Plano de Aula: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS (Ensino Fundamental 2) – 6º Ano

A contação de histórias é uma prática fundamental no desenvolvimento da oralidade, na estimular a criatividade e nas habilidades de comunicação dos alunos. Ao longo das aulas, a valorização da narrativa oral permite que os estudantes não apenas escutem histórias, mas também participem ativamente no processo de contação, contribuindo com suas próprias narrativas. Este plano de aula, voltado para o 6º ano do Ensino Fundamental II, propõe um conjunto de atividades que levou em consideração as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as habilidades específicas que os alunos devem desenvolver nessa etapa.

Esta atividade não se limita apenas à audição de histórias, mas envolve uma série de práticas que incentivam a interação dos alunos com a narrativa, promovendo o desenvolvimento da criatividade, do pensamento crítico e da capacidade de se expressar em público. Durante a contação de histórias, os alunos terão a oportunidade de explorar diferentes gêneros textuais e a construção de personagens, além de praticar a escuta e a produção verbal, tudo isso em um ambiente que valoriza o conhecimento coletivo e o respeito à diversidade cultural.

Tema: Contação de Histórias
Duração: 60 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 6º Ano
Faixa Etária: 9 a 12 anos

Objetivo Geral:

Planejamentos de Aula BNCC Infantil e Fundamental

Promover o desenvolvimento das habilidades de oralidade, criatividade e comunicação dos alunos por meio da prática de contação de histórias, incentivando a troca de experiências e a valorização de diferentes culturas e narrativas.

Objetivos Específicos:

1. Proporcionar um espaço para que os alunos compartilhem suas próprias histórias e experiências.
2. Incentivar a criatividade dos estudantes na criação de enredos e personagens.
3. Desenvolver habilidades de escuta ativa durante a contação das histórias pelos colegas.
4. Analisar e discutir diferentes narrativas e seus significados.
5. Trabalhar a construção de textos orais, incentivando a organização das ideias.

Habilidades BNCC:

– (EF06LP30) Criar narrativas ficcionais, observando os elementos da estrutura narrativa.
– (EF06LP23) Respeitar os turnos de fala em discussões e conversações.
– (EF06LP11) Utilizar conhecimentos linguísticos e gramaticais ao produzir texto.
– (EF06LP12) Utilizar recursos de coesão referencial e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.

Materiais Necessários:

– Livros de histórias, contos ou lendas
– Papel e canetas coloridas
– Gravador ou aparelho de som (opcional)
– Projetor (se necessário para apresentação de imagens)
– Materiais para ilustração (como papel, lápis de cor, etc.)

Situações Problema:

1. Como as histórias orais diferem das escritas?
2. O que faz uma boa história?
3. Como podemos tornar nossas histórias mais envolventes?

Contextualização:

A prática da contação de histórias é uma das formas mais antigas de comunicação. Desde os primórdios da civilização, o ser humano tem utilizado narrativas para passar conhecimento, cultura e experiências de geração em geração. No Brasil, a contação de histórias é também um importante meio de valorização das diversas culturas que compõem o nosso povo. Assim, na aula de hoje, os alunos serão incentivados a explorar esse mundo mágico das narrativas.

Desenvolvimento:

1. Introdução (15 minutos)
A aula começa com uma breve conversa sobre a importância das histórias. O professor pode questionar os alunos sobre quais histórias eles conhecem ou quais são suas favoritas. A ideia é fazer uma roda de conversa onde todos podem contribuir. O professor pode também contar uma história curta para exemplificar.

2. Atividade de Escuta Ativa (10 minutos)
O professor lerá uma história de um livro ou conto. Durante a leitura, os alunos devem prestar atenção aos detalhes, principalmente aos nomes dos personagens, locais e eventos principais da narrativa.

3. Criação de Histórias (20 minutos)
Após a leitura, os alunos serão divididos em pequenos grupos. Cada grupo deverá criar uma história original, desenvolvendo personagens, enredos e cenários. Eles podem fazer um esboço da história no papel e, se desejarem, criar ilustrações.

4. Contação de Histórias (15 minutos)
Cada grupo terá 2 a 3 minutos para contar a sua história para a turma. Incentivá-los a utilizar expressões faciais, gestos e entonação vocal ajudará a tornar a contação mais atraente.

Atividades sugeridas:

Atividade 1: Criação de Personagens
– Objetivo: Desenvolver a habilidade de construção de personagens.
– Descrição: Após a leitura de uma história, os alunos terão que criar o seu próprio personagem, definindo suas características, como aparência, personalidade e história pregressa.
– Materiais: Papel e canetas coloridas.
– Adaptação: Alunos com dificuldades podem desenhar seu personagem ao invés de escrever.

Atividade 2: Jogo das Palavras
– Objetivo: Melhorar o vocabulário e incentivar a criatividades.
– Descrição: O professor escolherá uma palavra. Os alunos devem criar frases ou pequenas histórias que incluam essa palavra.
– Materiais: Quadro branco e marcadores.
– Adaptação: Alunos que têm dificuldades podem trabalhar em dupla.

Atividade 3: Pequenos Contadores
– Objetivo: Praticar a oratória e a escuta ativa.
– Descrição: Os alunos, em pequenos grupos, contarão histórias uns para os outros, criando uma sequência como um “telefone sem fio”, onde a última pessoa conta o que entendeu.
– Materiais: Nenhum.
– Adaptação: Para facilitar o entendimento, os alunos podem usar objetos de suporte.

Atividade 4: Resumo e Crítica
– Objetivo: Desenvolver a capacidade de síntese e crítica.
– Descrição: Após a contação das histórias, cada aluno deve escrever um pequeno resumo do que ouviu e sua opinião.
– Materiais: Papel e caneta.
– Adaptação: Alunos com dificuldades podem utilizar gráficos ou desenhos para expressar suas opiniões.

Atividade 5: Recontando por Imagens
– Objetivo: Explorar a narrativa visual.
– Descrição: Os alunos devem criar uma sequência de imagens que representam a história que leram ou contaram.
– Materiais: Papel, lápis de cor ou tinta.
– Adaptação: Os alunos podem usar colagens ou recortes de revistas.

Discussão em Grupo:

– O que as histórias que contamos têm em comum?
– Como diferentes culturas influenciam as narrativas que conhecemos?
– Qual foi a história mais impactante que você ouviu hoje e por quê?

Perguntas:

1. Qual é a importância da oralidade na cultura?
2. Como as histórias podem mudar de acordo com quem as conta?
3. Que emoções você sentiu durante a contação das histórias?

Avaliação:

A avaliação será feita por meio da observação da participação dos alunos nas atividades propostas, na qualidade das histórias contadas e na capacidade de interagir e respeitar os colegas durante a atividade. Os alunos também podem ser avaliados com base no resumo e crítica feitos ao final da aula.

Encerramento:

Para finalizar a aula, o professor pode fazer um retorno sobre a importância das histórias e da prática da contação na construção da identidade cultural. Pode-se deixar, também, um espaço para que os alunos compartilhem suas experiências e aprendizados da aula, enfatizando a importância de continuar explorando o mundo das histórias.

Dicas:

– Incentivar a leitura frequente em casa e o compartilhamento de histórias.
– Propor a criação de um “clube da história” onde grupos de alunos possam se encontrar para contar e ouvir histórias.
– Estimular a utilização de recursos multimídia, como vídeos ou podcasts de histórias, para enriquecer a experiência de algumas atividades.

Texto sobre o tema:

A contação de histórias é uma arte que permeia a história da humanidade, funcionando como um dos principais meios de transmissão de conhecimentos, valores e tradições. Narrativas orais têm o poder de transportar os ouvintes para outros mundos, permitindo que imaginem realidades distantes através das palavras. Ao longo dos séculos, a tradição da contação de histórias se enriqueceu com as influências de diversas culturas, tornando-se um importante veículo de expressão da identidade cultural. No Brasil, essa prática se diversificou, incorporando elementos da cultura indígena, africana e europeia, criando uma rica tapeçaria de narrativas que refletem a pluralidade de nosso povo.

Ao compartilhar histórias, não apenas se preserva a cultura, como também se desenvolve habilidades fundamentais para o aprendizado, como a escuta ativa e a capacidade de se expressar. A contação de histórias estimula a empatia, pois ao contá-las e ouvi-las, os indivíduos se conectam emocionalmente com experiências e valores que não são os seus. Essa prática colabora para a formação de um público mais crítico e sensível ao que se passa ao seu redor, capacitando os jovens a se tornarem não apenas ouvintes, mas contadores de suas próprias histórias.

Na sala de aula, a contação de histórias pode servir como um excelente recurso pedagógico. Ao integrar a literatura com práticas de oralidade, os educadores podem criar um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo, onde a voz e a experiência de cada aluno são valorizadas. O ato de contar e ouvir histórias também promove o senso de comunidade e pertencimento, fundamentais para o desenvolvimento social e emocional dos estudantes. Assim, a prática da contação de histórias não só tem um valor educativo intrínseco, mas também cumpre um papel social e cultural essencial na formação do cidadão.

Desdobramentos do plano:

Diversas são as possibilidades de desdobramentos que podem surgir a partir desse plano de aula de contação de histórias. Uma alternativa é a realização de um sarau cultural, onde os alunos poderão se apresentar para a comunidade escolar, contanto não apenas as histórias que criaram, mas também figurando em suas narrativas como personagens da cultura local. Este evento pode ser uma ótima oportunidade para integrar pais e familiares, incentivando assim a valorização da oralidade em diferentes contextos.

Adicionalmente, é possível incentivar a leitura coletiva de clássicos da literatura, onde o professor também atuará como contador de histórias, introduzindo os alunos a grandes obras da literatura infantil e juvenil. Isso ajudará a desenvolver o gosto pela leitura e a reflexão crítica sobre as narrativas, bem como sobre as diferentes formas de contar uma mesma história. Ao explorar livros diversos, os alunos poderão comparar estilos e formatos, discutindo as diferentes perspectivas que as narrativas oferecem.

Por fim, criar um projeto contínuo onde os alunos tenham a função de documentar as histórias oralmente contadas pela comunidade pode ser enriquecedor. Os alunos poderão entrevistar pessoas mais velhas, familiares e vizinhos, coletando as histórias e traduzindo-as para uma forma escrita ou digital. Este projeto de coleta de histórias orais além de valorizar a tradição da contação de histórias, instigará uma apreciação pelo patrimônio cultural local e proporcionará aos alunos um senso de pertencimento à sua comunidade.

Orientações finais sobre o plano:

Ao final do plano de aula sobre contação de histórias, é importante que o professor reflita sobre a eficácia das práticas realizadas. Promover um ambiente em que os alunos se sintam confortáveis e encorajados a compartilhar pode ser um desafio, mas é fundamental para garantir que todos participem ativamente. Para isso, é conveniente transformar o espaço de aula em um local de acolhimento, onde cada história contada é acolhida com respeito e apreço.

Outro ponto importante é o incentivo à diversidade cultural nas narrativas. O professor pode promover discussões sobre as diferentes origens e culturas das histórias contadas, utilizando esse espaço como uma oportunidade não só para abordar a literatura, mas também para tratar de questões sociais, étnicas e identitárias. Incentivar a elaboração de narrativas que reflitam a diversidade dos alunos pode abrir caminhos para a inclusão e o respeito ao outro.

Por último, o professor deve estar atento às dificuldades e progressos dos alunos, facilitando acessibilidade, e oferecendo suporte extra àqueles que precisam. A prática da contação de histórias deve ser vista como uma ferramenta flexível e dinâmica que pode ser adaptada às necessidades dos alunos, sempre com o objetivo de criar um ambiente de aprendizado colaborativo e criativo. A troca de experiências e saberes é o que transforma a sala de aula em um lugar de aprendizagem significativa, onde cada aluno é parte da construção de uma narrativa coletiva.

5 Sugestões lúdicas sobre este tema:

Sugestão 1: A Roda das Histórias
Objetivo: Incentivar a criatividade coletiva.
Descrição: Os alunos se sentam em roda e, um a um, narram um trecho de uma história, a cada rodada construindo um novo elemento da narrativa.
Materiais: Espaço livre e imaginário.
Faixa Etária: Adaptável a diferentes idades.

Sugestão 2: Criando uma História em Quadrinhos
Objetivo: Visualizar a narrativa.
Descrição: Os alunos desenharão um personagem e criarão uma história em quadrinhos a partir da narrativa que elaboraram.
Materiais: Papel, lápis e canetinhas.
Faixa Etária: 9 a 12 anos.

Sugestão 3: Teatro de Sombras
Objetivo: Integrar artes cênicas com contação.
Descrição: Os alunos criarão fantoches de papel e utilizarão um projetor para contar uma história por meio de sombras.
Materiais: Papel, projetor e cola.
Faixa Etária: 10 anos e acima.

Sugestão 4: Jogo do Detetive
Objetivo: Estimular a memória e atenção.
Descrição: Os alunos ouvirão uma história e terão que lembrar de detalhes para resolver um mistério.
Materiais: Histórias e enigmas criados pelo professor.
Faixa Etária: Todas as idades.

Sugestão 5: Narrativa em Vinhetas
Objetivo: Trabalhar a mensagem da história.
Descrição: Os alunos devem criar uma narrativa visual dividida em vinhetas que retratem a moral de histórias conhecidas.
Materiais: Papel, canetas ou outros materiais de arte.
Faixa Etária: 9 a 12 anos.

Ao longo do plano de aula, a contação de histórias se revela um poderoso recurso pedagógico que não apenas entretém, mas também forma cidadãos críticos e criativos. Assim, engajar os alunos nesse universo narrativo é fundamental para o desenvolvimento de suas habilidades de comunicação e expressão.

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