Plano de Aula: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS (Ensino Fundamental 2) – 8º Ano
A contação de histórias tem um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem, atuando como uma poderosa ferramenta de comunicação e expressão. Esta prática não apenas desenvolve a oralidade e a expressão artística, mas também favorece a construção de valores, empatia e socialização. A proposta deste plano de aula, focada no 8º ano do Ensino Fundamental, é proporcionar uma experiência rica e lúdica com a contação de histórias, estimulando a criatividade dos alunos e promovendo a interculturalidade.
A contação de histórias pode ser utilizada como um recurso didático que integra diversas disciplinas e pode ser adaptada para diferentes contextos e faixas etárias. Através da narrativa, os estudantes podem explorar a linguagem de forma criativa, refletir sobre a cultura e desenvolver habilidades de escuta e atenção. O plano de aula a seguir está estruturado para promover a interação entre os estudantes, além de possibilitar um ambiente lúdico e acolhedor para a prática de contação e dramatização.
Tema: Contação de Histórias
Duração: 60 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 8º Ano
Faixa Etária: 9 a 12 anos
Objetivo Geral:
Desenvolver a habilidade de contação de histórias nos alunos, promovendo a linguagem oral, a criatividade, o trabalho em equipe e a capacidade de escuta ativa, além de sensibilizar os estudantes para a importância da narrativa na cultura.
Objetivos Específicos:
– Promover a expressão oral e a autoconfiança dos alunos durante a contação de histórias.
– Estimular a criatividade por meio de atividades lúdicas como dramatizações e jogos de integração.
– Desenvolver a empatia e a sensibilização cultural através da troca de histórias de diferentes origens.
– Analisar e recriar narrativas, explorando a construção de personagens e enredos.
Habilidades BNCC:
(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação.
(EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de modificadores (adjuntos adnominais – artigos definido ou indefinido, adjetivos, expressões adjetivas) em substantivos com função de sujeito ou de complemento verbal, usando-os para enriquecer seus próprios textos.
(EF08LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos.
Materiais Necessários:
– Livros de histórias (fábulas, contos, mitos).
– Fichas ou papéis em branco para anotações.
– Materiais de arte (canetas, lápis coloridos, papel kraft para cartazes).
– Recursos audiovisuais (opcional, como computador ou projetor).
– Objetos cênicos (máscaras, acessórios, personagens de papel) para dramatização.
Situações Problema:
– Como podemos transformar uma história simples em uma apresentação cativante?
– O que é mais importante em uma narrativa: a trama ou os personagens?
Contextualização:
A contação de histórias é uma prática presente em diversas culturas ao redor do mundo, funcionando como um meio de transmitir conhecimento, valores e culturas. Através das narrativas, os alunos poderão entender não apenas a estrutura de uma história, mas também o impacto que estas possuem na construção da identidade cultural. As histórias que contamos podem refletir nossos próprios desafios, desejos e aspirações, sendo assim uma oportunidade de autoconhecimento e desenvolvimento da empatia.
Desenvolvimento:
1. Introdução (10 minutos): Reunir os alunos em círculo e apresentar a proposta da aula. Falar sobre a importância da contação de histórias e como ela pode ser uma forma de se conectar com os outros. Discutir exemplos de histórias que marcaram a infância de cada aluno e como elas podem influenciar a nossa forma de pensar e sentir.
2. Exposição e Análise (15 minutos): Escolher um conto ou fábula e realizar a leitura em voz alta, incentivando que os alunos façam anotações sobre a estrutura da história (início, desenvolvimento, clímax e desfecho) e os personagens. Em seguida, abrir um espaço para a discussão sobre a moral da história e a importância dos personagens.
3. Atividade de Criação (20 minutos): Dividir a turma em grupos e propor que cada grupo crie uma breve história a partir de um tema fornecido pelo professor. Orientá-los a pensar sobre os personagens, o cenário e a mensagem que desejam transmitir. Uma vez que as histórias estejam escritas, cada grupo deve ensaiar uma apresentação, pensando em como poderão dramatizá-la.
4. Apresentação das Histórias (15 minutos): Cada grupo terá um tempo estipulado (2 a 3 minutos) para apresentar sua história para a turma. Incentivar o uso de objetos cênicos e a criatividade na interpretação, podendo usar acessórios simples que ajudem a contar a história de forma envolvente.
Atividades sugeridas:
1. Contação de Fábulas: Os alunos devem se dividir em grupos. Cada grupo escolhe uma fábula conhecida e a reconta com sua interpretação. A atividade promove o desenvolvimento da oralidade e criatividade.
2. Criação de Personagens: Após uma leitura, os estudantes deverão criar novos personagens para a história, desenhando e descrevendo suas características e motivação.
3. Jogo dos Modificadores: Os alunos devem, em duplas, escrever duas ou três frases sobre uma história e, em seguida, trocar frases e adicionar modificadores, como adjetivos e advérbios. Essa atividade foca na análise dos elementos da narrativa.
4. Dramatização de Contos: Dividir alunos em grupos, onde cada grupo deve apresentar uma cena de um conto. Os alunos são incentivados a atuar e trazer à vida os personagens da narrativa.
5. Reflexão Escrita: Ao final da aula, os alunos escreverão uma breve reflexão sobre o que aprenderam e como se sentiram ao participar das histórias e da dramatização.
Discussão em Grupo:
– Como a contação de histórias pode impactar o nosso modo de pensar?
– Quais elementos tornam uma narrativa envolvente?
– Que tipos de histórias são relevantes para nossas culturas e comunidades?
Perguntas:
– Que mensagens ou lições você aprende com as histórias que ouviu?
– Como você se sente quando conta uma história?
– Existe alguma história que você gostaria de contar para o grupo?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação da participação dos alunos nas atividades, no desenvolvimento das suas histórias, no envolvimento durante as apresentações e na reflexão escrita final. A capacidade de colaboração e a criatividade também serão consideradas.
Encerramento:
Finalizar a aula revisitando o que foi trabalhado. Permitir que os alunos compartilhem suas impressões sobre a contação de histórias e como a experiência de narrar afetou-lhes. Incentivar a continuidade da prática de contar e escrever histórias como um meio de expressão pessoal.
Dicas:
– Incentive a diversidade de histórias, incluindo contos de diferentes culturas.
– Utilize a tecnologia, como vídeos ou gravações, para mostrar exemplos de contadores de histórias famosos.
– Ofereça feedback positivo e encoraje os alunos a expressarem suas opiniões sobre as histórias que ouviram e contaram.
Texto sobre o tema:
A contação de histórias é uma atividade que vai além do simples ato de narrar um evento. É uma prática ancestral que remonta a tempos imemoriais, onde as narrativas eram utilizadas, não apenas para entreter, mas também para educar e transmitir valores culturais. Em muitas culturas, as histórias são fundamentais para a educação das crianças, transmitindo lições sobre moral, ética e a interpretação da vida. Contar histórias desenvolve habilidades de pensamento crítico e promove a capacidade de escuta ativa, essencial para a comunicação eficaz.
Ao contarmos uma história, entramos em um mundo de imaginação e criatividade, onde a interpretação e o tom da voz desempenham um papel essencial na forma como as mensagens são transmitidas. Além disso, a contação de histórias permite que os ouvintes se conectem emocionalmente, criando empatia e compreensão das experiências alheias. Essa conexão é particularmente importante em contextos educacionais, pois fomenta um ambiente onde os alunos se sentem seguros para expressar suas próprias histórias. Como resultado, essa prática também estimula a autoexpressão e a confiança dos alunos em suas habilidades comunicativas.
Finalmente, a habilidade de contar e ouvir histórias promove a troca cultural, uma vez que cada narrativa traz consigo um fragmento da cultura de onde se origina. As histórias que se ouvem e se contam podem refletir as experiências, os desafios e as esperanças de uma comunidade ou grupo. Assim, ao fomentar a prática da contação de histórias, não apenas solidificamos a linguagem e a comunicação, mas também construímos uma rede de narrativas que nos conectam uns aos outros e à rica tapeçaria da experiência humana.
Desdobramentos do plano:
Essa abordagem não deve se restringir apenas às aulas formais, mas pode ser estendida para atividades extracurriculares, como um clube de narradores de histórias, onde os alunos podem continuar praticando e aprimorando suas habilidades. A contação de histórias pode servir como ponto de partida para projetos de escrita de mitos, fábulas e contos, incentivando os alunos a expressar suas próprias vivências e cultura em forma de narrativa. Adicionalmente, integrar a contação de histórias com a tecnologia pode fornecer aos alunos novas formas de explorar e contar histórias, como por meio de vídeos, podcasts ou blogs, permitindo que compartilhem suas criações com um público mais amplo.
Como parte do desdobramento desse plano, os alunos também podem participar de eventos a nível escolar ou comunitário, onde a contação de histórias é celebrado como uma forma de arte. Essa interação com a comunidade pode enriquecer a aprendizagem e inspirar os alunos a ver o valor de suas narrativas e experiências, contribuindo para a formação de uma identidade cultural e coletiva.
Por fim, as habilidades desenvolvidas ao longo dessa prática podem ser aplicadas em outros contextos da vida dos alunos, como apresentação em público, debates, discussões e qualquer forma que envolva comunicação. Isso não só os prepara para desafios acadêmicos, mas também para a vida social e profissional, onde a capacidade de se comunicar efetivamente é frequentemente vista como um diferencial significativo.
Orientações finais sobre o plano:
Para que esse plano de aula tenha sucesso, é essencial que o professor crie um ambiente acolhedor e seguro, onde todos os alunos se sintam à vontade para compartilhar suas histórias. Estimular a criatividade e a imaginação deve ser uma prioridade, permitindo que os alunos explorem diferentes formatos e estilos de narração. Também é importante oferecer um espaço para feedback e reflexão após cada atividade, criando um ciclo de aprendizagem que promove não apenas a habilidade de contar histórias, mas também o desenvolvimento pessoal e social dos alunos.
Os professores devem estar cientes das diversidades culturais e de como cada aluno pode trazer sua própria visão e experiência para a atividade. Isso pode enriquecer as histórias contadas, além de promover um ambiente inclusivo e respeitoso. Incentive debates e diálogos em sala de aula, permitindo que os alunos discutam o que aprenderam com cada história, tanto na perspectiva da criação quanto na de escuta.
Além disso, é crucial manter um planejamento flexível, que permita adaptações e mudanças conforme a dinâmica da turma e o envolvimento dos alunos. Algumas histórias ou atividades podem despertar mais interesse e levar a discussões mais profundas, e isso deve ser percebido e aproveitado pelo professor. O aprendizado deve ser visto como um processo colaborativo, no qual oralidade e criatividade têm um papel central no desenvolvimento integral dos alunos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Fantoches: Criar fantoches a partir de papel ou materiais recicláveis e encenar uma história conhecida. Os alunos trabalharão em grupos e, ao final, poderão realizar uma pequena apresentação para os colegas, explorando suas habilidades artísticas e de interação.
2. Contação de Histórias Coletiva: Usar a técnica da “história em cadeia”, onde cada aluno acrescenta uma frase à história em andamento, cultivando a ideia de colaboração e criatividade. Esta atividade pode serve para desenvolver a fluência verbal e a construção coletiva de narrativas.
3. Caça ao Tesouro Literário: Criar um jogo em que cada etapa leve os alunos a descobrir diferentes histórias ou elementos de narrativas (pode ser feito com QR Codes que remetem a contos conhecidos). No final, discutir as aprendizagens e as emoções que os textos geraram.
4. Desafio dos Personagens: Os alunos escolhem um personagem de um livro ou uma história. Eles devem se vestir como o personagem e, em pequenos grupos, contar uma parte da história da perspectiva desse personagem, possibilitando reflexões sobre a construção de personagens e narrativas.
5. Oficina de Escrevivência: Promover uma oficina onde os alunos escrevem suas próprias histórias com base em suas vivências, podendo incorporar elementos da vida real e fantasia. Essas histórias podem ser compartilhadas entre os colegas, promovendo a oralidade e a conexão emocional.
Esse plano de aula proporciona um prisma multifacetado sobre a prática da contação de histórias, unindo diversas habilidades e conhecimentos, ao mesmo tempo que estimula o prazer pela leitura e pela troca cultural.