Plano de Aula: Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos. (Ensino Fundamental 2) – 9º Ano

A educação contemporânea enfrenta desafios significativos, especialmente quando se trata de formar indivíduos críticos e bem informados. Um desses desafios é a crescente disseminação de notícias falsas e a dificuldade dos alunos em discernir informações verídicas das enganosas. O plano de aula que aqui se apresenta tem como foco a análise do campo jornalístico, os interesses que o movem, os efeitos das novas tecnologias e como a informação se torna uma mercadoria. Promover um debate saudável sobre esses textos e suas implicações na sociedade é essencial, pois desenvolve nos estudantes uma postura crítica em relação àquilo que consomem.

No contexto atual, onde as redes sociais desempenham um papel fundamental na circulação de informações, é crucial que os estudantes aprendam a discernir informações confiáveis de fontes duvidosas. Este plano de aula, voltado para o 9º ano do Ensino Fundamental II, busca promover uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos, explorando a relação entre a tecnologia e o verdadeiro sentido da informação. O objetivo é instigar debate sobre a importância da verificação de fatos e evidenciar as repercussões das fake news na nossa sociedade.

Tema: Análise crítica do campo jornalístico e suas relações com as novas tecnologias e informações enganosas.
Duração: 100 minutos.
Etapa: Ensino Fundamental 2.
Sub-etapa: 9º Ano.
Faixa Etária: 15 anos.

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos, abordando os efeitos das novas tecnologias e a mercantilização da informação, bem como formando cidadãos mais conscientes e informados.

Objetivos Específicos:

– Analisar a disseminação de notícias falsas e suas consequências sociais.
– Identificar as características que tornam uma informação uma mercadoria no contexto da comunicação.
– Promover a reflexão e o debate entre os alunos sobre as práticas jornalísticas contemporâneas.

Habilidades BNCC:

– (EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.
– (EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las.

Materiais Necessários:

– Acesso à internet (computadores ou tablets).
– Projetor e tela.
– Materiais de escrita (cadernos, canetas).
– Exemplos de notícias verdadeiras e falsas (impressos ou digitais).
– Espaço para debates (sala de aula em formato circular é ideal).

Situações Problema:

– Como identificar uma fonte de informação confiável?
– Quais as repercussões sociais da disseminação de fake news?
– Em que medida as novas tecnologias impactam a forma como consumimos informação?

Contextualização:

A mídia contemporânea é marcada pela velocidade com que as informações circulam, dentro de um novo contexto digital onde a veracidade e a confiabilidade são frequentemente desafiadas. O impacto das redes sociais na disseminação de informações, inclusive aquelas que não são verdadeiras, traz à tona a necessidade de educar os jovens de forma crítica e responsável. Portanto, é essencial que os alunos se tornem consumidores conscientes de mídia e saibam diferenciar o que é informação confiável e o que é uma tentativa de manipulação.

Desenvolvimento:

1. Introdução ao tema: O professor inicia a aula apresentando um panorama sobre o que são notícias falsas e a importância de discutir sua repercussão na sociedade. Utilizar um vídeo curto que exemplifique a rápida disseminação de fake news pode ser um bom início.

2. Discussão em grupo: Formar pequenos grupos e pedir que discutam as diferenças entre um jornalismo de qualidade e fake news. Cada grupo deverá listar características que ajudem a identificar notícias falsas.

3. Análise de fontes: Em seguida, os alunos serão convidados a pesquisar on-line, por meio de uma lista de sites confiáveis e ferramentas de verificação de fatos. A tarefa consiste em avaliar uma série de notícias, classificando-as em “verdadeiras” ou “falsas”.

4. Apresentação dos resultados: Cada grupo apresentará suas descobertas para a turma, expondo as razões pelas quais consideram as notícias verdadeiras ou falsas e levantando questões sobre a origem da informação.

Atividades sugeridas:

1. Atividade de Pesquisa (60 minutos): Os alunos devem buscar por uma notícia falsa que tenha circulado nas redes sociais nos últimos tempos. Eles deverão apresentar um breve resumo, explicando a origem da notícia, como e onde a encontraram, qual foi sua repercussão e que impacto causou na sociedade.

Objetivo: Desenvolver habilidades de pesquisa crítica e análise de fontes.
Materiais: Acesso à internet, cadernos e canetas.
Adaptação: Para alunos com dificuldades de leitura, o professor pode selecionar algumas notícias previamente e discutir em sala.

2. Debate (40 minutos): Com o auxílio do professor, os alunos devem debater sobre “Os impactos sociais das fake news”. O professor pode mediar a conversa, proporcionando espaço para cada aluno expor suas ideias e argumentos.

Objetivo: Fortalecer a habilidade de argumentação e exposição de ideias.
Materiais: Quadro com as regras de argumentação respeitosa.
Adaptação: Fornecer fichas com frases de apoio para alunos que têm dificuldades em falar em público.

3. Produção de Texto (45 minutos): Os alunos devem escrever um breve artigo de opinião sobre a importância de verificar notícias antes de compartilhá-las. Estimular a utilização de argumentos e exemplos da discussão anterior.

Objetivo: Estimular a escrita argumentativa e a construção de opinião embasada.
Materiais: Lápis e papel ou computador para digitação.
Adaptação: Para alunos com dificuldades na escrita, permitir que façam uma gravação de voz em vez de escrever.

4. Criação de um Cartaz (45 minutos): Após o debate, os alunos podem criar cartazes que informem seus colegas sobre como identificar notícias falsas e as consequências de sua disseminação.

Objetivo: Criar materiais informativos que promovam a conscientização sobre o tema.
Materiais: Papel, canetas, materiais de arte, acesso a impressoras se possível.
Adaptação: Para alunos com dificuldades motoras, permitir a utilização de recursos digitais para criar os cartazes.

Discussão em Grupo:

Durante a aula, o professor pode promover momentos específicos de discussão, como:
– Quais estratégias podem ser utilizadas para verificar uma notícia?
– Como as mídias sociais alteraram nosso consumo de informação?
– Por que alguns indivíduos compartilham notícias falsas, mesmo sabendo que são falsas?

Perguntas:

– O que caracteriza uma fake news?
– Quais as repercussões que você acredita que as fake news trazem para a sociedade?
– Como você se certifica de que uma informação é confiável antes de compartilhar?

Avaliação:

A avaliação será contínua e deverá considerar a participação nos debates, a entrega das atividades propostas e a qualidade dos textos produzidos, levando em conta a argumentação e a clareza de ideias.

Encerramento:

Finalizar a aula com uma reflexão sobre a importância do papel de cada cidadão em um ambiente informativo. Destacar que ter um olhar crítico sobre as informações é essencial não apenas para si, mas para a comunidade em geral. Além disso, encorajar os alunos a se manterem informados e a praticarem a verificação de fatos sempre que encontrarem uma nova informação.

Dicas:

– Incentive os alunos a criar grupos de discussão fora da sala de aula sobre as notícias que estão circulando nas redes sociais.
– Sugira que estabeleçam um “dia da verificação” a cada semana, em que se reúnem para analisar uma notícia que gerou polêmica.
– Incentive o uso de aplicativos de verificação de fatos em seus telefones para que estejam sempre atualizados.

Texto sobre o tema:

O jornalismo, como prática social e cultural, tem um papel fundamental na formação da opinião pública e na construção de narrativas que moldam a compreensão social sobre o mundo. A inundação de informação proporcionada pelas novas tecnologias, especialmente pelas redes sociais, tem transformado como consumimos, lemos e compreendemos a informação. O fenômeno das notícias falsas, ou fake news, surge nesse contexto como um desafio significativo. Esses conteúdos enganosos não apenas desinformam, mas também manipulam e influenciam a percepção pública, levando a consequências jurídicas, sociais e políticas.

Entender o papel da tecnologia e seus efeitos na comunicação é crucial. As redes sociais, por sua natureza viral, aceleram a circulação de informações, e é exatamente essa velocidade que pode favorecer a difusão de conteúdos não verificados. Enquanto os veículos tradicionais de comunicação, como jornais e revistas, têm um certo rigor editorial, as plataformas digitais permitem que qualquer pessoa se torne um emissor de notícias, independentemente da veracidade do que compartilha. Essa democratização da informação pode ser vista sob duas óticas: positiva, por democratizar a liberdade de expressão, e negativa, por dar espaço a boatos e desinformação.

Desenvolver a habilidade de discriminar informações é, portanto, essencial no mundo de hoje. Os jovens devem ser preparados para navegar por esse mar de dados com um olhar crítico, questionando a origem da informação, sua veracidade e as intenções por trás de cada mensagem. O ensino de estratégias de verificação é uma resposta necessária para formar cidadãos ativos e informados, capazes de resistir a manipulações e de contribuir para uma sociedade mais bem informada e justa.

Desdobramentos do plano:

Este plano pode ser expandido em múltiplas direções, além do enfoque nas fake news. Por exemplo, o aluno pode ser levado a explorar os interesses econômicos e políticos que permeiam o jornalismo. Questões sobre como os interesses corporativos podem influenciar a cobertura jornalística são extremamente relevantes e podem levar a discussões sobre independência e ética na mídia. Isso também pode levar a uma análise comparativa entre diferentes meios de comunicação: por exemplo, a diferença entre veículos de comunicação tradicionais e novas plataformas digitais.

Além disso, há a oportunidade de trabalhar com a linguística do discurso jornalístico. A maneira como as notícias são formuladas, e a escolha de palavras podem influenciar a percepção da informação. Um projeto complementar poderia envolver a análise de editoriais, tomando como base a formação de opinião, a argumentação e o uso de recursos persuasivos na construção de narrativas, permitindo que os alunos pratiquem a produção de seus próprios textos opinativos. Essa prática não só solidifica a escrita mas também desenvolve a capacidade crítica sobre o que leem e consomem.

Ainda mais, o planejamento de uma campanha de conscientização dentro da escola pode ser uma atividade interessante para que os alunos exercitem a aplicação prática do que aprenderam. Criar eventos que educam outros alunos sobre a importância da verificação da informação e do papel das fake news na sociedade é uma forma produtiva de envolver os estudantes e promover sua responsabilidade social. Isso pode incluir a criação de uma página de mídia social informativa ou a realização de workshops que convidem alunos a discutir e explorar suas percepções sobre a mídia na atualidade.

Orientações finais sobre o plano:

Ao trabalhar com o tema das fake news e o papel da informação na sociedade, é fundamental enfatizar que o objetivo é formar alunos críticos, que não aceitam a informação de forma passiva. As discussões em grupo e as atividades práticas devem sempre ser mediadas pelo professor, garantindo um espaço seguro e respeitoso para que todos possam se expressar e argumentar.

Além disso, é essencial lembrar que cada aluno possui uma visão de mundo única, influenciada por sua vivência e contexto. Portanto, o respeito pelas opiniões divergentes é crucial. Essa experiência educacional não enfoca apenas a análise crítica, mas também o desenvolvimento de um diálogo respeitoso, fundamentado no reconhecimento das diferenças. Os alunos devem ser incentivados a ver a informação como um bem coletivo, uma ferramenta que pode empoderá-los, mas que também requer responsabilidade e ética ao serem consumidos e compartilhados.

Por fim, a proposta se apoia na interatividade e no exercício do pensamento crítico. Incentivar os alunos a questionar e refletir sobre o que veem e ouvem é fundamental para que se tornem cidadãos ativos, que não apenas consomem informações, mas que também participam de sua formação. Formar jovens que compreendam a importância da verificação de fatos não é apenas um objetivo educacional, mas uma necessidade para garantir a democracia e a justiça social em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

1. Caça ao Tesouro Virtual: Criar um jogo onde os alunos precisam encontrar notícias falsas na internet, identificá-las e explicar porque são falsas. Brincando, eles aprenderão a investigar e analisar informações criticamente.

Objetivo: Desenvolver habilidades de pesquisa crítica.
Materiais: Acesso à internet, dispositivos para pesquisa.
Faixa Etária: A partir dos 15 anos.

2. Teatro de Fatos: Os alunos formam grupos e devem dramatizar diferentes cenários onde fake news geram consequências. Isso pode incluir situações cotidianas, como grupos de WhatsApp ou redes sociais.

Objetivo: Compreender a importância da verificação da informação.
Materiais: Roupas e adereços simples para encenar.
Faixa Etária: A partir dos 15 anos.

3. Jogo da Verificação: Elaborar um jogo de tabuleiro onde os jogadores devem vencer desafios, coletando cartas com informações e verificando sua veracidade.

Objetivo: Aprender sobre fontes de informação confiáveis.
Materiais: Criar tabuleiro e cartas.
Faixa Etária: A partir dos 15 anos.

4. Quiz sobre Fake News: Realizar um quiz interativo utilizando aplicativos como Kahoot ou Quizizz, onde os alunos terão que responder perguntas sobre identificação de notícias verdadeiras e falsas.

Objetivo: Familiarização com diferentes tipos de informações.
Materiais: Acesso a dispositivos com internet.
Faixa Etária: A partir dos 15 anos.

5. Desenhando a Informação: Pedir aos alunos que desenhem ou façam cartazes informativos sobre a diferença entre notícias falsas e verdadeiras, utilizando exemplos que discutiram na aula.

Objetivo: Trabalhar a criatividade e consolidar o aprendizado.
Materiais: Papel, cores, tesouras e colas.
Faixa Etária: A partir dos 15 anos.

Este plano de aula visa garantir que os alunos não apenas absorvam informação, mas possam questioná-la, contextualizá-la e, acima de tudo, fazer parte de um diálogo sempre crescente no panorama informativo atual.

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