“Plano de Aula: Desenvolvimento da Coordenação Motora em Crianças”

A elaboração deste plano de aula tem como objetivo promover uma experiência lúdica e rica para as crianças na faixa etária de 3 anos, focando na coordenação motora e nas interações sociais. Com atividades diversificadas voltadas ao desenvolvimento das habilidades motoras e sociais, buscamos estimular a formação da identidade e a percepção dos outros, fundamentais nesta fase do desenvolvimento infantil. Este plano é uma oportunidade para os educadores explorar as dimensões de “Eu, o outro e nós”, promovendo um ambiente de aprendizado cooperativo e empático.

O trabalho em grupo, a expressão corporal e a comunicação são elementos-chave que permeiam as atividades, possibilitando que as crianças explorem suas próprias capacidades enquanto constroem relacionamentos afetivos e sociais com seus pares. A proposta é que, através de jogos e atividades, as crianças se percebam como parte de um todo, reconhecendo e respeitando as diferenças entre si. A coordenação motora, além de ser fundamental para o desenvolvimento integral, é um recurso que estimula a criatividade e a expressão.

Tema: Eu, o outro e nós – Coordenação Motora
Duração: 4 horas
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 3 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver a coordenação motora e as habilidades sociais das crianças, promovendo empatia, cooperação e comunicação em grupo.

Objetivos Específicos:

– Incentivar a expressão dos sentimentos e ideias através de brincadeiras e atividades motoras.
– Promover a autonomia e a confiança na realização de diferentes movimentos.
– Estimular a valorização do corpo e a respeito pelas características de cada criança.
– Fomentar a empatia e a compreensão das emoções dos outros.
– Integrar atividades que favoreçam a socialização e a cooperação entre as crianças.

Habilidades BNCC:

– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
– (EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos.
– (EI03CG05) Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus interesses e necessidades em situações diversas.
– (EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e outras formas de expressão.

Materiais Necessários:

– Bolas de diferentes tamanhos
– Fitas coloridas
– Tecido ou papel para colagem
– Caixa de som para música
– Materiais para pinturas (tintas, pincéis, papéis)
– Painéis de papelão para criar espaço de jogos

Situações Problema:

– Como podemos nos movimentar juntos sem esbarrar umas nas outras?
– O que acontece quando tentamos criar um jogo novo em grupo?

Contextualização:

A faixa etária de 3 anos é marcada por intensas trocas sociais e descobertas motoras. As crianças, nesta fase, estão começando a explorar seu ambiente e a compreender as interações sociais. Por isso, a escolha de atividades que envolvem movimento e cooperação é essencial. Além disso, o reconhecimento das emoções e a percepção dos sentimentos dos outros são fundamentais para o desenvolvimento de uma convivência harmoniosa. O objetivo é que, através de jogos e dinâmicas lúdicas, as crianças aprendam a se conhecer melhor e a respeitar o espaço e as emoções dos colegas.

Desenvolvimento:

As atividades devem ser desenvolvidas em grupos pequenos, permitindo uma maior atenção a cada criança e um ambiente mais controlado em termos de interação e movimento. O educador deve guiar cada atividade, assegurando que os objetivos sejam alcançados, mas também permitindo que as crianças expressem sua criatividade e iniciativa.

Atividades sugeridas:

Dia 1: Brincadeira da bola
Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e promover interação.
Descrição: As crianças vão se movimentar com uma bola. O educador irá passar a bola e as crianças deverão recebê-la. Pode-se variar a atividade solicitando que as crianças rolem a bola, joguem para um companheiro sem usar as mãos, etc.
Materiais: várias bolas de tamanhos diferentes.
Adaptação: Para crianças que apresentam dificuldades, o educador poderá usar bolas maiores ou mais leves.

Dia 2: Pintura em grupo
Objetivo: Estimular a expressão artística e a colaboração.
Descrição: As crianças vão pintar juntas em um painel colorido, ressaltando a importância de trabalhar em grupo. O educador irá orientar as crianças sobre a mudança de cores e o que podem fazer.
Materiais: tintas, pincéis, papelão.
Adaptação: Crianças com dificuldade motora podem usar esponjas ou os dedos para pintar.

Dia 3: Criando movimentos
Objetivo: Estimular a criatividade e a coordenação motora.
Descrição: Brincadeira em que cada criança vai apresentar um movimento que os outros devem imitar. Após cada apresentação, o grupo discute como se sentiram realizando o movimento.
Materiais: espaço livre para movimentos.
Adaptação: Para alunos mais tímidos, o educador pode permitir que decidam não se apresentar e possam participar apenas assistindo.

Dia 4: Dançando e cantando
Objetivo: Trabalhar a expressão corporal e social.
Descrição: Utilizando uma música animada, as crianças irão criar uma coreografia simples e, ao mesmo tempo, praticar a interação ao se mover em conjunto.
Materiais: caixa de som e músicas infantis.
Adaptação: Para os que têm dificuldades em acompanhar o ritmo, o educador pode sugerir movimentos mais lentos.

Discussão em Grupo:

Após cada atividade, reúna as crianças e converse sobre o que sentiram. Questione sobre como foi participar e se entenderam a importância de trabalhar juntos e respeitar os outros.

Perguntas:

– Como você se sentiu quando brincou com a bola?
– O que você fez para ajudar seu amigo quando ele ficou triste ou se machucou?
– Por que é importante respeitar os movimentos dos outros enquanto brincamos?

Avaliação:

A avaliação deve ser contínua e observar a participação, engajamento e a capacidade de expressão das crianças durante as atividades. O educador pode anotar observações sobre como as crianças interagem, respeitam os colegas e manifestam seus sentimentos.

Encerramento:

Finalizando o plano de aula, é essencial que as crianças compartilhem suas experiências e reflexões. O educador pode estimular que cada criança mencione algo que aprenderam ou que gostaram. Isso reforça a comunicação e o sentido de coletividade.

Dicas:

– Encoraje sempre a comunicação e a troca de experiências entre as crianças.
– Use músicas e ritmos novos para estimular o corpo e a criatividade.
– Mantenha sempre um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças possam explorar livremente.

Texto sobre o tema:

A relação entre o eu, o outro e nós é fundamental na formação da identidade social das crianças. Desde muito cedo, as crianças começam a perceber que vivem em um mundo que não se resume a um único ponto de vista. Elas compreendem que seus sentimentos e desejos são tão válidos quanto os dos outros, e essa percepção é crucial para o desenvolvimento de relações saudáveis e empáticas. A capacidade de reconhecer e validar as emoções e as necessidades alheias é algo que se cultivar com a prática e um ambiente propício ao aprendizado.

A fase de 3 anos é um contexto de intensa exploração e desenvolvimento motor. As brincadeiras e atividades que envolvem movimento não apenas promovem a saúde física, mas também a autoconfiança e a segurança emocional. Neste período, as crianças têm o prazer de experimentarem seu próprio corpo. É quando descobrem suas limitações, mas também suas habilidades, o que é fundamental para o fortalecimento da autoestima e da autonomia.

Ademais, incentivar a criança a expressar-se através do movimento e das interações sociais, ajuda na formação de laços e na construção de um ambiente de respeito e cooperação. Atividades lúdicas que promovem o convívio são essenciais para que crianças desenvolvam suas socializações e aprendam a lidar com as diferenças. Assim, educadores têm um papel fundamental, devendo observar e guiar essas interações de forma que a aprendizagem cooperativa e a empatia sejam sempre reforçadas.

Desdobramentos do plano:

Ao trabalhar com atividades motoras e sociais, o educador abre espaço para diversas oportunidades que vão além do que foi planejado inicialmente. As vivências adquiridas durante as atividades podem propiciar desdobramentos significativos. As crianças podem ser incentivadas a criar novos jogos ou até mesmo adaptar brincadeiras tradicionais, estimulando a criatividade e a capacidade de solucionar problemas. Tais práticas reforçam a sensação de pertencimento ao grupo e a ideia de que cada um pode contribuir ativamente para a construção do conhecimento coletivo.

Além disso, as interações sociais que ocorrem nas atividades podem ser utilizadas como filtro para trabalhar temas que tocam as emoções e a convivência em grupo. Quando surgem desavenças entre as crianças, o educador pode aproveitar essas situações para discussões que ajudarão os pequenos a desenvolverem a empatia e a habilidade de resolução de conflitos. O reconhecimento do outro, tão importante nesse contexto, pode ser reforçado através de debates simples e dinâmicas de roda, onde todos têm um espaço para expressar suas emoções.

Por fim, o feedback oferecido pelas crianças acerca das atividades realizadas, pode servir de guia para que o educador elabore novos planejamentos, sempre respeitando os interesses e as particularidades do grupo. O envolvimento e a escuta ativa reforçam a ideia de que todos são igualmente importantes em sua singularidade. A prática da escuta e a adaptação das atividades às necessidades do grupo farão toda a diferença na eficácia do plano, permitindo que cada criança encontre seu lugar e seu valor dentro da dinâmica do grupo.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o educador esteja sempre atento ao clima emocional da turma durante as atividades. Crianças pequenas têm necessidades emocionais que podem ser delicadas. O acompanhamento deve ser feito de forma gentil e sempre respeitosa. Ao perceber que uma criança está tendo dificuldades para se integrar ou participar, o educador deve intervir de maneira a apoiar a inclusão, não apenas da criança em questão, mas de todos, assegurando que o ambiente permaneça acolhedor e estimulante para todos.

Ainda, o educador deve manter sempre a flexibilidade em seu planejamento. As crianças possuem ritmos diferentes e, por isso, a adaptação das atividades é essencial para respeitar esses tempos. Um dia pode trazer uma energia diferente, um grupo pode estar mais animado ou mais introspectivo. A capacidade do educador de lidar com essas variações e adaptar a atividade em tempo real é um diferencial importante na proposta pedagógica.

As interações entre as crianças, desenvolvidas neste plano de aula, junto à exploração das capacidades motoras, podem resultar em profundas aprendizagens e na promoção de um espaço educativo verdadeiramente democrático e participativo. A educação infantil deve sempre buscar formas de valorizar as singularidades, ao mesmo tempo que constrói um espírito coletivo, ligando o “eu” ao “nós”, e assim, criando um ambiente saudável que propicie o aprendizado e o crescimento mútuo.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Jogo do “Siga o Mestre”
Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e a capacidade de seguir instruções.
Descrição: Uma criança será o “mestre” que irá liderar uma sequência de movimentos (pulando, girando, agachando). As demais devem seguir exatamente.
Faixa etária: 3 anos, com variação dos comandos de acordo com a capacidade de cada um.
Material: Nenhum necessário, apenas espaço livre.
Execução: O educador posiciona e apresenta o jogo, reforçando a importância de cada um ouvir os outros.

2. Circuito de Obstáculos
Objetivo: Trabalhar a coordenação e a percepção de espaço.
Descrição: Montar um circuito com diferentes estações que envolvem deslizar, saltar e equilibrar.
Faixa etária: 3 anos, com adaptações nos obstáculos.
Material: almofadas, cones ou fitas.
Execução: O educador deve demonstrar como utilizar os diferentes obstáculos, incentivando a ajuda entre os colegas.

3. Quebra-cabeça Humano
Objetivo: Desenvolver habilidades de cooperação e respeito ao espaço do outro.
Descrição: Formar duplas e criar uma pose ou movimento que os outros devem imitar.
Faixa etária: 3 anos, podendo envolver pares com características semelhantes.
Material: Nenhum necessário, apenas o espaço.
Execução: O educador orienta o momento de apresentação e assegura que todos tenham a chance de participar.

4. Teatro de Fantoches
Objetivo: Estimular a expressão oral e o respeito pelas falas dos outros.
Descrição: As crianças podem utilizar fantoches para criar histórias, onde elas devem representar diferentes personagens.
Faixa etária: 3 anos, com uso de fantoches leves.
Material: Fantoches de mãos feitas de meias ou papel.
Execução: Orientar as crianças sobre o funcionamento do teatro, reforçando a turnos de fala e o respeito pelo tempo de cada um.

5. Rodas de Conversa
Objetivo: Estimular o diálogo e a escuta ativa.
Descrição: Promover um círculo onde cada criança falará sobre algo que gostaria de compartilhar ou uma experiência vivida na semana.
Faixa etária: 3 anos, adequando o tema à faixa.
Material: Uma bola para passar durante a fala.
Execução: O educador inicia a roda, explicando a dinâmica e como cada um terá seu momento de fala.

Esse conjunto de sugestões lúdicas não apenas serve para desenvolver habilidades significativas, mas também reforça a ideia de comunidade e a importância do outro no cotidiano das crianças. Através do lúdico, as crianças podem explorar, aprender e sentir o valor da interação humana, elementos imprescindíveis para a formação de cidadãos empáticos e conscientes.

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