“Plano de Aula: Historinha Indígena para Crianças Pequenas”
A proposta de plano de aula a seguir é especialmente elaborada para a faixa etária de crianças bem pequenas, com idades entre 1 ano e 7 meses até 3 anos e 11 meses. O foco é oferecer uma historinha indígena, uma atividade que vai além do entretenimento, servindo como um meio de desenvolvimento da sensibilidade cultural, habilidades sociais e motoras, além de estimular a imaginação e a criatividade. Através da narrativa indígena, a criança tem a oportunidade de explorar valores de solidariedade, respeito e convivência, que são essenciais para a formação do ser humano.
As atividades aqui propostas buscam não apenas promover a contação de histórias, mas também integrar elementos sensoriais e artísticos para tornar o aprendizado significativo e prazeroso. Ao longo da semana, os pequenos poderão interagir com a narrativa, por meio de diversas abordagens que estimulam a escuta, a fala, o movimento e a criatividade. Estas experiências são fundamentais para o desenvolvimento das crianças nessa faixa etária e estão alinhadas às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Tema: Historinha Indígena
Duração: 1 semana
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 2 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar um espaço de convivência e aprendizado onde as crianças possam ouvir, contar e interagir com uma historinha indígena, desenvolvendo habilidades sociais, afetivas e cognitivas.
Objetivos Específicos:
1. Estimular a escuta ativa e o respeito entre os pares durante a contação da história.
2. Promover a expressão oral e a comunicação, permitindo que as crianças compartilhem seus sentimentos e opiniões sobre a história.
3. Fomentar o desenvolvimento motor através de atividades lúdicas que envolvam movimentos corporais.
4. Introduzir elementos culturais da temática indígena, respeitando e valorizando a diversidade.
Habilidades BNCC:
Campo de Experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
(EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
(EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças.
Campo de Experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
(EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
Campo de Experiências “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
(EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações.
(EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos.
Materiais Necessários:
– Livro ilustrado sobre a historinha indígena.
– Fantoches de dedos que representam os personagens da história.
– Materiais para artesanato (papel colorido, tesoura, cola, tinta, pincéis).
– Roupas ou acessórios que remetam à cultura indígena (como penas, colares simples).
– Instrumentos musicais simples (como pandeiro, tambor).
Situações Problema:
Como as crianças podem interagir entre si durante a contação da história?
De que maneira vamos expressar os sentimentos e reações durante a narrativa?
Como podemos trazer um pouco da cultura indígena para as nossas brincadeiras e interações diárias?
Contextualização:
A cultura indígena é rica em histórias e tradições que podem ser de grande valor educativo para as crianças. Através de uma historinha indígena, as crianças têm a oportunidade de aprender sobre diversidade, respeito às diferenças e valores como a solidariedade. Essa atividade permite que, através da narrativa, os pequenos sintam-se integrados e respeitados em um ambiente educacional, favorecendo o desenvolvimento de sua identidade e autoconfiança.
Desenvolvimento:
Durante a semana, as atividades serão divididas em diferentes momentos, cada uma com seu respectivo foco e objetivo específico.
1. Contação da História: O professor fará a leitura da historinha indígena, utilizando entonações variadas e explorando as ilustrações do livro. Incentivará a participação das crianças, convidando-os a imitar os sons e vozes dos personagens. O objetivo aqui é desenvolver a escuta e a atenção.
2. Brincadeiras com Fantoches: Após a contação, as crianças serão convidadas a brincar com fantoches que representam os personagens da história. Elas poderão recontar partes da história ou criar novas narrativas. Esse momento trabalha a criação e a imaginação.
3. Atividades Artísticas: Os alunos terão a oportunidade de criar suas próprias versões dos personagens com materiais variados. Eles poderão desenhar, recortar e colar, explorando cores e texturas, o que estimulará a criatividade e a habilidade manual.
4. Movimentação e Dança: Através de músicas que remetam à cultura indígena, as crianças poderão dançar, imitar movimentos e explorar o espaço físico de maneira livre e criativa. Este vai ser um momento de desenvolver a coordenação motora e a expressividade corporal.
5. Momento de Reflexão e Conversa: No final da semana, o professor promove um momento de conversa, onde as crianças poderão expressar o que aprenderam sobre a história e o que mais gostaram de fazer. Isso estimulará a expressão oral e a socialização.
Atividades sugeridas:
Dia 1: Contação da historinha indígena.
Objetivo: Desenvolver a escuta e atenção.
Descrição: Utilizar entonações e sons.
Materiais: Livro ilustrado.
Dia 2: Introdução aos fantoches.
Objetivo: Criar novas narrativas.
Descrição: As crianças usarão os fantoches para contar histórias.
Materiais: Fantoches de dedo.
Dia 3: Artesanato com personagens.
Objetivo: Estimular criatividade e habilidades manuais.
Descrição: Criar personagens da história.
Materiais: Papéis, tesouras, colas.
Dia 4: Dança e movimento.
Objetivo: Desenvolver coordenação motora.
Descrição: Músicas e movimentos livres.
Materiais: Instrumentos musicais.
Dia 5: Reflexão sobre a semana.
Objetivo: Estimular a expressão oral e a socialização.
Descrição: Conversar sobre a história e as atividades.
Materiais: Nenhum, apenas um espaço confortável.
Discussão em Grupo:
Promova um diálogo entre as crianças, permitindo que cada uma compartilhe o que mais gostou na atividade da semana. Questione sobre como se sentiram ao ouvir a historinha, quais personagens mais as impressionaram e por quê. Isso incentiva a comunicação e a empatia entre os colegas.
Perguntas:
1. Qual foi o personagem que você mais gostou e por quê?
2. O que você aprendeu com a historinha?
3. Como podemos ajudar uns aos outros, assim como os personagens da história?
Avaliação:
A avaliação deve ser feita de forma observacional e contínua, levando em consideração aspectos como: participação nas atividades, envolvimento com a escuta da história, habilidade de expressão verbal e respeito nas interações com os colegas. O educador pode registrar suas observações em um diário de classe para acompanhar o desenvolvimento de cada criança.
Encerramento:
No último dia da semana, o professor poderá realizar uma roda de conversa para que os alunos compartilhem suas experiências e sentimentos relacionados às atividades realizadas. Para encerrar, será feita uma breve recapitulação dos aprendizados e um convite para que as crianças continuem explorando a cultura indígena em suas brincadeiras e conversas.
Dicas:
– Proporcione um ambiente aconchegante e acolhedor para a contação da história.
– Utilize sons e músicas que remetam à temática indígena para enriquecer a experiência.
– Esteja atento às interações entre as crianças, promovendo o respeito e a empatia nas atividades.
Texto sobre o tema:
As histórias indígenas são um tesouro de sabedoria que nos conecta com a rica diversidade cultural do Brasil. Elas não apenas entretêm, mas também transmitem ensinamentos sobre a terra, a natureza, a vida e o convívio social. Através da narrativa, as crianças podem explorar diferentes emoções, valores e costumes que são parte fundamental do patrimônio imaterial, que cada povo carrega consigo.
Ao contar uma historinha indígena, o educador tem a oportunidade de criar um ambiente de escuta e respeito, favorecendo a inclusão e a valorização das diferenças. Esse tipo de atividade promove, desde cedo, o desenvolvimento de uma percepção crítica sobre a diversidade e a importância da convivência harmoniosa entre os povos. Além disso, ao integrar elementos lúdicos como fantoches, música e dança, a experiência se torna ainda mais rica, permitindo que as crianças se engajem com a proposta de forma mais natural e divertida.
Portanto, ao planejar atividades com temáticas indígenas, é essencial que o educador se aproprie do conteúdo, respeitando e valorizando as histórias originais e suas tradições. A educação infantil desempenha um papel crucial na formação da identidade e da visão de mundo das crianças, e ao introduzir histórias indígenas, eles se tornam mais capazes de entender e acolher a diversidade do nosso país.
Desdobramentos do plano:
As histórias indígenas podem ser um grande ponto de partida para expandir o conhecimento sobre a cultura brasileira, permitindo a exploração de outras temáticas, como a natureza, a proteção ambiental e os direitos dos povos indígenas. Além de contar histórias, o professor pode utilizar esses contextos para introduzir temas contemporâneos, discutindo a importância da preservação das culturas e da natureza, ensinando às crianças a responsabilidade que têm para com seu entorno. A narrativa indígena é uma chave para abrir diálogos sobre igualdade, respeito e solidariedade.
Além disso, as atividades propostas não se limitam ao espaço da sala de aula. Elas podem ser adaptadas e ampliadas para contextos familiares e comunitários, promovendo encontros em que as crianças possam compartilhar suas aprendizagens com os familiares, fomentando um ambiente de troca de experiências. Isso não só enriquece o aprendizado, mas também fortalece os vínculos entre escola e família, criando uma rede de apoio ao redor da educação.
Finalmente, a construção de um espaço seguro e acolhedor que estimule a expressão da individualidade e as interações sociais é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. Essa abordagem pode levar a atividades futuras, como a criação de um livro coletivo de histórias, em que cada criança possa contar sua versão de uma história indígena, promovendo, assim, a autoexpressão e o respeito pela pluralidade cultural.
Orientações finais sobre o plano:
É imprescindível que o professor esteja preparado para conduzir as atividades com sensibilidade, orientando os alunos de forma respeitosa. Este plano deve ser visto como uma base que pode ser adaptada de acordo com a dinâmica da turma. É importante observar quais métodos funcionam melhor para cada grupo e adaptar as atividades conforme necessário. A flexibilidade é um elemento-chave no ensino de crianças pequenas, já que elas apresentam ritmos e interesses diversos.
Além disso, o profissional de educação deve sempre buscar se atualizar e se informar sobre as diferentes culturas, especialmente a indígena, para que as histórias contadas sejam significativas e respeitosas. Conversas com anciãos ou representantes das comunidades indígenas podem enriquecer a prática pedagógica, trazendo autenticidade e profundidade ao relato das histórias. A formação contínua é um compromisso essencial para quem trabalha com educação.
Por fim, a observação das crianças durante as atividades é crucial para entender como elas interpretam e se relacionam com as histórias. É vital dar espaço para que as crianças expressem seus sentimentos e opiniões sobre o que ouviram, criando assim um ambiente em que suas vozes sejam valorizadas. Isso contribuirá não apenas para o desenvolvimento de suas habilidades linguísticas, mas também para a formação de sua identidade e autoestima.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Fantoches: Utilizar fantoches com personagens indígenas para encenar mini-historinhas. O objetivo é trabalhar a linguagem oral e a expressão corporal. Os materiais necessários incluem fantoches e um espaço para a encenação. O professor pode guiar as crianças, fornecendo ideias de interação.
2. Criação de Máscaras Indígenas: As crianças podem criar suas próprias máscaras usando papel, penas e tintas. Esse projeto artístico desenvolve a coordenação e a criatividade. Após a criação, poderá ser realizado um desfile onde cada criança mostrará sua máscara, incentivando o compartilhamento e a interação.
3. Dança da Chuva: Através de uma música indígena, as crianças podem aprender uma dança relacionada à cultura e à natureza, estimulando a coordenação motora e a noção de coletividade, enquanto pesquisam o significado cultural da dança.
4. Brincadeira do “Índio e o Caçador”: Uma brincadeira de esconde-esconde adaptada, onde um aluno é o “índio” e os outros são “caçadores”. O “índio” deve se esconder nos arbustos (as crianças podem usar colchonetes ou cortinas como um espaço de abrigo). O objetivo é promover o movimento e o trabalho em equipe.
5. Livro das Historinhas: Cada criança pode desenhar algo que mais gostou da história que ouviram e, ao final da semana, o professor pode montar um livro com as produções, propiciando uma experiência de autoria e coletividade, e incentivando as crianças a contarem suas próprias histórias.
A implementação dessas sugestões irá proporcionar um ambiente lúdico e educativo que respeita e valoriza a diversidade cultural, ao mesmo tempo em que promove experiências significativas para o desenvolvimento integral das crianças.