“Plano de Aula: Entendendo o Extrativismo e sua Sustentabilidade”

A elaboração deste plano de aula sobre extrativismo é parte de um esforço para promover uma compreensão aprofundada sobre os impactos socioeconômicos e ambientais dessa prática. A proposta visa não apenas contextualizar o extrativismo dentro das realidades brasileiras, mas também estimular os alunos a refletirem criticamente sobre as implicações dessa atividade em diferentes contextos históricos e geográficos. O plano se destina a alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, com idades entre 11 e 12 anos, e almeja integrar diversas habilidades de linguagem, geografia e ciências.

O extrativismo é uma atividade que envolve a coleta de recursos naturais, como plantas, animais e minerais. Ela historicamente tem sido uma atividade central em muitas regiões do Brasil, afetando tanto as comunidades nativas quanto o meio ambiente. Ao abordar esse tema, os alunos terão a oportunidade de explorar não apenas a importância econômica do extrativismo, mas também os desafios relacionados à sustentabilidade e à preservação ambiental. Através de diversas atividades e discussões, o plano busca promover uma consciência crítica sobre a relação entre o ser humano e seus recursos naturais.

Tema: Extrativismo
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 7º Ano
Faixa Etária: 11 – 12 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar aos alunos uma compreensão crítica do extrativismo, abordando suas implicações econômicas, sociais e ambientais, promovendo a reflexão sobre a sustentabilidade e as práticas de conservação dos recursos naturais.

Objetivos Específicos:

– Identificar os principais tipos de extrativismo e suas características.
– Analisar os impactos econômicos e ambientais do extrativismo nas comunidades locais.
– Discutir a relevância da sustentabilidade e da conservação ambiental no contexto do extrativismo.
– Desenvolver habilidades de argumentação em debates sobre a prática extrativista e suas alternativas sustentáveis.

Habilidades BNCC:

– (EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
– (EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
– (EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações.
– (EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América para as populações ameríndias e identificar as formas de resistência.

Materiais Necessários:

– Projetor e computador
– Quadro branco e marcadores
– Artigos em papel sobre diferentes tipos de extrativismo
– Vídeos curtos ilustrativos sobre a prática extrativista
– Dados sobre o impacto ambiental e econômico do extrativismo (tabelas, gráficos)
– folhas de papel A4 e canetas coloridas para atividades em grupo

Situações Problema:

– Como o extrativismo impacta as comunidades locais em termos de economia e cultura?
– Quais práticas extrativistas são sustentáveis e quais não são?
– O que pode ser feito para melhorar a relação entre o extrativismo e a conservação ambiental?

Contextualização:

Inicie a aula discutindo o conceito de extrativismo e sua importância na economia do Brasil. Utilizando exemplos práticos, como a exploração da madeira na Amazônia ou a coleta de frutos do cerrado, contextualize essas atividades dentro do desenvolvimento econômico e das consequências para as populações locais e o meio ambiente. Leve em consideração a história do extrativismo no Brasil, desde a época das navegações até a era moderna, e incentive os alunos a pensarem criticamente sobre qual seria o futuro do extrativismo no país.

Desenvolvimento:

Apresente uma breve palestra sobre o extrativismo, destacando suas diversas formas (vegetal, animal, mineral). Utilize recursos audiovisuais que mostrem as diferentes práticas extrativistas e seus impactos. Após a apresentação, divida a turma em grupos e solicite que cada grupo escolha um tipo de extrativismo para pesquisar e discutir. Os alunos devem explorar tanto os aspectos positivos quanto negativos, além de apresentar possíveis soluções sustentáveis para a prática escolhida. Por fim, cada grupo apresentará suas descobertas para a turma, seguidas de uma discussão coletiva.

Atividades sugeridas:

1. Atividade 1: Pesquisa sobre Tipos de Extrativismo
Objetivo: Identificar e descrever os principais tipos de extrativismo.
Descrição: Em grupos de 4 a 5 alunos, cada grupo deve escolher uma forma de extrativismo (vegetal, animal ou mineral) e pesquisar suas características, benefícios e problemas associados.
Materiais: Acesso à internet ou materiais impressos.
Instruções: Cada grupo apresentará sua pesquisa em um cartaz.

2. Atividade 2: Debate sobre Sustentabilidade
Objetivo: Estimular o pensamento crítico sobre práticas extrativistas.
Descrição: Promova um debate em classe, dividindo os alunos em dois grupos: um defendendo o extrativismo e o outro argumentando contra.
Materiais: Dados sobre impactos ecológicos e sociais.
Instruções: Os alunos devem preparar seus argumentos com antecedência e apresentar suas posições em um espaço livre para discussão.

3. Atividade 3: Criação de Painéis Informativos
Objetivo: Resumir as descobertas sobre extrativismo de forma visual.
Descrição: Depois das apresentações, cada grupo deve criar um painel informativo que resuma suas pesquisas e as soluções sustentáveis.
Materiais: Papéis A4, canetas, tesouras e colas.
Instruções: Os painéis devem ser expostos nas paredes da sala.

4. Atividade 4: Estudo de Casos
Objetivo: Analisar casos específicos de extrativismo no Brasil.
Descrição: O professor apresentará diferentes estudos de caso relacionados ao extrativismo e os alunos devem analisar as implicações.
Materiais: Estudos de caso impressos ou digitais.
Instruções: Realizar discussões guiadas em sala.

5. Atividade 5: Redação Reflexiva
Objetivo: Refletir individualmente sobre o aprendizado.
Descrição: Os alunos devem escrever uma redação sobre o que aprenderam acerca do extrativismo e como isso pode influenciar suas visões sobre sustentabilidade.
Materiais: Folhas de papel e canetas.
Instruções: A redação deve ser entregue no final da aula.

Discussão em Grupo:

Conduza uma discussão de grupo após a apresentação dos painéis informativos. Incentive os alunos a falarem sobre o que aprenderam e a fazer perguntas sobre os temas que mais os interessaram. Pergunte-lhes o que acharam das soluções sustentáveis propostas.

Perguntas:

– Quais são os principais ataques ao meio ambiente provocados pela prática do extrativismo?
– Existem alternativas ao extrativismo que poderiam beneficiar tanto as comunidades locais quanto o meio ambiente?
– Como o extrativismo é percebido nas diferentes regiões do Brasil?

Avaliação:

A avaliação será realizada através da entrega das atividades propostas: participação no debate, a qualidade dos painéis informativos e a redação reflexiva. Os alunos também serão avaliados pela colaboração em grupo e pela capacidade de argumentação durante as discussões.

Encerramento:

Finalize a aula reforçando a importância do extrativismo consciente, que equilibre a exploração de recursos com a necessidade de preservação ambiental. Agradeça a participação de todos e incentive-os a continuarem explorando esse tema em casa.

Dicas:

– Utilize vídeos curtos para ilustrar os impactos do extrativismo no meio ambiente, pois isso tornará a aula mais dinâmica.
– Fomente a participação dos alunos durante toda a aula, encorajando perguntas e discussões.
– Esteja preparado para adaptar as atividades com base no nível de interesse e compreensão da turma.

Texto sobre o tema:

O extrativismo é uma prática que envolve a coleta de recursos naturais diretamente do meio ambiente, sem realizar uma produção ou cultivo dos mesmos. Essa atividade é essencial para entender a relação entre os seres humanos e seus recursos, bem como os impactos que essa interação pode ocasionar. No Brasil, o extrativismo pode ser observado em várias áreas, como a coleta de açaí na Amazônia, a exploração de madeira e até mesmo a mineração. Embora possa proporcionar uma fonte significativa de renda, o extrativismo muitas vezes gera conflitos com as comunidades locais e pode levar a consequências ambientais irreversíveis.

É importante ressaltar que o extrativismo não é uma prática recente. Sua origem remonta antes da chegada dos europeus ao continente americano. Culturas indígenas já praticavam a coleta de recursos de forma sustentável, utilizando o que a terra oferecia sem comprometer sua capacidade de regeneração. Contudo, com a exploração desenfreada que se intensificou a partir do século XVI, especialmente durante a colonização, práticas extrativistas começaram a causar sérios danos ambientais e sociais. A degradação de habitats, a extinção de espécies e a desintegração de culturas locais são algumas das questões que emergem desse tipo de atividade.

Nos dias atuais, promover uma discussão sobre o extrativismo vai além de entender sua prática. É um convite para refletir sobre a necessidade de um desenvolvimento sustentável, que respeite as tradições locais e considere o futuro do nosso planeta. A busca por alternativas ao extrativismo tradicional, que leve em conta a preservação ambiental e favoreça a autonomia das comunidades locais, é um desafio contemporâneo.

Desdobramentos do plano:

O plano de aula pode ser desdobrado em diferentes atividades e pesquisas que visem aprofundar a temática do extrativismo de forma interdisciplinar. Os alunos podem explorar projetos de extrativismo sustentável, estudando modelos que têm dado certo em diferentes regiões do Brasil e do mundo. Essa expansão do tema permitirá uma maior compreensão sobre como a economia verde e a responsabilidade social estão se tornando parte do debate contemporâneo sobre desenvolvimento.

Além disso, o estudo do extrativismo pode ser uma oportunidade para abordar questões de justiça social, considerando como as comunidades indígenas e locais lidam com as pressões do extrativismo industrial e suas consequências. A discussão pode ser ampliada com a inclusão de debates sobre direcionamento de políticas públicas que promovam a integridade ambiental e respeitem os saberes tradicionais. Por meio desses desdobramentos, os alunos passarão a ver a complexidade do tema e se tornarão cidadãos mais conscientes.

Por fim, é possível vincular o estudo do extrativismo à prática de projetos que envolvam educação ambiental. Os alunos podem se envolver em atividades práticas, como plantio de árvores e recuperação de áreas degradadas, articulando teoria e prática em seu aprendizado. Essas iniciativas de envolvimento prático não apenas consolidam o conhecimento adquirido, mas também cultivam um senso de responsabilidade e pertencimento ao seu meio.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor prepare o ambiente de aula para que as discussões sejam produtivas e respeitosas, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de expressar suas opiniões. A diversidade de opiniões é enriquecedora e deve ser incentivada, principalmente em um tema tão complexo como o extrativismo. Os alunos podem se sentir à vontade para dialogar sobre suas experiências pessoais relacionadas ao tema, o que pode resultar em insights valiosos para a aprendizagem coletiva.

Além disso, a inclusão de materiais visuais e dados atualizados é pra agregar à discussão e oferecer uma perspectiva mais clara dos impactos do extrativismo. A uso de tecnologias, como plataformas de pesquisa online ou aplicativos de educação, pode facilitar a apresentação e troca de informações de maneira eficaz e engajadora. Isso não apenas torna a aula mais atrativa, mas também ensina aos alunos habilidades de pesquisa e comunicação digital.

Por último, o professor deve estar preparado para adaptar o conteúdo às características e interesses específicos da turma, ou seja, mantendo-se flexível em relação ao planejamento original. Observar o envolvimento dos alunos e responder às suas necessidades educacionais será crucial para garantir que todos estejam aprendendo e se desenvolvendo plenamente. A educação deve ser um espaço de descoberta contínua e de desenvolvimento pessoal e coletivo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo da Memória Ambiental:
Objetivo: Revisar os diferentes tipos de extrativismo e seus impactos.
Descrição: Criar cartas com imagens e descrições de práticas extrativistas e seus efeitos ambientais.
Materiais: Cartas com imagens e descrições.
Execução: Os alunos deverão encontrar pares correspondentes em um jogo de memória.

2. Teatro de Fantoches:
Objetivo: Dramatizar casos de personagens envolvidos em extrativismo.
Descrição: Os alunos criam fantoches e encenam histórias sobre o extrativismo, mostrando seus lados positivos e negativos.
Materiais: Materiais recicláveis, como garrafas e papelão.
Execução: Organize um mini-teatro em sala de aula ou no pátio da escola.

3. Criação de Mapa Temático:
Objetivo: Visualizar a distribuição do extrativismo no Brasil.
Descrição: Em grupos, os alunos devem pesquisar e criar um mapa temático que mostre onde diferentes tipos de extrativismo ocorrem.
Materiais: Papel, canetas coloridas e acesso à internet.
Execução: Exposição dos mapas em sala.

4. Oficina de Artes:
Objetivo: Refletir sobre as formas de extrativismo e suas consequências através da arte.
Descrição: Os alunos criarão artes visuais que representam a natureza e os impactos do extrativismo.
Materiais: Tintas, pincéis e papel.
Execução: As produções devem ser expostas em uma “galeria de arte” na sala.

5. Roda de Conversa:
Objetivo: Estimular o diálogo sobre experiências pessoais com o extrativismo.
Descrição: Organizar uma roda de conversa onde cada aluno compartilha suas opiniões e experiências.
Materiais: Um objeto que simboliza a conversa (como um bastão).
Execução: O aluno que tiver o objeto gera sua fala, respeitando a vez dos outros.

Através desse plano de aula extenso e detalhado, espera-se que os alunos adquiram não apenas conhecimento teórico sobre o extrativismo, mas também desenvolvam a capacidade de olhar criticamente para a realidade que os cerca, transformando-se em cidadãos mais conscientes e engajados.

Botões de Compartilhamento Social