“Valorizando Narrativas: Reconstruindo Memórias no Ensino”
O plano de aula a seguir tem como objetivo fomentar o entendimento e a valorização das narrativas pessoais e coletivas, mostrando como elas são essenciais para a reconstrução da memória e da história local. Neste contexto, as atividades práticas estão alinhadas com a abordagem colaborativa, permitindo que os alunos explorem suas experiências e a vivência de suas comunidades, além de desenvolverem suas habilidades de leitura e escrita de forma lúdica e participativa.
Tema: Identificar as narrativas pessoais e dos grupos como formas de reconstruir as memórias e a história local.
Duração: 100 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 3º Ano
Faixa Etária: 9 anos
Objetivo Geral:
Promover o reconhecimento e a valorização das narrativas pessoais e coletivas dos alunos, estimulando a reflexão sobre suas vivências e a importância da memória local.
Objetivos Específicos:
1. Identificar e compartilhar histórias de vida;
2. Reconhecer a diversidade cultural e social de sua comunidade;
3. Desenvolver competências de leitura e escrita através da produção de textos narrativos;
4. Valorizar e respeitar as diferentes narrativas, promovendo a empatia e a solidariedade.
Habilidades BNCC:
– (EF03LP12) Ler e compreender, com autonomia, cartas pessoais e diários, com expressão de sentimentos e opiniões, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
– (EF03LP13) Planejar e produzir cartas pessoais e diários, com expressão de sentimentos e opiniões.
– (EF03HI02) Selecionar, por meio da consulta de fontes de diferentes naturezas, e registrar acontecimentos ocorridos ao longo do tempo na cidade ou região em que vive.
– (EF03HI06) Identificar os registros de memória na cidade (nomes de ruas, monumentos, edifícios etc.).
Materiais Necessários:
– Folhas de papel para escrita;
– Lápis e borracha;
– Cartolinas e canetinhas coloridas;
– Acesso à internet (opcional) para pesquisa;
– Livros que contenham histórias locais ou de narrativas pessoais.
Situações Problema:
– O que é uma narrativa pessoal e como ela pode contar uma história de vida?
– Como as histórias de pessoas em nossa comunidade ajudam a entender melhor a nossa cidade?
– Quais são as histórias que fazem parte do nosso cotidiano e que podem ser esquecidas?
Contextualização:
As narrativas pessoais são uma forma de registrar e compartilhar vivências, sentimentos e significados. Elas nos conectam com o passado, ajudando a construir nossa identidade enquanto indivíduos e enquanto parte de uma comunidade. Discutir sobre a história local através das narrativas pessoais permite que os alunos compreendam a relação entre suas experiências e a cultura que os cerca, promovendo assim um senso de pertencimento e cidadania.
Desenvolvimento:
1. Introdução (20 min): Inicie a aula apresentando o conceito de narrativas pessoais. Pergunte aos alunos se eles já contaram ou ouviram histórias sobre suas famílias ou comunidades. Incentive-os a compartilhar algumas dessas histórias brevemente.
2. Leitura Compartilhada (25 min): Escolha um livro que contenha histórias sobre a comunidade local ou que aborde narrativas pessoais. Realize a leitura em voz alta para a turma, incentivando a participação e as reflexões sobre os eventos narrados. Pergunte como as histórias lidas se conectam com as experiências deles.
3. Discussão em Grupo (20 min): Divida os alunos em grupos pequenos e peça que discutam quais narrativas conhecem de suas famílias ou da comunidade. Oriente-os a pensar em perguntas como: “Qual é uma memória importante da minha família?”, “Que eventos marcaram a história da minha cidade?”
4. Produção Textual (35 min): Cada aluno deverá escrever uma carta ou diário narrando uma história pessoal ou de sua comunidade. Ofereça orientações sobre como estruturar a narrativa (início, desenvolvimento e encerramento). Utilize folhas de papel e materiais para decorações.
Atividades Sugeridas:
1. Dia da História (Dia 1): Incentivar cada aluno a compartilhar sua história em grupos pequenos. O objetivo é ouvir as diversas narrativas e anotar detalhes que podem ser usados em suas produções textuais futuras.
2. Exposição de Narrativas (Dia 2): Após escreverem suas histórias, os alunos criarão um mural na sala de aula ou na escola, onde colarão as cartas ou relatos. Eles poderão ilustrar as histórias, ativando elementos visuais para atrair a atenção dos colegas.
3. Entrevistas com Membros da Família (Dia 3): Os alunos poderão entrevistar avós ou outros familiares sobre suas histórias e compartilhar o que aprenderam. Esse contato intergeracional enriquece a compreensão da história pessoal e coletiva.
4. Dia da Apresentação (Dia 4): Organizar um momento em que os alunos possam apresentar suas narrativas em voz alta, utilizando recursos visuais como desenhos que representem suas histórias.
5. Reflexão Final (Dia 5): Encerrar a semana com uma roda de conversa onde os alunos poderão discutir o que aprenderam com as narrativas uns dos outros. Busque captar aprendizados e impressões sobre a importância das histórias na construção da identidade.
Discussão em Grupo:
Como as histórias ajudam a entender a diversidade da nossa comunidade?
De que forma vivenciar essas narrativas impacta seu sentimento de pertencimento?
Perguntas:
1. Quais histórias da sua família você considera importantes?
2. Como você se sente ao ouvir as histórias dos outros?
3. Por que é importante valorizar as narrativas locais em nossa sociedade?
Avaliação:
Os alunos serão avaliados pela participação nas atividades, pela clareza e estrutura dos textos narrativos produzidos e pela capacidade de escuta e respeito às histórias dos colegas durante a roda de conversa.
Encerramento:
Finalize a aula reforçando a importância da narrativa como forma de compreender a diversidade e a história local. Encoraje os alunos a continuarem a contar e compartilhar suas histórias, valorizando sua bagagem cultural e educativa.
Dicas:
– Crie um ambiente acolhedor e respeitoso onde os alunos se sintam seguros para compartilhar suas histórias.
– Utilize recursos audiovisuais para ilustrarem stories, como vídeos ou imagens que representam as narrativas, estimulando mais a criatividade dos alunos.
– Encoraje a participação dos pais, talvez até criando uma apresentação conjunta em que eles possam contribuir com suas histórias.
Texto sobre o tema:
As narrativas são poderosas ferramentas de construção de identidade. Elas nos ajudam a entender quem somos, as experiências que vivemos e as comunidades que pertencemos. Através das histórias, seja contadas em forma de cartas, diários ou mesmo nas conversas familiares, conseguimos organizar nossas memórias e dar sentido a elas. Na escola, este é um espaço vital para a troca dessas experiências, onde cada aluno pode ser um contador de histórias e também um ouvinte atento. As narrativas também desempenham um papel crucial na preservação da cultura local, pois cada remanescente de uma história, cada fragmento de uma experiência, contribui para a construção da memória coletiva.
Aliado a isso, quando focamos nas memórias locais, conseguimos desenvolver um sentimento de pertencimento. Quando estudamos as histórias da nossa comunidade, entendemos não só onde estamos, mas também de onde viemos, o que nos ajuda a projetar para o futuro. Se cada um de nós trouxer suas experiências pessoais e coletivas, podemos construir, juntos, uma tapeçaria rica em diversidade e significado.
Contudo, é imprescindível que os educadores promovam este espaço de narração, valorizando as vozes de cada aluno de forma igualitária. Assim, ao trabalhar a narrativa pessoal nas aulas, devemos sempre estimular a empatia, o respeito e a valorização das diferenças. Ensina-se muito mais quando se escuta o outro e se aprende com relatórios de vidas vividas que emulam a complexidade do ser humano. Dessa forma, as narrativas se tornam não somente relatos de ações passadas, mas recursos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e sólida.
Desdobramentos do plano:
A construção de um plano de aula sobre a temática das narrativas se estende para além do que os alunos podem expressar em sala. Primeiro, as histórias tem a capacidade de unir diferentes gerações, estabelecendo laços entre avós, pais e filhos. Em um mundo onde a velocidade das informações é intensa, essas narrativas pessoais se tornam âncoras, conectando o passado ao presente de maneira significativa. Isso possibilita que os alunos entendam não só a visão de seus antepassados, mas como essas experiências moldaram a cultura e a identidade única da sua comunidade.
Adicionalmente, ao desenvolver atividades práticas, a diversidade cultural da turma é ressaltada. Cada aluno traz para a sala um pedacinho de sua história, permitindo que todos aprendam a respeitar e valorizar as diferenças. Isso não apenas estimula a empatia, mas também ensina sobre a importância do respeito. O reconhecimento da riqueza nas múltiplas narrativas que cercam a escola e a comunidade aponta para a necessidade de uma educação inclusiva e que respeite os diferentes contextos em que os alunos estão inseridos.
Por fim, refletir sobre a história local traz à tona a consciência crítica. Os alunos são provocados a investigar e dialogar sobre o que compõe a cultura e a sociedade em que vivem, levando-os a um processo de conscientização em relação a eventos históricos e à sua significância. A partir desse aprendizado, despontam futuras gerações mais informadas e participantes que saberão contar suas histórias e contribuir de forma ativa para a sociedade, lapidando gentilezas futuras baseadas na memória coletiva.
Orientações finais sobre o plano:
Para garantir o sucesso deste plano de aula, é fundamental que o professor coordene as atividades de forma a permitir um fluxo natural e acolhedor. Garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de expressar suas histórias é essencial para o aprendizado. Algumas estratégias que podem ser utilizadas incluem a formação de grupos menores para discussões ou rodadas de compartilhamento, onde cada aluno tem um tempo fixo para discorrer sobre suas narrativas.
A escolha de textos, estima-se que o docente caminhe pelo repertório literário nacional e local. Sugira livros que dialoguem com as vivências dos alunos ou até mesmo que apresentem um panorama das histórias coletivas que compõem a nação. Esses textos devem ser selecionados com cuidado, visando sempre à valorização e o respeito às variadas formas de expressão presentes na sala de aula.
Por último, é importante que o educador se prepare para criar um ambiente seguro e acolhedor, onde a crítica e o respeito andem juntos. Lembre-se de que a complicação de trabalhar com histórias pessoais pode suscitar questões sensíveis, e o papel do professor será providenciar o suporte necessário para que cada aluno possa contar sua narrativa sem medo de julgamento.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Atividade de Criação de Máscaras de Personagens (3° Ano): Os alunos podem criar máscaras representando personagens das suas histórias. Com a elaboração das máscaras, eles poderão brincar de contar a história como se tivessem se transformado no personagem. Esta atividade estimula a imaginação e dá vida às suas narrativas.
2. Contação de Histórias com Músicas (3° Ano): Os alunos podem escolher ou criar músicas que se conectem com suas narrativas, usando instrumentos simples ou até mesmo a percussão corporal. As canções servirão como pano de fundo para suas histórias, tornando a apresentação mais lúdica.
3. Caça ao Tesouro da História Local (3° Ano): Crie um jogo de caça ao tesouro onde os elementos a serem encontrados são relacionados aos marcos históricos da cidade. Cada parada pode trazer uma história que se conecta à rica narrativa local, contribuindo para a pesquisa e investigação da história.
4. Teatro de Fantoches (3° Ano): Os alunos criarão fantoches que representem os personagens de suas narrativas. Eles serão divididos em grupos e, de forma colaborativa, poderão encenar suas histórias, proporcionando uma experiência divertida de aprender com as narrativas uns dos outros.
5. Mural do Tempo (3° Ano): Construa um mural coletivo em que os alunos possam colar imagens e fragmentos de histórias que representem diferentes períodos de suas vidas ou marcos locais. Esse mural servirá como uma linha do tempo visual, permitindo reflexões sobre as transformações ao longo dos anos.
Essas atividades têm como foco estimular o aprendizado lúdico, promover a interação entre os alunos e facilitar a construção de conhecimento de forma significativa e contextualizada.