilombolas por meio da brincadeira queimada, estimulando o desenvolvimento motor e emocional das crianças.

Objetivos Específicos:

– Fomentar a empatia e o respeito pelas diferenças individuais durante a brincadeira.
– Desenvolver a coordenação motora e o controle corporal dos alunos.
– Valorar a cultura quilombola através do contexto da brincadeira.
– Promover a comunicação e a cooperação entre as crianças.
– Estimular a creatividade na construção de regras e formas de jogar.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita.
– (EI03ET06) Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus familiares e da sua comunidade.

Materiais Necessários:

– Bolas de queimada (macias e leves)
– Cones ou marcadores para demarcar o campo
– Sinalizadores para os times (lenços coloridos)
– Tecido ou papel representando aspectos da cultura quilombola (opcional)

Situações Problema:

– Como podemos jogar de maneira respeitosa e que todos se sintam parte do time?
– Como agir quando alguém se sentir mal durante a brincadeira?
– De que maneira podemos incluir as tradições culturais no nosso jogo?

Contextualização:

A brincadeira da queimada é uma atividade popular entre crianças de diversas idades, proporcionando uma excelente oportunidade para ensinarmos sobre a valorização das tradições quilombolas. Durante a atividade, podem-se discutir as importâncias das tradições e modos de vida do povo quilombola, enfatizando o respeito e a valorização da diversidade cultural, essenciais na formação do cidadão. Além disso, ao propor a atividade, é crucial que as crianças compreendam a importância do trabalho em equipe e do respeito às regras.

Desenvolvimento:

1. Introdução e Demonstração (20 minutos)
O educador deve reunir as crianças e apresentar a brincadeira da queimada. É fundamental explicar as regras, enfatizando que o jogo deve ser jogado de maneira respeitosa, onde a empatia é importante. Demonstrar com um pequeno grupo a dinâmica do jogo.

2. Divisão dos Grupos (10 minutos)
Separar as crianças em dois grupos, garantindo a diversidade e a inclusão. Distribuir os sinalizadores para que cada time possa se identificar.

3. Jogo (60 minutos)
Realizar a brincadeira da queimada, supervisionando as interações e intercedendo em caso de conflitos, aplicando medições pautadas no respeito mútuo. Durante a atividade, o professor deve enfatizar os momentos de colaboração, os sentimentos de vitória e derrota e a importância da comunicação.

4. Roda de Conversa (20 minutos)
Ao final da brincadeira, reunir as crianças em um círculo e promover uma conversa em que cada um pode expressar como se sentiu durante o jogo. Discutir a importância da cultura quilombola, como os jogos e brincadeiras refletem identidade e comunidade.

Atividades sugeridas:

– Atividade 1 – Construção do Campo de Queimada (Dia 1)
Objetivo: Desenvolver noções espaciais e trabalho em grupo.
Descrição: As crianças ajudam a montar o espaço para a atividade.
Instruções: Juntar cones e marcar o terreno. Discutir com as crianças sobre o que significa um jogo e como eles querem delimitá-lo.

– Atividade 2 – Criação de Sinalizadores (Dia 2)
Objetivo: Estimular a criatividade e a interpretação cultural.
Descrição: As crianças devem confeccionar os seus sinalizadores com elementos que representam a cultura quilombola.
Instruções: Usar tecidos e papéis coloridos para que expressem suas emoções e tradições favoritas.

– Atividade 3 – Histórias de Cultura (Dia 3)
Objetivo: Desenvolver habilidades de comunicação e oralidade.
Descrição: Pedir que cada criança traga uma história de sua família ou comunidade.
Instruções: Rodar a conversa em círculos, cada um contando um pouco de sua história e como a família brinca.

– Atividade 4 – Jogo da Queimada (Dia 4)
Objetivo: Aplicar o conhecimento adquirido.
Descrição: Realizar o jogo da queimada com todos os grupos.
Instruções: Garantir uma supervisão adequada e que as regras sejam respeitadas.

– Atividade 5 – Arte da Queimada (Dia 5)
Objetivo: Estimular a expressão artística.
Descrição: Criar uma tela coletiva que represente o ‘jogo’.
Instruções: Usar tintas, papéis, e materiais diversos para que as crianças possam expressar suas experiências.

Discussão em Grupo:

Após as atividades, é importante abrir um espaço para que as crianças discutam em grupos pequenos sobre o que aprenderam, como se sentiram durante as atividades e quais eram os principais desafios. Incentivar a troca de ideias, mostrando a importância da cooperatividade em grupos.

Perguntas:

– O que você sentiu durante a brincadeira hoje?
– Como podemos fazer para que todos se divirtam?
– O que a cultura quilombola significa para você após as histórias que ouvimos?

Avaliação:

Avaliar a capacidade de cada criança em participar da brincadeira, respeitando as regras e interagindo com os colegas. Observar como elas expressam seus sentimentos e se mostram capazes de cooperar e resolver conflitos de forma pacífica.

Encerramento:

Finalizar a aula relembrando a importância da brincadeira e das interações positivas, destacando como cada um pode contribuir para o grupo e como é importante respeitar e entender as diferentes culturas.

Dicas:

– Sempre reforce os momentos de empatia e cooperação entre as crianças.
– Utilize músicas e danças da cultura quilombola como parte da ambientação do jogo.
– Esteja sempre atento ao bem-estar emocional dos alunos, promovendo um ambiente seguro e acolhedor.

Texto sobre o tema:

A brincadeira queimada é uma atividade tradicional entre crianças e uma excelente oportunidade para o desenvolvimento motor e social. Ao integrar a cultura quilombola nesse contexto, enriquecemos a prática lúdica com elementos que promovem a pertencente cultural, identidade, e respeitam as diversidades. A queimada não é apenas um jogo de agilidade, mas também um espaço de construção de relações e aprendizado social, que pode ser explorado de diversas maneiras. Ao jogar, as crianças desenvolvem habilidades como a comunicação, a resolução de conflitos e a empatia pelo outro, tanto em momentos de vitória quanto de derrota.

Nos quilombos, as brincadeiras populares têm um papel significativo não só para as crianças, mas para a comunidade como um todo. Elas são uma forma de transmitir saberes e fortalecer laços entre gerações. Incorporar elementos da cultura quilombola na brincadeira da queimada significa mais que brincar; é também um exercício de reconhecimento e valorização das tradições. O lúdico se transforma assim em um meio de ensinar sobre identidade e pertencimento, essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais plural e respeitosa.

Além disso, a prática de jogos como a queimada possui diversas variações em suas regras e execução, dependendo do local e da tradição. Assim, cada região pode adaptá-la para refletir melhor suas características culturais. Envolver as crianças nesse processo criativo é importante e permite que elas se sintam protagonistas de suas experiências. Ao final, o fortalecimento da comunidade e do respeito ao próximo são aprendizados que reverberam na formação de cidadãos mais conscientes e colaborativos.

Desdobramentos do plano:

Este plano de aula pode ser extendido para novas práticas que envolvam a cultura quilombola. A interação entre as crianças e o aprendizado sobre suas histórias podem ser aprofundados em atividades como o teatro de fantoches, onde cada criança poderia representar uma figura histórica quilombola. Isso não apenas reforça a cultura, mas também desenvolve a fluência verbal e a criatividade.

Outra possibilidade seria organizar uma festa junina ou um evento ao ar livre, onde as crianças podem expor suas criações artísticas e contar histórias que aprenderam sobre seus ancestrais. Essas atividades promovem um senso de pertencimento e identidade, ao mesmo tempo em que trabalham em equipe, respeitam e valorizam a história de cada um.

Além disso, as atividades artísticas, envolvendo dança e música tradicional, podem ser incorporadas, permitindo que as crianças cada vez mais se conectem com suas raízes e com as raízes de seus colegas, trazendo à tona a diversidade cultural que compõe nosso país. Todas essas experiências promovem um aprendizado que vai além do cotidiano escolar e se torna significativo para a formação dos pequenos, configurando-se como um espaço de resistência e valorização da cultura.

Orientações finais sobre o plano:

Ao implementar este plano, é fundamental que o educador esteja atento às diferentes realidades sociais e culturais dos alunos, garantindo que todos se sintam valorizados e ouvidos. O uso de exemplos práticos, que se conectem ao cotidiano das crianças, é uma estratégia poderosa para facilitar o aprendizado e a internalização dos conceitos debatidos.

Uma observação constante e a abertura para feedbacks também são essenciais para entender como as crianças estão assimiloando o conteúdo proposto. À medida que o educador percebe os sentimentos, interesses e reações dos alunos, poderá ajustar sua prática pedagógica para melhor atender às necessidades do grupo.

Por fim, a oportunidade de ensinar e aprender com a cultura quilombola não deve ser vista apenas como uma atividade isolada, mas como parte de um compromisso contínuo e integrado da educação infantil em respeitar, valorizar, e celebrar a diversidade cultural brasileira. Promover um ambiente onde as tradições culturais possam ser compartilhadas e aprendidas por todos é um passo fundamental na formação de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Dança dos Quilombolas (4-6 anos)
Objetivo: Introduzir as crianças à música e dança tradicionais quilombolas.
Material: Música quilombola, espaço livre.
Instruções: Organizar um espaço onde as crianças possam dançar livres e expressar-se. Após um momento espontâneo, ensine alguns passos.

2. Histórias em Quadrinhos (5-6 anos)
Objetivo: Estimular a criatividade e a interpretação de histórias.
Material: Papel, lápis de cor, marcadores.
Instruções: Peça que as crianças desenhem suas interpretações sobre as histórias que ouviram na aula e as apresentem para o grupo.

3. Música e Sons da Natureza (4-5 anos)
Objetivo: Conectar a natureza com a cultura quilombola.
Material: Instrumentos musicais simples (como chocalhos), sons gravados da natureza.
Instruções: Criar uma “sinfonia da floresta”. As crianças podem trazer materiais que fazem sons e formar um grupo musical.

4. Jogos de Pular Corda (4-6 anos)
Objetivo: Trabalhar coordenação motora e socialização.
Material: Corda.
Instruções: Ensinar as crianças a pular enquanto cantam músicas tradicionais. Isso promove a cultura e a atividade física ao mesmo tempo.

5. Teatro das Tradições (5-6 anos)
Objetivo: Promover o teatro e o entendimento cultural.
Material: Figurinos ou objetos que representem personagens quilombolas.
Instruções: Em pequenos grupos, as crianças podem criar encenações baseadas nas histórias contadas ou vividas.

Essas sugestões devem incentivar um ambiente educacional rico em diversidade, onde todos possam aprender e celebrar as culturas que formam o Brasil, convertendo o lúdico em momentos significativos para o aprendizado contínuo das crianças.