“Plano de Aula Inclusivo: Compreendendo o Autismo na Educação”
A construção de um plano de aula focado no tema do Autismo é essencial para promover uma compreensão mais profunda e inclusiva nas crianças. O objetivo é que, a partir de uma abordagem lúdica e interativa, os alunos possam entender que existem diversas maneiras de ser e de interagir no mundo, valorizando as diferenças e cultivando a empatia. Este plano de aula visa não apenas a formação do conhecimento teórico sobre o assunto, mas também a aplicação prática do respeito e da valorização das individualidades.
Neste contexto, as atividades foram pensadas para serem executadas de forma simples, permitindo que as crianças pequenas reconheçam suas próprias emoções e as dos colegas, estabelecendo laços de compreensão e solidariedade. É fundamental que o professor conduza as atividades com sensibilidade, promovendo um ambiente seguro e acolhedor, onde cada aluno se sinta valorizado e compreendido, contribuindo assim para uma convivência harmônica.
Tema: Autismo
Duração: 50 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 5 anos
Objetivo Geral:
Compreender e valorizar as diferenças entre os indivíduos, especialmente em relação ao autismo, estimulando a empatia e a convivência harmoniosa e colaborativa.
Objetivos Específicos:
– Desenvolver a empatia nas crianças reconhecendo que cada pessoa possui sentimentos e necessidades diferentes.
– Incentivar a comunicação de ideias e sentimentos em diferentes contextos.
– Promover ações que demonstram respeito pelas características dos outros, cultivando a diversidade.
Habilidades BNCC:
Ao longo do plano de aula, serão trabalhadas as seguintes habilidades:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
(EI03EO05) Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
Materiais Necessários:
– Cartolinas coloridas
– Canetões
– Fantoches (podem ser feitos com meias ou papel)
– Livros ilustrados sobre autismo e diferenças (sugestão: “O menino que aprendeu a ver”)
– Materiais de artes: tintas, pincéis, papel, etc.
Situações Problema:
– Como você se sente quando algo não sai como você esperava?
– Por que algumas crianças são diferentes em suas maneiras de brincar ou se comunicar?
– O que podemos fazer para apoiar um amigo que se sente triste ou diferente?
Contextualização:
Nesta aula, as crianças irão explorar o conceito de autismo e as diferentes formas que as pessoas têm de interagir e expressar seus sentimentos. A proposta é que, a partir de brincadeiras e atividades artísticas, elas possam compreender melhor o tema, promovendo a empatia e a aceitação.
Desenvolvimento:
1. Abertura (10 minutos)
Iniciar a aula sentando todos os alunos em círculo. O professor pode apresentar a temática do autismo utilizando um livro ilustrado que traga personagens que possuem autismo. Ao folhear as páginas, faça perguntas abertas como: “O que vocês acham que esse personagem está sentindo?” e “Como podemos ajudar nossos amigos?”. Estimule a conversa, garantindo que cada criança possa expressar suas ideias.
2. Atividade de Movimento (15 minutos)
Conduza uma atividade onde as crianças irão imitar diferentes emoções. Solicite que cada aluno, um de cada vez, expresse uma emoção (alegria, tristeza, raiva, etc.) com o corpo e a face, e os colegas devem adivinhar qual é a emoção. Esta atividade ajudará as crianças a se familiarizarem com a expressão emocional, algo importante para entender e respeitar os outros.
3. Roda de Conversa (10 minutos)
Formar um círculo novamente, onde cada criança pode compartilhar algo que a faz sentir especial ou diferente. O professor deve mediar a conversa, garantindo que todas as vozes se façam ouvir e que a valorização das diferenças seja sempre reforçada.
4. Atividade Artística (10 minutos)
Distribuir cartolinas e canetões para que as crianças desenhem suas emoções utilizando cores que representem como se sentem. Após a realização dos desenhos, cada criança poderá apresentar sua obra para o grupo, explicando o que sua pintura significa.
5. Encerramento com Fantoches (5 minutos)
Utilizando fantoches, recrie situações em que um dos personagens se sente diferente, e os outros ajudam. Essa dramatização fará com que as crianças entendam a importância de apoiar os amigos que podem estar passando por momentos difíceis.
Atividades sugeridas:
Atividade 1: Histórias e Emoções
*Objetivo:* Aprofundar a empatia através de narrativas.
*Descrição:* O professor lerá uma história de forma expressiva e, em seguida, discutirá com os alunos sobre os sentimentos dos personagens.
*Instruções Práticas:* Escolher um livro de história sobre personagens que vivem diferentes formas de ser. Após a leitura, pergunte: “Como vocês acham que o personagem se sentiu nessa situação?”. Use fantoches para representar os personagens da história.
*Materiais:* Livro ilustrado, fantoches, espaço com cadeiras.
Atividade 2: Dançando as Emoções
*Objetivo:* Criar conexão entre movimento e sentimento.
*Descrição:* Criar uma dança que expresse diferentes emoções.
*Instruções Práticas:* Ensine as crianças a se moverem de acordo com diferentes sentimentos (ex., pulando para a felicidade, fazendo movimentos lentos para a tristeza).
*Materiais:* Música animada, espaço amplo para dançar.
Atividade 3: Jogo das Diferenças
*Objetivo:* Compreender a diversidade.
*Descrição:* Um jogo onde as crianças devem encontrar diferenças e semelhanças entre si.
*Instruções Práticas:* Cada criança deverá falar uma diferença e uma semelhança com um colega.
*Materiais:* Nenhum material específico, apenas a interação entre as crianças.
Atividade 4: Expressão Artística
*Objetivo:* Permitir que as crianças expressem suas emoções.
*Descrição:* Criar cartões de sentimentos.
*Instruções Práticas:* Cada criança pode criar um cartão com um desenho que represente um sentimento, para ser compartilhado com outros alunos.
*Materiais:* Papéis coloridos, canetões, tesoura.
Atividade 5: Teatro de Fantoches
*Objetivo:* Aprender a resolver conflitos e apoio mútuo.
*Descrição:* Criar pequenas peças onde os desafios de um amigo diferente são superados com amizade e cooperação.
*Instruções Práticas:* Dividir a turma em grupos de quatro ou cinco e permitir que criem um pequeno roteiro. Depois, cada grupo apresentará.
*Materiais:* Fantoches, espaço adequado.
Discussão em Grupo:
Promova um espaço para que as crianças possam compartilhar o que entenderam sobre o autismo e como se sentiram em relação a isso. Estimule-as a falarem sobre suas próprias experiências e sentimentos, e como elas podem ajudar seus amigos.
Perguntas:
– O que você aprendeu hoje sobre ser diferente?
– Como você poderia ajudar um amigo que parece se sentir triste?
– Por que é importante respeitar as diferenças?
Avaliação:
A avaliação será feita de forma contínua, observando a participação das crianças durante as atividades, sua capacidade de expressar sentimentos, e como elas interagem com os colegas. Além disso, será importante avaliar a empatia demonstrada durante as discussões e representações.
Encerramento:
Encerrar a aula criando um momento de reflexão onde cada aluno pode compartilhar um aprendizado, reforçando sempre a importância da empatia e do respeito às diferenças. Estimule a conversa e reconheça a contribuição de cada um.
Dicas:
– Use uma linguagem acessível e tranquila para assegurar a compreensão das crianças.
– Seja paciente e esteja atento ao que cada criança expressa, tanto verbalmente como através de comportamentos não-verbais.
– Sempre valorize a individualidade e a contribuição de cada aluno para a rotina da sala.
Texto sobre o tema:
O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa interage com os outros e percebe o mundo à sua volta. Muitas vezes, as características do autismo se manifestam de diversas maneiras, sendo importante reconhecê-las e compreendê-las. Por exemplo, algumas pessoas autistas podem ter dificuldade em expressar seus sentimentos ou em compreender as emoções dos outros, enquanto outras podem ser extremamente sensíveis a estímulos sensoriais, como sons ou toques. Entender que cada pessoa tem sua própria maneira de se relacionar é essencial.
Promover a inclusão e o respeito pela diversidade começa desde cedo, nas pequenas interações do dia a dia. As crianças podem aprender a valorizar as diferenças utilizando jogos, histórias e brincadeiras que estimulem a empatia. Incentivar a comunicação aberta sobre sentimentos e emoções contribui para que as crianças se sintam seguras para expressar o que sentem, seja alegria, tristeza ou confusão.
Ao trabalhar o tema do autismo em sala de aula, também estamos cuidando para que a sociedade como um todo aprenda a, não somente tolerar, mas a valorizar a diversidade em todas as suas formas. E essa atividade é um passo fundamental para cultivar um ambiente mais acolhedor e empático nas escolas e na vida em sociedade. Compreender que o diferente não é apenas uma característica, mas um caminho para enriquecer as relações, faz parte do nosso aprendizado como educadores e cidadãos.
Desdobramentos do plano:
Esse plano de aula pode ser ampliado para incluir atividades que envolvem outros aspectos do autismo, como as habilidades sociais e comunicativas, permitindo que as crianças pratiquem e se familiarizem com diferentes maneiras de interagir. Uma continuação pode incluir elementos como convidar especialistas ou familiares de autistas para falarem sobre suas experiências, de modo que as crianças possam ouvir histórias reais e aprender de maneira ainda mais significativa.
Outro desdobramento interessante será incluir na rotina da sala atividades regulares que fomentem a empatia e a inclusão. Por exemplo, por meio de um “mês da inclusão”, onde possam realizar diversas atividades relacionadas ao tema, promovendo ainda mais essas discussões entre os alunos. Assim, eles terão a oportunidade de refletir e discutir sobre o autismo e outras condições, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva desde tenra idade.
Por fim, o plano pode ser expandido com a criação de um mural colaborativo onde as crianças possam expor seus desenhos e sentimentos sobre a diversidade e o respeito. Esse mural pode ser uma constante lembrança da importância de acolher e valorizar cada indivíduo, incluindo aqueles que são diferentes.
Orientações finais sobre o plano:
Ao abordar o tema do autismo, é de extrema importância que o professor esteja bem preparado para lidar com qualquer dúvida, curiosidade ou desconforto que possa surgir entre os alunos. Por isso, é fundamental promover um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças saibam que podem expressar suas preocupações sem julgamentos. O professor deve ser um mediador constante da discussão, utilizando a escuta ativa para validar os sentimentos dos alunos.
Além disso, o professor deve enfocar constantemente que as diferenças nos tornam únicos e que todos têm algo especial a contribuir. A aula deve focar não apenas nos desafios do autismo, mas também nas potencialidades e nas contribuções que essas crianças podem trazer às suas interações diárias. Isso deve ser uma prioridade nas interações, mesmo que algumas vezes possa ser uma tarefa desafiadora.
Por fim, implementar este plano de aula na prática requer flexibilidade. Cada grupo de crianças irá responder de maneira única às atividades e discussões. Portanto, estar aberto a adaptações e mudanças e sempre observar o progresso e a reação dos alunos é essencial. Afinal, a inclusão deve ser uma prática diária, onde todos têm a oportunidade de aprender uns com os outros, promovendo uma cultura de respeito mútuo que se estende além da sala de aula.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
Sugestão 1: Caixa das Emoções
Para a faixa etária de 4 a 5 anos, crie uma “caixa das emoções” com diferentes objetos que representem sentimentos (como um coração para amor, um sorriso para felicidade). As crianças podem retirar um objeto da caixa e compartilhar uma história ou emoção relacionada. O objetivo é encorajar a expressão emocional e a empatia. Materiais: caixa, objetos diversos.
Sugestão 2: Teatro de Fantoches
Utilize fantoches para representar histórias que abordem o autismo ou a diversidade. As crianças podem usar a criatividade para criar suas próprias narrativas e, ao final, contar como cada personagem se sente. Esse formato lúdico ajuda a trabalhar a empatia e o respeito. Materiais: fantoches, cenário.
Sugestão 3: Jogo de Cores de Emoções
Utilizando tinta ou papel colorido, crie um jogo onde cada cor representa uma emoção. As crianças devem escolher cores que correspondem ao que sentem em diferentes situações. Este exercício as ajuda a conectar emoções a cores, visualizando suas experiências internas. Materiais: tintas ou papéis coloridos.
Sugestão 4: Caminhada da Inclusão
Realizar uma caminhada ao ar livre, onde as crianças possam observar a diversidade em sua comunidade e serem incentivadas a discutir o que tornava cada pessoa ou coisa única. A proposta é praticar a observação e valorizar as diferenças. Materiais: folhetos com perguntas guia e cestas para coletar objetos.
Sugestão 5: Museu de Sensações
Crie um “museu” dentro da sala com diferentes estações que permitem às crianças explorar os sentidos (tato, visão, audição). Cada estação pode ter um tema diferente e trabalhar como a diversidade se manifesta por meio dos sentidos. O objetivo é instigar a curiosidade e a exploração. Materiais: diferentes objetos para cada estação (texturas, sons, imagens).
Este plano de aula, rico em atividades lúdicas e reflexões, não somente apresenta o autismo como um tema, mas também ensina a importância do respeito e da empatia nas relações humanas desde a infância. Com uma abordagem sensível e inclusiva, educadores têm a oportunidade de formar não apenas alunos mais conscientes, mas cidadãos prontos para conviver em harmonia em uma sociedade diversa.