“Explorando a Literatura de Cordel no Ensino Fundamental”

Este plano de aula tem como meta abordar a estrutura da Literatura de Cordel, destacando sua importância dentro da cultura brasileira. A proposta é que os estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental tenham a oportunidade de conhecer melhor esse gênero literário de forma lúdica e interativa, estimulando a imaginação, a criatividade e a escrita autoral. Com isso, espera-se que os alunos possam refletir sobre suas influências e contribuições para a nossa identidade cultural.

Durante a aula, os estudantes irão explorar não apenas a história e os aspectos formais do cordel, mas também criar suas próprias obras, promovendo um aprendizado ativo. A atividade permitirá que os alunos expressem suas ideias e sentimentos, desenvolvendo habilidades de escrita e leitura de forma engajada e significativa.

Tema: Literatura de Cordel
Duração: 60 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 4º Ano
Faixa Etária: 9 anos

Objetivo Geral:

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Proporcionar aos alunos uma compreensão abrangente sobre a Literatura de Cordel, destacando sua relevância cultural e incentivando a criação autoral por meio de dinâmicas que promovam a escrita e a expressão criativa.

Objetivos Específicos:

1. Compreender a estrutura e as características da Literatura de Cordel.
2. Reconhecer a importância cultural do Cordel na formação da identidade brasileira.
3. Estimular a criatividade dos estudantes através da produção de textos literários.
4. Desenvolver habilidades de leitura e escrita de forma lúdica.

Habilidades BNCC:

(EF04LP01) Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares diretas e contextuais.
(EF04LP06) Identificar em textos e usar na produção textual a concordância entre substantivo ou pronome pessoal e verbo (concordância verbal).
(EF04LP05) Identificar a função na leitura e usar, adequadamente, na escrita ponto final, de interrogação, de exclamação, dois-pontos e travessão em diálogos (discurso direto), vírgula em enumerações e separação de vocativos e apostos.
(EF35LP21) Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF35LP26) Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos e sequências de eventos.

Materiais Necessários:

1. Folhas de papel (branco e colorido).
2. Canetas, lápis de cor e giz de cera.
3. Exemplares de Literatura de Cordel (físicos ou digitais).
4. Quadro branco ou flipchart para anotações.
5. Projetor (opcional).

Situações Problema:

Como a Literatura de Cordel representa a cultura e a identidade de diferentes regiões do Brasil? Quais elementos a tornam especial e com qual impacto esses elementos têm sobre a nossa forma de ver o mundo?

Contextualização:

A Literatura de Cordel é um gênero literário que nasceu na oralidade, sendo amplamente popularizado na região Nordeste do Brasil. Com suas características poéticas e narrativas, o cordel se destaca não apenas pela forma como é escrito, mas também pelo conteúdo que reflete a cultura popular, folclore e crítica social. Durante esta aula, será realizada uma breve apresentação sobre a história e a evolução da Literatura de Cordel, destacando suas principais características e autores.

Desenvolvimento:

Inicie a aula apresentando a origem da Literatura de Cordel, ressaltando a sua relevância cultural. Mostre alguns cordéis clássicos e discuta suas temáticas com a turma. Explique as características dos versos, rimas e estilos utilizados pelos poetas. Em seguida, formem grupos para que os alunos escolham um tema de interesse e comecem sua produção de cordel, incentivando a criatividade na escolha dos personagens, enredos e rimas.

Atividades sugeridas:

1. Leitura e Análise de Cordéis (Duração: 20 minutos)
– Objetivo: Compreender a estrutura do cordel.
– Descrição: Os alunos lerão alguns exemplos de cordéis. O professor deve escolher cordéis conhecidos e acessíveis. Solicite que eles identifiquem elementos como rimas, estrofes e temas abordados.
– Materiais: Cordéis disponíveis fizicamente ou digitalmente.
– Adaptação: Para alunos com dificuldade, pode-se fazer uma leitura em grupo, onde todos participam.

2. Criação do Prólogo e do Cordel (Duração: 30 minutos)
– Objetivo: Produzir um cordel.
– Descrição: Após a leitura, os alunos, em grupos, criarão seu próprio cordel, começando pelo prólago e definindo a estrutura de versos e rimas. Devem também discutir sobre o tema do cordel.
– Materiais: Papel, canetas e lápis.
– Adaptações: Para alunos mais avançados, podem ser incentivados a adicionar ilustrações.

3. Apresentação dos Cordéis (Duração: 10 minutos)
– Objetivo: Praticar a oratória e compartilhar criações.
– Descrição: Cada grupo deverá apresentar seu cordel para a turma, utilizando entonações e expressões faciais. O professor dará dicas para melhorar a performance.
– Materiais: Nenhum específico.
– Adaptação: Grupos que se sentem menos confortáveis podem apresentar por meio de encenações.

Discussão em Grupo:

Ao final das apresentações, promova uma reflexão sobre como os cordéis abordam questões sociais e culturais, e como cada grupo interpretou seu tema. Pergunte aos alunos como se sentiram ao recriar esse gênero literário.

Perguntas:

1. O que é a Literatura de Cordel?
2. Quais os temas mais comuns tratados nos cordéis?
3. Como as histórias contadas no cordel refletem a cultura de um povo?
4. Quais foram os maiores desafios na criação de nosso cordel?

Avaliação:

A avaliação será feita por meio da observação da participação dos alunos na leitura, na criação e na apresentação do cordel. Além disso, o professor também considerará a capacidade dos alunos de trabalhar em grupo e a criatividade manifestada nas produções literárias.

Encerramento:

Finalizar a aula com uma reflexão individual sobre o que aprenderam e como a Literatura de Cordel pode continuar a ser importante na formação da identidade cultural brasileira. O professor pode incentivá-los a levar novos cordéis para a próxima aula ou continuar a leitura em casa.

Dicas:

1. Estimule a pesquisa sobre diferentes autores de cordéis.
2. Utilize recursos audiovisuais para enriquecer a aprendizagem, como vídeos de declamações de cordéis.
3. Promova uma exposição de trabalhos feitos pelos alunos, valorizando suas criações.

Texto sobre o tema:

A Literatura de Cordel é uma expressão cultural rica e diversificada que remonta seus usos à tradição oral dos cordelistas. Utilizando-se de rimas e versos, essa forma de poesia popular se destaca por sua capacidade de contar histórias que refletem as vivências, as tradições e as lutas do povo brasileiro. Os cordéis são, principalmente, produtos da cultura nordestina e têm como características o uso de xilogravuras e a abordagem de temas sociais, políticos e folclóricos. Muitas vezes, esses textos são apresentado em formato de livretos e têm sobrevivido ao longo das gerações, adaptando-se aos novos tempos e às novas linguagens.

O cordel também serve como crítica social, trazendo à tona questões relevantes e permitindo que os autores expressem sua indignação, humor e sabedoria. O ato de “cordelizar” é mais que escrever; é transformar uma realidade em verso e resgatar a oralidade, frequentemente perdida no dia a dia contemporâneo. Portanto, trata-se de um patrimônio cultural que deve ser reconhecido e valorizado, não apenas nas escolas, mas em toda a sociedade, promovendo o acesso, a apreciação e a continuidade dessa arte.

Além de sua função crítica, a Literatura de Cordel também é um instrumento de formação e didática. Seu uso em sala de aula pode ser uma ferramenta poderosa para estimular a leitura e a escrita, permitindo que os alunos se apropriem da linguagem de maneira lúdica e engajada. Por meio do cordel, é possível trabalhar questões linguísticas, como rimas, trocadilhos e estrutura textual, fomentando assim o desenvolvimento de habilidades essenciais para o aprendizado e a construção do conhecimento.

Desdobramentos do plano:

Para além da aula de Literatura de Cordel, pode-se desenvolver um projeto contínuo que incorpore a produção de cordéis ao longo do ano letivo. Este projeto pode envolver a coleta de histórias da comunidade e o diálogo com os moradores locais, buscando as raízes culturais que sustentam a literatura, sempre respeitando as diferentes vozes presentes. Outra possibilidade é integrar as artes visuais, onde os alunos desenhariam as ilustrações que complementariam os cordéis, promovendo uma abordagem interdisciplinar que vincule a literatura à arte.

A produção de cordéis pode ser ampliada para incluir temas como meio ambiente, diversidade cultural e direitos humanos, permitindo que os alunos se tornem não apenas escritores, mas também cidadãos conscientes e críticos de sua realidade. Esse trabalho pode culminar numa feira cultural, onde as criações seriam apresentadas à comunidade escolar, estimulando a valorização do patrimônio cultural e a estreita relação entre a educação e a cultura.

Além disso, ao trabalhar com cordéis, pode-se introduzir discussões sobre a importância da literatura oral e da memória coletiva. Até mesmo realizar rodadas de contação de histórias, onde além de ler os cordéis, se formariam espaços para que outros alunos da escola ou da comunidade contassem suas próprias criações ou as histórias da tradição oral local. Essa prática reforça laços comunitários e engaja os alunos na preservação da cultura local.

Orientações finais sobre o plano:

É fundamental que o professor esteja atento às diferentes dinâmicas de grupo e promova um espaço onde todos os alunos se sintam confortáveis para participar. O uso do cordel pode ser uma maneira enriquecedora de alcançar os objetivos educacionais, mas deve ser feita com sensibilidade e respeito às diversas realidades culturais presentes em sala de aula. Incentivar os alunos a partilhar suas histórias pessoais, suas origens e experiências, engrandece tanto o contexto da literatura como o aprendizado experiencial.

Trabalhar com cordéis não é apenas uma maneira de ensinar sobre um gênero literário; é uma forma de conectar os alunos à cultura popular brasileira e a questioná-los sobre suas próprias identidades e representações. Além disso, o professor pode orientar atividades extracurriculares em que os alunos tenham a oportunidade de estudar autores famosos do cordel, suas obras e suas histórias de vida, proporcionando uma imersão mais profunda e abrangente nesse universo.

Por fim, a prática de trabalhar com Literatura de Cordel deve ser continuada e adaptada de acordo com as necessidades dos alunos, sempre buscando inovar nas abordagens e nas técnicas de ensino. Assim, os estudantes não apenas aprenderão sobre a Literatura de Cordel, mas também se tornarão os futuros contadores de histórias que garantirão a continuidade dessa tradição tão rica e especial.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Criação de um mural de cordéis: Os alunos devem criar e ilustrar cordéis coletivamente, expondo no hall da escola, que pode ser uma forma de apresentar histórias que eles acreditam serem importantes. Isso promoverá o envolvimento comunitário e o contato com a cultura popular.

2. Contação de histórias em grupo: Organizar um dia em que os alunos se revezem contando cordéis ou histórias. Esse formato promove a oralidade e o intercâmbio de experiências, além de desafiar a confiança dos alunos em se apresentarem em público.

3. Oficina de ilustrações em xilogravura: Utilizando técnicas simples de xilogravura, os alunos podem aprender sobre a arte que ilustra os cordéis e criar suas próprias imagens, estimulando o desenvolvimento de habilidades artísticas e expressivas.

4. Teatro de sombras: Os alunos podem adaptar um dos seus cordéis para uma encenação em um teatro de sombras, fortalecendo a compreensão do texto e promovendo colaboração e criatividade durante o ensaio e a apresentação.

5. Jogo dos cordéis: Criar um jogo de cartas onde os alunos devem associar cordéis a personagens, rimas e enredos. Isso estimula a memorização dos conteúdos e proporciona uma forma divertida de aprendizado.

Com essas sugestões lúdicas, o professor pode fomentar um ambiente de aprendizagem dinâmico e criativo, integrando a Literatura de Cordel ao cotidiano dos alunos de forma significativa e envolvente.