“Rabiscando Livremente: Arte e Criatividade na Educação Infantil”

A realização de atividades lúdicas e criativas é fundamental para o desenvolvimento da expressão artística das crianças bem pequenas, especialmente na faixa etária entre 1 ano e 7 meses e 3 anos e 11 meses. O plano de aula para o tema “Rabiscando Livremente” busca estimular a exploração do desenho espontâneo, permitindo que as crianças se expressem através da grafia e do uso de diferentes materiais. Através dessa atividade, as crianças terão a oportunidade de desenvolver habilidades motoras e cognitivas, além de explorarem suas emoções e imaginação.

O momento de rabiscagem livre se torna uma experiência rica em aprendizado e descobertas, já que proporciona um ambiente seguro onde as crianças podem experimentar cores, texturas e formas, ao mesmo tempo em que compartilham e interagem com seus colegas. Ao se permitir criar livremente, as crianças não apenas desenvolvem sua criatividade, mas também constroem uma autoimagem positiva e confiança em sua capacidade de criar.

Tema: Rabiscando Livremente
Duração: 20 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 2 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Proporcionar às crianças a oportunidade de expressar seus sentimentos e ideias por meio da arte do desenho, estimulando a criatividade, a coordenação motora e a socialização durante o processo de criação.

Objetivos Específicos:

1. Estimular o desenvolvimento da coordenação motora fina através do manuseio dos materiais de desenho.
2. Promover a interação social entre as crianças, incentivando o compartilhamento de materiais e ideias.
3. Fomentar a expressão individual e a autoestima ao reconhecer o trabalho de cada um como uma forma única de comunicação.
4. Ajudar as crianças a desenvolverem a percepção visual e o apreço pelas cores e formas.

Habilidades BNCC:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
– (EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
– (EI02CG05) Desenvolver progressivamente as habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
– (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação, explorando cores, texturas e formas ao criar objetos tridimensionais.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
– (EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.

Materiais Necessários:

– Papéis em tamanhos variados (branco, colorido)
– Giz de cera ou lápis de cor
– Tintas e pincéis (não tóxicas e adequadas para a faixa etária)
– Bandejas ou pratos para colocar tinta
– Jornal ou papel de embalagem para proteger o chão

Situações Problema:

– Como podemos usar as cores para expressar o que sentimos?
– O que acontece quando misturamos as cores?

Contextualização:

As crianças, ao rabiscarem livremente, estão participando de um diálogo visual que expressa suas emoções, pensamentos e opiniões. Esta atividade não se trata apenas de manchar o papel; é uma oportunidade de expressão que lhes permite comunicar-se de uma forma única e pessoal. Durante a prática, os pequenos aprenderão a se concentrar em suas obras, enquanto observam a diversidade das suas criações e das criações dos colegas.

Desenvolvimento:

1. Organizar o espaço com mesas ou colchonetes onde as crianças possam se sentar confortavelmente.
2. Distribuir os materiais de desenho (papéis, giz de cera) nas mesas ou colchonetes, permitindo que as crianças escolham o que desejam usar.
3. Explicar que elas podem desenhar o que desejarem, sem regras ou limitações. O importante é se divertir!
4. Enquanto as crianças fazem seus rabiscos, os educadores devem interagir, fazendo perguntas sobre as criações e incentivando a verbalização dos sentimentos relacionados ao que estão criando.
5. Oferecer a bebida e o lanche ao final, criando um momento de socialização nos quais poderão compartilhar o que aprenderam e as experiências vividas durante a atividade.

Atividades sugeridas:

Atividade 1 – Rabiscando com dedos:
Objetivo: Estimular a criatividade e a percepção tátil.
Descrição: Em um dia, as crianças utilizarão tinta com os dedos, em vez de giz de cera.
Instruções: Encha bandejas com tinta lavável e coloque um papel grande no chão. Deixe que as crianças usem as mãos para criar livremente.
Materiais: Tinta lavável, papel grande.
Adaptação: Os cuidados dos professores vão garantir que não haja ingestão de tinta e vão adaptar as orientações conforme o grupo.

Atividade 2 – Colagem colorida:
Objetivo: Desenvolver habilidades manuais e promover a experimentação estética.
Descrição: No segundo dia, usarão papéis coloridos para colar e criar figuras.
Instruções: Corte papéis de várias cores em formas simples (círculos, triângulos) e ofereça cola para que criem suas próprias colagens.
Materiais: Papéis coloridos, tesouras, cola.
Adaptação: Para crianças que ainda não usam tesouras, oferecer formas já cortadas.

Atividade 3 – Desenho coletivo:
Objetivo: Trabalhar a socialização e o trabalho em equipe.
Descrição: No terceiro dia, um grande papel será colocado na mesa. As crianças poderão desenhar juntas.
Instruções: Incentivar a troca de ideias sobre o que desenhar e como.
Materiais: Um grande papel e giz de cera.
Adaptação: Criar subgrupos para que todas consigam participar ativamente.

Atividade 4 – Narrando a historia:
Objetivo: Promover a comunicação oral.
Descrição: Ao final da semana, cada criança irá contar a história de seu desenho.
Instruções: Cada criança deve apresentar seu desenho para os colegas e explicar o que representa.
Materiais: Desenhos produzidos durante a semana.
Adaptação: Apoiadores, como fantoches, podem ser usados para estimular as apresentações.

Discussão em Grupo:

O que vocês mais gostaram de desenhar?
Como se sentiram enquanto desenhavam?
O que seus desenhos representam para vocês?

Perguntas:

– Que cores você usou e por quê?
– O que você estava pensando enquanto desenhava?
– Você gostaria de desenhar algo diferente no futuro?

Avaliação:

A avaliação deve ocorrer de forma contínua, por meio da observação das interações das crianças e do relacionamento delas com os materiais e suas criações. Através desta observação, o educador pode entender o envolvimento, a satisfação e o desenvolvimento das habilidades de cada criança.

Encerramento:

Conclua a atividade ressaltando a importância da expressão através da arte. Com um ambiente enriquecedor, as crianças se sentirão à vontade para continuar explorando suas capacidades criativas e artísticas, não só nesta atividade, mas em muitas outras que virão.

Dicas:

1. Estar presente e atento às necessidades das crianças, oferecendo suporte e incentivo.
2. Propor momentos de pausa e apreciação das obras, permitindo que os pequenos observem e comentem sobre os trabalhos dos colegas.
3. O espaço deve ser limpo e seguro, utilizando coberturas e aventais para manter a experiência agradável.

Texto sobre o tema:

A arte é um meio fundamental de expressão para crianças de todas as idades. No caso das crianças bem pequenas, essa expressão pode ser observada em ações tão simples quanto rabiscados e traços em papéis. O ato de rabiscando livremente permite que as crianças explorem sua imaginação, desenvolvendo não apenas habilidades motoras finas, mas também a capacidade de expressar emoções que ainda estão em formação. Isso é particularmente relevante no desenvolvimento da autoconfiança, pois ao criar, a criança sente-se única e especial, reconhecendo que suas criações têm valor.

Além disso, os rabiscos e desenhos representam um diálogo interno da criança, uma linguagem visual que traz à tona seus sentimentos, experiências, e mesmo a forma como percebem o mundo ao seu redor. A diversidade de traços, formas e cores utilizadas nas atividades de rabiscagem livre serve para solidificar a própria identidade da criança, que pode se ver representada em sua arte. Ao longo desse processo criativo, a socialização se faz essencial, pois ao compartilhar cores, materiais e ideias, as crianças não apenas aprendem a trabalhar em grupo, mas também reconhecem a importância do respeito e da empatia nas relações sociais.

Por fim, a liberdade de rir e brincar enquanto rabiscam serve como uma importante ferramenta pedagógica, que vai além do simples ato de desenhar. Proporcionar momentos de criação artística é permitir que cada criança entre em contato com seu próprio universo pessoal, ao mesmo tempo em que estabelece conexões com os outros. A função da educação infantil, portanto, não deve ser apenas a de ensinar técnicas, mas a de preparar o terreno para que a arte se torne uma parte vivencial e interativa do cotidiano das crianças, permitindo que cada uma desenvolva e expresse suas individualidades em um espaço criativo.

Desdobramentos do plano:

Este plano de aula pode ser expandido para outras técnicas de expressão artística, como a pintura à dedo ou o uso de materiais recicláveis, que podem ser transformados em elementos artísticos. Esses desdobramentos não apenas mantêm a criança engajada, mas também instigam a curiosidade e o desejo de explorar diferentes formas de arte. A continuidade das atividades artísticas pode ser feita em colaboração entre os educadores, organizando exposições dos trabalhos realizados pelos alunos, promovendo assim um espaço de valorização da produção artística da infância.

As saídas de campo ou visitas a museus e galerias de arte podem ser uma excelente maneira de complementar a experiência. Estes momentos permitem que as crianças conheçam obras de diferentes artistas e estilos, enriqueçam seu repertório cultural e também libere sua criatividade a partir das novas referências percebidas. É essencial que a educação artística seja contínua, permitindo que as crianças experimentem e se familiarizem com a diversidade de expressões artísticas.

O envolvimento das famílias nesse processo também deve ser considerado. Incentivar a participação dos pais em atividades de criação artística em casa, assim como a visita a exposições, pode fortalecer laços familiares e contribuir para que a criança perceba sua produção artística como uma forma de se comunicar e ser vista no mundo que a cerca. Famílias atentas e incentivadoras serão essenciais para reforçar o valor das experiências vividas na escola, fazendo com que elas sejam ainda mais significativas.

Orientações finais sobre o plano:

Enfatizar a importância da arte no desenvolvimento da criança é essencial, e por isso, cada educador deve se sentir preparado e confortável em facilitar o aprendizado artístico. As atividades devem ser adaptadas a cada grupo de crianças, levando em consideração suas particularidades e necessidades. Esther G. Sherin, uma renomada especialista em arte no ensino infantil, sugere que a afirmação da importância da expressão estética deve ser pautada na liberdade criativa da criança e na valorização de seu olhar particular sobre o mundo.

Os educadores devem estar sempre atentos ao contexto social e emocional das crianças para facilitar e enriquecer a experiência artística. Cada rabisco deve ser visto como um momento precioso de autoafirmação e descoberta, respeitando o tempo e o processo individual de cada aluno. Além disso, a interação e a comunicação entre os membros da turma são fundamentais, pois é a partir delas que as crianças aprenderão a se relacionar e a respeitar as diferenças entre si.

Finalmente, um ambiente de ensino rico em estímulos visuais, sonoros e textuais pode ajudar a criar um espaço propício para a educação artística. O espaço deve refletir a vitalidade e a diversidade das experiências das crianças, fazendo delas verdadeiros agentes de sua própria aprendizagem. As paredes podem ser adornadas com as obras dos alunos, promovendo a valorização da criação e a construção de um ambiente inspirador, que motive cada criança a explorar e expressar sua visão de mundo de forma livre e autêntica.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Atividade de Cores na Natureza: Levar crianças para um passeio externo ou em um parque. Cada criança deve coletar pequenos elementos naturais (folhas, flores, pedras) para depois colar em um papel e criar uma “paisagem” utilizando as cores recolhidas. O objetivo é que, ao final, cada criança reconheça as cores da natureza e as expresse artisticamente.

2. Pintura com Esponjas: Para crianças que estão começando a explorar as formas e as cores, a pintura com esponjas é uma divertida alternativa. As crianças devem mergulhar as esponjas em tintas diluídas em água e carimbar em papéis em branco, desenhando o que bem entenderem a partir das formas que elas conseguem criar.

3. Teatro de Sombras: Criar um ambiente para brincadeiras de sombras, onde as crianças podem desenhar com luzes e figurantes feitos de papel. Será interessante ver como cada criança se expressa através das sombras, desenvolvendo habilidades de coordenação motora e consciência espacial.

4. Construtores de História: Combine a arte com a narrativa! Crie cenas de histórias e permita que as crianças desenhem em papéis grandes um fragmento de uma história que conhecem. Esse exercício estimulará a palavra e a comunicação, ao mesmo tempo que permite a criação artística.

5. Aventuras com Caixas: Fornecer caixas de papelão ou de produtos recicláveis variados e permitir que as crianças usem sua criatividade para transformá-las em casas, naves espaciais ou qualquer outra coisa que desejarem. Essa atividade estimula a imaginação, coordenação e o uso de materiais alternativos.

Essas sugestões visam aprofundar o aprendizado e manter as crianças engajadas em experiências lúdicas e significativas, enquanto continuam a explorar o universo artístico.


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