Plano de Aula: jOGOS E BRINCADEIRAs (Ensino Fundamental 1) – 5º Ano

A proposta deste plano de aula é promover o ensino de Educação Física adaptada para alunos surdos no 5º ano do Ensino Fundamental por meio de jogos e brincadeiras. A intenção é não só atender às necessidades motoras e sociais dos alunos, mas também desenvolver habilidades essenciais de comunicação e interação em grupo. Este plano de aula será conduzido de forma inclusiva, assegurando que todos os alunos participem ativamente e que suas individualidades sejam respeitadas.

O tema é relevante por proporcionar um ambiente de aprendizagem dinâmico, propício ao desenvolvimento motor e social, além de oferecer momentos de prazer e descontração. Utilizando sinais e recursos visuais, os educadores serão capazes de promover a inclusão efetiva dos alunos surdos, garantindo que a comunicação aconteça de maneira clara e acessível.

Tema: Jogos e Brincadeiras
Duração: 50 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 1
Sub-etapa: 5º Ano
Faixa Etária: 10 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover a inclusão e o desenvolvimento motor e social dos alunos surdos mediante jogos e brincadeiras, favorecendo a comunicação e a interação entre todos os estudantes.

Objetivos Específicos:

1. Estimular a participação ativa de todos os alunos nas atividades propostas.
2. Desenvolver habilidades motoras por meio de jogos de movimento e coordenação.
3. Fomentar o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como forma de comunicação entre alunos ouvintes e surdos.
4. Criar um ambiente acolhedor que respeite e valorize as diferenças individuais.

Habilidades BNCC:

1. (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil, valorizando essa herança cultural.
2. (EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas linguagens, as brincadeiras e a sua importância na preservação cultural.
3. (EF35EF04) Recriar e experimentar jogos populares, adequando-os aos espaços escolares disponíveis.

Materiais Necessários:

– Corda para pular
– Bolas (diferentes tamanhos e tipos)
– Lenços ou fitas para delimitar espaços
– Cartões com instruções de jogos
– Apitos (para sinalização)
– Lousa ou quadro branco para anotações

Situações Problema:

Como criar um ambiente inclusivo onde todos os alunos, independentemente de suas diferenças auditivas, consigam participar ativamente das brincadeiras? Como assegurar a comunicação entre alunos surdos e ouvintes durante a prática de atividades esportivas?

Contextualização:

Em um mundo onde as diferenças devem ser respeitadas e compreendidas, a Educação Física se apresenta como um campo fértil para promover a inclusão. É fundamental que os alunos surdos sejam instigados a envolver-se nas atividades esportivas, criando um espaço onde a comunicação seja facilitada e as habilidades motoras possam ser reforçadas através de práticas adaptadas.

Desenvolvimento:

1. Aquecimento (10 minutos)
– Realizar um aquecimento com exercícios de alongamentos e movimentos articulares, utilizando sinais para que seja entendível por todos.
– Em um ambiente de grande visibilidade, faça com que os alunos sigam movimentos simples, usando a Libras para transmitir instruções.

2. Apresentação dos Jogos (10 minutos)
– Apresente os jogos que serão realizados durante a aula, utilizando demonstrações visuais e apresentação em Libras. Exemplos de jogos incluem “Estátua” com movimento, “Queimada” e “Pega-pega”.
– Explique as regras e os objetivos de cada jogo, assegurando que todos compreendam as instruções.

3. Jogos em Duplas ou Grupos (20 minutos)
– Dividir a turma em pequenos grupos ou duplas, mesclando alunos surdos e ouvintes. Utilize fitas ou lenços para delimitar áreas de jogo.
– Realizar os jogos previamente explicados, garantindo que todos participem ativamente e façam uso da Libras para comunicação.
– Durante os jogos, olhe sempre para os alunos surdos e incentive-os a se comunicarem também com os colegas ouvintes, usando sinais.

4. Resfriamento e Discussão (10 minutos)
– Após a intensa movimentação, comece um momento de reflexão, em que os alunos se sentem em círculo.
– Revise o que aprenderam e a importância de brincar e trabalhar em grupo. Incentive a troca de experiências e sentimentos sobre as atividades realizadas.

Atividades sugeridas:

1. Brincadeira de “Estátua”
Objetivo: Desenvolver controle motor e letramento em Libras.
Descrição: Um aluno é escolhido como “Juan”, que tentará movimentar-se enquanto os demais permanecem parados. Ao ser pego em movimento, o aluno deve sinalizar em Libras o nome de um colega.
Materiais: Nenhum material específico; áreas delimitadas com os lenços.
Adaptação: Se necessário, utilize cartões ilustrativos para que os alunos possam compreender melhor o jogo.

2. Queimada
Objetivo: Estimular a habilidade de coordenação e trabalho em equipe.
Descrição: Um jogo com duas equipes que tentam eliminar os adversários acertando-os com a bola. As regras devem ser comunicadas em Libras.
Materiais: Bolas para que os alunos possam brincar.
Adaptação: Troque as bolas por objetos leves, se necessário.

3. Pega-pega
Objetivo: Trabalhar a agilidade e a comunicação em Libras.
Descrição: Um aluno é escolhido como o “pegador” e deve tocar nos outros colegas. Os alunos devem se mover livremente enquanto tentam não serem tocados.
Materiais: Espaço amplo e sem obstáculos.
Adaptação: Em duas rodadas, faça rodízio entre os alunos surdos e ouvintes para que tenham a experiência de ser tanto o “pegador” quanto a “vítima”.

Discussão em Grupo:

A discussão em grupo sempre é uma ocasião valiosa para refletir sobre o aprendizado. O professor deve fazer perguntas como:
1. Como você se sentiu durante os jogos?
2. Quais foram as dificuldades que enfrentou ao se comunicar em Libras?
3. O que podemos fazer para melhorar ainda mais nossa comunicação em atividades futuras?

Perguntas:

1. Qual foi o jogo que você mais gostou e por quê?
2. Como podemos brincar e respeitar uns aos outros?
3. O que você aprendeu sobre suas habilidades motoras hoje?

Avaliação:

A avaliação deve ser contínua, considerando a participação, o engajamento e a habilidade dos alunos em se comunicarem. Além disso, observe como os alunos surdos se relacionam com os colegas e se utilizam a Libras durante as atividades. Ao final da aula, uma pequena roda de conversa pode ser realizada para que cada aluno compartilhe um pouco de sua experiência.

Encerramento:

Finalize a aula reforçando a importância da inclusão e como cada um traz habilidades e potenciais importantes para o grupo. Encoraje práticas de comunicação respeitosa e aberta, e reforce a ideia de que todos têm um papel essencial nas nossas brincadeiras e jogos.

Dicas:

1. Use sempre gestos e expressões faciais para facilitar a comunicação.
2. Crie um ambiente acolhedor, incentivando a participação e a troca entre alunos ouvintes e surdos.
3. Estimule o uso de materiais visuais para reforçar as instruções em Libras.
4. Planeje dinâmicas que promovam o trabalho em grupo, formando duplas e grupos mistos.

Texto sobre o tema:

Os jogos e brincadeiras são aspectos fundamentais na dificuldade de um aluno surdo, pois têm o potencial de facilitar a comunicação, a socialização e o desenvolvimento motor. Historicamente, o espaço da Educação Física tem sido ainda mais essencial para aqueles que são surdos, pois envolve movimentos corporais que podem transcender barreiras linguísticas. A realização de atividades estruturadas, onde se gera um contexto que propicie a interação entre alunos ouvintes e surdos, deve ser uma prioridade nas práticas pedagógicas.

No contexto educacional, é essencial que se proporcionem experiências em que todos os alunos possam vivenciar a alegria de jugar. Os jogos têm valor não apenas como atividade física, mas também como ferramentas de inclusão que favorecem a socialização, a empatia e a valorização das diferenças. Quando incorporadas a estratégias específicas de comunicação, como a Libras, tornam-se um meio eficaz de inclusão, permitindo que todos os alunos, independentemente de sua condição auditiva, se sintam parte do grupo.

Além disso, os jogos promovem habilidades motoras e cognitivas, essenciais na formação integral dos alunos. Na Educação Física, o ato de brincar é um poderoso instrumento para desenvolver a coordenação, equilíbrio e agilidade, e ajuda a criar laços sociais. Para os estudantes surdos, essa prática é ainda mais significativa, pois à medida que se utilizam de sinais e expressões visuais, todos tornam-se parte ativa da dinâmica. Portanto, o papel educacional deve ser de mediação, permitindo que as interações se realizem de maneira fluida e sem barreiras.

Desdobramentos do plano:

Este plano de aula pode ser expandido para incluir a realização de uma “Semana do Brincar”, onde diversas brincadeiras e jogos de diferentes culturas são explorados. Isso poderá incentivar o interesse dos alunos em aprender sobre as diferenças culturais, promovendo o respeito e a valorização de tradições diversas. Por meio de apresentações e oficinas, cada aluno pode trazer um jogo ou brincadeira de sua cultura familiar, permitindo assim o diálogo sobre a diversidade cultural e sua importância no ambiente escolar.

Outro desdobramento importante é a possibilidade de incluir outros alunos com necessidades especiais, não apenas surdos, mas também aqueles que apresentam deficiências motoras ou intelectuais. Dessa forma, o ambiente estaria cada vez mais propenso à inclusão e ao respeito à diversidade. Com isso, é importante documentar e avaliar a participação de todos, buscando mais do que a inclusão física, mas uma inclusão efetiva nas interações e aprendizagens coletivas e individuais.

Além disso, os próprios alunos poderiam ser convidados a criar novas brincadeiras ou adaptar jogos conhecidos, considerando as habilidades e limitações de cada grupo. Essa atividade estimularia a criatividade, o trabalho em equipe e as habilidades de liderança, preparando os estudantes para serem mais empáticos e conscientes das necessidades dos outros.

Orientações finais sobre o plano:

Ao final deste plano de aula, é imprescindível que os educadores sintam-se motivados a inovar continuamente suas práticas pedagógicas. A educação inclusiva não se trata apenas de adaptar o conteúdo, mas, sobretudo, de compreender e valorizar a singularidade de cada estudante. Com isso, é fundamental sempre buscar estratégias que garantam a participação efetiva de todos nas atividades, criando um ambiente onde a comunicação e a expressão se dão de forma livre e saudável.

O respeito mútuo entre os alunos deve ser uma prioridade constante. O professor deve ser um mediador que estimula o diálogo constante, permitindo que todos os estudantes possam contribuir para a atividade coletiva. Além disso, o profissional deve ser um observador atento às dinâmicas ocorridas entre os alunos, proporcionando sempre um feedback positivo e encorajador, para que todos se sintam valorizados e participantes desse cenário de aprendizado.

Por fim, os educadores devem buscar a formação contínua em Libras e metodologias inclusivas. Isso não só ampliará suas competências profissionais, mas também enriquecerá a experiência de aprendizado dos alunos surdos. Promover um ambiente onde todos aprendem juntos a partir de suas diversidades, sem dúvida, resulta em um aprendizado mais significativo e transformador.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Teatro dos Jogos:
Faixa Etária: A partir de 10 anos.
Objetivo: Criar e apresentar uma pequena peça onde os jogos são dramatizados em Libras e de forma oral.
Materiais: Roupas fantasias e objetos de cena.
Modo de Aplicação: Os alunos devem se organizar em grupos e criar uma mini peça que explique alguns jogos. A apresentação pode ser no final da semana.

2. Caça ao Tesouro Inclusiva:
Faixa Etária: A partir de 10 anos.
Objetivo: Estimular o trabalho em equipe e a comunicação.
Materiais: Cartões com pistas em Libras e escritas.
Modo de Aplicação: Organizar uma caça ao tesouro que misture pistas visuais e sonoras, onde os alunos necessitam colaborar para encontrar o “tesouro”.

3. Criação de Jogos Customizados:
Faixa Etária: A partir de 10 anos.
Objetivo: Fomentar a criatividade e a inclusão através da construção de novas regras de jogos.
Materiais: Materiais recicláveis e fitas adesivas.
Modo de Aplicação: Dividir os alunos em grupos e pedir que inventem um jogo que envolva o uso de sinais e partilha de responsabilidades.

4. Roda de Danças:
Faixa Etária: A partir de 10 anos.
Objetivo: Promover a interação e o aprendizado sobre danças de diferentes culturas.
Materiais: Música e espaço para dançar.
Modo de Aplicação: Apresentar danças de várias culturas e ensina-las na roda, misturando passos simples adequados para todos.

5. Oficina de Comunicação:
Faixa Etária: A partir de 10 anos.
Objetivo: Aprender e praticar a Libras.
Materiais: Cartazes com o alfabeto em Libras.
Modo de Aplicação: Realizar uma oficina onde os alunos podem aprender algumas palavras e frases básicas em Libras, promovendo a prática com o uso dos jogos.

As sugestões lúdicas buscam fazer com que o aprendizado se torne significativo e divertido, promovendo a inclusão e a interação de todos os alunos de forma agradável. É por meio dessas atividades que a educação inclusiva se fortalece e se torna palpável no dia a dia escolar.

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