Plano de Aula: educação física adaptada para cadeirante (Ensino Fundamental 2) – 7º Ano
A proposta deste plano de aula aborda a temática da educação física adaptada voltada para alunos cadeirantes, com o propósito de promover a inclusão e dinamizar a convivência harmoniosa entre alunos com e sem deficiência. Durante a aula, as crianças terão a oportunidade de se envolverem em práticas esportivas adaptadas que não só incentivam a participação ativa, mas também promovem valores de respeito, empatia e trabalho em equipe. Com o formato destinado ao 7º ano do Ensino Fundamental, este plano deseja não apenas trabalhar aspectos físicos, mas também ajudar os jovens a desenvolverem uma visão crítica sobre a inclusão e a diversidade no contexto esportivo.
As atividades propostas envolvem a criação de uma corrida de revezamento adaptada, onde alunos cadeirantes e andantes trabalharão juntos utilizando obstáculos adaptados, evidenciando o espírito de cooperação e a superação de desafios. Assim, esta aula visa não apenas incentivar a prática de atividades físicas, mas também solidificar a compreensão acerca do significado de inclusão dentro do ambiente escolar.
Tema: Educação Física Adaptada para Cadeirantes
Duração: 90 minutos
Etapa: Ensino Fundamental 2
Sub-etapa: 7º Ano
Faixa Etária: 12 a 13 anos
Objetivo Geral:
Promover a inclusão e a compreensão das práticas esportivas adaptadas, estimulando o respeito e a convivência entre alunos com e sem deficiência.
Objetivos Específicos:
– Incentivar o trabalho em equipe e a cooperação entre os alunos, independendo de suas habilidades físicas.
– Desenvolver a percepção de que o esporte adaptado é uma alternativa viável e enriquecedora.
– Respeitar as limitações e potencialidades de cada participante na atividade proposta.
– Promover um ambiente de diversão e inclusão, realizando atividades que engajem todos os alunos.
Habilidades BNCC:
– (EF67EF01) Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários.
– (EF67EF03) Experimentar e fruir esportes de marca, precisão, invasão e técnico-combinatórios, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
– (EF67EF09) Construir, coletivamente, procedimentos e normas de convívio que viabilizem a participação de todos na prática de exercícios físicos, com o objetivo de promover a saúde.
– (EF67EF17) Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao universo das lutas e demais práticas corporais, propondo alternativas para superá-los, com base na solidariedade, na justiça, na equidade e no respeito.
Materiais Necessários:
– Cadeiras de rodas.
– Cones e fitas para demarcação de obstáculos.
– Bolsas ou bolas leves para realizar passes.
– Barbantes ou cordas para atividades de puxar.
– Cronômetros para medições de acompanhamento.
Situações Problema:
Para engajar os alunos, os professores poderão apresentar a situação problema: “Como podemos criar uma corrida que inclua todos os alunos, respeitando suas capacidades e promovendo a competição saudável?” Essa pergunta deve estimular a discussão e refletir sobre a inclusão na prática esportiva.
Contextualização:
Os alunos que utilizam cadeira de rodas frequentemente enfrentam barreiras em ambientes escolares e esportivos. A prática de esportes adaptados é uma forma de combater essa exclusão e proporcionar vivências ricas para todos os envolvidos. A escola deve gerar conscientização sobre a importância da inclusão e do respeito pelas diferenças de habilidades.
Desenvolvimento:
1. Início da aula (10 minutos):
– Apresentação do tema da aula e seus objetivos.
– Discussão sobre o que é a inclusão e exemplos de práticas inclusivas no esporte.
– Motivação através de um vídeo curto sobre esportes adaptados.
2. Organização dos alunos em grupos mistos (5 minutos):
– Formação de grupos com alunos andantes e cadeirantes.
– Explicação das regras da corrida de revezamento adaptada.
3. Aquecimento (10 minutos):
– Atividades leves de aquecimento para prevenir lesões, como alongamentos e exercícios de mobilidade.
4. Atividade principal – Corrida de Revezamento Adaptada (50 minutos):
– Os alunos participarão de uma corrida com obstáculos criados de forma a serem acessíveis tanto para os alunos em cadeira de rodas quanto para os andantes.
– Cada grupo deve criar uma estratégia de como vão realizar a corrida, enfatizando a cooperação.
– Após algumas rodadas, os grupos devem rotacionar nos papéis, permitindo que todos experimentem a corrida em cadeiras de rodas e sem.
5. Resfriamento (5 minutos):
– Exercícios de relaxamento e alongamento para finalizar a aula.
Atividades sugeridas:
– Atividade 1:
– Objetivo: Estimular a superação de desafios.
– Descrição: Corrida de revezamento adaptada.
– Instruções: Os alunos alternarão entre as cadeiras de rodas e a corrida, criando duas equipes. Cronometre o tempo de cada equipe fazendo a corrida.
– Atividade 2:
– Objetivo: Promover empatia e compreensão.
– Descrição: Debate ao final da atividade.
– Instruções: Realizar um círculo de conversa onde cada aluno compartilha sua experiência e como se sentiu durante a atividade.
– Atividade 3:
– Objetivo: Aumentar o conhecimento sobre esportes adaptados.
– Descrição: Pesquisa e apresentação.
– Instruções: Dividir os alunos em grupos para que pesquisem diferentes modalidades de esportes adaptados e apresentem para a turma.
– Atividade 4:
– Objetivo: Envolvimento com a cultura do esporte adaptado.
– Descrição: Assistir a trechos de competições paraolímpicas.
– Instruções: Discutir em sala de aula as imagens e vídeos assistidos, refletindo sobre a importância da inclusão e da diversidade.
– Atividade 5:
– Objetivo: Criar soluções para melhorias.
– Descrição: Propor melhorias nas atividades físicas na escola.
– Instruções: Realizar um exercício de brainstorming onde os alunos sugerem adaptações que poderiam ser feitas para incluir mais alunos nas aulas de educação física.
Discussão em Grupo:
– Como a prática do esporte adaptado pode mudar a percepção das pessoas sobre inclusão?
– Quais desafios e barreiras vocês acreditam que os alunos com deficiência enfrentam nas atividades físicas?
Perguntas:
– O que você entendeu por inclusão durante a atividade?
– Como você acha que podemos continuar a incluir todos nas aulas de educação física?
Avaliação:
A avaliação será feita através da observação da participação dos alunos durante a atividade, a capacidade de trabalho em equipe e a expressão durante as discussões. Os alunos poderão ser avaliados também criteriosamente sobre sua capacidade de empatia e respeito durante a prática das atividades.
Encerramento:
Finalizar a aula refletindo sobre a importância da inclusão no esporte, ressaltando a contribuição de cada um para que todos se sintam parte do grupo. Estimular os alunos a continuarem esses princípios fora do ambiente escolar.
Dicas:
– Utilize músicas motivacionais para engajar os alunos durante a atividade.
– Permita que os alunos ajudem a preparar o espaço e os equipamentos, promovendo a responsabilidade e pertencimento.
– Encoraje a expressão verbal de cada aluno após as atividades, independente do resultado, valorizando a experiência vivida.
Texto sobre o tema:
A inclusão de pessoas com deficiência em atividades esportivas é um valor fundamental dentro das práticas educacionais e sociais. Através da educação física adaptada, é possível proporcionar um ambiente onde as barreiras físicas e sociais são minimizadas, e todos têm seu potencial potencializado. O conceito de inclusão vai além de simplesmente incluir as pessoas com deficiência; trata-se de criar um espaço que respeite, valorize e potencialize as habilidades de cada um, promovendo uma rica diversidade de experiências.
É essencial que o educador esteja preparado para lidar com diferentes situações e às vezes imprevistos que surgem durante a prática esportiva. Ao trabalhar com diversos alunos, o professor deve promover a empatia e a cooperação, ensinando que as diferenças não devem ser vistas como limitações, mas como oportunidade de aprendizado e crescimento mútuo. O esporte adaptado é uma ferramenta poderosa de transformação que ajuda a construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde cada indivíduo tem seu espaço e importância.
No contexto escolar, atividades esportivas adaptadas não apenas promovem a atividade física, mas também ensinam valores como respeito, solidariedade e trabalho em equipe. Ao participar de práticas que envolvem todos os alunos em um espírito inclusivo, a escola se torna um microcosmo da sociedade em que os alunos aprenderão a respeitar e valorizar as diferenças que compõem a diversidade humana. É tarefa do educador garantir que todos tenham acesso a essas experiências enriquecedoras.
Desdobramentos do plano:
Após a aula, pode-se considerar desdobrar a atividade para incluir outras disciplinas, como serve de exemplo, a produção de trabalhos que explorem a história do esporte adaptado ao longo do tempo. Os alunos poderiam realizar pesquisas e apresentar solenemente, aprofundando o conhecimento sobre a necessidade de inclusão a partir da história. Além disso, essa atividade poderia incluir um componente artístico, onde eles poderiam executar uma representação visual, como pôsteres ou um mural, que expressasse os conceitos de inclusão e diversidade.
Um outro desdobramento interessante é a realização de eventos esportivos escolares que incluam não apenas os alunos, mas também suas famílias, promovendo um círculo maior de conscientização. Essas atividades familiares podem ajudar a fortalecer o conceito de inclusão e construir um legado positivo que irá além da sala de aula, engajando a comunidade escolar na discussão sobre a aceitação das diferenças.
Por fim, o plano pode ser seguido por um ciclo de palestras e debates que envolvam ações comunitárias sobre a prática esportiva inclusiva, convidando especialistas, ex-atletas paralímpicos e representantes de organizações que atuem na promoção da inclusão. Isso ajudará a expandir a visão dos alunos sobre a importância de um espaço inclusivo não apenas na escola, mas também no cotidiano da sociedade.
Orientações finais sobre o plano:
Este plano deve servir como um guia, mas a prática deve ser adaptável às necessidades do momento e do grupo específico de alunos que estão envolvidos. Os educadores devem estar sempre atentos às dinâmicas do grupo e prontos para ajustar as atividades para que todos possam participar de maneira ativa e integrada. O diálogo aberto e o feedback contínuo entre os alunos serão pontos cruciais para o sucesso da abordagem inclusiva.
É também oportuno lembrar que a inclusão é um processo contínuo e que cada atividade deve ser uma oportunidade para aprender e melhorar. É necessário criar um ambiente onde os alunos se sintam seguros para expressar suas emoções e se apoiar mutuamente. Essa prática não apenas enriquece as experiências individuais, mas também fortalece o grupo como um todo.
Por último, é importante que os professores demonstrem um exemplo de inclusão por meio de sua própria atitude. Promover estas interações respeitosas e inclusivas não apenas educa, mas transforma a visão dos alunos sobre o que significa formar uma comunidade. Por meio do esporte adaptado, é possível ensinar a aceitação da diversidade, o valor da amizade e a importância da superação, princípios que serão levados por eles ao longo da vida.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
– Jogo de Cores: Para alunos do ensino fundamental, organize um jogo onde cada cor representa um tipo de atividade adaptada. Alunos em cadeira de rodas receberão um desafio específico para realizar e quem não estiver em cadeira poderá realizar outro conjunto de atividades. Objetivo é praticar a inclusão e o reconhecimento das habilidades de cada um.
– Circuito de Superação: Prepare um circuito que envolva diferentes provas, como pegar uma bola com uma mão enquanto se empurra a cadeira de rodas, saltar obstáculos com a ajuda de um colega. A mesma prova, adaptada para alunos que andam, deve valorizar a colaboração e a sinergia.
– Festa do Esporte: Realizar uma pequena competição onde alunos participarão em equipes mistas de cadeirantes e andantes. Atividades podem ser adaptadas dependendo das habilidades. A ideia é celebrar as diferenças e a amizade em um evento aberto à comunidade.
– Teatro de Sombras: Criar uma apresentação onde os alunos que são cadeirantes encenam histórias sobre superação e inclusão. A expressão artística promove a reflexão sobre o respeito às diferenças e o exercício da empatia.
– Caça ao Tesouro Inclusiva: Organizar uma caça ao tesouro em que as pistas são projetadas tanto para cadeirantes quanto para andantes, proporcionando desafios que requerem a ajuda e o trabalho em equipe de todos os participantes, enfatizando a inclusão em todas as etapas da atividade.
Este plano de aula oferece uma rica oportunidade para que os alunos vivenciem a inclusão de maneira prática, divertida e educativa. Com a realização dessas atividades, espera-se desenvolver habilidades sociais, promover o respeito mútuo e construir um ambiente mais inclusivo na escola.