Plano de Aula: áspero e liso, cheio e vazio. (Educação Infantil) – Criancas bem pequenas
Este plano de aula tem como foco o desenvolvimento da percepção das crianças em relação às texturas através dos conceitos de áspero e liso, bem como cheio e vazio. Estas experiências sensoriais são fundamentais para que as crianças pequenas façam conexões com o mundo ao seu redor e para que desenvolvam suas habilidades cognitivas e motoras. À medida que exploram estas texturas e estados, as crianças não apenas entendem melhor seu ambiente, mas também começam a comunicar suas descobertas e sentimentos, aumentando sua autoconfiança e seu autoconhecimento.
O plano de aula foi estruturado para que as crianças da faixa etária de 2 a 3 anos possam participar de atividades práticas e lúdicas, que envolvem manipulação e exploração sensorial. Essas atividades não só auxiliam no aprendizado dos conceitos de texturas e estados, mas também fomentam a interação social e o respeito às diferenças. É importante ressaltar que, durante todo o processo, o educador deverá proporcionar um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças sintam-se à vontade para explorar e expressar suas emoções.
Tema: Texturas: áspero e liso, cheio e vazio
Duração: 40 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Bem Pequenas
Faixa Etária: 2 a 3 anos
Objetivo Geral:
Proporcionar às crianças oportunidades de exploração sensorial e verbalização dos conceitos de texturas e capacidades, através da manipulação de diferentes materiais que remetam a estas características, desenvolvendo a comunicação e o cuidado nas interações.
Objetivos Específicos:
1. Estimular a percepção tátil das crianças por meio da manipulação de materiais ásperos e lisos.
2. Promover a identificação das noções de cheio e vazio com objetos do cotidiano.
3. Desenvolver a comunicação e o diálogo entre as crianças ao compartilharem suas experiências sensoriais.
Habilidades BNCC:
– Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
– (EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
– (EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.
– Campo de experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”:
– (EI02CG02) Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
– Campo de experiências “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”:
– (EI02ET01) Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre as características e propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho).
Materiais Necessários:
– Materiais para exploração tátil (papéis de lixa, tecidos variados, espuma, borracha, areia).
– Caixas ou potes para demonstrar cheio e vazio.
– Materiais para construção de bolhas (agua e detergente).
– Objetos do cotidiano (potes plásticos, bolas, garrafas com diferentes conteúdos – água, grão, etc.).
– Papel e lápis de cera.
Situações Problema:
Como podemos sentir e diferenciar as texturas dos materiais que estão à nossa volta? O que acontece quando temos uma caixa cheia e outra vazia?
Contextualização:
Iniciar a aula explicando para as crianças que vamos explorar o mundo das texturas. Conversar sobre o que elas acham de objetos que são ásperos ou lisos, mostrando exemplos com os materiais disponíveis. Fazer perguntas abertas sobre suas experiências pessoais com texturas diferentes, ouvindo atentamente suas respostas.
Desenvolvimento:
1. Dividir as crianças em pequenos grupos para que cada um consiga explorar diferentes materiais.
2. Propor que cada grupo toque nos materiais e descreva como se sentem em relação a cada um deles.
3. Criar uma atividade onde as crianças possam utilizar a caixa para demonstrar a diferença entre cheio e vazio, mexendo nos objetos para que percebam a mudança na sensação.
4. Propor jogos sensoriais com danças, onde as crianças poderão movimentar-se de acordo com as texturas que encontrarem.
Atividades sugeridas:
1. Explorando texturas: Propor que as crianças toquem no papel de lixa e no tecido suave. Encorajá-las a dizer o que sentem e seus nomes para cada textura.
– Objetivo: Desenvolver a percepção tátil.
– Materiais: papel de lixa e tecidos suaves.
– Informe as crianças para fecharem os olhos e tocarem um material cada vez. Depois, devem dizer o que acharam.
2. A caixa mágica: Usar caixas com objetos variados dentro e pedir que as crianças toque as caixas, afirmando se ela está cheia ou vazia.
– Objetivo: Identificar estados de cheio e vazio.
– Materiais: caixas e pequenos objetos (brinquedos, bolinhas, etc.).
– Incentivar as crianças a falar sobre o que sentem ao tocar nos objetos dentro da caixa.
3. Desenhando sensações: Após explorar as texturas, as crianças podem fazer desenhos a partir do que sentiram.
– Objetivo: Expressar as experiências vividas através da arte.
– Materiais: papel e lápis de cera.
– Orientar para que desenhem o que mais gostaram ao tocar nas texturas.
4. Dança das texturas: Criar uma dança onde as crianças imitem as sensações das texturas que tocaram.
– Objetivo: Integrar movimento e sensações.
– Materiais: música infantil.
– Conduzir a dança, pedindo para expressarem como se sentem em movimentos com cada textura.
Discussão em Grupo:
Promover uma roda de conversa onde as crianças compartilhem suas preferências sobre texturas. Perguntar sobre suas sensações e quais texturas lhes agradaram mais e por quê.
Perguntas:
1. Como você se sente quando toca algo liso? E quando toca algo áspero?
2. O que você acha que significa estar cheio? E vazio?
3. Você pode descrever um objeto que você encontrou que tinha uma textura especial?
Avaliação:
A avaliação ocorrerá de forma contínua, observando a participação das crianças nas atividades propostas, se elas conseguem identificar as texturas e se comunicam sobre suas experiências. A interação entre as crianças e a capacidade de expressar sentimentos e sensações também serão considerados.
Encerramento:
Finalizar a aula reunindo as crianças e conversando sobre o que aprenderam. Incentivar as crianças a expressarem qual foi a parte que mais gostaram e por quê, além de perguntar o que gostariam de explorar mais nas próximas atividades.
Dicas:
– Esteja preparado para adaptar a atividade conforme a receptividade das crianças, algumas podem demorar mais para explorar.
– Utilize sempre palavras simples e claras, garantindo que todas as crianças consigam entender.
– Esteja atento ao comportamento e ao feedback que as crianças dão sobre cada atividade, elas podem surpreendê-lo com suas opiniões e ideias.
Texto sobre o tema:
A percepção tátil é um aspecto fundamental do desenvolvimento de crianças pequenas, pois permite que elas compreendam melhor o mundo à sua volta. Quando se fala em texturas como áspero e liso, não estamos apenas nos referindo a características físicas, mas sim a experiências que moldam o cotidiano da criança. Essa exploração não se limita ao toque; ela envolve diversos sentidos, entre eles, a visão e a audição, podendo criar memórias duradouras de interação e descoberta.
Esses conceitos também se relacionam com a noção de cheio e vazio, onde as crianças aprendem a reconhecer não apenas a quantidade de objetos em um espaço, mas também como essas noções podem afetar suas emoções. Por exemplo, uma caixa cheia pode gerar sensações de segurança e alegria, enquanto uma caixa vazia pode trazer à tona sentimentos de descoberta e curiosidade. Essas experiências são cruciais para a formação de habilidades sociais que serão desenvolvidas ao longo de suas vidas.
Trabalhar com texturas e estados de objetos proporciona uma forma lúdica de aprendizado, que se conecta com a curiosidade espontânea das crianças. Atividades que envolvem sensações permitem que os pequenos se expressem de maneira orgânica, desenvolvendo sua comunicação e suas habilidades motoras. Ao tocar, sentir e descobrir, eles vão ampliando o vocabulário, a capacidade de diálogo e a socialização, construindo não apenas conhecimento, mas também um sentimento de pertencimento e cooperação.
Desdobramentos do plano:
Os desdobramentos deste plano de aula podem ser amplos e significativos para o desenvolvimento das crianças. Por meio da exploração de texturas e estados, é possível avançar para comparações de outros sentidos, como sons e aromas, integrando aprendizagens sensoriais que também contribuiriam para o domínio da linguagem. Além disso, ao avançar com atividades que usem a arte, como a pintura ou modelagem, estaremos desenvolvendo a criatividade e autoconfiança nos pequenos. Essa conexão entre o lúdico e a aprendizagem formal é essencial para o estabelecimento de um ambiente escolar saudável e estimulante.
Outra possibilidade é integrar os conceitos aprendidos com a realidade. Por exemplo, levar a turma a um passeio ao ar livre, onde as crianças poderão sentir diferentes texturas naturais e vivenciar noções de cheio e vazio ao interagirem com a natureza. Essa continuidade permite que as crianças contextualizem suas aprendizagens e entendam a aplicabilidade de tais conceitos no cotidiano, o que é essencial para um aprendizado significativo e duradouro. Além disso, os momentos de interação ao ar livre são também oportunidades para o desenvolvimento de competências sociais e emocionais entre os pequenos.
Ainda, as intervenções do professor são fundamentais para guiar as crianças nas descobertas e garantir que todas as interações sejam significativas. Através do diálogo constante e da escuta ativa, os educadores têm um papel importante no fortalecimento da autoimagem e do autoconceito das crianças, encorajando a expressão de sentimentos e a respeito pelas diferenças. Assim, ao trabalhar com materiais e conteúdos que envolvem as texturas e estados, o professor pode moldar um aprendizado que realmente se relaciona com a vivência dos indivíduos, preparando-os para os desafios futuros.
Orientações finais sobre o plano:
Ao desenvolver esse plano de aula, é crucial que o educador esteja atento às diferenças individuais entre as crianças. Cada uma possui seu tempo e modo de percepção, sendo necessário adaptar as atividades e promover um espaço onde cada uma se sinta acolhida e respeitada. Estimular a autonomia e a expressão são pontos-chaves para garantir que as crianças experimentem e aprendam de maneira livre e criativa. Por isso, a abordagem carioca deve ter sempre um caráter inclusivo e realmente centrado nas crianças.
Reforçar a importância da interação entre os pequenos durante as atividades é outra orientação significativa. O aprendizado ocorre de forma muito mais efetiva quando as crianças têm a oportunidade de se comunicar e construir conhecimentos coletivamente. Aqui, o papel do educador é não apenas de mediador, mas também de motivador e facilitador. Ao inspirar as crianças a falarem sobre suas experiências e sentimentos, o professor contribui para a formação de uma cultura de diálogo e cooperação.
Por fim, não se esqueça de registrar as atividades e experiências vividas. Isso pode ser feito através de fotos ou de um diário de classe onde as crianças podem adicionar desenhos do que vivenciaram. Esses registros não apenas ajudam a monitorar o desenvolvimento dos alunos, mas também proporcionam uma rica fonte de memórias que podem ser revisitadas no futuro, reforçando a aprendizagem e o sentido de pertencimento à turma e à escola.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo das texturas: Crie um painel com diferentes materiais (tecido, papel de lixa, plástico bolha) e instigue as crianças a identificar e tocar cada textura, classificando-as como liso ou áspero.
– Objetivo: Aumentar a percepção sensorial e categorização.
– Materiais: painel, tecidos, papel de lixa, plástico bolha.
2. Caça ao cheio e ao vazio: Separe diferentes objetos em dois times: um com objetos cheios (bolinhas, grãos) e outro com vazios (embalagens, caixas). As crianças deverão, em equipes, correr para coletar os objetos, após, discutir o que encontraram.
– Objetivo: Lidar com noções de espaço e quantidade.
– Materiais: diversos objetos cheios e vazios.
3. O livro individual de texturas: Criação de um livro onde cada criança pode colar materiais que correspondam às texturas que exploraram em aula.
– Objetivo: Desenvolvimento da criatividade e expressão individual.
– Materiais: folhas, cola, materiais diversos.
4. Limite as texturas: Realizar uma brincadeira onde as crianças devem explorar um espaço limitado onde estão disponíveis apenas objetos com texturas específicas. Assim cada um poderá relatar sobre suas descobertas.
– Objetivo: Estimular a atenção e exploração sensorial concentrada.
– Materiais: objetos de diversas texturas.
5. Estimulação musical: Propor que as crianças criem sons utilizando diferentes objetos, como caixas, garrafas e materiais de texturas variadas, promovendo uma verdadeira sinfonia tátil.
– Objetivo: Criar uma combinação entre som e textura, gerando estímulos auditivos e táteis.
– Materiais: diferentes objetos sonoros e texturizados.
Este plano de aula visa proporcionar uma rica experiência sensorial que, além de ampliar as habilidades motoras e perceptivas das crianças, reforça habilidades importantes conforme as orientações da BNCC. Através do aprendizado lúdico e estruturado, os alunos são convidados a descobrir e a desafiar suas percepções, construindo conhecimento de forma significativa e envolvente.

